É falso que fotos mostrem o encontro de dois oceanos no Golfo do Alasca


Apenas uma das imagens divulgadas em postagem viral foi feita no local e mostra, na verdade, o derretimento de uma geleira

Por Pedro Prata

Uma publicação com três fotos viralizou no Facebook por supostamente mostrar o encontro das águas de dois oceanos no Golfo do Alasca, nos Estados Unidos. O Estadão Verifica conseguiu identificar que apenas uma das fotos foi tirada no local -- e não mostra o encontro de dois oceanos. Esta postagem foi compartilhada ao menos 5,8 mil vezes nas últimas 24 horas.

Águas não se misturam porque possuem características físico-químicas diferentes. Foto: Reprodução
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"Este é o Golfo do Alasca, onde dois oceanos se encontram mas não se unem", diz a legenda. Uma das fotos realmente foi clicada no local, de acordo com o seu fotógrafo. Ela foi publicada por Kent Smith no banco de imagens Flickr, em 4 de julho de 2010, inicialmente com o título "O Encontro de dois oceanos".

Foto clicada por Kent Smith. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução
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Na descrição da foto, Smith volta atrás e esclarece que acredita ter fotografado "o resultado (do encontro) de água doce proveniente de geleiras derretidas e da água salgada do mar. A diferença de densidade entre os dois torna mais lenta a sua mistura".

O banco de imagens Flickr possui uma funcionalidade de georreferenciamento que permite visualizar a localização da foto. Esta ferramenta comprova que ela foi clicada no Golfo do Alasca, pertencente ao Oceano Pacífico.

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Ferramente de geolocalização mostra que foto realmente foi clicada no Golfo do Alasca. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução

Foto mostra o rio Mississipi desaguando no Golfo do México

A publicação ainda acompanha duas outras fotos de encontro de águas com características físico-químicas diferentes, motivo pelo qual não se misturam.

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A agência AFP Canadá identificou a segunda imagem, desta vez mostrando barcos passando ao longo de uma grande mancha marrom em alto-mar. Trata-se de um frame de um vídeo publicado pela revista de pesca Marlin Magazine, em 13 de novembro de 2015, em seu canal no YouTube. A revista afirmou à AFP se tratar de um vídeo na foz do rio Mississippi.

Tradução: 'Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi'. Foto: YouTube/MarlinMagazine/Reprodução
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"Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi", diz a legenda. A agência aeroespacial Nasa já publicou imagens de satélite nas quais é possível ver que, mesmo após chegar ao Golfo do México, no Oceano Atlântico, as águas do Mississippi percorrem um longo caminho antes de se misturarem totalmente com a água salgada. Segundo a Nasa, o fenômeno é resultado da diferença na composição físico-química entre a água doce do rio e a salgada do mar.

Estudo de 2005 mostra percurso das águas do rio Mississippi no Golfo do México. Foto: Nasa/Divulgação
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De acordo com o National Park Service dos Estados Unidos, o rio Mississippi é o segundo maior rio do país. Nasce no estado de Minnesota, na região norte, e segue até o Golfo do México, no litoral da Louisiana, ao sul do território norte-americano.

O Estadão Verifica não conseguiu identificar a origem da terceira foto utilizada no post. Ela mostra um oceano de águas escuras ao lado de outra massa de água clara, quase branca.

Uma das fotos também foi checada pela agência americana de verificação Snopes.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Uma publicação com três fotos viralizou no Facebook por supostamente mostrar o encontro das águas de dois oceanos no Golfo do Alasca, nos Estados Unidos. O Estadão Verifica conseguiu identificar que apenas uma das fotos foi tirada no local -- e não mostra o encontro de dois oceanos. Esta postagem foi compartilhada ao menos 5,8 mil vezes nas últimas 24 horas.

Águas não se misturam porque possuem características físico-químicas diferentes. Foto: Reprodução

"Este é o Golfo do Alasca, onde dois oceanos se encontram mas não se unem", diz a legenda. Uma das fotos realmente foi clicada no local, de acordo com o seu fotógrafo. Ela foi publicada por Kent Smith no banco de imagens Flickr, em 4 de julho de 2010, inicialmente com o título "O Encontro de dois oceanos".

Foto clicada por Kent Smith. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução

Na descrição da foto, Smith volta atrás e esclarece que acredita ter fotografado "o resultado (do encontro) de água doce proveniente de geleiras derretidas e da água salgada do mar. A diferença de densidade entre os dois torna mais lenta a sua mistura".

O banco de imagens Flickr possui uma funcionalidade de georreferenciamento que permite visualizar a localização da foto. Esta ferramenta comprova que ela foi clicada no Golfo do Alasca, pertencente ao Oceano Pacífico.

Ferramente de geolocalização mostra que foto realmente foi clicada no Golfo do Alasca. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução

Foto mostra o rio Mississipi desaguando no Golfo do México

A publicação ainda acompanha duas outras fotos de encontro de águas com características físico-químicas diferentes, motivo pelo qual não se misturam.

A agência AFP Canadá identificou a segunda imagem, desta vez mostrando barcos passando ao longo de uma grande mancha marrom em alto-mar. Trata-se de um frame de um vídeo publicado pela revista de pesca Marlin Magazine, em 13 de novembro de 2015, em seu canal no YouTube. A revista afirmou à AFP se tratar de um vídeo na foz do rio Mississippi.

Tradução: 'Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi'. Foto: YouTube/MarlinMagazine/Reprodução

"Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi", diz a legenda. A agência aeroespacial Nasa já publicou imagens de satélite nas quais é possível ver que, mesmo após chegar ao Golfo do México, no Oceano Atlântico, as águas do Mississippi percorrem um longo caminho antes de se misturarem totalmente com a água salgada. Segundo a Nasa, o fenômeno é resultado da diferença na composição físico-química entre a água doce do rio e a salgada do mar.

Estudo de 2005 mostra percurso das águas do rio Mississippi no Golfo do México. Foto: Nasa/Divulgação

De acordo com o National Park Service dos Estados Unidos, o rio Mississippi é o segundo maior rio do país. Nasce no estado de Minnesota, na região norte, e segue até o Golfo do México, no litoral da Louisiana, ao sul do território norte-americano.

O Estadão Verifica não conseguiu identificar a origem da terceira foto utilizada no post. Ela mostra um oceano de águas escuras ao lado de outra massa de água clara, quase branca.

Uma das fotos também foi checada pela agência americana de verificação Snopes.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Uma publicação com três fotos viralizou no Facebook por supostamente mostrar o encontro das águas de dois oceanos no Golfo do Alasca, nos Estados Unidos. O Estadão Verifica conseguiu identificar que apenas uma das fotos foi tirada no local -- e não mostra o encontro de dois oceanos. Esta postagem foi compartilhada ao menos 5,8 mil vezes nas últimas 24 horas.

Águas não se misturam porque possuem características físico-químicas diferentes. Foto: Reprodução

"Este é o Golfo do Alasca, onde dois oceanos se encontram mas não se unem", diz a legenda. Uma das fotos realmente foi clicada no local, de acordo com o seu fotógrafo. Ela foi publicada por Kent Smith no banco de imagens Flickr, em 4 de julho de 2010, inicialmente com o título "O Encontro de dois oceanos".

Foto clicada por Kent Smith. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução

Na descrição da foto, Smith volta atrás e esclarece que acredita ter fotografado "o resultado (do encontro) de água doce proveniente de geleiras derretidas e da água salgada do mar. A diferença de densidade entre os dois torna mais lenta a sua mistura".

O banco de imagens Flickr possui uma funcionalidade de georreferenciamento que permite visualizar a localização da foto. Esta ferramenta comprova que ela foi clicada no Golfo do Alasca, pertencente ao Oceano Pacífico.

Ferramente de geolocalização mostra que foto realmente foi clicada no Golfo do Alasca. Foto: Flickr/@kentsmith9/Reprodução

Foto mostra o rio Mississipi desaguando no Golfo do México

A publicação ainda acompanha duas outras fotos de encontro de águas com características físico-químicas diferentes, motivo pelo qual não se misturam.

A agência AFP Canadá identificou a segunda imagem, desta vez mostrando barcos passando ao longo de uma grande mancha marrom em alto-mar. Trata-se de um frame de um vídeo publicado pela revista de pesca Marlin Magazine, em 13 de novembro de 2015, em seu canal no YouTube. A revista afirmou à AFP se tratar de um vídeo na foz do rio Mississippi.

Tradução: 'Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi'. Foto: YouTube/MarlinMagazine/Reprodução

"Uma verdadeira exibição de cores quando o Golfo do México encontra o rio Mississippi", diz a legenda. A agência aeroespacial Nasa já publicou imagens de satélite nas quais é possível ver que, mesmo após chegar ao Golfo do México, no Oceano Atlântico, as águas do Mississippi percorrem um longo caminho antes de se misturarem totalmente com a água salgada. Segundo a Nasa, o fenômeno é resultado da diferença na composição físico-química entre a água doce do rio e a salgada do mar.

Estudo de 2005 mostra percurso das águas do rio Mississippi no Golfo do México. Foto: Nasa/Divulgação

De acordo com o National Park Service dos Estados Unidos, o rio Mississippi é o segundo maior rio do país. Nasce no estado de Minnesota, na região norte, e segue até o Golfo do México, no litoral da Louisiana, ao sul do território norte-americano.

O Estadão Verifica não conseguiu identificar a origem da terceira foto utilizada no post. Ela mostra um oceano de águas escuras ao lado de outra massa de água clara, quase branca.

Uma das fotos também foi checada pela agência americana de verificação Snopes.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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