É falso que ‘sobrinho de Zeca do PT’ tenha se infiltrado em atos de vandalismo em Brasília


Postagens nas redes usam vídeo de desconhecido para estabelecer falsa relação com família de deputado estadual do Mato Grosso do Sul e negar ataque golpista

Por Samuel Lima
Atualização:

Postagens falsas nas redes sociais mentem ao dizer que um sobrinho do deputado estadual Zeca do PT e filho do ex-prefeito de Porto Murtinho (MS) Heitor Miranda teria se infiltrado em atos terroristas em Brasília. O Estadão Verifica apurou que a informação não procede ao comparar o rosto do homem que aparece nas imagens e contatar um integrante da família, que negou o boato.

O vídeo em questão circula em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, e acumulou mais de 20 mil visualizações em apenas um post no Twitter. Na gravação, um homem de óculos escuros e chapéu caminha em meio a grupos bolsonaristas — que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em protesto contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e grita repetidamente a frase “Não para!”.

Post falso alega que 'sobrinho de Zeca do PT' e filho de ex-prefeito teria se infiltrado em atos golpistas em Brasília. Foto: Reprodução/Twitter Foto: Reprodução
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O Estadão não conseguiu identificar quem seria realmente o homem, mas é fato de que não se trata de um sobrinho de Zeca do PT e filho de Heitor Miranda. O ex-prefeito, falecido em novembro do ano passado, tem três filhos, sendo dois homens. Nenhum deles parece com o integrante do grupo radical em Brasília, segundo fotos encontradas em contas de familiares no Facebook.

Marcelo Heitor, o filho mais velho, negou a informação em contato com a reportagem. Ele disse que passava o dia na cidade de Bonito quando foi surpreendido pela história. À noite, gravou um vídeo para desmentir a suposta participação nos atos golpistas. “Condeno o que aconteceu em Brasília. Estou de um lado totalmente contrário, sou um democrata, acredito na justiça social e estou na trincheira do governo Lula”, declarou.

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Desde ontem, influenciadores e aliados bolsonaristas, como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), tentam emplacar a tese de que a invasão e a depredação de prédios públicos em Brasília teria sido obra de supostos “infiltrados” de esquerda. No entanto, dezenas de fotos e vídeos mostram o quebra-quebra de grupos radicais vestidos de verde e amarelo, e a ação foi organizada e posteriormente elogiada em grupos de Telegram bolsonaristas monitorados pelo Estadão.

A mesma ideia conspiratória dos “infiltrados” foi usada depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede da Polícia Federal e promoveram atos de vandalismo pelas ruas da capital federal, em 12 de dezembro. Na época, o relato foi desmentido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que confirmou a participação de pessoas acampadas em frente ao QG do Exército.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

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Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Postagens falsas nas redes sociais mentem ao dizer que um sobrinho do deputado estadual Zeca do PT e filho do ex-prefeito de Porto Murtinho (MS) Heitor Miranda teria se infiltrado em atos terroristas em Brasília. O Estadão Verifica apurou que a informação não procede ao comparar o rosto do homem que aparece nas imagens e contatar um integrante da família, que negou o boato.

O vídeo em questão circula em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, e acumulou mais de 20 mil visualizações em apenas um post no Twitter. Na gravação, um homem de óculos escuros e chapéu caminha em meio a grupos bolsonaristas — que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em protesto contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e grita repetidamente a frase “Não para!”.

Post falso alega que 'sobrinho de Zeca do PT' e filho de ex-prefeito teria se infiltrado em atos golpistas em Brasília. Foto: Reprodução/Twitter Foto: Reprodução

O Estadão não conseguiu identificar quem seria realmente o homem, mas é fato de que não se trata de um sobrinho de Zeca do PT e filho de Heitor Miranda. O ex-prefeito, falecido em novembro do ano passado, tem três filhos, sendo dois homens. Nenhum deles parece com o integrante do grupo radical em Brasília, segundo fotos encontradas em contas de familiares no Facebook.

Marcelo Heitor, o filho mais velho, negou a informação em contato com a reportagem. Ele disse que passava o dia na cidade de Bonito quando foi surpreendido pela história. À noite, gravou um vídeo para desmentir a suposta participação nos atos golpistas. “Condeno o que aconteceu em Brasília. Estou de um lado totalmente contrário, sou um democrata, acredito na justiça social e estou na trincheira do governo Lula”, declarou.

Desde ontem, influenciadores e aliados bolsonaristas, como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), tentam emplacar a tese de que a invasão e a depredação de prédios públicos em Brasília teria sido obra de supostos “infiltrados” de esquerda. No entanto, dezenas de fotos e vídeos mostram o quebra-quebra de grupos radicais vestidos de verde e amarelo, e a ação foi organizada e posteriormente elogiada em grupos de Telegram bolsonaristas monitorados pelo Estadão.

A mesma ideia conspiratória dos “infiltrados” foi usada depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede da Polícia Federal e promoveram atos de vandalismo pelas ruas da capital federal, em 12 de dezembro. Na época, o relato foi desmentido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que confirmou a participação de pessoas acampadas em frente ao QG do Exército.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Postagens falsas nas redes sociais mentem ao dizer que um sobrinho do deputado estadual Zeca do PT e filho do ex-prefeito de Porto Murtinho (MS) Heitor Miranda teria se infiltrado em atos terroristas em Brasília. O Estadão Verifica apurou que a informação não procede ao comparar o rosto do homem que aparece nas imagens e contatar um integrante da família, que negou o boato.

O vídeo em questão circula em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, e acumulou mais de 20 mil visualizações em apenas um post no Twitter. Na gravação, um homem de óculos escuros e chapéu caminha em meio a grupos bolsonaristas — que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em protesto contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e grita repetidamente a frase “Não para!”.

Post falso alega que 'sobrinho de Zeca do PT' e filho de ex-prefeito teria se infiltrado em atos golpistas em Brasília. Foto: Reprodução/Twitter Foto: Reprodução

O Estadão não conseguiu identificar quem seria realmente o homem, mas é fato de que não se trata de um sobrinho de Zeca do PT e filho de Heitor Miranda. O ex-prefeito, falecido em novembro do ano passado, tem três filhos, sendo dois homens. Nenhum deles parece com o integrante do grupo radical em Brasília, segundo fotos encontradas em contas de familiares no Facebook.

Marcelo Heitor, o filho mais velho, negou a informação em contato com a reportagem. Ele disse que passava o dia na cidade de Bonito quando foi surpreendido pela história. À noite, gravou um vídeo para desmentir a suposta participação nos atos golpistas. “Condeno o que aconteceu em Brasília. Estou de um lado totalmente contrário, sou um democrata, acredito na justiça social e estou na trincheira do governo Lula”, declarou.

Desde ontem, influenciadores e aliados bolsonaristas, como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), tentam emplacar a tese de que a invasão e a depredação de prédios públicos em Brasília teria sido obra de supostos “infiltrados” de esquerda. No entanto, dezenas de fotos e vídeos mostram o quebra-quebra de grupos radicais vestidos de verde e amarelo, e a ação foi organizada e posteriormente elogiada em grupos de Telegram bolsonaristas monitorados pelo Estadão.

A mesma ideia conspiratória dos “infiltrados” foi usada depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede da Polícia Federal e promoveram atos de vandalismo pelas ruas da capital federal, em 12 de dezembro. Na época, o relato foi desmentido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que confirmou a participação de pessoas acampadas em frente ao QG do Exército.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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