Reportagem sobre novo laudo de morte de Eduardo Campos é de 2018; caso foi arquivado em 2019


Notícias antigas sobre perícia independente voltaram a viralizar; MPF finalizou inquérito sobre acidente no ano seguinte, sem citar hipótese de sabotagem

Por Gabriel Belic

O que estão compartilhando: que um novo laudo aponta sabotagem no acidente que matou Eduardo Campos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. Publicações nas redes sociais replicam trecho de noticiário da SBT News, exibido no dia 7 de abril de 2018, sobre um laudo independente realizado a pedido da família do político Eduardo Campos, falecido em 2014. No entanto, as postagens omitem que a informação não é recente e que o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito sobre o acidente em 2019. Não ficou comprovada hipótese de sabotagem; a Polícia Federal (PF) acredita que pode ter havido falha de equipamento, desorientação dos pilotos ou colisão com pássaros.

Reportagem sobre novo laudo de morte de Eduardo Campos é de 2018 Foto: Arte/Estadão
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Saiba mais: Em abril de 2018, o irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, enviou um requerimento para a Polícia Federal de Santos solicitando a investigação da possibilidade de sabotagem na aeronave que caiu em agosto de 2014, matando sete pessoas ao todo, incluindo o então candidato à Presidência pelo PSB. O requerimento havia sido protocolado em um inquérito policial na Justiça Federal de São Paulo.

Ainda em 2018, Antônio pediu à Justiça que o relatório técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fosse retirado do inquérito que apurava o desastre. O laudo da Cenipa indicava falhas humanas como motivo da queda, enquanto Antônio ressaltava para a possibilidade de sabotagem.

Para sustentar as petições, Antônio anexou um parecer técnico independente elaborado pelo ex-comandante Carlos Camacho, especialista em acidentes aéreos. No laudo, Camacho indicava que a causa da queda poderia estar relacionada a um problema de aeronavegabilidade “que é comum” às aeronaves Cessna Citation, de modelos das séries 500 e 600.

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À época, Camacho disse ao Estadão que o relatório da Cenipa estava “condenado”, já que ignorava o fato de que as aeronaves desse modelo Cessna são suscetíveis à sabotagem. “Não se pode descartar nenhuma hipótese, principalmente por se tratar da morte de um homem público, forte concorrente para as eleições deste ano se estivesse vivo”, disse.

O relatório de 259 páginas da Cenipa, no entanto, atribuía a queda da aeronave a uma série de falhas humanas. Dentre elas, a falta de treinamento de Marcos Martins para pilotar o jato Cessna 560 XL, uma tentativa de pouso equivocada e a “desorientação espacial” do piloto – isto é, quando se perde a referência do avião em relação ao solo e não se sabe em qual direção se está voando.

Em agosto de 2018, a Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito sobre o acidente. “O inquérito conclui que a queda da aeronave pode ter sido causada, isolada ou cumulativamente, pelos seguintes fatores: a colisão com pássaros, gerando uma atitude radical da aeronave; a desorientação espacial por parte dos pilotos; a possibilidade de disparo de compensador de profundor (peça da aeronave responsável pela movimentação no eixo lateral); ou uma pane/travamento de profundor em posições extremas”, afirmou a PF, em nota.

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Em 2019, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito policial que apurava o desastre. Apesar das perícias e diligências realizadas pela Polícia Federal, o MPF afirmou que não foi possível determinar a causa exata da queda e definir os responsáveis por eventuais crimes cometidos. Ainda de acordo com a Procuradoria, a inoperância e a ausência de equipamentos na cabine de comando foram os principais motivos para impossibilitar a resolução do acidente.

O documento de arquivamento apontava para quatro hipóteses que poderiam explicar o acidente: a colisão com um elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor. De acordo com o MPF, as suspeitas não são necessariamente excludentes. Ainda assim, as hipóteses não foram comprovadas.

Como lidar com postagens do tipo: O conteúdo analisado resgata uma notícia verídica – porém desatualizada – sobre um desastre que culminou na morte de um presidenciável. Por isso, é importante ter cautela com esse tipo de postagem. Neste caso, uma pesquisa junto à imprensa seria eficaz para verificar os desdobramentos da investigação sobre o acidente aéreo.

O que estão compartilhando: que um novo laudo aponta sabotagem no acidente que matou Eduardo Campos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. Publicações nas redes sociais replicam trecho de noticiário da SBT News, exibido no dia 7 de abril de 2018, sobre um laudo independente realizado a pedido da família do político Eduardo Campos, falecido em 2014. No entanto, as postagens omitem que a informação não é recente e que o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito sobre o acidente em 2019. Não ficou comprovada hipótese de sabotagem; a Polícia Federal (PF) acredita que pode ter havido falha de equipamento, desorientação dos pilotos ou colisão com pássaros.

Reportagem sobre novo laudo de morte de Eduardo Campos é de 2018 Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Em abril de 2018, o irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, enviou um requerimento para a Polícia Federal de Santos solicitando a investigação da possibilidade de sabotagem na aeronave que caiu em agosto de 2014, matando sete pessoas ao todo, incluindo o então candidato à Presidência pelo PSB. O requerimento havia sido protocolado em um inquérito policial na Justiça Federal de São Paulo.

Ainda em 2018, Antônio pediu à Justiça que o relatório técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fosse retirado do inquérito que apurava o desastre. O laudo da Cenipa indicava falhas humanas como motivo da queda, enquanto Antônio ressaltava para a possibilidade de sabotagem.

Para sustentar as petições, Antônio anexou um parecer técnico independente elaborado pelo ex-comandante Carlos Camacho, especialista em acidentes aéreos. No laudo, Camacho indicava que a causa da queda poderia estar relacionada a um problema de aeronavegabilidade “que é comum” às aeronaves Cessna Citation, de modelos das séries 500 e 600.

À época, Camacho disse ao Estadão que o relatório da Cenipa estava “condenado”, já que ignorava o fato de que as aeronaves desse modelo Cessna são suscetíveis à sabotagem. “Não se pode descartar nenhuma hipótese, principalmente por se tratar da morte de um homem público, forte concorrente para as eleições deste ano se estivesse vivo”, disse.

O relatório de 259 páginas da Cenipa, no entanto, atribuía a queda da aeronave a uma série de falhas humanas. Dentre elas, a falta de treinamento de Marcos Martins para pilotar o jato Cessna 560 XL, uma tentativa de pouso equivocada e a “desorientação espacial” do piloto – isto é, quando se perde a referência do avião em relação ao solo e não se sabe em qual direção se está voando.

Em agosto de 2018, a Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito sobre o acidente. “O inquérito conclui que a queda da aeronave pode ter sido causada, isolada ou cumulativamente, pelos seguintes fatores: a colisão com pássaros, gerando uma atitude radical da aeronave; a desorientação espacial por parte dos pilotos; a possibilidade de disparo de compensador de profundor (peça da aeronave responsável pela movimentação no eixo lateral); ou uma pane/travamento de profundor em posições extremas”, afirmou a PF, em nota.

Em 2019, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito policial que apurava o desastre. Apesar das perícias e diligências realizadas pela Polícia Federal, o MPF afirmou que não foi possível determinar a causa exata da queda e definir os responsáveis por eventuais crimes cometidos. Ainda de acordo com a Procuradoria, a inoperância e a ausência de equipamentos na cabine de comando foram os principais motivos para impossibilitar a resolução do acidente.

O documento de arquivamento apontava para quatro hipóteses que poderiam explicar o acidente: a colisão com um elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor. De acordo com o MPF, as suspeitas não são necessariamente excludentes. Ainda assim, as hipóteses não foram comprovadas.

Como lidar com postagens do tipo: O conteúdo analisado resgata uma notícia verídica – porém desatualizada – sobre um desastre que culminou na morte de um presidenciável. Por isso, é importante ter cautela com esse tipo de postagem. Neste caso, uma pesquisa junto à imprensa seria eficaz para verificar os desdobramentos da investigação sobre o acidente aéreo.

O que estão compartilhando: que um novo laudo aponta sabotagem no acidente que matou Eduardo Campos.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. Publicações nas redes sociais replicam trecho de noticiário da SBT News, exibido no dia 7 de abril de 2018, sobre um laudo independente realizado a pedido da família do político Eduardo Campos, falecido em 2014. No entanto, as postagens omitem que a informação não é recente e que o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito sobre o acidente em 2019. Não ficou comprovada hipótese de sabotagem; a Polícia Federal (PF) acredita que pode ter havido falha de equipamento, desorientação dos pilotos ou colisão com pássaros.

Reportagem sobre novo laudo de morte de Eduardo Campos é de 2018 Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Em abril de 2018, o irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, enviou um requerimento para a Polícia Federal de Santos solicitando a investigação da possibilidade de sabotagem na aeronave que caiu em agosto de 2014, matando sete pessoas ao todo, incluindo o então candidato à Presidência pelo PSB. O requerimento havia sido protocolado em um inquérito policial na Justiça Federal de São Paulo.

Ainda em 2018, Antônio pediu à Justiça que o relatório técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fosse retirado do inquérito que apurava o desastre. O laudo da Cenipa indicava falhas humanas como motivo da queda, enquanto Antônio ressaltava para a possibilidade de sabotagem.

Para sustentar as petições, Antônio anexou um parecer técnico independente elaborado pelo ex-comandante Carlos Camacho, especialista em acidentes aéreos. No laudo, Camacho indicava que a causa da queda poderia estar relacionada a um problema de aeronavegabilidade “que é comum” às aeronaves Cessna Citation, de modelos das séries 500 e 600.

À época, Camacho disse ao Estadão que o relatório da Cenipa estava “condenado”, já que ignorava o fato de que as aeronaves desse modelo Cessna são suscetíveis à sabotagem. “Não se pode descartar nenhuma hipótese, principalmente por se tratar da morte de um homem público, forte concorrente para as eleições deste ano se estivesse vivo”, disse.

O relatório de 259 páginas da Cenipa, no entanto, atribuía a queda da aeronave a uma série de falhas humanas. Dentre elas, a falta de treinamento de Marcos Martins para pilotar o jato Cessna 560 XL, uma tentativa de pouso equivocada e a “desorientação espacial” do piloto – isto é, quando se perde a referência do avião em relação ao solo e não se sabe em qual direção se está voando.

Em agosto de 2018, a Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito sobre o acidente. “O inquérito conclui que a queda da aeronave pode ter sido causada, isolada ou cumulativamente, pelos seguintes fatores: a colisão com pássaros, gerando uma atitude radical da aeronave; a desorientação espacial por parte dos pilotos; a possibilidade de disparo de compensador de profundor (peça da aeronave responsável pela movimentação no eixo lateral); ou uma pane/travamento de profundor em posições extremas”, afirmou a PF, em nota.

Em 2019, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito policial que apurava o desastre. Apesar das perícias e diligências realizadas pela Polícia Federal, o MPF afirmou que não foi possível determinar a causa exata da queda e definir os responsáveis por eventuais crimes cometidos. Ainda de acordo com a Procuradoria, a inoperância e a ausência de equipamentos na cabine de comando foram os principais motivos para impossibilitar a resolução do acidente.

O documento de arquivamento apontava para quatro hipóteses que poderiam explicar o acidente: a colisão com um elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor. De acordo com o MPF, as suspeitas não são necessariamente excludentes. Ainda assim, as hipóteses não foram comprovadas.

Como lidar com postagens do tipo: O conteúdo analisado resgata uma notícia verídica – porém desatualizada – sobre um desastre que culminou na morte de um presidenciável. Por isso, é importante ter cautela com esse tipo de postagem. Neste caso, uma pesquisa junto à imprensa seria eficaz para verificar os desdobramentos da investigação sobre o acidente aéreo.

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