Mancha solar não tem previsão de causar danos à rede elétrica da Terra


Erupções na superfície do sol ocasionam tempestades solares que podem afetar o planeta; não será o caso da que foi identificada neste mês pela Nasa

Por Bernardo Costa

O que estão compartilhando: Com base em uma reportagem do DailyMail, um homem afirma em vídeo que cientistas da Nasa identificaram uma mancha gigantesca no sol e que, segundo eles, pode ocasionar uma tempestade solar que possivelmente irá atingir a Terra provocando danos na rede elétrica do planeta. No vídeo, que tem mais de 2,5 milhões de visualizações no Facebook, o homem sugere a hipótese de dias, meses ou até anos de escuridão.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. De fato foi detectada pela Nasa uma grande mancha escura na superfície do sol. Essas manchas são fenômenos conhecidos capazes de gerar erupções — tempestades de radiação solar que, se atingirem a Terra, podem provocar danos na rede elétrica de determinados territórios, especialmente nas proximidades dos polos Norte e Sul do planeta. No entanto, segundo a agência federal norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), que mede o nível de intensidade dessas tempestades, a mancha solar está praticamente inativa. A previsão é de baixa ou moderada atividade, sem prejuízos à Terra.

Homem afirma que mancha no sol pode causar tempestade solar e que a previsão dos cientistas, caso se confirme, é de que a Terra poderá ficar dias, meses ou anos na escuridão. Foto: Reprodução
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Saiba mais: A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, mantém em Marte um veículo que se desloca sobre a superfície do planeta em busca de sinais de vida antiga. Chamado de Perseverance, ele tem um telescópio acoplado que, entre os dias 17 e 20 de agosto, captou imagens de uma mancha escura no sol grande o suficiente para ser vista a 152 milhões de quilômetros de distância.

Essas manchas solares, explica o site da Nasa, estão em constante mudança e são formadas por variações no campo magnético da superfície do sol. Elas podem causar tempestades de radiação solar que, eventualmente, podem atingir a Terra. O nível de intensidade delas é medido pela Noaa, que identificou a mancha como “Active Region 3417″. Segundo a agência informou ao Estadão Verifica, não há previsão de tempestade solar com danos à rede elétrica da Terra.

Por e-mail, o astrônomo Tony Phillips, que por 20 anos atuou na Nasa, informou que a mancha solar diminuiu de intensidade antes de se deslocar para a face do sol voltada para a Terra. Segundo ele, nenhuma tempestade solar em direção ao nosso planeta foi detectada. O alerta havia sido feito em um post em seu blog (spaceweather.com), que serviu de base para a matéria do DailyMail.

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Imagem captada pela agencia norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa) mostra mancha solar 'Active Region 3417' (círculo azul) e outra identificada na noite do dia 30 (círculo rosa). Foto: Divulgação/Noaa

Riscos para a rede elétrica da Terra

De acordo com a Noaa, na noite do dia 30 foi identificada uma outra zona de erupção no sol (círculo em rosa na imagem acima). Assim como a mancha solar (círculo azul), ela pode causar tempestade geomagnética com possibilidade de danos à rede elétrica da Terra. A agência informou que possivelmente emitirá, em breve, um alerta de tempestade geomagnética de menor (G1) ou moderado (G2) grau para o dia 3 de setembro. Nesses níveis, não há possibilidade de danos ao planeta Terra.

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“Embora essas tempestades geomagnéticas fracas possam ainda induzir correntes indesejadas na rede elétrica, elas serão provavelmente pequenas e a indústria da energia está bem preparada”, explicou a Noaa. “Mesmo que as tempestades G1 e G2 possam não causar perturbações generalizadas ou catastróficas, servem para recordar a importância da previsão meteorológica espacial e da preparação do setor da energia, uma vez que os operadores da rede eléctrica podem atenuar preventivamente os possíveis impactos, ajustando, por exemplo, as operações dos transformadores e gerindo os fluxos de energia”.

Maior dano ocorreu em 1859

James Spann, líder do Clima Espacial na Divisão de Heliofísica da Nasa, conta que tempestades solares já causaram danos à Terra. O maior deles foi verificado em 1859, e ficou conhecido como Evento Carrington. Ainda não havia a rede elétrica tal qual conhecemos hoje. Os danos foram verificados nos aparelhos de telégrafo.

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“Na época, foi induzida muita corrente nos telégrafos e pegou fogo em escritórios que tinham o equipamento em várias partes do mundo. Em Cuba, foi vista uma aurora boreal no céu”, conta Spann, em entrevista por telefone ao Estadão Verifica.

Em 1989, uma tempestade solar causou danos em transformadores em Quebec, no Canadá, e no Norte e Leste dos Estados Unidos. James Spann conta que, por cerca de 10 horas, alguns locais ficaram sem energia elétrica até que os reparos fossem feitos. Mais recentemente, em 2022, a SpaceX, de Elon Musk, perdeu 40 satélites por efeito de uma tempestade solar. Houve danos nas placas solares que alimentam os equipamentos, que perderam altitude e se desintegraram.

Na Terra, além dos problemas na rede elétrica, as tempestades solares podem causar perda de comunicação via GPS e em transmissões via satélite. Pode ainda haver emissão de radiação, semelhante a um exame de raios X, para tripulantes e passageiros de aviões em voos próximos aos polos Norte e Sul.

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Segundo James Spann, as tempestades solares são mais comuns nos períodos em que o sol atinge sua atividade máxima, o que acontece a cada 11 anos. O próximo evento, chamado de máximo solar, será em 2025.

O que estão compartilhando: Com base em uma reportagem do DailyMail, um homem afirma em vídeo que cientistas da Nasa identificaram uma mancha gigantesca no sol e que, segundo eles, pode ocasionar uma tempestade solar que possivelmente irá atingir a Terra provocando danos na rede elétrica do planeta. No vídeo, que tem mais de 2,5 milhões de visualizações no Facebook, o homem sugere a hipótese de dias, meses ou até anos de escuridão.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. De fato foi detectada pela Nasa uma grande mancha escura na superfície do sol. Essas manchas são fenômenos conhecidos capazes de gerar erupções — tempestades de radiação solar que, se atingirem a Terra, podem provocar danos na rede elétrica de determinados territórios, especialmente nas proximidades dos polos Norte e Sul do planeta. No entanto, segundo a agência federal norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), que mede o nível de intensidade dessas tempestades, a mancha solar está praticamente inativa. A previsão é de baixa ou moderada atividade, sem prejuízos à Terra.

Homem afirma que mancha no sol pode causar tempestade solar e que a previsão dos cientistas, caso se confirme, é de que a Terra poderá ficar dias, meses ou anos na escuridão. Foto: Reprodução

Saiba mais: A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, mantém em Marte um veículo que se desloca sobre a superfície do planeta em busca de sinais de vida antiga. Chamado de Perseverance, ele tem um telescópio acoplado que, entre os dias 17 e 20 de agosto, captou imagens de uma mancha escura no sol grande o suficiente para ser vista a 152 milhões de quilômetros de distância.

Essas manchas solares, explica o site da Nasa, estão em constante mudança e são formadas por variações no campo magnético da superfície do sol. Elas podem causar tempestades de radiação solar que, eventualmente, podem atingir a Terra. O nível de intensidade delas é medido pela Noaa, que identificou a mancha como “Active Region 3417″. Segundo a agência informou ao Estadão Verifica, não há previsão de tempestade solar com danos à rede elétrica da Terra.

Por e-mail, o astrônomo Tony Phillips, que por 20 anos atuou na Nasa, informou que a mancha solar diminuiu de intensidade antes de se deslocar para a face do sol voltada para a Terra. Segundo ele, nenhuma tempestade solar em direção ao nosso planeta foi detectada. O alerta havia sido feito em um post em seu blog (spaceweather.com), que serviu de base para a matéria do DailyMail.

Imagem captada pela agencia norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa) mostra mancha solar 'Active Region 3417' (círculo azul) e outra identificada na noite do dia 30 (círculo rosa). Foto: Divulgação/Noaa

Riscos para a rede elétrica da Terra

De acordo com a Noaa, na noite do dia 30 foi identificada uma outra zona de erupção no sol (círculo em rosa na imagem acima). Assim como a mancha solar (círculo azul), ela pode causar tempestade geomagnética com possibilidade de danos à rede elétrica da Terra. A agência informou que possivelmente emitirá, em breve, um alerta de tempestade geomagnética de menor (G1) ou moderado (G2) grau para o dia 3 de setembro. Nesses níveis, não há possibilidade de danos ao planeta Terra.

“Embora essas tempestades geomagnéticas fracas possam ainda induzir correntes indesejadas na rede elétrica, elas serão provavelmente pequenas e a indústria da energia está bem preparada”, explicou a Noaa. “Mesmo que as tempestades G1 e G2 possam não causar perturbações generalizadas ou catastróficas, servem para recordar a importância da previsão meteorológica espacial e da preparação do setor da energia, uma vez que os operadores da rede eléctrica podem atenuar preventivamente os possíveis impactos, ajustando, por exemplo, as operações dos transformadores e gerindo os fluxos de energia”.

Maior dano ocorreu em 1859

James Spann, líder do Clima Espacial na Divisão de Heliofísica da Nasa, conta que tempestades solares já causaram danos à Terra. O maior deles foi verificado em 1859, e ficou conhecido como Evento Carrington. Ainda não havia a rede elétrica tal qual conhecemos hoje. Os danos foram verificados nos aparelhos de telégrafo.

“Na época, foi induzida muita corrente nos telégrafos e pegou fogo em escritórios que tinham o equipamento em várias partes do mundo. Em Cuba, foi vista uma aurora boreal no céu”, conta Spann, em entrevista por telefone ao Estadão Verifica.

Em 1989, uma tempestade solar causou danos em transformadores em Quebec, no Canadá, e no Norte e Leste dos Estados Unidos. James Spann conta que, por cerca de 10 horas, alguns locais ficaram sem energia elétrica até que os reparos fossem feitos. Mais recentemente, em 2022, a SpaceX, de Elon Musk, perdeu 40 satélites por efeito de uma tempestade solar. Houve danos nas placas solares que alimentam os equipamentos, que perderam altitude e se desintegraram.

Na Terra, além dos problemas na rede elétrica, as tempestades solares podem causar perda de comunicação via GPS e em transmissões via satélite. Pode ainda haver emissão de radiação, semelhante a um exame de raios X, para tripulantes e passageiros de aviões em voos próximos aos polos Norte e Sul.

Segundo James Spann, as tempestades solares são mais comuns nos períodos em que o sol atinge sua atividade máxima, o que acontece a cada 11 anos. O próximo evento, chamado de máximo solar, será em 2025.

O que estão compartilhando: Com base em uma reportagem do DailyMail, um homem afirma em vídeo que cientistas da Nasa identificaram uma mancha gigantesca no sol e que, segundo eles, pode ocasionar uma tempestade solar que possivelmente irá atingir a Terra provocando danos na rede elétrica do planeta. No vídeo, que tem mais de 2,5 milhões de visualizações no Facebook, o homem sugere a hipótese de dias, meses ou até anos de escuridão.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. De fato foi detectada pela Nasa uma grande mancha escura na superfície do sol. Essas manchas são fenômenos conhecidos capazes de gerar erupções — tempestades de radiação solar que, se atingirem a Terra, podem provocar danos na rede elétrica de determinados territórios, especialmente nas proximidades dos polos Norte e Sul do planeta. No entanto, segundo a agência federal norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), que mede o nível de intensidade dessas tempestades, a mancha solar está praticamente inativa. A previsão é de baixa ou moderada atividade, sem prejuízos à Terra.

Homem afirma que mancha no sol pode causar tempestade solar e que a previsão dos cientistas, caso se confirme, é de que a Terra poderá ficar dias, meses ou anos na escuridão. Foto: Reprodução

Saiba mais: A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, mantém em Marte um veículo que se desloca sobre a superfície do planeta em busca de sinais de vida antiga. Chamado de Perseverance, ele tem um telescópio acoplado que, entre os dias 17 e 20 de agosto, captou imagens de uma mancha escura no sol grande o suficiente para ser vista a 152 milhões de quilômetros de distância.

Essas manchas solares, explica o site da Nasa, estão em constante mudança e são formadas por variações no campo magnético da superfície do sol. Elas podem causar tempestades de radiação solar que, eventualmente, podem atingir a Terra. O nível de intensidade delas é medido pela Noaa, que identificou a mancha como “Active Region 3417″. Segundo a agência informou ao Estadão Verifica, não há previsão de tempestade solar com danos à rede elétrica da Terra.

Por e-mail, o astrônomo Tony Phillips, que por 20 anos atuou na Nasa, informou que a mancha solar diminuiu de intensidade antes de se deslocar para a face do sol voltada para a Terra. Segundo ele, nenhuma tempestade solar em direção ao nosso planeta foi detectada. O alerta havia sido feito em um post em seu blog (spaceweather.com), que serviu de base para a matéria do DailyMail.

Imagem captada pela agencia norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa) mostra mancha solar 'Active Region 3417' (círculo azul) e outra identificada na noite do dia 30 (círculo rosa). Foto: Divulgação/Noaa

Riscos para a rede elétrica da Terra

De acordo com a Noaa, na noite do dia 30 foi identificada uma outra zona de erupção no sol (círculo em rosa na imagem acima). Assim como a mancha solar (círculo azul), ela pode causar tempestade geomagnética com possibilidade de danos à rede elétrica da Terra. A agência informou que possivelmente emitirá, em breve, um alerta de tempestade geomagnética de menor (G1) ou moderado (G2) grau para o dia 3 de setembro. Nesses níveis, não há possibilidade de danos ao planeta Terra.

“Embora essas tempestades geomagnéticas fracas possam ainda induzir correntes indesejadas na rede elétrica, elas serão provavelmente pequenas e a indústria da energia está bem preparada”, explicou a Noaa. “Mesmo que as tempestades G1 e G2 possam não causar perturbações generalizadas ou catastróficas, servem para recordar a importância da previsão meteorológica espacial e da preparação do setor da energia, uma vez que os operadores da rede eléctrica podem atenuar preventivamente os possíveis impactos, ajustando, por exemplo, as operações dos transformadores e gerindo os fluxos de energia”.

Maior dano ocorreu em 1859

James Spann, líder do Clima Espacial na Divisão de Heliofísica da Nasa, conta que tempestades solares já causaram danos à Terra. O maior deles foi verificado em 1859, e ficou conhecido como Evento Carrington. Ainda não havia a rede elétrica tal qual conhecemos hoje. Os danos foram verificados nos aparelhos de telégrafo.

“Na época, foi induzida muita corrente nos telégrafos e pegou fogo em escritórios que tinham o equipamento em várias partes do mundo. Em Cuba, foi vista uma aurora boreal no céu”, conta Spann, em entrevista por telefone ao Estadão Verifica.

Em 1989, uma tempestade solar causou danos em transformadores em Quebec, no Canadá, e no Norte e Leste dos Estados Unidos. James Spann conta que, por cerca de 10 horas, alguns locais ficaram sem energia elétrica até que os reparos fossem feitos. Mais recentemente, em 2022, a SpaceX, de Elon Musk, perdeu 40 satélites por efeito de uma tempestade solar. Houve danos nas placas solares que alimentam os equipamentos, que perderam altitude e se desintegraram.

Na Terra, além dos problemas na rede elétrica, as tempestades solares podem causar perda de comunicação via GPS e em transmissões via satélite. Pode ainda haver emissão de radiação, semelhante a um exame de raios X, para tripulantes e passageiros de aviões em voos próximos aos polos Norte e Sul.

Segundo James Spann, as tempestades solares são mais comuns nos períodos em que o sol atinge sua atividade máxima, o que acontece a cada 11 anos. O próximo evento, chamado de máximo solar, será em 2025.

O que estão compartilhando: Com base em uma reportagem do DailyMail, um homem afirma em vídeo que cientistas da Nasa identificaram uma mancha gigantesca no sol e que, segundo eles, pode ocasionar uma tempestade solar que possivelmente irá atingir a Terra provocando danos na rede elétrica do planeta. No vídeo, que tem mais de 2,5 milhões de visualizações no Facebook, o homem sugere a hipótese de dias, meses ou até anos de escuridão.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. De fato foi detectada pela Nasa uma grande mancha escura na superfície do sol. Essas manchas são fenômenos conhecidos capazes de gerar erupções — tempestades de radiação solar que, se atingirem a Terra, podem provocar danos na rede elétrica de determinados territórios, especialmente nas proximidades dos polos Norte e Sul do planeta. No entanto, segundo a agência federal norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), que mede o nível de intensidade dessas tempestades, a mancha solar está praticamente inativa. A previsão é de baixa ou moderada atividade, sem prejuízos à Terra.

Homem afirma que mancha no sol pode causar tempestade solar e que a previsão dos cientistas, caso se confirme, é de que a Terra poderá ficar dias, meses ou anos na escuridão. Foto: Reprodução

Saiba mais: A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, mantém em Marte um veículo que se desloca sobre a superfície do planeta em busca de sinais de vida antiga. Chamado de Perseverance, ele tem um telescópio acoplado que, entre os dias 17 e 20 de agosto, captou imagens de uma mancha escura no sol grande o suficiente para ser vista a 152 milhões de quilômetros de distância.

Essas manchas solares, explica o site da Nasa, estão em constante mudança e são formadas por variações no campo magnético da superfície do sol. Elas podem causar tempestades de radiação solar que, eventualmente, podem atingir a Terra. O nível de intensidade delas é medido pela Noaa, que identificou a mancha como “Active Region 3417″. Segundo a agência informou ao Estadão Verifica, não há previsão de tempestade solar com danos à rede elétrica da Terra.

Por e-mail, o astrônomo Tony Phillips, que por 20 anos atuou na Nasa, informou que a mancha solar diminuiu de intensidade antes de se deslocar para a face do sol voltada para a Terra. Segundo ele, nenhuma tempestade solar em direção ao nosso planeta foi detectada. O alerta havia sido feito em um post em seu blog (spaceweather.com), que serviu de base para a matéria do DailyMail.

Imagem captada pela agencia norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa) mostra mancha solar 'Active Region 3417' (círculo azul) e outra identificada na noite do dia 30 (círculo rosa). Foto: Divulgação/Noaa

Riscos para a rede elétrica da Terra

De acordo com a Noaa, na noite do dia 30 foi identificada uma outra zona de erupção no sol (círculo em rosa na imagem acima). Assim como a mancha solar (círculo azul), ela pode causar tempestade geomagnética com possibilidade de danos à rede elétrica da Terra. A agência informou que possivelmente emitirá, em breve, um alerta de tempestade geomagnética de menor (G1) ou moderado (G2) grau para o dia 3 de setembro. Nesses níveis, não há possibilidade de danos ao planeta Terra.

“Embora essas tempestades geomagnéticas fracas possam ainda induzir correntes indesejadas na rede elétrica, elas serão provavelmente pequenas e a indústria da energia está bem preparada”, explicou a Noaa. “Mesmo que as tempestades G1 e G2 possam não causar perturbações generalizadas ou catastróficas, servem para recordar a importância da previsão meteorológica espacial e da preparação do setor da energia, uma vez que os operadores da rede eléctrica podem atenuar preventivamente os possíveis impactos, ajustando, por exemplo, as operações dos transformadores e gerindo os fluxos de energia”.

Maior dano ocorreu em 1859

James Spann, líder do Clima Espacial na Divisão de Heliofísica da Nasa, conta que tempestades solares já causaram danos à Terra. O maior deles foi verificado em 1859, e ficou conhecido como Evento Carrington. Ainda não havia a rede elétrica tal qual conhecemos hoje. Os danos foram verificados nos aparelhos de telégrafo.

“Na época, foi induzida muita corrente nos telégrafos e pegou fogo em escritórios que tinham o equipamento em várias partes do mundo. Em Cuba, foi vista uma aurora boreal no céu”, conta Spann, em entrevista por telefone ao Estadão Verifica.

Em 1989, uma tempestade solar causou danos em transformadores em Quebec, no Canadá, e no Norte e Leste dos Estados Unidos. James Spann conta que, por cerca de 10 horas, alguns locais ficaram sem energia elétrica até que os reparos fossem feitos. Mais recentemente, em 2022, a SpaceX, de Elon Musk, perdeu 40 satélites por efeito de uma tempestade solar. Houve danos nas placas solares que alimentam os equipamentos, que perderam altitude e se desintegraram.

Na Terra, além dos problemas na rede elétrica, as tempestades solares podem causar perda de comunicação via GPS e em transmissões via satélite. Pode ainda haver emissão de radiação, semelhante a um exame de raios X, para tripulantes e passageiros de aviões em voos próximos aos polos Norte e Sul.

Segundo James Spann, as tempestades solares são mais comuns nos períodos em que o sol atinge sua atividade máxima, o que acontece a cada 11 anos. O próximo evento, chamado de máximo solar, será em 2025.

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