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Imagens oficiais do governo do Pará foram tiradas de contexto por publicações no Facebook para atacar a política de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus do governador Helder Barbalho (MDB). O boato afirma que o chefe do Executivo estadual estaria escondendo os remédios em um galpão para não distribuí-los aos pacientes com covid-19.
A imagem dos medicamentos armazenados em um galpão foram publicadas pelo próprio governador em sua conta oficial no Twitter em 7 de abril. "Hoje começam a ser distribuídos, para hospitais com capacidade de atender pacientes de covid-19 na rede pública e privada, 74,9 mil comprimidos de azitromicina (500mg) e 90,7 mil comprimidos de hidroxicloroquina (400mg)", escreveu Barbalho, que disse também que a droga seria utilizada "em nível hospitalar mediante prescrição médica".
Em sua página oficial no Instagram, a Secretaria de Estado de Saúde Pública informou que os "todos os hospitais que solicitaram os medicamentos foram atendidos tanto da rede pública como da rede privada". A Secretaria informou, ainda, que a falta dos medicamentos na rede farmacêutica comercial é "reflexo da falta dos produtos no mercado nacional" e que o Estado "não tem gerência sobre as redes farmacêuticas".
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A hidroxicloroquina é um antimalárico autorizado pelo Ministério da Saúde como terapia paralela ao tratamento dos infectados pelo novo coronavírus. Ela se tornou pivô da disputa ideológica no âmbito da pandemia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende a ampla disponibilização do medicamento no tratamento dos doentes, embora autoridades da Saúde e pesquisadores afirmem que não há estudos suficientes sobre sua eficácia e segurança no tratamento dos pacientes.
Já a azitromicina é um antibiótico usado como terapia de suporte no tratamento de pessoas infectadas com a Covid-19.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
Versão em espanhol
Texto traduzido pelo LatamChequea, grupo colaborativo que reúne dezenas de fact-checkers da América Latina no combate à desinformação relacionada ao novo coronavírus.
Foto de galpón con remedios fue sacada de contexto para criticar el combate a la Covid-19 en Pará
ABRIL 30, 2020
Imágenes oficiales del gobierno de Pará fueron sacadas de contexto por publicaciones en Facebook con el fin de atacar la política que lleva adelante el gobernador Helder Barbalho (MDB) para enfrentar la pandemia del nuevo coronavirus. El rumor afirma que el jefe del Ejecutivo estadual estaría escondiendo los remedios en un galpón para no distribuirlos a los pacientes con Covid-19.
El gobernador Helder Barbalho (MDB) compartió una imagen de los medicamentos almacenados en un galpón para anunciar su distribución en hospitales. Foto: Reprodução
El propio gobernador publicó la imagen de los medicamentos almacenados en un galpón en su cuenta en Twitter, el 7 de abril. "Hoy comienzan a distribuirse en hospitales con capacidad para atender a pacientes de Covid-19 en la red pública y privada: 74.900 comprimidos de azitromicina (500mg) y 90.700 comprimidos de hidroxicloroquina (400mg)", escribió Barbalho, quien también dijo que la droga sería utilizada "en el ámbito hospitalario mediante prescripción médica".
Hoy comienzan a distribuirse en hospitales con capacidad para atender a pacientes de Covid-19 en la red pública y privada: 74.900 comprimidos de azitromicina (500mg) y 90.700 comprimidos de hidroxicloroquina (400mg)pic.twitter.com/LG2cAJhZcY
-- Helder Barbalho (@helderbarbalho)
En su página oficial en Instagram, la Secretaría de Estado de Salud Pública informó que "se atendió a todos los hospitales que solicitaron los medicamentos, tanto en la red pública como en la privada". La Secretaría informó además que la falta de medicamentos en la red farmacéutica comercial es "reflejo de la falta de los productos en el mercado nacional", y que el Estado "no tiene control sobre las redes farmacéuticas".
La hidroxicloroquina es un antimalárico autorizado por el Ministerio de Salud como terapia paralela al tratamiento de los infectados por el nuevo coronavirus. El medicamento se convirtió en el principal agente de la disputa ideológica en el ámbito de la pandemia. El presidente Jair Bolsonaro (sin partido) defiende la amplia disponibilidad del medicamento para el tratamiento de los enfermos, aunque autoridades de la Salud e investigadores afirmen que no hay estudios suficientes sobre su eficacia y seguridad.
En cambio, la azitromicina es un antibiótico usado como terapia de soporte en el tratamiento de personas infectadas con el Covid-19.