É falso que Japão tenha declarado estado de emergência por ‘nanobots’ em vacinas contra covid


Governo japonês não fez nenhum anúncio do tipo; imunizantes não contêm robôs minúsculos

Por Dandara Franco e Milka Moura

O que estão compartilhando: que o Japão declarou estado de emergência após “nanobots”, robôs minúsculos, serem encontrados em 96 milhões de cidadãos que tomaram vacina contra a covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. No site oficial do Ministério da Saúde do Japão não há nenhum anúncio sobre um estado de emergência após a descoberta de nanobots em cidadãos. Essa descoberta, aliás, não seria possível, já que essa tecnologia não está disponível na vacinação, conforme explicou um especialista ao Estadão Verifica. Também não há registro oficial de um pedido de desculpas do país sobre a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil informou reiteradas vezes que o imunizante é seguro.

Site da Saúde do Japão não mostra informações sobre estado de emergência causado por vacinas. Foto: Reprodução/Facebook
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Saiba mais: Postagens nas redes sociais afirmam que o Japão declarou um “estado de emergência” após “nanobots” serem encontrados em cidadãos que tomaram a vacina contra a covid-19. “O Japão emitiu um pedido de desculpas aos seus cidadãos pelas consequências desastrosas das vacinas de mRNA contra a covid-19 e lançou investigações científicas e criminais,” diz um dos textos que acompanha a peça de desinformação.

Não existem notícias recentes sobre um estado de emergência no Japão causado pela covid-19. No site oficial do Ministério da Saúde do país não há qualquer anúncio sobre esse tema. Também não existe qualquer registro de um pedido de desculpas do governo japonês. Neste ano, um deputado antivacina do Japão fez um discurso contra a imunização no qual ele se desculpou com a população. No entanto, ele não representa o governo do país, como mostraram UOL Confere e Aos Fatos.

De acordo com o veículo francês 20 minutes, o boato falso sobre “nanobots” em vacinas surgiu de uma publicação no International Journal of Vaccine Theory Practice and Research (Revista internacional de teoria, prática e pesquisa de vacinas). Apesar do nome, trata-se de uma publicação de baixa confiabilidade. O diretor da revista é um linguista conhecido por seus posicionamentos antivacina e os autores do texto que deu origem ao boato de “nanobots” não são especialistas em imunização, segundo o 20 minutes.

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Vacinas mRNA usam nanotecnologia, mas não nanorrobôs

“Nano” é um prefixo usado para designar algo muitíssimo pequeno. Mais precisamente, na escala de 1 bilionésimo de um metro, ou seja, 1 dividido por 1 bilhão. Existe um campo que estuda a aplicação de nanomateriais, materiais em escala nanométrica, chamado de nanotecnologia. Há usos em áreas variadas, o que também inclui a medicina.

Na vacina de mRNA contra covid, são utilizadas nanopartículas de lipídios -- ou seja, gotículas muito pequenas de gordura. O uso dessas partículas minúsculas foi um avanço no campo da medicina. Na vacina de mRNA, elas são usadas como uma espécie de “envelope” para o RNA mensageiro. O RNA é uma partícula que vai enviar ao corpo uma “mensagem” para que ele produza defesas contra o vírus da covid.

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O imunologista Orlando Ferreira explicou anteriormente ao Estadão Verifica que as nanopartículas lipídicas integram a composição da vacina para fazer com que o RNA mensageiro possa entrar nas células com a “mensagem” ao corpo. Elas revestem e protegem o mRNA. “Fora do ambiente da célula, o RNA é rapidamente degradado. As nanopartículas lipídicas recobrem esse RNA e quando elas encontram a membrana da célula, que também é feita de lipídios, elas se fundem e jogam o RNA para dentro da célula”, disse.

A quantidade de nanopartículas na vacina de mRNA é muito pequena e não foram identificados efeitos tóxicos em seu uso. “É na faixa de 100 microgramas, 0,1 miligramas”, explicou Orlando ao Verifica.

A também imunologista Fernanda Grassi afirmou em outra ocasião ao Verifica que as moléculas de RNA contidas dentro das nanopartículas se degradam facilmente no nosso corpo. “Ela se degrada, não faz nada no corpo, não se incorpora. Simplesmente se desfaz”, explicou.

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O uso de nanopartículas nas vacinas não quer dizer que existam nanorrobôs ou nanobots nas injeções. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri, ainda não existe o uso de robôs minúsculos no campo da vacinação. “Ter mecanismos dentro da robótica que possam manipular microfragmentos ou moléculas que possam tratar doenças é muito desejável. Hoje, infelizmente, a gente não tem nada disso disponível”, afirmou.

A aplicação de nanorrobôs é pesquisada em outras áreas da medicina. Por exemplo, recentemente pesquisadores suecos propuseram o uso de nanobots para matar células cancerígenas em camundongos.

Vale lembrar que o Ministério da Saúde reiterou em diferentes ocasiões que as vacinas de RNA mensageiro são seguras. “A vacina passou pela validação da Anvisa e seguiu todas as etapas rigorosas de avaliação de eficácia e segurança até ser aprovada pela agência reguladora para uso. Isso assegura que ela tem eficácia e é segura”, afirma o ministério.

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Esse conteúdo também foi checado por Lupa e Boatos.Org.

O que estão compartilhando: que o Japão declarou estado de emergência após “nanobots”, robôs minúsculos, serem encontrados em 96 milhões de cidadãos que tomaram vacina contra a covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. No site oficial do Ministério da Saúde do Japão não há nenhum anúncio sobre um estado de emergência após a descoberta de nanobots em cidadãos. Essa descoberta, aliás, não seria possível, já que essa tecnologia não está disponível na vacinação, conforme explicou um especialista ao Estadão Verifica. Também não há registro oficial de um pedido de desculpas do país sobre a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil informou reiteradas vezes que o imunizante é seguro.

Site da Saúde do Japão não mostra informações sobre estado de emergência causado por vacinas. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: Postagens nas redes sociais afirmam que o Japão declarou um “estado de emergência” após “nanobots” serem encontrados em cidadãos que tomaram a vacina contra a covid-19. “O Japão emitiu um pedido de desculpas aos seus cidadãos pelas consequências desastrosas das vacinas de mRNA contra a covid-19 e lançou investigações científicas e criminais,” diz um dos textos que acompanha a peça de desinformação.

Não existem notícias recentes sobre um estado de emergência no Japão causado pela covid-19. No site oficial do Ministério da Saúde do país não há qualquer anúncio sobre esse tema. Também não existe qualquer registro de um pedido de desculpas do governo japonês. Neste ano, um deputado antivacina do Japão fez um discurso contra a imunização no qual ele se desculpou com a população. No entanto, ele não representa o governo do país, como mostraram UOL Confere e Aos Fatos.

De acordo com o veículo francês 20 minutes, o boato falso sobre “nanobots” em vacinas surgiu de uma publicação no International Journal of Vaccine Theory Practice and Research (Revista internacional de teoria, prática e pesquisa de vacinas). Apesar do nome, trata-se de uma publicação de baixa confiabilidade. O diretor da revista é um linguista conhecido por seus posicionamentos antivacina e os autores do texto que deu origem ao boato de “nanobots” não são especialistas em imunização, segundo o 20 minutes.

Vacinas mRNA usam nanotecnologia, mas não nanorrobôs

“Nano” é um prefixo usado para designar algo muitíssimo pequeno. Mais precisamente, na escala de 1 bilionésimo de um metro, ou seja, 1 dividido por 1 bilhão. Existe um campo que estuda a aplicação de nanomateriais, materiais em escala nanométrica, chamado de nanotecnologia. Há usos em áreas variadas, o que também inclui a medicina.

Na vacina de mRNA contra covid, são utilizadas nanopartículas de lipídios -- ou seja, gotículas muito pequenas de gordura. O uso dessas partículas minúsculas foi um avanço no campo da medicina. Na vacina de mRNA, elas são usadas como uma espécie de “envelope” para o RNA mensageiro. O RNA é uma partícula que vai enviar ao corpo uma “mensagem” para que ele produza defesas contra o vírus da covid.

O imunologista Orlando Ferreira explicou anteriormente ao Estadão Verifica que as nanopartículas lipídicas integram a composição da vacina para fazer com que o RNA mensageiro possa entrar nas células com a “mensagem” ao corpo. Elas revestem e protegem o mRNA. “Fora do ambiente da célula, o RNA é rapidamente degradado. As nanopartículas lipídicas recobrem esse RNA e quando elas encontram a membrana da célula, que também é feita de lipídios, elas se fundem e jogam o RNA para dentro da célula”, disse.

A quantidade de nanopartículas na vacina de mRNA é muito pequena e não foram identificados efeitos tóxicos em seu uso. “É na faixa de 100 microgramas, 0,1 miligramas”, explicou Orlando ao Verifica.

A também imunologista Fernanda Grassi afirmou em outra ocasião ao Verifica que as moléculas de RNA contidas dentro das nanopartículas se degradam facilmente no nosso corpo. “Ela se degrada, não faz nada no corpo, não se incorpora. Simplesmente se desfaz”, explicou.

O uso de nanopartículas nas vacinas não quer dizer que existam nanorrobôs ou nanobots nas injeções. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri, ainda não existe o uso de robôs minúsculos no campo da vacinação. “Ter mecanismos dentro da robótica que possam manipular microfragmentos ou moléculas que possam tratar doenças é muito desejável. Hoje, infelizmente, a gente não tem nada disso disponível”, afirmou.

A aplicação de nanorrobôs é pesquisada em outras áreas da medicina. Por exemplo, recentemente pesquisadores suecos propuseram o uso de nanobots para matar células cancerígenas em camundongos.

Vale lembrar que o Ministério da Saúde reiterou em diferentes ocasiões que as vacinas de RNA mensageiro são seguras. “A vacina passou pela validação da Anvisa e seguiu todas as etapas rigorosas de avaliação de eficácia e segurança até ser aprovada pela agência reguladora para uso. Isso assegura que ela tem eficácia e é segura”, afirma o ministério.

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O que estão compartilhando: que o Japão declarou estado de emergência após “nanobots”, robôs minúsculos, serem encontrados em 96 milhões de cidadãos que tomaram vacina contra a covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. No site oficial do Ministério da Saúde do Japão não há nenhum anúncio sobre um estado de emergência após a descoberta de nanobots em cidadãos. Essa descoberta, aliás, não seria possível, já que essa tecnologia não está disponível na vacinação, conforme explicou um especialista ao Estadão Verifica. Também não há registro oficial de um pedido de desculpas do país sobre a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil informou reiteradas vezes que o imunizante é seguro.

Site da Saúde do Japão não mostra informações sobre estado de emergência causado por vacinas. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: Postagens nas redes sociais afirmam que o Japão declarou um “estado de emergência” após “nanobots” serem encontrados em cidadãos que tomaram a vacina contra a covid-19. “O Japão emitiu um pedido de desculpas aos seus cidadãos pelas consequências desastrosas das vacinas de mRNA contra a covid-19 e lançou investigações científicas e criminais,” diz um dos textos que acompanha a peça de desinformação.

Não existem notícias recentes sobre um estado de emergência no Japão causado pela covid-19. No site oficial do Ministério da Saúde do país não há qualquer anúncio sobre esse tema. Também não existe qualquer registro de um pedido de desculpas do governo japonês. Neste ano, um deputado antivacina do Japão fez um discurso contra a imunização no qual ele se desculpou com a população. No entanto, ele não representa o governo do país, como mostraram UOL Confere e Aos Fatos.

De acordo com o veículo francês 20 minutes, o boato falso sobre “nanobots” em vacinas surgiu de uma publicação no International Journal of Vaccine Theory Practice and Research (Revista internacional de teoria, prática e pesquisa de vacinas). Apesar do nome, trata-se de uma publicação de baixa confiabilidade. O diretor da revista é um linguista conhecido por seus posicionamentos antivacina e os autores do texto que deu origem ao boato de “nanobots” não são especialistas em imunização, segundo o 20 minutes.

Vacinas mRNA usam nanotecnologia, mas não nanorrobôs

“Nano” é um prefixo usado para designar algo muitíssimo pequeno. Mais precisamente, na escala de 1 bilionésimo de um metro, ou seja, 1 dividido por 1 bilhão. Existe um campo que estuda a aplicação de nanomateriais, materiais em escala nanométrica, chamado de nanotecnologia. Há usos em áreas variadas, o que também inclui a medicina.

Na vacina de mRNA contra covid, são utilizadas nanopartículas de lipídios -- ou seja, gotículas muito pequenas de gordura. O uso dessas partículas minúsculas foi um avanço no campo da medicina. Na vacina de mRNA, elas são usadas como uma espécie de “envelope” para o RNA mensageiro. O RNA é uma partícula que vai enviar ao corpo uma “mensagem” para que ele produza defesas contra o vírus da covid.

O imunologista Orlando Ferreira explicou anteriormente ao Estadão Verifica que as nanopartículas lipídicas integram a composição da vacina para fazer com que o RNA mensageiro possa entrar nas células com a “mensagem” ao corpo. Elas revestem e protegem o mRNA. “Fora do ambiente da célula, o RNA é rapidamente degradado. As nanopartículas lipídicas recobrem esse RNA e quando elas encontram a membrana da célula, que também é feita de lipídios, elas se fundem e jogam o RNA para dentro da célula”, disse.

A quantidade de nanopartículas na vacina de mRNA é muito pequena e não foram identificados efeitos tóxicos em seu uso. “É na faixa de 100 microgramas, 0,1 miligramas”, explicou Orlando ao Verifica.

A também imunologista Fernanda Grassi afirmou em outra ocasião ao Verifica que as moléculas de RNA contidas dentro das nanopartículas se degradam facilmente no nosso corpo. “Ela se degrada, não faz nada no corpo, não se incorpora. Simplesmente se desfaz”, explicou.

O uso de nanopartículas nas vacinas não quer dizer que existam nanorrobôs ou nanobots nas injeções. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri, ainda não existe o uso de robôs minúsculos no campo da vacinação. “Ter mecanismos dentro da robótica que possam manipular microfragmentos ou moléculas que possam tratar doenças é muito desejável. Hoje, infelizmente, a gente não tem nada disso disponível”, afirmou.

A aplicação de nanorrobôs é pesquisada em outras áreas da medicina. Por exemplo, recentemente pesquisadores suecos propuseram o uso de nanobots para matar células cancerígenas em camundongos.

Vale lembrar que o Ministério da Saúde reiterou em diferentes ocasiões que as vacinas de RNA mensageiro são seguras. “A vacina passou pela validação da Anvisa e seguiu todas as etapas rigorosas de avaliação de eficácia e segurança até ser aprovada pela agência reguladora para uso. Isso assegura que ela tem eficácia e é segura”, afirma o ministério.

Esse conteúdo também foi checado por Lupa e Boatos.Org.

O que estão compartilhando: que o Japão declarou estado de emergência após “nanobots”, robôs minúsculos, serem encontrados em 96 milhões de cidadãos que tomaram vacina contra a covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. No site oficial do Ministério da Saúde do Japão não há nenhum anúncio sobre um estado de emergência após a descoberta de nanobots em cidadãos. Essa descoberta, aliás, não seria possível, já que essa tecnologia não está disponível na vacinação, conforme explicou um especialista ao Estadão Verifica. Também não há registro oficial de um pedido de desculpas do país sobre a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil informou reiteradas vezes que o imunizante é seguro.

Site da Saúde do Japão não mostra informações sobre estado de emergência causado por vacinas. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: Postagens nas redes sociais afirmam que o Japão declarou um “estado de emergência” após “nanobots” serem encontrados em cidadãos que tomaram a vacina contra a covid-19. “O Japão emitiu um pedido de desculpas aos seus cidadãos pelas consequências desastrosas das vacinas de mRNA contra a covid-19 e lançou investigações científicas e criminais,” diz um dos textos que acompanha a peça de desinformação.

Não existem notícias recentes sobre um estado de emergência no Japão causado pela covid-19. No site oficial do Ministério da Saúde do país não há qualquer anúncio sobre esse tema. Também não existe qualquer registro de um pedido de desculpas do governo japonês. Neste ano, um deputado antivacina do Japão fez um discurso contra a imunização no qual ele se desculpou com a população. No entanto, ele não representa o governo do país, como mostraram UOL Confere e Aos Fatos.

De acordo com o veículo francês 20 minutes, o boato falso sobre “nanobots” em vacinas surgiu de uma publicação no International Journal of Vaccine Theory Practice and Research (Revista internacional de teoria, prática e pesquisa de vacinas). Apesar do nome, trata-se de uma publicação de baixa confiabilidade. O diretor da revista é um linguista conhecido por seus posicionamentos antivacina e os autores do texto que deu origem ao boato de “nanobots” não são especialistas em imunização, segundo o 20 minutes.

Vacinas mRNA usam nanotecnologia, mas não nanorrobôs

“Nano” é um prefixo usado para designar algo muitíssimo pequeno. Mais precisamente, na escala de 1 bilionésimo de um metro, ou seja, 1 dividido por 1 bilhão. Existe um campo que estuda a aplicação de nanomateriais, materiais em escala nanométrica, chamado de nanotecnologia. Há usos em áreas variadas, o que também inclui a medicina.

Na vacina de mRNA contra covid, são utilizadas nanopartículas de lipídios -- ou seja, gotículas muito pequenas de gordura. O uso dessas partículas minúsculas foi um avanço no campo da medicina. Na vacina de mRNA, elas são usadas como uma espécie de “envelope” para o RNA mensageiro. O RNA é uma partícula que vai enviar ao corpo uma “mensagem” para que ele produza defesas contra o vírus da covid.

O imunologista Orlando Ferreira explicou anteriormente ao Estadão Verifica que as nanopartículas lipídicas integram a composição da vacina para fazer com que o RNA mensageiro possa entrar nas células com a “mensagem” ao corpo. Elas revestem e protegem o mRNA. “Fora do ambiente da célula, o RNA é rapidamente degradado. As nanopartículas lipídicas recobrem esse RNA e quando elas encontram a membrana da célula, que também é feita de lipídios, elas se fundem e jogam o RNA para dentro da célula”, disse.

A quantidade de nanopartículas na vacina de mRNA é muito pequena e não foram identificados efeitos tóxicos em seu uso. “É na faixa de 100 microgramas, 0,1 miligramas”, explicou Orlando ao Verifica.

A também imunologista Fernanda Grassi afirmou em outra ocasião ao Verifica que as moléculas de RNA contidas dentro das nanopartículas se degradam facilmente no nosso corpo. “Ela se degrada, não faz nada no corpo, não se incorpora. Simplesmente se desfaz”, explicou.

O uso de nanopartículas nas vacinas não quer dizer que existam nanorrobôs ou nanobots nas injeções. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri, ainda não existe o uso de robôs minúsculos no campo da vacinação. “Ter mecanismos dentro da robótica que possam manipular microfragmentos ou moléculas que possam tratar doenças é muito desejável. Hoje, infelizmente, a gente não tem nada disso disponível”, afirmou.

A aplicação de nanorrobôs é pesquisada em outras áreas da medicina. Por exemplo, recentemente pesquisadores suecos propuseram o uso de nanobots para matar células cancerígenas em camundongos.

Vale lembrar que o Ministério da Saúde reiterou em diferentes ocasiões que as vacinas de RNA mensageiro são seguras. “A vacina passou pela validação da Anvisa e seguiu todas as etapas rigorosas de avaliação de eficácia e segurança até ser aprovada pela agência reguladora para uso. Isso assegura que ela tem eficácia e é segura”, afirma o ministério.

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