Postagem engana ao comparar resultados de estatais diferentes sob Lula e Bolsonaro


Déficit de 2024 não considera Petrobras e Eletrobras, nem as instituições financeiras; lucro de 2021 é soma do resultado de todas as estatais federais

Por Paula Bulka Durães

O que estão compartilhando: gráfico que compara lucro recorde das estatais em 2021, de R$ 188 bilhões, no governo de Jair Bolsonaro (PL), com déficit recorde em 2024, de janeiro a agosto, de R$ 7,2 bilhões, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso porque os números destacados se referem a estatais diferentes. O déficit considera o resultado das estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais. Estão excluídas da conta a Petrobras e a Eletrobras, que foi privatizada recentemente. O lucro recorde, por outro lado, considera também a Petrobras – a petrolífera foi responsável por 57% do resultado positivo em 2021. Além disso, foi contabilizado o lucro apenas das estatais federais, sem contar as estaduais e municipais.

Comparação entre déficit das estatais no governo Lula e lucro na gestão Bolsonaro é enganosa; entenda o porquê. Foto: Reprodução/TikTok Foto: Redação
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Saiba mais: Um vídeo no TikTok divulga um gráfico sobre “recorde com estatais”. São exibidos os rostos dos dois presidentes, um em cada lado, e os dizeres “governo do ‘ódio’”, se referindo a Bolsonaro, e “governo do ‘povo’”, para Lula. Na parte do petista, além da informação de que foi registrado déficit, há ênfase no selo “segue caindo”. Embaixo, aparecem a data e os portais de notícia que teriam divulgado as informações.

De fato, tanto a reportagem publicada em novembro de 2021, pelo site Poder 360, quanto a publicada em outubro de 2024, pelo site revista Oeste, são verídicas, e divulgam os resultados das estatais. O que torna a comparação feita no gráfico inválida é justamente quais empresas foram consideradas para a métrica.

Em nota ao Verifica, o Banco Central confirmou que, no resultado deficitário, foi considerada uma parcela diferente de estatais. A reportagem também consultou dois especialistas em Economia que explicaram que, para traçar um comparativo mais justo, é importante considerar o contexto econômico do País e as diferenças de visão para as estatais nas duas gestões, de Lula e Bolsonaro.

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Em 2021, havia uma intenção preliminar do Ministério da Fazenda, comandado por Paulo Guedes, em privatizar as estatais. Logo, resultados positivos eram essenciais para as empresas sob o guarda-chuva do governo federal, como afirma o professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

“A comparação não é válida porque uma gestão que quer privatizar, vai fazer com que as empresas lucrem e se tornem mais atrativas para venda”, explicou. “O governo que não está interessado nisso, quer mostrar que as estatais são importantes para a economia, então tendem a gastar mais. Apesar disso, R$ 7,2 bilhões, em oito meses apenas, é um déficit alto”.

Para o professor de finanças Pierre Oberson de Souza, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o post faz uma comparação enviesada, apesar de os dados estarem corretos. “Não são dados falsos, mas o problema é comparar, lado a lado, esses números”, indicou. “Em 2021, os resultados tinham muito a ver com a questão do petróleo e a política de preços da Petrobras. Hoje temos juros mais altos, então a capacidade de investimento diminui, o que faz com que o governo tire dinheiro do Tesouro para cobrir o rombo nas estatais consideradas na métrica de 2024″.

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O que indicam os resultados das estatais sob Lula e Bolsonaro

Na notícia do Poder 360, foi apresentado o recorde no resultado líquido das estatais federais em 2021, que chegou à casa dos R$ 187,7 bilhões. O relatório, divulgado pelo Ministério da Economia, aponta que este foi o lucro mais alto desde 2008, composto 98% pelos grupos Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Eletrobras.

Um comparativo mais justo pode ser feito com o relatório agregado de 2023, primeiro e único até o momento do governo Lula. O resultado líquido foi superior ao de 2021: chegou a 197,9 bilhões. Porém, houve diminuição de 28% em comparação ao lucro de 2022, da gestão Bolsonaro, de R$ 274,9 bilhões. A justificativa para o resultado inferior, segundo análise do documento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, se deve à queda na cotação do petróleo mundial.

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Em 2024, o site Oeste divulgou o déficit de R$ 7,2 bilhões das estatais não-financeiras, federais, estaduais e municipais. Esse cálculo não tem participação da Eletrobras e Petrobras, responsáveis, anualmente, por uma fatia considerável dos lucros. O mesmo período, em 2021, marcou um superávit de R$ 2,6 bilhões nas empresas estatais.

Partindo só do déficit das estatais federais em 2024, o prejuízo é menor – de R$ 3,37 bilhões. Estes dados foram lançados nas estatísticas fiscais do Banco Central, em setembro, e consideram o acumulado de janeiro a agosto.

O que estão compartilhando: gráfico que compara lucro recorde das estatais em 2021, de R$ 188 bilhões, no governo de Jair Bolsonaro (PL), com déficit recorde em 2024, de janeiro a agosto, de R$ 7,2 bilhões, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso porque os números destacados se referem a estatais diferentes. O déficit considera o resultado das estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais. Estão excluídas da conta a Petrobras e a Eletrobras, que foi privatizada recentemente. O lucro recorde, por outro lado, considera também a Petrobras – a petrolífera foi responsável por 57% do resultado positivo em 2021. Além disso, foi contabilizado o lucro apenas das estatais federais, sem contar as estaduais e municipais.

Comparação entre déficit das estatais no governo Lula e lucro na gestão Bolsonaro é enganosa; entenda o porquê. Foto: Reprodução/TikTok Foto: Redação

Saiba mais: Um vídeo no TikTok divulga um gráfico sobre “recorde com estatais”. São exibidos os rostos dos dois presidentes, um em cada lado, e os dizeres “governo do ‘ódio’”, se referindo a Bolsonaro, e “governo do ‘povo’”, para Lula. Na parte do petista, além da informação de que foi registrado déficit, há ênfase no selo “segue caindo”. Embaixo, aparecem a data e os portais de notícia que teriam divulgado as informações.

De fato, tanto a reportagem publicada em novembro de 2021, pelo site Poder 360, quanto a publicada em outubro de 2024, pelo site revista Oeste, são verídicas, e divulgam os resultados das estatais. O que torna a comparação feita no gráfico inválida é justamente quais empresas foram consideradas para a métrica.

Em nota ao Verifica, o Banco Central confirmou que, no resultado deficitário, foi considerada uma parcela diferente de estatais. A reportagem também consultou dois especialistas em Economia que explicaram que, para traçar um comparativo mais justo, é importante considerar o contexto econômico do País e as diferenças de visão para as estatais nas duas gestões, de Lula e Bolsonaro.

Em 2021, havia uma intenção preliminar do Ministério da Fazenda, comandado por Paulo Guedes, em privatizar as estatais. Logo, resultados positivos eram essenciais para as empresas sob o guarda-chuva do governo federal, como afirma o professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

“A comparação não é válida porque uma gestão que quer privatizar, vai fazer com que as empresas lucrem e se tornem mais atrativas para venda”, explicou. “O governo que não está interessado nisso, quer mostrar que as estatais são importantes para a economia, então tendem a gastar mais. Apesar disso, R$ 7,2 bilhões, em oito meses apenas, é um déficit alto”.

Para o professor de finanças Pierre Oberson de Souza, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o post faz uma comparação enviesada, apesar de os dados estarem corretos. “Não são dados falsos, mas o problema é comparar, lado a lado, esses números”, indicou. “Em 2021, os resultados tinham muito a ver com a questão do petróleo e a política de preços da Petrobras. Hoje temos juros mais altos, então a capacidade de investimento diminui, o que faz com que o governo tire dinheiro do Tesouro para cobrir o rombo nas estatais consideradas na métrica de 2024″.

O que indicam os resultados das estatais sob Lula e Bolsonaro

Na notícia do Poder 360, foi apresentado o recorde no resultado líquido das estatais federais em 2021, que chegou à casa dos R$ 187,7 bilhões. O relatório, divulgado pelo Ministério da Economia, aponta que este foi o lucro mais alto desde 2008, composto 98% pelos grupos Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Eletrobras.

Um comparativo mais justo pode ser feito com o relatório agregado de 2023, primeiro e único até o momento do governo Lula. O resultado líquido foi superior ao de 2021: chegou a 197,9 bilhões. Porém, houve diminuição de 28% em comparação ao lucro de 2022, da gestão Bolsonaro, de R$ 274,9 bilhões. A justificativa para o resultado inferior, segundo análise do documento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, se deve à queda na cotação do petróleo mundial.

Em 2024, o site Oeste divulgou o déficit de R$ 7,2 bilhões das estatais não-financeiras, federais, estaduais e municipais. Esse cálculo não tem participação da Eletrobras e Petrobras, responsáveis, anualmente, por uma fatia considerável dos lucros. O mesmo período, em 2021, marcou um superávit de R$ 2,6 bilhões nas empresas estatais.

Partindo só do déficit das estatais federais em 2024, o prejuízo é menor – de R$ 3,37 bilhões. Estes dados foram lançados nas estatísticas fiscais do Banco Central, em setembro, e consideram o acumulado de janeiro a agosto.

O que estão compartilhando: gráfico que compara lucro recorde das estatais em 2021, de R$ 188 bilhões, no governo de Jair Bolsonaro (PL), com déficit recorde em 2024, de janeiro a agosto, de R$ 7,2 bilhões, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso porque os números destacados se referem a estatais diferentes. O déficit considera o resultado das estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais. Estão excluídas da conta a Petrobras e a Eletrobras, que foi privatizada recentemente. O lucro recorde, por outro lado, considera também a Petrobras – a petrolífera foi responsável por 57% do resultado positivo em 2021. Além disso, foi contabilizado o lucro apenas das estatais federais, sem contar as estaduais e municipais.

Comparação entre déficit das estatais no governo Lula e lucro na gestão Bolsonaro é enganosa; entenda o porquê. Foto: Reprodução/TikTok Foto: Redação

Saiba mais: Um vídeo no TikTok divulga um gráfico sobre “recorde com estatais”. São exibidos os rostos dos dois presidentes, um em cada lado, e os dizeres “governo do ‘ódio’”, se referindo a Bolsonaro, e “governo do ‘povo’”, para Lula. Na parte do petista, além da informação de que foi registrado déficit, há ênfase no selo “segue caindo”. Embaixo, aparecem a data e os portais de notícia que teriam divulgado as informações.

De fato, tanto a reportagem publicada em novembro de 2021, pelo site Poder 360, quanto a publicada em outubro de 2024, pelo site revista Oeste, são verídicas, e divulgam os resultados das estatais. O que torna a comparação feita no gráfico inválida é justamente quais empresas foram consideradas para a métrica.

Em nota ao Verifica, o Banco Central confirmou que, no resultado deficitário, foi considerada uma parcela diferente de estatais. A reportagem também consultou dois especialistas em Economia que explicaram que, para traçar um comparativo mais justo, é importante considerar o contexto econômico do País e as diferenças de visão para as estatais nas duas gestões, de Lula e Bolsonaro.

Em 2021, havia uma intenção preliminar do Ministério da Fazenda, comandado por Paulo Guedes, em privatizar as estatais. Logo, resultados positivos eram essenciais para as empresas sob o guarda-chuva do governo federal, como afirma o professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

“A comparação não é válida porque uma gestão que quer privatizar, vai fazer com que as empresas lucrem e se tornem mais atrativas para venda”, explicou. “O governo que não está interessado nisso, quer mostrar que as estatais são importantes para a economia, então tendem a gastar mais. Apesar disso, R$ 7,2 bilhões, em oito meses apenas, é um déficit alto”.

Para o professor de finanças Pierre Oberson de Souza, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o post faz uma comparação enviesada, apesar de os dados estarem corretos. “Não são dados falsos, mas o problema é comparar, lado a lado, esses números”, indicou. “Em 2021, os resultados tinham muito a ver com a questão do petróleo e a política de preços da Petrobras. Hoje temos juros mais altos, então a capacidade de investimento diminui, o que faz com que o governo tire dinheiro do Tesouro para cobrir o rombo nas estatais consideradas na métrica de 2024″.

O que indicam os resultados das estatais sob Lula e Bolsonaro

Na notícia do Poder 360, foi apresentado o recorde no resultado líquido das estatais federais em 2021, que chegou à casa dos R$ 187,7 bilhões. O relatório, divulgado pelo Ministério da Economia, aponta que este foi o lucro mais alto desde 2008, composto 98% pelos grupos Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Eletrobras.

Um comparativo mais justo pode ser feito com o relatório agregado de 2023, primeiro e único até o momento do governo Lula. O resultado líquido foi superior ao de 2021: chegou a 197,9 bilhões. Porém, houve diminuição de 28% em comparação ao lucro de 2022, da gestão Bolsonaro, de R$ 274,9 bilhões. A justificativa para o resultado inferior, segundo análise do documento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, se deve à queda na cotação do petróleo mundial.

Em 2024, o site Oeste divulgou o déficit de R$ 7,2 bilhões das estatais não-financeiras, federais, estaduais e municipais. Esse cálculo não tem participação da Eletrobras e Petrobras, responsáveis, anualmente, por uma fatia considerável dos lucros. O mesmo período, em 2021, marcou um superávit de R$ 2,6 bilhões nas empresas estatais.

Partindo só do déficit das estatais federais em 2024, o prejuízo é menor – de R$ 3,37 bilhões. Estes dados foram lançados nas estatísticas fiscais do Banco Central, em setembro, e consideram o acumulado de janeiro a agosto.

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