Servidor do TSE não fraudou urnas eletrônicas, nem foi assessor pessoal de Barroso


Giuseppe Dutra Janino acionou a PF para investigar um ataque contra equipamentos de votação, mas nunca foi considerado suspeito do crime; ele se aposentou em 2021, após 25 anos no Tribunal

Por Talita Burbulhan
Atualização:

O que estão compartilhando: foto de um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junto a um texto que o acusa de ter participado de uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. A publicação afirma ainda que hoje ele é assessor do ministro Luís Roberto Barroso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: as afirmações são falsas. Quem aparece na foto é Giuseppe Dutra Janino. Ele foi servidor do TSE por 25 anos e se aposentou em 2021. Em novembro de 2018, quando ocupava o cargo de secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, ele acionou a Polícia Federal para que investigasse um ataque hacker à rede interna da Justiça Eleitoral. Em momento algum ele foi considerado um dos suspeitos do crime, tampouco foi assessor pessoal do ministro Luís Roberto Barroso. Nos três meses que antecederam sua aposentadoria, para ajudar no processo de transição do cargo, Giuseppe foi assessor especial da Presidência do TSE, que naquele momento, por coincidência, era ocupada por Barroso.

Giuseppe Dutra Janino não foi investigado por fraudar as urnas eletrônicas. Ao contrário, ele acionou a Polícia Federal para que ataque hacker fosse investigado. Foto: Reprodução/Facebook
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Saiba mais: Desde agosto de 2021 circula um boato que acusa o ex-servidor do TSE Giuseppe Dutra Janino de ter envolvimento em uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. Uma foto dele circula junto com um texto que afirma “Jiuseppe Dutra Janino, atolado até os cabelos na fraude das urnas” e “pediu demissão e hoje é assessor de Luís Roberto Barroso”. A imagem foi enviada por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Em agosto de 2021, o Estadão Verifica mostrou que Giuseppe não foi investigado pela Polícia Federal e nem atuou como assessor do ministro Barroso.

O nome de Janino passou a ser alvo de especulações depois que o então presidente da República Jair Bolsonaro divulgou em uma entrevista ao programa da Jovem Pan Os Pingos nos Is, no dia 4 de agosto de 2021, um inquérito policial, aberto em novembro de 2018, que investigava um ataque cibernético à rede de Justiça Eleitoral.

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Janino foi quem acionou a polícia

Ao contrário do que os boatos sobre Giuseppe sugerem, ele não foi considerado suspeito de fraudar as urnas eletrônicas. Na verdade, ele foi o responsável por acionar a Polícia Federal quando o ataque hacker veio a público por meio de uma matéria do Tecmundo, em 7 de novembro de 2018. Em conversa com o Verifica, ele disse que em momento algum da investigação precisou prestar depoimento.

“Tive algumas reuniões com os peritos da Polícia Federal para passar informações, para que eles pudessem direcionar as investigações. Eu não tive uma oitiva. Simplesmente foi o trabalho colaborativo entre o TSE e a Polícia Federal, justamente com o objetivo de identificar o criminoso”, lembra Giuseppe.

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Ataque não comprometeu as urnas eletrônicas

Na entrevista em que divulgou informações do inquérito, Bolsonaro disse: “Tá mais do que demonstrado, pelo próprio TSE que as urnas, que os números da eleições [gerais de 2018] podem ter sido fraudados, podem ter sido manipulados, sim”.

Giuseppe diz que esse tipo de afirmação é falsa. Apesar de o hacker ter tido acesso a trechos de código, o funcionamento da urna não ficou comprometido, porque outras barreiras de segurança foram acionadas.

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“Mesmo que o hacker tivesse acesso, na íntegra, aos mais de 20 programas que são embarcados na urna eletrônica, nada adiantaria porque esses programas estavam em fase de desenvolvimento”, explicou. “Os programas só são reconhecidos pela urna eletrônica depois que passam pelo processo chamado de lacração”. A lacração ocorre 20 dias antes da eleição. O ataque hacker foi realizado meses antes, em abril de 2018.

O relatório do inquérito da Polícia Federal sobre o ataque hacker mostrou que não houve conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido afetadas.

Janino disse que tentativas de ataques à rede da Justiça Eleitoral são comuns e que em época de eleição, os dispositivos de proteção chegaram a registrar cerca de 200 mil tentativas de ataques por segundo. “Todos foram bloqueados. Quando passa um, evidentemente, esse um tem que ser estudado para que as barreiras sejam fortalecidas”.

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Na avaliação dele, o maior dano do ataque hacker ocorrido em 2018 foi à imagem das urnas eletrônicas.

Aposentado do TSE em 2021, Giuseppe Dutra Janino trabalha atualmente como consultor internacional em eleições digitais Foto: Nelson Jr/Ascom TSE

“Ele não teve resultados significativos e impactantes justamente porque existem vários outros procedimentos de proteção que estão envolvidos em todo o ecossistema da rede da Justiça Eleitoral”, afirmou. “Eu acho isso lamentável porque é o próprio brasileiro tentando desqualificar aquilo que ele tem de melhor, que tem inclusive reconhecimento mundial, que é realizar as maiores eleições digitais do planeta com toda a eficiência e eficácia”.

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O Verifica entrou em contato com a Polícia Federal para saber se o inquérito que apura o ataque hacker foi concluído, mas não teve retorno.

Conteúdos sobre o ataque hacker foram desmentidos pelo Comprova, pela Lupa, pelo Boatos.org, pelo E-farsas, pelo Uol Confere e pela AFP Checamos.

O que estão compartilhando: foto de um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junto a um texto que o acusa de ter participado de uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. A publicação afirma ainda que hoje ele é assessor do ministro Luís Roberto Barroso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: as afirmações são falsas. Quem aparece na foto é Giuseppe Dutra Janino. Ele foi servidor do TSE por 25 anos e se aposentou em 2021. Em novembro de 2018, quando ocupava o cargo de secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, ele acionou a Polícia Federal para que investigasse um ataque hacker à rede interna da Justiça Eleitoral. Em momento algum ele foi considerado um dos suspeitos do crime, tampouco foi assessor pessoal do ministro Luís Roberto Barroso. Nos três meses que antecederam sua aposentadoria, para ajudar no processo de transição do cargo, Giuseppe foi assessor especial da Presidência do TSE, que naquele momento, por coincidência, era ocupada por Barroso.

Giuseppe Dutra Janino não foi investigado por fraudar as urnas eletrônicas. Ao contrário, ele acionou a Polícia Federal para que ataque hacker fosse investigado. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: Desde agosto de 2021 circula um boato que acusa o ex-servidor do TSE Giuseppe Dutra Janino de ter envolvimento em uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. Uma foto dele circula junto com um texto que afirma “Jiuseppe Dutra Janino, atolado até os cabelos na fraude das urnas” e “pediu demissão e hoje é assessor de Luís Roberto Barroso”. A imagem foi enviada por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Em agosto de 2021, o Estadão Verifica mostrou que Giuseppe não foi investigado pela Polícia Federal e nem atuou como assessor do ministro Barroso.

O nome de Janino passou a ser alvo de especulações depois que o então presidente da República Jair Bolsonaro divulgou em uma entrevista ao programa da Jovem Pan Os Pingos nos Is, no dia 4 de agosto de 2021, um inquérito policial, aberto em novembro de 2018, que investigava um ataque cibernético à rede de Justiça Eleitoral.

Janino foi quem acionou a polícia

Ao contrário do que os boatos sobre Giuseppe sugerem, ele não foi considerado suspeito de fraudar as urnas eletrônicas. Na verdade, ele foi o responsável por acionar a Polícia Federal quando o ataque hacker veio a público por meio de uma matéria do Tecmundo, em 7 de novembro de 2018. Em conversa com o Verifica, ele disse que em momento algum da investigação precisou prestar depoimento.

“Tive algumas reuniões com os peritos da Polícia Federal para passar informações, para que eles pudessem direcionar as investigações. Eu não tive uma oitiva. Simplesmente foi o trabalho colaborativo entre o TSE e a Polícia Federal, justamente com o objetivo de identificar o criminoso”, lembra Giuseppe.

Ataque não comprometeu as urnas eletrônicas

Na entrevista em que divulgou informações do inquérito, Bolsonaro disse: “Tá mais do que demonstrado, pelo próprio TSE que as urnas, que os números da eleições [gerais de 2018] podem ter sido fraudados, podem ter sido manipulados, sim”.

Giuseppe diz que esse tipo de afirmação é falsa. Apesar de o hacker ter tido acesso a trechos de código, o funcionamento da urna não ficou comprometido, porque outras barreiras de segurança foram acionadas.

“Mesmo que o hacker tivesse acesso, na íntegra, aos mais de 20 programas que são embarcados na urna eletrônica, nada adiantaria porque esses programas estavam em fase de desenvolvimento”, explicou. “Os programas só são reconhecidos pela urna eletrônica depois que passam pelo processo chamado de lacração”. A lacração ocorre 20 dias antes da eleição. O ataque hacker foi realizado meses antes, em abril de 2018.

O relatório do inquérito da Polícia Federal sobre o ataque hacker mostrou que não houve conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido afetadas.

Janino disse que tentativas de ataques à rede da Justiça Eleitoral são comuns e que em época de eleição, os dispositivos de proteção chegaram a registrar cerca de 200 mil tentativas de ataques por segundo. “Todos foram bloqueados. Quando passa um, evidentemente, esse um tem que ser estudado para que as barreiras sejam fortalecidas”.

Na avaliação dele, o maior dano do ataque hacker ocorrido em 2018 foi à imagem das urnas eletrônicas.

Aposentado do TSE em 2021, Giuseppe Dutra Janino trabalha atualmente como consultor internacional em eleições digitais Foto: Nelson Jr/Ascom TSE

“Ele não teve resultados significativos e impactantes justamente porque existem vários outros procedimentos de proteção que estão envolvidos em todo o ecossistema da rede da Justiça Eleitoral”, afirmou. “Eu acho isso lamentável porque é o próprio brasileiro tentando desqualificar aquilo que ele tem de melhor, que tem inclusive reconhecimento mundial, que é realizar as maiores eleições digitais do planeta com toda a eficiência e eficácia”.

O Verifica entrou em contato com a Polícia Federal para saber se o inquérito que apura o ataque hacker foi concluído, mas não teve retorno.

Conteúdos sobre o ataque hacker foram desmentidos pelo Comprova, pela Lupa, pelo Boatos.org, pelo E-farsas, pelo Uol Confere e pela AFP Checamos.

O que estão compartilhando: foto de um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junto a um texto que o acusa de ter participado de uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. A publicação afirma ainda que hoje ele é assessor do ministro Luís Roberto Barroso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: as afirmações são falsas. Quem aparece na foto é Giuseppe Dutra Janino. Ele foi servidor do TSE por 25 anos e se aposentou em 2021. Em novembro de 2018, quando ocupava o cargo de secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal, ele acionou a Polícia Federal para que investigasse um ataque hacker à rede interna da Justiça Eleitoral. Em momento algum ele foi considerado um dos suspeitos do crime, tampouco foi assessor pessoal do ministro Luís Roberto Barroso. Nos três meses que antecederam sua aposentadoria, para ajudar no processo de transição do cargo, Giuseppe foi assessor especial da Presidência do TSE, que naquele momento, por coincidência, era ocupada por Barroso.

Giuseppe Dutra Janino não foi investigado por fraudar as urnas eletrônicas. Ao contrário, ele acionou a Polícia Federal para que ataque hacker fosse investigado. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: Desde agosto de 2021 circula um boato que acusa o ex-servidor do TSE Giuseppe Dutra Janino de ter envolvimento em uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. Uma foto dele circula junto com um texto que afirma “Jiuseppe Dutra Janino, atolado até os cabelos na fraude das urnas” e “pediu demissão e hoje é assessor de Luís Roberto Barroso”. A imagem foi enviada por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Em agosto de 2021, o Estadão Verifica mostrou que Giuseppe não foi investigado pela Polícia Federal e nem atuou como assessor do ministro Barroso.

O nome de Janino passou a ser alvo de especulações depois que o então presidente da República Jair Bolsonaro divulgou em uma entrevista ao programa da Jovem Pan Os Pingos nos Is, no dia 4 de agosto de 2021, um inquérito policial, aberto em novembro de 2018, que investigava um ataque cibernético à rede de Justiça Eleitoral.

Janino foi quem acionou a polícia

Ao contrário do que os boatos sobre Giuseppe sugerem, ele não foi considerado suspeito de fraudar as urnas eletrônicas. Na verdade, ele foi o responsável por acionar a Polícia Federal quando o ataque hacker veio a público por meio de uma matéria do Tecmundo, em 7 de novembro de 2018. Em conversa com o Verifica, ele disse que em momento algum da investigação precisou prestar depoimento.

“Tive algumas reuniões com os peritos da Polícia Federal para passar informações, para que eles pudessem direcionar as investigações. Eu não tive uma oitiva. Simplesmente foi o trabalho colaborativo entre o TSE e a Polícia Federal, justamente com o objetivo de identificar o criminoso”, lembra Giuseppe.

Ataque não comprometeu as urnas eletrônicas

Na entrevista em que divulgou informações do inquérito, Bolsonaro disse: “Tá mais do que demonstrado, pelo próprio TSE que as urnas, que os números da eleições [gerais de 2018] podem ter sido fraudados, podem ter sido manipulados, sim”.

Giuseppe diz que esse tipo de afirmação é falsa. Apesar de o hacker ter tido acesso a trechos de código, o funcionamento da urna não ficou comprometido, porque outras barreiras de segurança foram acionadas.

“Mesmo que o hacker tivesse acesso, na íntegra, aos mais de 20 programas que são embarcados na urna eletrônica, nada adiantaria porque esses programas estavam em fase de desenvolvimento”, explicou. “Os programas só são reconhecidos pela urna eletrônica depois que passam pelo processo chamado de lacração”. A lacração ocorre 20 dias antes da eleição. O ataque hacker foi realizado meses antes, em abril de 2018.

O relatório do inquérito da Polícia Federal sobre o ataque hacker mostrou que não houve conclusão ou suspeita de que as urnas eletrônicas tenham sido afetadas.

Janino disse que tentativas de ataques à rede da Justiça Eleitoral são comuns e que em época de eleição, os dispositivos de proteção chegaram a registrar cerca de 200 mil tentativas de ataques por segundo. “Todos foram bloqueados. Quando passa um, evidentemente, esse um tem que ser estudado para que as barreiras sejam fortalecidas”.

Na avaliação dele, o maior dano do ataque hacker ocorrido em 2018 foi à imagem das urnas eletrônicas.

Aposentado do TSE em 2021, Giuseppe Dutra Janino trabalha atualmente como consultor internacional em eleições digitais Foto: Nelson Jr/Ascom TSE

“Ele não teve resultados significativos e impactantes justamente porque existem vários outros procedimentos de proteção que estão envolvidos em todo o ecossistema da rede da Justiça Eleitoral”, afirmou. “Eu acho isso lamentável porque é o próprio brasileiro tentando desqualificar aquilo que ele tem de melhor, que tem inclusive reconhecimento mundial, que é realizar as maiores eleições digitais do planeta com toda a eficiência e eficácia”.

O Verifica entrou em contato com a Polícia Federal para saber se o inquérito que apura o ataque hacker foi concluído, mas não teve retorno.

Conteúdos sobre o ataque hacker foram desmentidos pelo Comprova, pela Lupa, pelo Boatos.org, pelo E-farsas, pelo Uol Confere e pela AFP Checamos.

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