É falso que foto mostre encontro de Lula com o Hamas


Registro foi feito em Porto Alegre, em 2022, com representantes de organização de palestinos no Brasil

Por Jean Araújo e Pedro Prata
Atualização:

O que estão compartilhando: foto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa ao lado de três homens e segura uma camiseta da Palestina. A legenda diz que o presidente estaria “confraternizando com os terroristas do Hamas”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto foi tirada em Porto Alegre, em junho de 2022, durante encontro de integrantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com o então presidenciável. A entidade reúne associações de imigrantes, refugiados e descendentes de palestinos no Brasil.

Foto mostra Lula com imigrantes palestinos no Brasil; sentido original foi tirado de contexto Foto: Reprodução/Fepal
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Saiba mais: o Estadão Verifica fez uma busca reversa na foto para identificar seu contexto original. Essa ferramenta permite ver outras vezes em que uma imagem foi publicada na internet (veja aqui como fazer). Com isso, foi possível encontrá-la em uma notícia de 6 de junho de 2022 publicada na página oficial da Fepal.

O texto diz que o presidente da organização e a vice, Ualid Rabah e Fátima Ali, se encontraram com Lula no hotel Plaza São Rafael. Também compareceram membros da comunidade palestina no Rio Grande do Sul e lideranças políticas parceiras da entidade. Eles entregaram uma carta ao então presidenciável com reivindicações sobre a questão palestina, bem como denunciaram um crescimento no preconceito contra pessoas de origem árabe no País.

Eles também deram presentes a Lula. Entre eles, uma camiseta da seleção de refugiados. É possível ver na parte de baixo da camiseta o logotipo da entidade.

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Palestinos deram a Lula a camisa da seleção de refugiados. Foto: Fepal/Reprodução

A Fepal foi procurada, mas não respondeu até a publicação.

Como se originou o Hamas

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Outro presente dado a Lula no encontro é a hata palestina (também chamada de keffiyeh). Esse lenço tradicional se tornou símbolo da luta palestina a partir da atuação de Yasser Arafat, líder por muitos anos da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Em seu site, a Fepal reconhece a OLP como “única e legítima representante do povo palestino”. As cores preto e branco do keffiyeh dado a Lula remetem ao partido de Arafat, o Fatah, principal partido da OLP.

A OLP foi uma articulação coordenada de movimentos e grupos políticos envolvidos na luta pela criação de um estado palestino. Sua atuação culminou com acordos com Israel que criaram a Autoridade Palestina, na década de 90. Esse órgão se tornou uma figura jurídica com a qual as entidades internacionais e a ONU pudessem negociar, explica Acácio Augusto, professor no Departamento de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec).

Só que se a OLP era uma coalização de vários grupos, a Autoridade Palestina vira a face jurídica da causa. E com isso, um novo jogo de forças passa a ocorrer em seu âmbito, diz Acácio. No começo dos anos 2000, a morte de Arafat e a intensificação de ataques israelenses em território palestino muda o jogo de forças. “A solução negociada, encarnada na figura de Arafat, perde força tanto internamente quanto no sistema internacional. E isso abre caminho para grupos mais radicalizados, como o Hamas.”

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Yasser Arafat (direita) ao lado do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esquerda); entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Foto registrada durante os acordos de Oslo, em setembro de 1993.  Foto: REUTERS/Gary Hershorn/File Photo

Hamas é uma sigla para um nome árabe que significa Movimento de Resistência Islâmica. Desde sua criação, na década de 80, o grupo ganhou proeminência, que culminou em sua eleição para comandar a Faixa de Gaza, em 2006. Eles permanecem controlando a região, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia, com Mahmoud Abbas como líder. “O Hamas é um partido político e que vai ter maior ou menor apoio de acordo com a conjuntura e com suas ações”, define o professor.

O Hamas é considerado como um grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O Brasil segue a tradição diplomática de acompanhar o posicionamento do Organização das Nações Unidas (ONU), que não classifica o Hamas como terrorista.

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Conflito gerou desinformação

No último sábado, 7, combatentes do grupo Hamas realizaram um ataque com mísseis a Israel e invadiram o país pela fronteira com a Faixa de Gaza. Centenas de israelenses foram mortos e outros foram levados como reféns para dentro de Gaza. O ataque gerou uma resposta do exército de Israel que também deixou centenas de mortos no lado palestino. O ataque, o maior da história do grupo em solo israelense, gerou uma onda de desinformação nas redes sociais. Alguns posts acusaram falsamente o presidente Lula de já ter doado R$ 25 milhões ao Hamas.

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Lula disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis israelenses. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU e reforçou o caminho da diplomacia para a resolução de conflitos.

O que estão compartilhando: foto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa ao lado de três homens e segura uma camiseta da Palestina. A legenda diz que o presidente estaria “confraternizando com os terroristas do Hamas”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto foi tirada em Porto Alegre, em junho de 2022, durante encontro de integrantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com o então presidenciável. A entidade reúne associações de imigrantes, refugiados e descendentes de palestinos no Brasil.

Foto mostra Lula com imigrantes palestinos no Brasil; sentido original foi tirado de contexto Foto: Reprodução/Fepal

Saiba mais: o Estadão Verifica fez uma busca reversa na foto para identificar seu contexto original. Essa ferramenta permite ver outras vezes em que uma imagem foi publicada na internet (veja aqui como fazer). Com isso, foi possível encontrá-la em uma notícia de 6 de junho de 2022 publicada na página oficial da Fepal.

O texto diz que o presidente da organização e a vice, Ualid Rabah e Fátima Ali, se encontraram com Lula no hotel Plaza São Rafael. Também compareceram membros da comunidade palestina no Rio Grande do Sul e lideranças políticas parceiras da entidade. Eles entregaram uma carta ao então presidenciável com reivindicações sobre a questão palestina, bem como denunciaram um crescimento no preconceito contra pessoas de origem árabe no País.

Eles também deram presentes a Lula. Entre eles, uma camiseta da seleção de refugiados. É possível ver na parte de baixo da camiseta o logotipo da entidade.

Palestinos deram a Lula a camisa da seleção de refugiados. Foto: Fepal/Reprodução

A Fepal foi procurada, mas não respondeu até a publicação.

Como se originou o Hamas

Outro presente dado a Lula no encontro é a hata palestina (também chamada de keffiyeh). Esse lenço tradicional se tornou símbolo da luta palestina a partir da atuação de Yasser Arafat, líder por muitos anos da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Em seu site, a Fepal reconhece a OLP como “única e legítima representante do povo palestino”. As cores preto e branco do keffiyeh dado a Lula remetem ao partido de Arafat, o Fatah, principal partido da OLP.

A OLP foi uma articulação coordenada de movimentos e grupos políticos envolvidos na luta pela criação de um estado palestino. Sua atuação culminou com acordos com Israel que criaram a Autoridade Palestina, na década de 90. Esse órgão se tornou uma figura jurídica com a qual as entidades internacionais e a ONU pudessem negociar, explica Acácio Augusto, professor no Departamento de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec).

Só que se a OLP era uma coalização de vários grupos, a Autoridade Palestina vira a face jurídica da causa. E com isso, um novo jogo de forças passa a ocorrer em seu âmbito, diz Acácio. No começo dos anos 2000, a morte de Arafat e a intensificação de ataques israelenses em território palestino muda o jogo de forças. “A solução negociada, encarnada na figura de Arafat, perde força tanto internamente quanto no sistema internacional. E isso abre caminho para grupos mais radicalizados, como o Hamas.”

Yasser Arafat (direita) ao lado do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esquerda); entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Foto registrada durante os acordos de Oslo, em setembro de 1993.  Foto: REUTERS/Gary Hershorn/File Photo

Hamas é uma sigla para um nome árabe que significa Movimento de Resistência Islâmica. Desde sua criação, na década de 80, o grupo ganhou proeminência, que culminou em sua eleição para comandar a Faixa de Gaza, em 2006. Eles permanecem controlando a região, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia, com Mahmoud Abbas como líder. “O Hamas é um partido político e que vai ter maior ou menor apoio de acordo com a conjuntura e com suas ações”, define o professor.

O Hamas é considerado como um grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O Brasil segue a tradição diplomática de acompanhar o posicionamento do Organização das Nações Unidas (ONU), que não classifica o Hamas como terrorista.

Conflito gerou desinformação

No último sábado, 7, combatentes do grupo Hamas realizaram um ataque com mísseis a Israel e invadiram o país pela fronteira com a Faixa de Gaza. Centenas de israelenses foram mortos e outros foram levados como reféns para dentro de Gaza. O ataque gerou uma resposta do exército de Israel que também deixou centenas de mortos no lado palestino. O ataque, o maior da história do grupo em solo israelense, gerou uma onda de desinformação nas redes sociais. Alguns posts acusaram falsamente o presidente Lula de já ter doado R$ 25 milhões ao Hamas.

Lula disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis israelenses. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU e reforçou o caminho da diplomacia para a resolução de conflitos.

O que estão compartilhando: foto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa ao lado de três homens e segura uma camiseta da Palestina. A legenda diz que o presidente estaria “confraternizando com os terroristas do Hamas”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto foi tirada em Porto Alegre, em junho de 2022, durante encontro de integrantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com o então presidenciável. A entidade reúne associações de imigrantes, refugiados e descendentes de palestinos no Brasil.

Foto mostra Lula com imigrantes palestinos no Brasil; sentido original foi tirado de contexto Foto: Reprodução/Fepal

Saiba mais: o Estadão Verifica fez uma busca reversa na foto para identificar seu contexto original. Essa ferramenta permite ver outras vezes em que uma imagem foi publicada na internet (veja aqui como fazer). Com isso, foi possível encontrá-la em uma notícia de 6 de junho de 2022 publicada na página oficial da Fepal.

O texto diz que o presidente da organização e a vice, Ualid Rabah e Fátima Ali, se encontraram com Lula no hotel Plaza São Rafael. Também compareceram membros da comunidade palestina no Rio Grande do Sul e lideranças políticas parceiras da entidade. Eles entregaram uma carta ao então presidenciável com reivindicações sobre a questão palestina, bem como denunciaram um crescimento no preconceito contra pessoas de origem árabe no País.

Eles também deram presentes a Lula. Entre eles, uma camiseta da seleção de refugiados. É possível ver na parte de baixo da camiseta o logotipo da entidade.

Palestinos deram a Lula a camisa da seleção de refugiados. Foto: Fepal/Reprodução

A Fepal foi procurada, mas não respondeu até a publicação.

Como se originou o Hamas

Outro presente dado a Lula no encontro é a hata palestina (também chamada de keffiyeh). Esse lenço tradicional se tornou símbolo da luta palestina a partir da atuação de Yasser Arafat, líder por muitos anos da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Em seu site, a Fepal reconhece a OLP como “única e legítima representante do povo palestino”. As cores preto e branco do keffiyeh dado a Lula remetem ao partido de Arafat, o Fatah, principal partido da OLP.

A OLP foi uma articulação coordenada de movimentos e grupos políticos envolvidos na luta pela criação de um estado palestino. Sua atuação culminou com acordos com Israel que criaram a Autoridade Palestina, na década de 90. Esse órgão se tornou uma figura jurídica com a qual as entidades internacionais e a ONU pudessem negociar, explica Acácio Augusto, professor no Departamento de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec).

Só que se a OLP era uma coalização de vários grupos, a Autoridade Palestina vira a face jurídica da causa. E com isso, um novo jogo de forças passa a ocorrer em seu âmbito, diz Acácio. No começo dos anos 2000, a morte de Arafat e a intensificação de ataques israelenses em território palestino muda o jogo de forças. “A solução negociada, encarnada na figura de Arafat, perde força tanto internamente quanto no sistema internacional. E isso abre caminho para grupos mais radicalizados, como o Hamas.”

Yasser Arafat (direita) ao lado do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esquerda); entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Foto registrada durante os acordos de Oslo, em setembro de 1993.  Foto: REUTERS/Gary Hershorn/File Photo

Hamas é uma sigla para um nome árabe que significa Movimento de Resistência Islâmica. Desde sua criação, na década de 80, o grupo ganhou proeminência, que culminou em sua eleição para comandar a Faixa de Gaza, em 2006. Eles permanecem controlando a região, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia, com Mahmoud Abbas como líder. “O Hamas é um partido político e que vai ter maior ou menor apoio de acordo com a conjuntura e com suas ações”, define o professor.

O Hamas é considerado como um grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O Brasil segue a tradição diplomática de acompanhar o posicionamento do Organização das Nações Unidas (ONU), que não classifica o Hamas como terrorista.

Conflito gerou desinformação

No último sábado, 7, combatentes do grupo Hamas realizaram um ataque com mísseis a Israel e invadiram o país pela fronteira com a Faixa de Gaza. Centenas de israelenses foram mortos e outros foram levados como reféns para dentro de Gaza. O ataque gerou uma resposta do exército de Israel que também deixou centenas de mortos no lado palestino. O ataque, o maior da história do grupo em solo israelense, gerou uma onda de desinformação nas redes sociais. Alguns posts acusaram falsamente o presidente Lula de já ter doado R$ 25 milhões ao Hamas.

Lula disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis israelenses. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU e reforçou o caminho da diplomacia para a resolução de conflitos.

O que estão compartilhando: foto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa ao lado de três homens e segura uma camiseta da Palestina. A legenda diz que o presidente estaria “confraternizando com os terroristas do Hamas”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto foi tirada em Porto Alegre, em junho de 2022, durante encontro de integrantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com o então presidenciável. A entidade reúne associações de imigrantes, refugiados e descendentes de palestinos no Brasil.

Foto mostra Lula com imigrantes palestinos no Brasil; sentido original foi tirado de contexto Foto: Reprodução/Fepal

Saiba mais: o Estadão Verifica fez uma busca reversa na foto para identificar seu contexto original. Essa ferramenta permite ver outras vezes em que uma imagem foi publicada na internet (veja aqui como fazer). Com isso, foi possível encontrá-la em uma notícia de 6 de junho de 2022 publicada na página oficial da Fepal.

O texto diz que o presidente da organização e a vice, Ualid Rabah e Fátima Ali, se encontraram com Lula no hotel Plaza São Rafael. Também compareceram membros da comunidade palestina no Rio Grande do Sul e lideranças políticas parceiras da entidade. Eles entregaram uma carta ao então presidenciável com reivindicações sobre a questão palestina, bem como denunciaram um crescimento no preconceito contra pessoas de origem árabe no País.

Eles também deram presentes a Lula. Entre eles, uma camiseta da seleção de refugiados. É possível ver na parte de baixo da camiseta o logotipo da entidade.

Palestinos deram a Lula a camisa da seleção de refugiados. Foto: Fepal/Reprodução

A Fepal foi procurada, mas não respondeu até a publicação.

Como se originou o Hamas

Outro presente dado a Lula no encontro é a hata palestina (também chamada de keffiyeh). Esse lenço tradicional se tornou símbolo da luta palestina a partir da atuação de Yasser Arafat, líder por muitos anos da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Em seu site, a Fepal reconhece a OLP como “única e legítima representante do povo palestino”. As cores preto e branco do keffiyeh dado a Lula remetem ao partido de Arafat, o Fatah, principal partido da OLP.

A OLP foi uma articulação coordenada de movimentos e grupos políticos envolvidos na luta pela criação de um estado palestino. Sua atuação culminou com acordos com Israel que criaram a Autoridade Palestina, na década de 90. Esse órgão se tornou uma figura jurídica com a qual as entidades internacionais e a ONU pudessem negociar, explica Acácio Augusto, professor no Departamento de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec).

Só que se a OLP era uma coalização de vários grupos, a Autoridade Palestina vira a face jurídica da causa. E com isso, um novo jogo de forças passa a ocorrer em seu âmbito, diz Acácio. No começo dos anos 2000, a morte de Arafat e a intensificação de ataques israelenses em território palestino muda o jogo de forças. “A solução negociada, encarnada na figura de Arafat, perde força tanto internamente quanto no sistema internacional. E isso abre caminho para grupos mais radicalizados, como o Hamas.”

Yasser Arafat (direita) ao lado do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esquerda); entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Foto registrada durante os acordos de Oslo, em setembro de 1993.  Foto: REUTERS/Gary Hershorn/File Photo

Hamas é uma sigla para um nome árabe que significa Movimento de Resistência Islâmica. Desde sua criação, na década de 80, o grupo ganhou proeminência, que culminou em sua eleição para comandar a Faixa de Gaza, em 2006. Eles permanecem controlando a região, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia, com Mahmoud Abbas como líder. “O Hamas é um partido político e que vai ter maior ou menor apoio de acordo com a conjuntura e com suas ações”, define o professor.

O Hamas é considerado como um grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O Brasil segue a tradição diplomática de acompanhar o posicionamento do Organização das Nações Unidas (ONU), que não classifica o Hamas como terrorista.

Conflito gerou desinformação

No último sábado, 7, combatentes do grupo Hamas realizaram um ataque com mísseis a Israel e invadiram o país pela fronteira com a Faixa de Gaza. Centenas de israelenses foram mortos e outros foram levados como reféns para dentro de Gaza. O ataque gerou uma resposta do exército de Israel que também deixou centenas de mortos no lado palestino. O ataque, o maior da história do grupo em solo israelense, gerou uma onda de desinformação nas redes sociais. Alguns posts acusaram falsamente o presidente Lula de já ter doado R$ 25 milhões ao Hamas.

Lula disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis israelenses. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU e reforçou o caminho da diplomacia para a resolução de conflitos.

O que estão compartilhando: foto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa ao lado de três homens e segura uma camiseta da Palestina. A legenda diz que o presidente estaria “confraternizando com os terroristas do Hamas”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto foi tirada em Porto Alegre, em junho de 2022, durante encontro de integrantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) com o então presidenciável. A entidade reúne associações de imigrantes, refugiados e descendentes de palestinos no Brasil.

Foto mostra Lula com imigrantes palestinos no Brasil; sentido original foi tirado de contexto Foto: Reprodução/Fepal

Saiba mais: o Estadão Verifica fez uma busca reversa na foto para identificar seu contexto original. Essa ferramenta permite ver outras vezes em que uma imagem foi publicada na internet (veja aqui como fazer). Com isso, foi possível encontrá-la em uma notícia de 6 de junho de 2022 publicada na página oficial da Fepal.

O texto diz que o presidente da organização e a vice, Ualid Rabah e Fátima Ali, se encontraram com Lula no hotel Plaza São Rafael. Também compareceram membros da comunidade palestina no Rio Grande do Sul e lideranças políticas parceiras da entidade. Eles entregaram uma carta ao então presidenciável com reivindicações sobre a questão palestina, bem como denunciaram um crescimento no preconceito contra pessoas de origem árabe no País.

Eles também deram presentes a Lula. Entre eles, uma camiseta da seleção de refugiados. É possível ver na parte de baixo da camiseta o logotipo da entidade.

Palestinos deram a Lula a camisa da seleção de refugiados. Foto: Fepal/Reprodução

A Fepal foi procurada, mas não respondeu até a publicação.

Como se originou o Hamas

Outro presente dado a Lula no encontro é a hata palestina (também chamada de keffiyeh). Esse lenço tradicional se tornou símbolo da luta palestina a partir da atuação de Yasser Arafat, líder por muitos anos da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Em seu site, a Fepal reconhece a OLP como “única e legítima representante do povo palestino”. As cores preto e branco do keffiyeh dado a Lula remetem ao partido de Arafat, o Fatah, principal partido da OLP.

A OLP foi uma articulação coordenada de movimentos e grupos políticos envolvidos na luta pela criação de um estado palestino. Sua atuação culminou com acordos com Israel que criaram a Autoridade Palestina, na década de 90. Esse órgão se tornou uma figura jurídica com a qual as entidades internacionais e a ONU pudessem negociar, explica Acácio Augusto, professor no Departamento de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Laboratório de Análise em Segurança Internacional e Tecnologias de Monitoramento (LASInTec).

Só que se a OLP era uma coalização de vários grupos, a Autoridade Palestina vira a face jurídica da causa. E com isso, um novo jogo de forças passa a ocorrer em seu âmbito, diz Acácio. No começo dos anos 2000, a morte de Arafat e a intensificação de ataques israelenses em território palestino muda o jogo de forças. “A solução negociada, encarnada na figura de Arafat, perde força tanto internamente quanto no sistema internacional. E isso abre caminho para grupos mais radicalizados, como o Hamas.”

Yasser Arafat (direita) ao lado do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esquerda); entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Foto registrada durante os acordos de Oslo, em setembro de 1993.  Foto: REUTERS/Gary Hershorn/File Photo

Hamas é uma sigla para um nome árabe que significa Movimento de Resistência Islâmica. Desde sua criação, na década de 80, o grupo ganhou proeminência, que culminou em sua eleição para comandar a Faixa de Gaza, em 2006. Eles permanecem controlando a região, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia, com Mahmoud Abbas como líder. “O Hamas é um partido político e que vai ter maior ou menor apoio de acordo com a conjuntura e com suas ações”, define o professor.

O Hamas é considerado como um grupo terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. O Brasil segue a tradição diplomática de acompanhar o posicionamento do Organização das Nações Unidas (ONU), que não classifica o Hamas como terrorista.

Conflito gerou desinformação

No último sábado, 7, combatentes do grupo Hamas realizaram um ataque com mísseis a Israel e invadiram o país pela fronteira com a Faixa de Gaza. Centenas de israelenses foram mortos e outros foram levados como reféns para dentro de Gaza. O ataque gerou uma resposta do exército de Israel que também deixou centenas de mortos no lado palestino. O ataque, o maior da história do grupo em solo israelense, gerou uma onda de desinformação nas redes sociais. Alguns posts acusaram falsamente o presidente Lula de já ter doado R$ 25 milhões ao Hamas.

Lula disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis israelenses. O Brasil ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU e reforçou o caminho da diplomacia para a resolução de conflitos.

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