O que estão compartilhando: que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou um “furto de canetas na Índia” durante a reunião do G20.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Após discurso na reunião de encerramento da cúpula do G-20, na Índia, em 10 de setembro, o presidente brasileiro pegou dois lápis de madeira e um bloco de anotações oferecido pela organização do evento aos representantes dos países. Depois, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, guarda os materiais em sua bolsa. Não houve “furto” ou “roubo” de canetas.
Saiba mais: o boato de que Lula teria roubado canetas no G-20 viralizou no WhatsApp e foi encaminhado como sugestão de checagem ao Estadão Verifica por diversas pessoas através do número (11) 97683-7490. Ele também foi compartilhado em contas de políticos de oposição ao governo, como a deputada federal Bia Kicis (PL-DF).
O material recorta trecho da transmissão do CanalGov, mantido pela EBC, no YouTube, no dia 10 de setembro, após o presidente brasileiro encerrar seu discurso. Sobre as imagens, um homem narra a cena dizendo que Lula pegou canetas, olhou para o lado “assustado” e entregou os itens para a “comparsa” Janja. “Você acabou de presenciar um furto de canetas na Índia”, alega.
Na realidade, o político apenas levou embora dois lápis de madeira e um bloco de anotações customizados para o evento. O caderno foi entregue para um assessor, e os lápis foram guardados por Janja em sua bolsa. Pelo Twitter, a primeira-dama publicou uma foto dos itens e reagiu de modo irônico.
Pode-se notar que são os mesmos lápis que estavam nas mãos de Lula com base no registro em alta definição da EBC. Fotos tiradas durante a reunião confirmam ainda que os mesmos materiais foram entregues a representantes de outros países.
Essa não é a primeira vez que boatos sem fundamento acusam o político de roubar canetas. Outro vídeo similar circulou após a cerimônia de posse de Lula, em janeiro deste ano, dizendo que o petista escondeu uma caneta Montblanc destinada ao acervo da Presidência. A caneta era sua, presenteada por um apoiador durante a campanha eleitoral de 1989, como mostrou reportagem do UOL.
A mesma peça de desinformação analisada nesta checagem foi desmentida por Lupa, Aos Fatos e Boatos.org.