Postagem distorce frase de Múcio sobre licitação de blindados de guerra israelenses


Ministro da Defesa disse que compra de veículos de empresa de Israel foi barrada por ‘questões ideológicas’

Por Talita Burbulhan

O que estão compartilhando: que “Lula é antissemita” e “transformou o Brasil em um estado antissemita”. O vídeo diz que o ministro da Defesa, José Múcio, teria dito que o Exército não adquiriu blindados de guerra porque os vencedores da licitação são judeus.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A postagem distorce uma frase de Múcio. O ministro da Defesa explicou que a compra de material bélico de Israel estava travada por “questões ideológicas” do governo Lula. Assessores da Presidência avaliam que a aquisição dos blindados, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar ataques israelenses a palestinos. Especialista ouvido pelo Verifica diz que os entraves relacionados à licitação não representam um caso de antissemitismo por parte do Estado brasileiro.

Conteúdo que circula no Tiktok e no Whatsapp distorce fala do ministro da Defesa, José Múcio. Foto: Reprodução/Tiktok
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Saiba mais: Circula no Whatsapp e no TikTok a manchete de um texto publicado pelo site Jornal da Cidade que acusa Lula de ter transformado o Brasil em um Estado antissemita. Uma legenda foi sobreposta ao vídeo: “até o ministro da Defesa admitiu que os judeus ganharam a licitação mas não levarão por que são judeus”.

Leitores pediram esta checagem pelo WhatsApp, (11) 97683-7490.

Ministro misturou conceitos distintos

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No dia 8 de outubro, durante um evento para empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que “questões ideológicas” interferiam nos negócios da pasta.

“Houve agora uma concorrência, uma licitação, e venceram os judeus, o povo de Israel. Mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar”, disse o ministro.

Múcio provavelmente se referiu ao grupo israelense Elbit Systems, que venceu em abril uma licitação para o fornecimento de 36 veículos blindados destinados à artilharia do Exército. O negócio, porém, ficou travado por pendências internas que impedem sua conclusão.

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Na avaliação do professor do departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, o ministro confundiu três categorias distintas: judeus, Israel e povo de Israel. “Não diria que é antissemitismo, mas diria que mostra falta de letramento no tema e pode sim produzir confusão e eventuais preconceitos no público”, explicou ele, em nota enviada ao Verifica.

Ele explica que os termos “Judeus” e “povo de Israel” acionam aspectos de pertencimento a um povo e não assuntos de Estado. “Note que ele não usou sequer Empresas de Israel ou governo de Israel, no caso de serem públicas”, observa Gherman.

O professor reconhece que a atitude do governo em protelar a licitação por questões políticas pode ser alvo de críticas, mas que o caso não configura um caso de antissemitismo.

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Como explicou o Estadão, assessores do governo contrários à compra argumentam que é incoerente a aquisição dos equipamentos militares de Israel, cujas ações na Faixa de Gaza são criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e alegam que a compra dos obuseiros, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar os ataques israelenses aos palestinos.

Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) impediu o Ministério da Defesa de barrar o prosseguimento da licitação.

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O Verifica entrou em contato com o Ministério da Defesa e com a Assessoria Especial do Presidente da República, mas não teve retorno.

O que estão compartilhando: que “Lula é antissemita” e “transformou o Brasil em um estado antissemita”. O vídeo diz que o ministro da Defesa, José Múcio, teria dito que o Exército não adquiriu blindados de guerra porque os vencedores da licitação são judeus.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A postagem distorce uma frase de Múcio. O ministro da Defesa explicou que a compra de material bélico de Israel estava travada por “questões ideológicas” do governo Lula. Assessores da Presidência avaliam que a aquisição dos blindados, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar ataques israelenses a palestinos. Especialista ouvido pelo Verifica diz que os entraves relacionados à licitação não representam um caso de antissemitismo por parte do Estado brasileiro.

Conteúdo que circula no Tiktok e no Whatsapp distorce fala do ministro da Defesa, José Múcio. Foto: Reprodução/Tiktok

Saiba mais: Circula no Whatsapp e no TikTok a manchete de um texto publicado pelo site Jornal da Cidade que acusa Lula de ter transformado o Brasil em um Estado antissemita. Uma legenda foi sobreposta ao vídeo: “até o ministro da Defesa admitiu que os judeus ganharam a licitação mas não levarão por que são judeus”.

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Ministro misturou conceitos distintos

No dia 8 de outubro, durante um evento para empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que “questões ideológicas” interferiam nos negócios da pasta.

“Houve agora uma concorrência, uma licitação, e venceram os judeus, o povo de Israel. Mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar”, disse o ministro.

Múcio provavelmente se referiu ao grupo israelense Elbit Systems, que venceu em abril uma licitação para o fornecimento de 36 veículos blindados destinados à artilharia do Exército. O negócio, porém, ficou travado por pendências internas que impedem sua conclusão.

Na avaliação do professor do departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, o ministro confundiu três categorias distintas: judeus, Israel e povo de Israel. “Não diria que é antissemitismo, mas diria que mostra falta de letramento no tema e pode sim produzir confusão e eventuais preconceitos no público”, explicou ele, em nota enviada ao Verifica.

Ele explica que os termos “Judeus” e “povo de Israel” acionam aspectos de pertencimento a um povo e não assuntos de Estado. “Note que ele não usou sequer Empresas de Israel ou governo de Israel, no caso de serem públicas”, observa Gherman.

O professor reconhece que a atitude do governo em protelar a licitação por questões políticas pode ser alvo de críticas, mas que o caso não configura um caso de antissemitismo.

Como explicou o Estadão, assessores do governo contrários à compra argumentam que é incoerente a aquisição dos equipamentos militares de Israel, cujas ações na Faixa de Gaza são criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e alegam que a compra dos obuseiros, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar os ataques israelenses aos palestinos.

Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) impediu o Ministério da Defesa de barrar o prosseguimento da licitação.

O Verifica entrou em contato com o Ministério da Defesa e com a Assessoria Especial do Presidente da República, mas não teve retorno.

O que estão compartilhando: que “Lula é antissemita” e “transformou o Brasil em um estado antissemita”. O vídeo diz que o ministro da Defesa, José Múcio, teria dito que o Exército não adquiriu blindados de guerra porque os vencedores da licitação são judeus.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A postagem distorce uma frase de Múcio. O ministro da Defesa explicou que a compra de material bélico de Israel estava travada por “questões ideológicas” do governo Lula. Assessores da Presidência avaliam que a aquisição dos blindados, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar ataques israelenses a palestinos. Especialista ouvido pelo Verifica diz que os entraves relacionados à licitação não representam um caso de antissemitismo por parte do Estado brasileiro.

Conteúdo que circula no Tiktok e no Whatsapp distorce fala do ministro da Defesa, José Múcio. Foto: Reprodução/Tiktok

Saiba mais: Circula no Whatsapp e no TikTok a manchete de um texto publicado pelo site Jornal da Cidade que acusa Lula de ter transformado o Brasil em um Estado antissemita. Uma legenda foi sobreposta ao vídeo: “até o ministro da Defesa admitiu que os judeus ganharam a licitação mas não levarão por que são judeus”.

Leitores pediram esta checagem pelo WhatsApp, (11) 97683-7490.

Ministro misturou conceitos distintos

No dia 8 de outubro, durante um evento para empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que “questões ideológicas” interferiam nos negócios da pasta.

“Houve agora uma concorrência, uma licitação, e venceram os judeus, o povo de Israel. Mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar”, disse o ministro.

Múcio provavelmente se referiu ao grupo israelense Elbit Systems, que venceu em abril uma licitação para o fornecimento de 36 veículos blindados destinados à artilharia do Exército. O negócio, porém, ficou travado por pendências internas que impedem sua conclusão.

Na avaliação do professor do departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, o ministro confundiu três categorias distintas: judeus, Israel e povo de Israel. “Não diria que é antissemitismo, mas diria que mostra falta de letramento no tema e pode sim produzir confusão e eventuais preconceitos no público”, explicou ele, em nota enviada ao Verifica.

Ele explica que os termos “Judeus” e “povo de Israel” acionam aspectos de pertencimento a um povo e não assuntos de Estado. “Note que ele não usou sequer Empresas de Israel ou governo de Israel, no caso de serem públicas”, observa Gherman.

O professor reconhece que a atitude do governo em protelar a licitação por questões políticas pode ser alvo de críticas, mas que o caso não configura um caso de antissemitismo.

Como explicou o Estadão, assessores do governo contrários à compra argumentam que é incoerente a aquisição dos equipamentos militares de Israel, cujas ações na Faixa de Gaza são criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e alegam que a compra dos obuseiros, por quase R$ 1 bilhão, poderia financiar os ataques israelenses aos palestinos.

Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) impediu o Ministério da Defesa de barrar o prosseguimento da licitação.

O Verifica entrou em contato com o Ministério da Defesa e com a Assessoria Especial do Presidente da República, mas não teve retorno.

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