O que estão compartilhando: vídeo afirma que o empresário Elon Musk deu prazo de 72 horas para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes renunciar. Caso contrário, todas as empresas aéreas do Brasil vão parar, sem satélites ou GPS.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Musk tenha ameaçado interromper a aviação no Brasil. O empresário sequer teria esse poder. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), organização da Força Aérea Brasileira (FAB) que provê serviços de navegação aérea no País, informou não ter contrato com a Starlink para Sistema de Posicionamento Global (GPS). A Starlink é a divisão da SpaceX, empresa de Musk, que fornece serviços via satélite, como internet.
Saiba mais: As peças com a alegação falsa começaram a circular após Musk ameaçar apreender ativos do governo brasileiro em resposta ao bloqueio do X (antigo Twitter) e de contas da Starlink. Como noticiou o Estadão, a ameaça foi publicada no X na segunda-feira, 2. O bilionário postou também um vídeo da rede americana CNN, que mostra a apreensão feita pelo governo dos Estados Unidos do avião do ditador venezuelano Nicolás Maduro na República Dominicana. “Espero que Lula goste de voar em avião comercial”, comentou o empresário na postagem.
Mas não cabe a Musk tomar uma decisão nesse sentido. A apreensão da aeronave de Maduro se deu por violação de sanções impostas pelos Estados Unidos ao ditador. Conforme o Departamento de Justiça norte-americano, o avião foi contrabandeado para fora dos Estados Unidos para ser usado por Maduro, contornando uma ordem executiva que proíbe americanos de fazer transações comerciais com a ditadura venezuelana. Os Estados Unidos não possuem sanções dessa natureza contra o Brasil.
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Em abril, Musk afirmou no X que Alexandre deveria “renunciar ou sofrer um impeachment”, mas na ocasião o uso da plataforma não estava bloqueado no País. Naquele momento, Moraes havia determinado que contas investigadas no âmbito das investigações sobre milícias digitais e no inquérito das fake news fossem desativadas.
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