Entenda por que caminhoneiros reclamam sobre dificuldades com fretes de grãos


Quebras de safra e redução nos preços da soja e do milho impactam a oferta de carga; vídeo de transportador desabafando sobre a situação circula nas redes

Por Giovana Frioli
Atualização:

Circula nas redes sociais a publicação de um caminhoneiro desabafando sobre a situação dos transportadores de grãos, especialmente de soja. Em um vídeo gravado no Mato Grosso, ele diz que “não tem mais carga no Brasil” e mostra vários caminhões parados na cidade de Querência. O trabalhador acusa os “comunistas” pelos problemas e protesta contra o governo. Na realidade, o que ocorre é que o setor agrícola vem enfrentando uma queda na produção que impactou diretamente as demandas por frete.

Como publicou o Estadão, a quebra na safra de soja para o ano de 2024 foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e instituições privadas. A quebra acontece quando a produção de um cultivo agrícola fica abaixo do previsto. De acordo com os dados do IBGE, a soja brasileira deve alcançar 150 milhões de toneladas – um decréscimo de 1% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Em março, a Conab estimou que a colheita de grãos na safra 2023/2024 deve ser 7,6% inferior ao volume colhido no período interior. Segundo a companhia, as variações climáticas afetaram as regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente de soja e milho. Por consequência dos problemas na produção, o preço dos transportes e o trabalho dos caminhoneiros foi impactado negativamente.

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A Aprosoja Brasil estima uma safra de soja de 135 milhões de toneladas, um volume bem inferior ao que é projetado pela Conab.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por nota, a Conab informou que há pouca demanda por frete em algumas praças de transporte, principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, região com maior índice de produtividade. “Por conta da quebra da safra da soja, devido ao clima, e aos preços pouco atrativos em fevereiro, a comercialização teve um comportamento abaixo da média para o período, mesmo que acima do registrado em janeiro”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante dos caminhoneiros, também relatou que houve uma diminuição de trabalho para a categoria. “Essa situação se dá por uma condição de mercado, uma vez que o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e neste ano houve quebra de safra, ou seja, a colheita está muito abaixo do esperado, o que afeta diretamente a oferta de frete”.

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Preços dos grãos impactaram valores dos fretes

Um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Universidade de São Paulo (EsalqLog/USP) mostra um recuo de 15% e 20% em fevereiro no valor dos fretes rodoviários nas principais rotas de agronegócio do País. Segundo Fernando Bastiani, pesquisador do grupo, dois fatores foram responsáveis pelo impacto nos transportes: a diminuição do volume da colheita e a queda nas cotações dos grãos desde o ano passado: a quebra de safra e a redução dos preços internacionais da soja.

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“A própria quebra de safra foi um dos motivos para o menor valor dos fretes. O Mato Grosso, por exemplo, tem uma quebra bem expressiva em cerca de 20%, o que reflete na menor demanda por transporte neste período de colheita nas fazendas. O outro ponto é a questão da comercialização, principalmente para exportação. Foi observada uma redução drástica nos preços internacionais da soja nos últimos meses, isso faz com que o produtor e as próprias tradings [negociação] segurem a venda do produto para tentar preços menores no futuro”, explicou Bastiani.

O preço dos fretes foram menores, comparado ao início do ano passado, nas regiões com maior produção de grãos do Brasil. Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

Entidades pedem ajuda do governo para produtores

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Como publicou o Estadão, apesar da quebra na safra de 2023/2024 não estar oficialmente estabelecida, os produtores rurais já sabem que terão prejuízos. Para mitigar os efeitos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño, com a intensificação da seca e chuvas extremas em algumas regiões.

As solicitações ao governo também foram feitas pela Aprosoja Brasil, que apresentou a necessidade de prorrogação das dívidas de financiamento agrícola frente aos problemas na colheita do grão. Na última quarta-feira, 20, foi realizada uma reunião da entidade com o Ministério da Agricultura e a expectativa é que o conjunto de ações seja anunciado nos próximos dias.

No início do mês, o Ministério da Fazenda disse que a solução do governo é analisar pontualmente as regiões onde houve perda nas lavouras para conseguir prorrogar as dívidas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou que uma linha de crédito emergencial deve ser anunciada para soja, milho e pecuária de corte e bovina, que foram as áreas mais afetadas por clima e preços.

Circula nas redes sociais a publicação de um caminhoneiro desabafando sobre a situação dos transportadores de grãos, especialmente de soja. Em um vídeo gravado no Mato Grosso, ele diz que “não tem mais carga no Brasil” e mostra vários caminhões parados na cidade de Querência. O trabalhador acusa os “comunistas” pelos problemas e protesta contra o governo. Na realidade, o que ocorre é que o setor agrícola vem enfrentando uma queda na produção que impactou diretamente as demandas por frete.

Como publicou o Estadão, a quebra na safra de soja para o ano de 2024 foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e instituições privadas. A quebra acontece quando a produção de um cultivo agrícola fica abaixo do previsto. De acordo com os dados do IBGE, a soja brasileira deve alcançar 150 milhões de toneladas – um decréscimo de 1% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Em março, a Conab estimou que a colheita de grãos na safra 2023/2024 deve ser 7,6% inferior ao volume colhido no período interior. Segundo a companhia, as variações climáticas afetaram as regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente de soja e milho. Por consequência dos problemas na produção, o preço dos transportes e o trabalho dos caminhoneiros foi impactado negativamente.

A Aprosoja Brasil estima uma safra de soja de 135 milhões de toneladas, um volume bem inferior ao que é projetado pela Conab.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por nota, a Conab informou que há pouca demanda por frete em algumas praças de transporte, principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, região com maior índice de produtividade. “Por conta da quebra da safra da soja, devido ao clima, e aos preços pouco atrativos em fevereiro, a comercialização teve um comportamento abaixo da média para o período, mesmo que acima do registrado em janeiro”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante dos caminhoneiros, também relatou que houve uma diminuição de trabalho para a categoria. “Essa situação se dá por uma condição de mercado, uma vez que o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e neste ano houve quebra de safra, ou seja, a colheita está muito abaixo do esperado, o que afeta diretamente a oferta de frete”.

Preços dos grãos impactaram valores dos fretes

Um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Universidade de São Paulo (EsalqLog/USP) mostra um recuo de 15% e 20% em fevereiro no valor dos fretes rodoviários nas principais rotas de agronegócio do País. Segundo Fernando Bastiani, pesquisador do grupo, dois fatores foram responsáveis pelo impacto nos transportes: a diminuição do volume da colheita e a queda nas cotações dos grãos desde o ano passado: a quebra de safra e a redução dos preços internacionais da soja.

“A própria quebra de safra foi um dos motivos para o menor valor dos fretes. O Mato Grosso, por exemplo, tem uma quebra bem expressiva em cerca de 20%, o que reflete na menor demanda por transporte neste período de colheita nas fazendas. O outro ponto é a questão da comercialização, principalmente para exportação. Foi observada uma redução drástica nos preços internacionais da soja nos últimos meses, isso faz com que o produtor e as próprias tradings [negociação] segurem a venda do produto para tentar preços menores no futuro”, explicou Bastiani.

O preço dos fretes foram menores, comparado ao início do ano passado, nas regiões com maior produção de grãos do Brasil. Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

Entidades pedem ajuda do governo para produtores

Como publicou o Estadão, apesar da quebra na safra de 2023/2024 não estar oficialmente estabelecida, os produtores rurais já sabem que terão prejuízos. Para mitigar os efeitos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño, com a intensificação da seca e chuvas extremas em algumas regiões.

As solicitações ao governo também foram feitas pela Aprosoja Brasil, que apresentou a necessidade de prorrogação das dívidas de financiamento agrícola frente aos problemas na colheita do grão. Na última quarta-feira, 20, foi realizada uma reunião da entidade com o Ministério da Agricultura e a expectativa é que o conjunto de ações seja anunciado nos próximos dias.

No início do mês, o Ministério da Fazenda disse que a solução do governo é analisar pontualmente as regiões onde houve perda nas lavouras para conseguir prorrogar as dívidas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou que uma linha de crédito emergencial deve ser anunciada para soja, milho e pecuária de corte e bovina, que foram as áreas mais afetadas por clima e preços.

Circula nas redes sociais a publicação de um caminhoneiro desabafando sobre a situação dos transportadores de grãos, especialmente de soja. Em um vídeo gravado no Mato Grosso, ele diz que “não tem mais carga no Brasil” e mostra vários caminhões parados na cidade de Querência. O trabalhador acusa os “comunistas” pelos problemas e protesta contra o governo. Na realidade, o que ocorre é que o setor agrícola vem enfrentando uma queda na produção que impactou diretamente as demandas por frete.

Como publicou o Estadão, a quebra na safra de soja para o ano de 2024 foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e instituições privadas. A quebra acontece quando a produção de um cultivo agrícola fica abaixo do previsto. De acordo com os dados do IBGE, a soja brasileira deve alcançar 150 milhões de toneladas – um decréscimo de 1% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Em março, a Conab estimou que a colheita de grãos na safra 2023/2024 deve ser 7,6% inferior ao volume colhido no período interior. Segundo a companhia, as variações climáticas afetaram as regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente de soja e milho. Por consequência dos problemas na produção, o preço dos transportes e o trabalho dos caminhoneiros foi impactado negativamente.

A Aprosoja Brasil estima uma safra de soja de 135 milhões de toneladas, um volume bem inferior ao que é projetado pela Conab.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por nota, a Conab informou que há pouca demanda por frete em algumas praças de transporte, principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, região com maior índice de produtividade. “Por conta da quebra da safra da soja, devido ao clima, e aos preços pouco atrativos em fevereiro, a comercialização teve um comportamento abaixo da média para o período, mesmo que acima do registrado em janeiro”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante dos caminhoneiros, também relatou que houve uma diminuição de trabalho para a categoria. “Essa situação se dá por uma condição de mercado, uma vez que o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e neste ano houve quebra de safra, ou seja, a colheita está muito abaixo do esperado, o que afeta diretamente a oferta de frete”.

Preços dos grãos impactaram valores dos fretes

Um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Universidade de São Paulo (EsalqLog/USP) mostra um recuo de 15% e 20% em fevereiro no valor dos fretes rodoviários nas principais rotas de agronegócio do País. Segundo Fernando Bastiani, pesquisador do grupo, dois fatores foram responsáveis pelo impacto nos transportes: a diminuição do volume da colheita e a queda nas cotações dos grãos desde o ano passado: a quebra de safra e a redução dos preços internacionais da soja.

“A própria quebra de safra foi um dos motivos para o menor valor dos fretes. O Mato Grosso, por exemplo, tem uma quebra bem expressiva em cerca de 20%, o que reflete na menor demanda por transporte neste período de colheita nas fazendas. O outro ponto é a questão da comercialização, principalmente para exportação. Foi observada uma redução drástica nos preços internacionais da soja nos últimos meses, isso faz com que o produtor e as próprias tradings [negociação] segurem a venda do produto para tentar preços menores no futuro”, explicou Bastiani.

O preço dos fretes foram menores, comparado ao início do ano passado, nas regiões com maior produção de grãos do Brasil. Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

Entidades pedem ajuda do governo para produtores

Como publicou o Estadão, apesar da quebra na safra de 2023/2024 não estar oficialmente estabelecida, os produtores rurais já sabem que terão prejuízos. Para mitigar os efeitos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño, com a intensificação da seca e chuvas extremas em algumas regiões.

As solicitações ao governo também foram feitas pela Aprosoja Brasil, que apresentou a necessidade de prorrogação das dívidas de financiamento agrícola frente aos problemas na colheita do grão. Na última quarta-feira, 20, foi realizada uma reunião da entidade com o Ministério da Agricultura e a expectativa é que o conjunto de ações seja anunciado nos próximos dias.

No início do mês, o Ministério da Fazenda disse que a solução do governo é analisar pontualmente as regiões onde houve perda nas lavouras para conseguir prorrogar as dívidas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou que uma linha de crédito emergencial deve ser anunciada para soja, milho e pecuária de corte e bovina, que foram as áreas mais afetadas por clima e preços.

Circula nas redes sociais a publicação de um caminhoneiro desabafando sobre a situação dos transportadores de grãos, especialmente de soja. Em um vídeo gravado no Mato Grosso, ele diz que “não tem mais carga no Brasil” e mostra vários caminhões parados na cidade de Querência. O trabalhador acusa os “comunistas” pelos problemas e protesta contra o governo. Na realidade, o que ocorre é que o setor agrícola vem enfrentando uma queda na produção que impactou diretamente as demandas por frete.

Como publicou o Estadão, a quebra na safra de soja para o ano de 2024 foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e instituições privadas. A quebra acontece quando a produção de um cultivo agrícola fica abaixo do previsto. De acordo com os dados do IBGE, a soja brasileira deve alcançar 150 milhões de toneladas – um decréscimo de 1% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Em março, a Conab estimou que a colheita de grãos na safra 2023/2024 deve ser 7,6% inferior ao volume colhido no período interior. Segundo a companhia, as variações climáticas afetaram as regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente de soja e milho. Por consequência dos problemas na produção, o preço dos transportes e o trabalho dos caminhoneiros foi impactado negativamente.

A Aprosoja Brasil estima uma safra de soja de 135 milhões de toneladas, um volume bem inferior ao que é projetado pela Conab.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por nota, a Conab informou que há pouca demanda por frete em algumas praças de transporte, principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, região com maior índice de produtividade. “Por conta da quebra da safra da soja, devido ao clima, e aos preços pouco atrativos em fevereiro, a comercialização teve um comportamento abaixo da média para o período, mesmo que acima do registrado em janeiro”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante dos caminhoneiros, também relatou que houve uma diminuição de trabalho para a categoria. “Essa situação se dá por uma condição de mercado, uma vez que o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e neste ano houve quebra de safra, ou seja, a colheita está muito abaixo do esperado, o que afeta diretamente a oferta de frete”.

Preços dos grãos impactaram valores dos fretes

Um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Universidade de São Paulo (EsalqLog/USP) mostra um recuo de 15% e 20% em fevereiro no valor dos fretes rodoviários nas principais rotas de agronegócio do País. Segundo Fernando Bastiani, pesquisador do grupo, dois fatores foram responsáveis pelo impacto nos transportes: a diminuição do volume da colheita e a queda nas cotações dos grãos desde o ano passado: a quebra de safra e a redução dos preços internacionais da soja.

“A própria quebra de safra foi um dos motivos para o menor valor dos fretes. O Mato Grosso, por exemplo, tem uma quebra bem expressiva em cerca de 20%, o que reflete na menor demanda por transporte neste período de colheita nas fazendas. O outro ponto é a questão da comercialização, principalmente para exportação. Foi observada uma redução drástica nos preços internacionais da soja nos últimos meses, isso faz com que o produtor e as próprias tradings [negociação] segurem a venda do produto para tentar preços menores no futuro”, explicou Bastiani.

O preço dos fretes foram menores, comparado ao início do ano passado, nas regiões com maior produção de grãos do Brasil. Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

Entidades pedem ajuda do governo para produtores

Como publicou o Estadão, apesar da quebra na safra de 2023/2024 não estar oficialmente estabelecida, os produtores rurais já sabem que terão prejuízos. Para mitigar os efeitos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño, com a intensificação da seca e chuvas extremas em algumas regiões.

As solicitações ao governo também foram feitas pela Aprosoja Brasil, que apresentou a necessidade de prorrogação das dívidas de financiamento agrícola frente aos problemas na colheita do grão. Na última quarta-feira, 20, foi realizada uma reunião da entidade com o Ministério da Agricultura e a expectativa é que o conjunto de ações seja anunciado nos próximos dias.

No início do mês, o Ministério da Fazenda disse que a solução do governo é analisar pontualmente as regiões onde houve perda nas lavouras para conseguir prorrogar as dívidas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou que uma linha de crédito emergencial deve ser anunciada para soja, milho e pecuária de corte e bovina, que foram as áreas mais afetadas por clima e preços.

Circula nas redes sociais a publicação de um caminhoneiro desabafando sobre a situação dos transportadores de grãos, especialmente de soja. Em um vídeo gravado no Mato Grosso, ele diz que “não tem mais carga no Brasil” e mostra vários caminhões parados na cidade de Querência. O trabalhador acusa os “comunistas” pelos problemas e protesta contra o governo. Na realidade, o que ocorre é que o setor agrícola vem enfrentando uma queda na produção que impactou diretamente as demandas por frete.

Como publicou o Estadão, a quebra na safra de soja para o ano de 2024 foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e instituições privadas. A quebra acontece quando a produção de um cultivo agrícola fica abaixo do previsto. De acordo com os dados do IBGE, a soja brasileira deve alcançar 150 milhões de toneladas – um decréscimo de 1% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Em março, a Conab estimou que a colheita de grãos na safra 2023/2024 deve ser 7,6% inferior ao volume colhido no período interior. Segundo a companhia, as variações climáticas afetaram as regiões produtoras, como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente de soja e milho. Por consequência dos problemas na produção, o preço dos transportes e o trabalho dos caminhoneiros foi impactado negativamente.

A Aprosoja Brasil estima uma safra de soja de 135 milhões de toneladas, um volume bem inferior ao que é projetado pela Conab.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Por nota, a Conab informou que há pouca demanda por frete em algumas praças de transporte, principalmente no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, região com maior índice de produtividade. “Por conta da quebra da safra da soja, devido ao clima, e aos preços pouco atrativos em fevereiro, a comercialização teve um comportamento abaixo da média para o período, mesmo que acima do registrado em janeiro”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante dos caminhoneiros, também relatou que houve uma diminuição de trabalho para a categoria. “Essa situação se dá por uma condição de mercado, uma vez que o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e neste ano houve quebra de safra, ou seja, a colheita está muito abaixo do esperado, o que afeta diretamente a oferta de frete”.

Preços dos grãos impactaram valores dos fretes

Um levantamento feito pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística da Universidade de São Paulo (EsalqLog/USP) mostra um recuo de 15% e 20% em fevereiro no valor dos fretes rodoviários nas principais rotas de agronegócio do País. Segundo Fernando Bastiani, pesquisador do grupo, dois fatores foram responsáveis pelo impacto nos transportes: a diminuição do volume da colheita e a queda nas cotações dos grãos desde o ano passado: a quebra de safra e a redução dos preços internacionais da soja.

“A própria quebra de safra foi um dos motivos para o menor valor dos fretes. O Mato Grosso, por exemplo, tem uma quebra bem expressiva em cerca de 20%, o que reflete na menor demanda por transporte neste período de colheita nas fazendas. O outro ponto é a questão da comercialização, principalmente para exportação. Foi observada uma redução drástica nos preços internacionais da soja nos últimos meses, isso faz com que o produtor e as próprias tradings [negociação] segurem a venda do produto para tentar preços menores no futuro”, explicou Bastiani.

O preço dos fretes foram menores, comparado ao início do ano passado, nas regiões com maior produção de grãos do Brasil. Foto: Jonne Roriz/AE - 11/1/2008

Entidades pedem ajuda do governo para produtores

Como publicou o Estadão, apesar da quebra na safra de 2023/2024 não estar oficialmente estabelecida, os produtores rurais já sabem que terão prejuízos. Para mitigar os efeitos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao Ministério da Agricultura a adoção de medidas emergenciais de apoio aos produtores rurais afetados pelo fenômeno climático El Niño, com a intensificação da seca e chuvas extremas em algumas regiões.

As solicitações ao governo também foram feitas pela Aprosoja Brasil, que apresentou a necessidade de prorrogação das dívidas de financiamento agrícola frente aos problemas na colheita do grão. Na última quarta-feira, 20, foi realizada uma reunião da entidade com o Ministério da Agricultura e a expectativa é que o conjunto de ações seja anunciado nos próximos dias.

No início do mês, o Ministério da Fazenda disse que a solução do governo é analisar pontualmente as regiões onde houve perda nas lavouras para conseguir prorrogar as dívidas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou que uma linha de crédito emergencial deve ser anunciada para soja, milho e pecuária de corte e bovina, que foram as áreas mais afetadas por clima e preços.

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