Mpox não é reação adversa de vacina contra covid, nem é a mesma doença que herpes-zóster


Imunizantes contra coronavírus são seguros e não são capazes de transmitir varíola; alegações viralizaram nas redes em postagens de médicos negacionistas

Por Milka Moura
Atualização:

O que estão compartilhando: que a mpox é uma reação adversa da vacina da covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde informaram que a mpox é uma doença viral, que não é causada ou induzida pelas vacinas contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Estadão Verifica confirmaram que a alegação não é verdadeira.

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Publicações virais espalham desinformação sobre a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência global após surtos no Congo e outras partes da África. Há casos confirmados em crianças e adultos em mais de uma dúzia de países. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024.

Atrelado ao temor com o vírus, uma onda de postagens nas redes sociais espalham desinformação sobre a mpox, afirmando que a doença é ocasionada por uma reação das vacinas contra a covid-19. Outras publicações ainda afirmam que o vírus é o mesmo do herpes-zóster, e que seria ativado pela vacinação contra covid. Os posts também lançam dúvidas sobre o imunizante contra a mpox.

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Não é verdade que a mpox seja uma reação adversa da vacina contra a covid-19. As bulas dos imunizantes disponíveis no Brasil, Comirnaty, da Pfizer, Oxford, CoronaVac e Janssen, não relatam a mpox ou varíola como um efeito colateral. Os documentos podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Entre os sintomas muito comuns de reação das vacinas após aplicação, estão listados:

  • Pfizer (incluído a bivalente): dor de cabeça, diarréia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.
  • Janssen: dor de cabeça, náusea, dores musculares, dor no local da injeção, sensação de muito cansaço.
  • Astrazeneca: Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea), dor na articulação ou dor muscular.
  • Butantan (público infantil e adulto): dor no local da aplicação.
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Em nota ao Estadão Verifica, a Anvisa disse que “não há nenhuma relação entre o uso de vacinas para covid e a ocorrência de casos de mpox.” O Ministério da Saúde havia esclarecido anteriormente que a doença não possui relação com o imunizante: “É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes”.

O Verifica também consultou dois especialistas no assunto. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou que “a vacina contra a covid não induz a mpox”. O professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Expedito Luna disse que a afirmação de que a mpox seria resultado da vacina contra a covid-19 não condiz com os fatos observados até o momento pela comunidade médica.

“A gente começou a usar as vacinas para covid-19 em todo o mundo em novembro de 2020, e aqui no Brasil em janeiro de 2021. Já o espalhamento global da mpox foi a partir de maio de 2022. Ou seja, a gente já estava há um ano e meio vacinando as pessoas (antes da nova onda de casos de mpox) então essa hipótese ela não tem correspondência com os fatos”, explicou o professor da FMUSP.

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Mpox e herpes-zóster são doenças diferentes, ao contrário do que afirmam posts virais

Postagens que afirmam que a mpox e herpes-zóster são a mesma doença também se espalharam nas redes sociais. Expedito Luna, da FMUSP, explica que o vírus da mpox foi identificado na década de 50 em macacos, mas que casos em humanos só foram vistos em 1970 no Congo. A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com uma pessoa lesionada, mas a transmissão também pode acontecer por meio de contato sexual.

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Já a herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, acontece pela reativação do vírus da catapora no corpo, o vírus varicela-zóster (VVZ). “O indivíduo que teve na infância (a catapora), uma vez que você desenvolve a doença você não elimina esse vírus, ele fica latente, e à medida que a gente envelhece ou tem uma baixa da resistência você reativa esse vírus latente”, explicou Renato Kfouri, da Sbim.

As lesões cutâneas da herpes-zóster aparecem apenas de um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo. Já na mpox, as lesões podem aparecer em todo o corpo.

Alegações falsas são impulsionadas por médicos que já compartilharam fake news

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Um vídeo enviado ao WhatsApp do Verifica para checagem (clique aqui para entrar em conosco pelo nosso canal) mostra uma mulher conhecida como Dra. Poornima Wagh. Ela afirma que a mpox é uma “doença autoimune induzida pela vacina de covid”. Wagh ficou conhecida por espalhar, no auge da crise sanitária causada pela covid-19, que a pandemia era uma farsa. Essa alegação já foi checada pelo Verifica, em parceria com o Projeto Comprova.

Outro precursor da desinformação sobre a mpox é Wolfgang Wodarg, um médico e político alemão. Wodarg, em uma entrevista que se tornou viral, afirmou que a mpox seria, na realidade, herpes-zóster. A informação falsa foi checada pelo portal DW News, da Alemanha, e também pela AFP, no Brasil. As conclusões foram as mesmas obtidas nesta checagem.

Como lidar com postagens do tipo: É preciso cautela ao se deparar com postagens duvidosas sobre qualquer doença. Vimos na pandemia que muitas vezes conteúdos falsos ganham as redes de forma mais rápida que a verdade. Portanto, sempre procure se informar por meio de canais oficiais de órgãos de saúde e jornais de confiança. Sobre a mpox, o Estadão Verifica já checou que a vacina AstraZeneca não contém nem transmite varíola dos macacos e que não há comprovação científica de que óleo de melaleuca sirva para tratar mpox.

O que estão compartilhando: que a mpox é uma reação adversa da vacina da covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde informaram que a mpox é uma doença viral, que não é causada ou induzida pelas vacinas contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Estadão Verifica confirmaram que a alegação não é verdadeira.

Publicações virais espalham desinformação sobre a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência global após surtos no Congo e outras partes da África. Há casos confirmados em crianças e adultos em mais de uma dúzia de países. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024.

Atrelado ao temor com o vírus, uma onda de postagens nas redes sociais espalham desinformação sobre a mpox, afirmando que a doença é ocasionada por uma reação das vacinas contra a covid-19. Outras publicações ainda afirmam que o vírus é o mesmo do herpes-zóster, e que seria ativado pela vacinação contra covid. Os posts também lançam dúvidas sobre o imunizante contra a mpox.

Não é verdade que a mpox seja uma reação adversa da vacina contra a covid-19. As bulas dos imunizantes disponíveis no Brasil, Comirnaty, da Pfizer, Oxford, CoronaVac e Janssen, não relatam a mpox ou varíola como um efeito colateral. Os documentos podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Entre os sintomas muito comuns de reação das vacinas após aplicação, estão listados:

  • Pfizer (incluído a bivalente): dor de cabeça, diarréia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.
  • Janssen: dor de cabeça, náusea, dores musculares, dor no local da injeção, sensação de muito cansaço.
  • Astrazeneca: Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea), dor na articulação ou dor muscular.
  • Butantan (público infantil e adulto): dor no local da aplicação.

Em nota ao Estadão Verifica, a Anvisa disse que “não há nenhuma relação entre o uso de vacinas para covid e a ocorrência de casos de mpox.” O Ministério da Saúde havia esclarecido anteriormente que a doença não possui relação com o imunizante: “É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes”.

O Verifica também consultou dois especialistas no assunto. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou que “a vacina contra a covid não induz a mpox”. O professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Expedito Luna disse que a afirmação de que a mpox seria resultado da vacina contra a covid-19 não condiz com os fatos observados até o momento pela comunidade médica.

“A gente começou a usar as vacinas para covid-19 em todo o mundo em novembro de 2020, e aqui no Brasil em janeiro de 2021. Já o espalhamento global da mpox foi a partir de maio de 2022. Ou seja, a gente já estava há um ano e meio vacinando as pessoas (antes da nova onda de casos de mpox) então essa hipótese ela não tem correspondência com os fatos”, explicou o professor da FMUSP.

Mpox e herpes-zóster são doenças diferentes, ao contrário do que afirmam posts virais

Postagens que afirmam que a mpox e herpes-zóster são a mesma doença também se espalharam nas redes sociais. Expedito Luna, da FMUSP, explica que o vírus da mpox foi identificado na década de 50 em macacos, mas que casos em humanos só foram vistos em 1970 no Congo. A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com uma pessoa lesionada, mas a transmissão também pode acontecer por meio de contato sexual.

Já a herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, acontece pela reativação do vírus da catapora no corpo, o vírus varicela-zóster (VVZ). “O indivíduo que teve na infância (a catapora), uma vez que você desenvolve a doença você não elimina esse vírus, ele fica latente, e à medida que a gente envelhece ou tem uma baixa da resistência você reativa esse vírus latente”, explicou Renato Kfouri, da Sbim.

As lesões cutâneas da herpes-zóster aparecem apenas de um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo. Já na mpox, as lesões podem aparecer em todo o corpo.

Alegações falsas são impulsionadas por médicos que já compartilharam fake news

Um vídeo enviado ao WhatsApp do Verifica para checagem (clique aqui para entrar em conosco pelo nosso canal) mostra uma mulher conhecida como Dra. Poornima Wagh. Ela afirma que a mpox é uma “doença autoimune induzida pela vacina de covid”. Wagh ficou conhecida por espalhar, no auge da crise sanitária causada pela covid-19, que a pandemia era uma farsa. Essa alegação já foi checada pelo Verifica, em parceria com o Projeto Comprova.

Outro precursor da desinformação sobre a mpox é Wolfgang Wodarg, um médico e político alemão. Wodarg, em uma entrevista que se tornou viral, afirmou que a mpox seria, na realidade, herpes-zóster. A informação falsa foi checada pelo portal DW News, da Alemanha, e também pela AFP, no Brasil. As conclusões foram as mesmas obtidas nesta checagem.

Como lidar com postagens do tipo: É preciso cautela ao se deparar com postagens duvidosas sobre qualquer doença. Vimos na pandemia que muitas vezes conteúdos falsos ganham as redes de forma mais rápida que a verdade. Portanto, sempre procure se informar por meio de canais oficiais de órgãos de saúde e jornais de confiança. Sobre a mpox, o Estadão Verifica já checou que a vacina AstraZeneca não contém nem transmite varíola dos macacos e que não há comprovação científica de que óleo de melaleuca sirva para tratar mpox.

O que estão compartilhando: que a mpox é uma reação adversa da vacina da covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde informaram que a mpox é uma doença viral, que não é causada ou induzida pelas vacinas contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Estadão Verifica confirmaram que a alegação não é verdadeira.

Publicações virais espalham desinformação sobre a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência global após surtos no Congo e outras partes da África. Há casos confirmados em crianças e adultos em mais de uma dúzia de países. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024.

Atrelado ao temor com o vírus, uma onda de postagens nas redes sociais espalham desinformação sobre a mpox, afirmando que a doença é ocasionada por uma reação das vacinas contra a covid-19. Outras publicações ainda afirmam que o vírus é o mesmo do herpes-zóster, e que seria ativado pela vacinação contra covid. Os posts também lançam dúvidas sobre o imunizante contra a mpox.

Não é verdade que a mpox seja uma reação adversa da vacina contra a covid-19. As bulas dos imunizantes disponíveis no Brasil, Comirnaty, da Pfizer, Oxford, CoronaVac e Janssen, não relatam a mpox ou varíola como um efeito colateral. Os documentos podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Entre os sintomas muito comuns de reação das vacinas após aplicação, estão listados:

  • Pfizer (incluído a bivalente): dor de cabeça, diarréia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.
  • Janssen: dor de cabeça, náusea, dores musculares, dor no local da injeção, sensação de muito cansaço.
  • Astrazeneca: Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea), dor na articulação ou dor muscular.
  • Butantan (público infantil e adulto): dor no local da aplicação.

Em nota ao Estadão Verifica, a Anvisa disse que “não há nenhuma relação entre o uso de vacinas para covid e a ocorrência de casos de mpox.” O Ministério da Saúde havia esclarecido anteriormente que a doença não possui relação com o imunizante: “É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes”.

O Verifica também consultou dois especialistas no assunto. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou que “a vacina contra a covid não induz a mpox”. O professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Expedito Luna disse que a afirmação de que a mpox seria resultado da vacina contra a covid-19 não condiz com os fatos observados até o momento pela comunidade médica.

“A gente começou a usar as vacinas para covid-19 em todo o mundo em novembro de 2020, e aqui no Brasil em janeiro de 2021. Já o espalhamento global da mpox foi a partir de maio de 2022. Ou seja, a gente já estava há um ano e meio vacinando as pessoas (antes da nova onda de casos de mpox) então essa hipótese ela não tem correspondência com os fatos”, explicou o professor da FMUSP.

Mpox e herpes-zóster são doenças diferentes, ao contrário do que afirmam posts virais

Postagens que afirmam que a mpox e herpes-zóster são a mesma doença também se espalharam nas redes sociais. Expedito Luna, da FMUSP, explica que o vírus da mpox foi identificado na década de 50 em macacos, mas que casos em humanos só foram vistos em 1970 no Congo. A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com uma pessoa lesionada, mas a transmissão também pode acontecer por meio de contato sexual.

Já a herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, acontece pela reativação do vírus da catapora no corpo, o vírus varicela-zóster (VVZ). “O indivíduo que teve na infância (a catapora), uma vez que você desenvolve a doença você não elimina esse vírus, ele fica latente, e à medida que a gente envelhece ou tem uma baixa da resistência você reativa esse vírus latente”, explicou Renato Kfouri, da Sbim.

As lesões cutâneas da herpes-zóster aparecem apenas de um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo. Já na mpox, as lesões podem aparecer em todo o corpo.

Alegações falsas são impulsionadas por médicos que já compartilharam fake news

Um vídeo enviado ao WhatsApp do Verifica para checagem (clique aqui para entrar em conosco pelo nosso canal) mostra uma mulher conhecida como Dra. Poornima Wagh. Ela afirma que a mpox é uma “doença autoimune induzida pela vacina de covid”. Wagh ficou conhecida por espalhar, no auge da crise sanitária causada pela covid-19, que a pandemia era uma farsa. Essa alegação já foi checada pelo Verifica, em parceria com o Projeto Comprova.

Outro precursor da desinformação sobre a mpox é Wolfgang Wodarg, um médico e político alemão. Wodarg, em uma entrevista que se tornou viral, afirmou que a mpox seria, na realidade, herpes-zóster. A informação falsa foi checada pelo portal DW News, da Alemanha, e também pela AFP, no Brasil. As conclusões foram as mesmas obtidas nesta checagem.

Como lidar com postagens do tipo: É preciso cautela ao se deparar com postagens duvidosas sobre qualquer doença. Vimos na pandemia que muitas vezes conteúdos falsos ganham as redes de forma mais rápida que a verdade. Portanto, sempre procure se informar por meio de canais oficiais de órgãos de saúde e jornais de confiança. Sobre a mpox, o Estadão Verifica já checou que a vacina AstraZeneca não contém nem transmite varíola dos macacos e que não há comprovação científica de que óleo de melaleuca sirva para tratar mpox.

O que estão compartilhando: que a mpox é uma reação adversa da vacina da covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde informaram que a mpox é uma doença viral, que não é causada ou induzida pelas vacinas contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Estadão Verifica confirmaram que a alegação não é verdadeira.

Publicações virais espalham desinformação sobre a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência global após surtos no Congo e outras partes da África. Há casos confirmados em crianças e adultos em mais de uma dúzia de países. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024.

Atrelado ao temor com o vírus, uma onda de postagens nas redes sociais espalham desinformação sobre a mpox, afirmando que a doença é ocasionada por uma reação das vacinas contra a covid-19. Outras publicações ainda afirmam que o vírus é o mesmo do herpes-zóster, e que seria ativado pela vacinação contra covid. Os posts também lançam dúvidas sobre o imunizante contra a mpox.

Não é verdade que a mpox seja uma reação adversa da vacina contra a covid-19. As bulas dos imunizantes disponíveis no Brasil, Comirnaty, da Pfizer, Oxford, CoronaVac e Janssen, não relatam a mpox ou varíola como um efeito colateral. Os documentos podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Entre os sintomas muito comuns de reação das vacinas após aplicação, estão listados:

  • Pfizer (incluído a bivalente): dor de cabeça, diarréia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.
  • Janssen: dor de cabeça, náusea, dores musculares, dor no local da injeção, sensação de muito cansaço.
  • Astrazeneca: Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea), dor na articulação ou dor muscular.
  • Butantan (público infantil e adulto): dor no local da aplicação.

Em nota ao Estadão Verifica, a Anvisa disse que “não há nenhuma relação entre o uso de vacinas para covid e a ocorrência de casos de mpox.” O Ministério da Saúde havia esclarecido anteriormente que a doença não possui relação com o imunizante: “É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes”.

O Verifica também consultou dois especialistas no assunto. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou que “a vacina contra a covid não induz a mpox”. O professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Expedito Luna disse que a afirmação de que a mpox seria resultado da vacina contra a covid-19 não condiz com os fatos observados até o momento pela comunidade médica.

“A gente começou a usar as vacinas para covid-19 em todo o mundo em novembro de 2020, e aqui no Brasil em janeiro de 2021. Já o espalhamento global da mpox foi a partir de maio de 2022. Ou seja, a gente já estava há um ano e meio vacinando as pessoas (antes da nova onda de casos de mpox) então essa hipótese ela não tem correspondência com os fatos”, explicou o professor da FMUSP.

Mpox e herpes-zóster são doenças diferentes, ao contrário do que afirmam posts virais

Postagens que afirmam que a mpox e herpes-zóster são a mesma doença também se espalharam nas redes sociais. Expedito Luna, da FMUSP, explica que o vírus da mpox foi identificado na década de 50 em macacos, mas que casos em humanos só foram vistos em 1970 no Congo. A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com uma pessoa lesionada, mas a transmissão também pode acontecer por meio de contato sexual.

Já a herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, acontece pela reativação do vírus da catapora no corpo, o vírus varicela-zóster (VVZ). “O indivíduo que teve na infância (a catapora), uma vez que você desenvolve a doença você não elimina esse vírus, ele fica latente, e à medida que a gente envelhece ou tem uma baixa da resistência você reativa esse vírus latente”, explicou Renato Kfouri, da Sbim.

As lesões cutâneas da herpes-zóster aparecem apenas de um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo. Já na mpox, as lesões podem aparecer em todo o corpo.

Alegações falsas são impulsionadas por médicos que já compartilharam fake news

Um vídeo enviado ao WhatsApp do Verifica para checagem (clique aqui para entrar em conosco pelo nosso canal) mostra uma mulher conhecida como Dra. Poornima Wagh. Ela afirma que a mpox é uma “doença autoimune induzida pela vacina de covid”. Wagh ficou conhecida por espalhar, no auge da crise sanitária causada pela covid-19, que a pandemia era uma farsa. Essa alegação já foi checada pelo Verifica, em parceria com o Projeto Comprova.

Outro precursor da desinformação sobre a mpox é Wolfgang Wodarg, um médico e político alemão. Wodarg, em uma entrevista que se tornou viral, afirmou que a mpox seria, na realidade, herpes-zóster. A informação falsa foi checada pelo portal DW News, da Alemanha, e também pela AFP, no Brasil. As conclusões foram as mesmas obtidas nesta checagem.

Como lidar com postagens do tipo: É preciso cautela ao se deparar com postagens duvidosas sobre qualquer doença. Vimos na pandemia que muitas vezes conteúdos falsos ganham as redes de forma mais rápida que a verdade. Portanto, sempre procure se informar por meio de canais oficiais de órgãos de saúde e jornais de confiança. Sobre a mpox, o Estadão Verifica já checou que a vacina AstraZeneca não contém nem transmite varíola dos macacos e que não há comprovação científica de que óleo de melaleuca sirva para tratar mpox.

O que estão compartilhando: que a mpox é uma reação adversa da vacina da covid-19.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde informaram que a mpox é uma doença viral, que não é causada ou induzida pelas vacinas contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Estadão Verifica confirmaram que a alegação não é verdadeira.

Publicações virais espalham desinformação sobre a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência global após surtos no Congo e outras partes da África. Há casos confirmados em crianças e adultos em mais de uma dúzia de países. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024.

Atrelado ao temor com o vírus, uma onda de postagens nas redes sociais espalham desinformação sobre a mpox, afirmando que a doença é ocasionada por uma reação das vacinas contra a covid-19. Outras publicações ainda afirmam que o vírus é o mesmo do herpes-zóster, e que seria ativado pela vacinação contra covid. Os posts também lançam dúvidas sobre o imunizante contra a mpox.

Não é verdade que a mpox seja uma reação adversa da vacina contra a covid-19. As bulas dos imunizantes disponíveis no Brasil, Comirnaty, da Pfizer, Oxford, CoronaVac e Janssen, não relatam a mpox ou varíola como um efeito colateral. Os documentos podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.

Entre os sintomas muito comuns de reação das vacinas após aplicação, estão listados:

  • Pfizer (incluído a bivalente): dor de cabeça, diarréia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.
  • Janssen: dor de cabeça, náusea, dores musculares, dor no local da injeção, sensação de muito cansaço.
  • Astrazeneca: Sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea), dor na articulação ou dor muscular.
  • Butantan (público infantil e adulto): dor no local da aplicação.

Em nota ao Estadão Verifica, a Anvisa disse que “não há nenhuma relação entre o uso de vacinas para covid e a ocorrência de casos de mpox.” O Ministério da Saúde havia esclarecido anteriormente que a doença não possui relação com o imunizante: “É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes”.

O Verifica também consultou dois especialistas no assunto. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explicou que “a vacina contra a covid não induz a mpox”. O professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Expedito Luna disse que a afirmação de que a mpox seria resultado da vacina contra a covid-19 não condiz com os fatos observados até o momento pela comunidade médica.

“A gente começou a usar as vacinas para covid-19 em todo o mundo em novembro de 2020, e aqui no Brasil em janeiro de 2021. Já o espalhamento global da mpox foi a partir de maio de 2022. Ou seja, a gente já estava há um ano e meio vacinando as pessoas (antes da nova onda de casos de mpox) então essa hipótese ela não tem correspondência com os fatos”, explicou o professor da FMUSP.

Mpox e herpes-zóster são doenças diferentes, ao contrário do que afirmam posts virais

Postagens que afirmam que a mpox e herpes-zóster são a mesma doença também se espalharam nas redes sociais. Expedito Luna, da FMUSP, explica que o vírus da mpox foi identificado na década de 50 em macacos, mas que casos em humanos só foram vistos em 1970 no Congo. A transmissão ocorre principalmente pelo contato da pele com uma pessoa lesionada, mas a transmissão também pode acontecer por meio de contato sexual.

Já a herpes-zóster, também conhecida como cobreiro, acontece pela reativação do vírus da catapora no corpo, o vírus varicela-zóster (VVZ). “O indivíduo que teve na infância (a catapora), uma vez que você desenvolve a doença você não elimina esse vírus, ele fica latente, e à medida que a gente envelhece ou tem uma baixa da resistência você reativa esse vírus latente”, explicou Renato Kfouri, da Sbim.

As lesões cutâneas da herpes-zóster aparecem apenas de um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo. Já na mpox, as lesões podem aparecer em todo o corpo.

Alegações falsas são impulsionadas por médicos que já compartilharam fake news

Um vídeo enviado ao WhatsApp do Verifica para checagem (clique aqui para entrar em conosco pelo nosso canal) mostra uma mulher conhecida como Dra. Poornima Wagh. Ela afirma que a mpox é uma “doença autoimune induzida pela vacina de covid”. Wagh ficou conhecida por espalhar, no auge da crise sanitária causada pela covid-19, que a pandemia era uma farsa. Essa alegação já foi checada pelo Verifica, em parceria com o Projeto Comprova.

Outro precursor da desinformação sobre a mpox é Wolfgang Wodarg, um médico e político alemão. Wodarg, em uma entrevista que se tornou viral, afirmou que a mpox seria, na realidade, herpes-zóster. A informação falsa foi checada pelo portal DW News, da Alemanha, e também pela AFP, no Brasil. As conclusões foram as mesmas obtidas nesta checagem.

Como lidar com postagens do tipo: É preciso cautela ao se deparar com postagens duvidosas sobre qualquer doença. Vimos na pandemia que muitas vezes conteúdos falsos ganham as redes de forma mais rápida que a verdade. Portanto, sempre procure se informar por meio de canais oficiais de órgãos de saúde e jornais de confiança. Sobre a mpox, o Estadão Verifica já checou que a vacina AstraZeneca não contém nem transmite varíola dos macacos e que não há comprovação científica de que óleo de melaleuca sirva para tratar mpox.

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