Medo de problema no fígado impulsiona exageros sobre antiinflamatório nimesulida


Assim como todo medicamento, antiinflamatório traz riscos; remédio deve ser indicado por um médico e uso não deve ultrapassar sete dias

Por Alessandra Monnerat

Um artigo alarmista viralizou no Facebook nesta semana com a alegação de que o antiinflamatório nimesulida está sendo retirado do mercado por estar relacionado a problemas de fígado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, porém, que não há nenhum alerta com relação a esse medicamento e que não tomou nenhuma medida contra remédios que contêm nimesulida.

A agência também respondeu à alegação de que o antiinflamatório é tóxico para o fígado. "Assim como todo medicamento, o nimesulida traz benefícios e riscos ao paciente, devendo ser avaliado e prescrito pelo profissional de saúde", comunicou a Anvisa.

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Comprimidos de nimesulida. Foto: Pnapora/Wikimedia Commons

A bula do remédio informa que ele não deve ser usado por pessoas que tenham problemas com uso abusivo de álcool ou em conjunto com outros medicamentos que possam causar danos ao fígado, pois nesses casos há risco aumentado de reações hepáticas.

Para pacientes com problemas de fígado, a bula informa que são raras as reações hepáticas sérias e que são muito raros os casos fatais. Caso a pessoa apresente sintomas como falta de apetite, náusea, vômitos, dor na barriga, cansaço, urina escura ou coloração amarelada na pele e olhos, é necessário o acompanhamento de um médico.

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O toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas, explicou que todos os antiinflamatórios do mesmo tipo do nimesulida, como diclofenaco, ibuprofeno ou naproxeno, apresentam algum risco para o fígado. Ele ressalta que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, equivalente à Anvisa) revisou recentemente o risco do uso de nimesulida para o desenvolvimento de doenças hepáticas e concluiu que os benefícios do remédio superam os riscos.

Segundo Wong, o remédio com 100 mg de nimesulida deve ser usado por no máximo sete dias, duas vezes por dia. "Nenhum antiinflamatório deve ser usado por mais de sete dias", diz ele. "Para doentes hepáticos, é importante estar alerta, mas é preciso levar em consideração outros fatores. De qualquer forma, todo medicamento deve ser usado sob orientação médica."

Retirado do mercado

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Em 2017, a Anvisa fez uma interdição pontual em um lote específico do medicamento. Mas o motivo não tinha relação com danos ao fígado: os remédios desse lote apresentaram resultados insatisfatórios de teor de nimesulida. "O teor fora do padrão pode fazer com que o paciente acabe ingerindo uma quantidade maior ou menor do medicamento durante o seu tratamento", informou a agência.

Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou que o nimesulida foi suspenso na Finlândia devido a relatos de reações hepáticas graves. Também há registros de supensão em Portugal, Espanha e Bangladesh. Na Austrália e nos Estados Unidos, a droga nunca foi vendida.

A revisão da EMA, no entanto, é posterior a esses casos.

Um artigo alarmista viralizou no Facebook nesta semana com a alegação de que o antiinflamatório nimesulida está sendo retirado do mercado por estar relacionado a problemas de fígado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, porém, que não há nenhum alerta com relação a esse medicamento e que não tomou nenhuma medida contra remédios que contêm nimesulida.

A agência também respondeu à alegação de que o antiinflamatório é tóxico para o fígado. "Assim como todo medicamento, o nimesulida traz benefícios e riscos ao paciente, devendo ser avaliado e prescrito pelo profissional de saúde", comunicou a Anvisa.

Comprimidos de nimesulida. Foto: Pnapora/Wikimedia Commons

A bula do remédio informa que ele não deve ser usado por pessoas que tenham problemas com uso abusivo de álcool ou em conjunto com outros medicamentos que possam causar danos ao fígado, pois nesses casos há risco aumentado de reações hepáticas.

Para pacientes com problemas de fígado, a bula informa que são raras as reações hepáticas sérias e que são muito raros os casos fatais. Caso a pessoa apresente sintomas como falta de apetite, náusea, vômitos, dor na barriga, cansaço, urina escura ou coloração amarelada na pele e olhos, é necessário o acompanhamento de um médico.

O toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas, explicou que todos os antiinflamatórios do mesmo tipo do nimesulida, como diclofenaco, ibuprofeno ou naproxeno, apresentam algum risco para o fígado. Ele ressalta que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, equivalente à Anvisa) revisou recentemente o risco do uso de nimesulida para o desenvolvimento de doenças hepáticas e concluiu que os benefícios do remédio superam os riscos.

Segundo Wong, o remédio com 100 mg de nimesulida deve ser usado por no máximo sete dias, duas vezes por dia. "Nenhum antiinflamatório deve ser usado por mais de sete dias", diz ele. "Para doentes hepáticos, é importante estar alerta, mas é preciso levar em consideração outros fatores. De qualquer forma, todo medicamento deve ser usado sob orientação médica."

Retirado do mercado

Em 2017, a Anvisa fez uma interdição pontual em um lote específico do medicamento. Mas o motivo não tinha relação com danos ao fígado: os remédios desse lote apresentaram resultados insatisfatórios de teor de nimesulida. "O teor fora do padrão pode fazer com que o paciente acabe ingerindo uma quantidade maior ou menor do medicamento durante o seu tratamento", informou a agência.

Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou que o nimesulida foi suspenso na Finlândia devido a relatos de reações hepáticas graves. Também há registros de supensão em Portugal, Espanha e Bangladesh. Na Austrália e nos Estados Unidos, a droga nunca foi vendida.

A revisão da EMA, no entanto, é posterior a esses casos.

Um artigo alarmista viralizou no Facebook nesta semana com a alegação de que o antiinflamatório nimesulida está sendo retirado do mercado por estar relacionado a problemas de fígado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, porém, que não há nenhum alerta com relação a esse medicamento e que não tomou nenhuma medida contra remédios que contêm nimesulida.

A agência também respondeu à alegação de que o antiinflamatório é tóxico para o fígado. "Assim como todo medicamento, o nimesulida traz benefícios e riscos ao paciente, devendo ser avaliado e prescrito pelo profissional de saúde", comunicou a Anvisa.

Comprimidos de nimesulida. Foto: Pnapora/Wikimedia Commons

A bula do remédio informa que ele não deve ser usado por pessoas que tenham problemas com uso abusivo de álcool ou em conjunto com outros medicamentos que possam causar danos ao fígado, pois nesses casos há risco aumentado de reações hepáticas.

Para pacientes com problemas de fígado, a bula informa que são raras as reações hepáticas sérias e que são muito raros os casos fatais. Caso a pessoa apresente sintomas como falta de apetite, náusea, vômitos, dor na barriga, cansaço, urina escura ou coloração amarelada na pele e olhos, é necessário o acompanhamento de um médico.

O toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas, explicou que todos os antiinflamatórios do mesmo tipo do nimesulida, como diclofenaco, ibuprofeno ou naproxeno, apresentam algum risco para o fígado. Ele ressalta que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, equivalente à Anvisa) revisou recentemente o risco do uso de nimesulida para o desenvolvimento de doenças hepáticas e concluiu que os benefícios do remédio superam os riscos.

Segundo Wong, o remédio com 100 mg de nimesulida deve ser usado por no máximo sete dias, duas vezes por dia. "Nenhum antiinflamatório deve ser usado por mais de sete dias", diz ele. "Para doentes hepáticos, é importante estar alerta, mas é preciso levar em consideração outros fatores. De qualquer forma, todo medicamento deve ser usado sob orientação médica."

Retirado do mercado

Em 2017, a Anvisa fez uma interdição pontual em um lote específico do medicamento. Mas o motivo não tinha relação com danos ao fígado: os remédios desse lote apresentaram resultados insatisfatórios de teor de nimesulida. "O teor fora do padrão pode fazer com que o paciente acabe ingerindo uma quantidade maior ou menor do medicamento durante o seu tratamento", informou a agência.

Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou que o nimesulida foi suspenso na Finlândia devido a relatos de reações hepáticas graves. Também há registros de supensão em Portugal, Espanha e Bangladesh. Na Austrália e nos Estados Unidos, a droga nunca foi vendida.

A revisão da EMA, no entanto, é posterior a esses casos.

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