MST não ateou fogo em porcos vivos; vídeo é antigo e foi gravado na China


Imagens de animais sendo incinerados vivos foram gravadas em 2018; à época, o país asiático enfrentava um surto de peste suína africana, e mais de um milhão de animais foram abatidos para conter a doença

Por Maria Eduarda Nascimento

O que estão compartilhando: vídeo que mostra porcos sendo queimados vivos dentro de uma vala. Sobre as imagens, uma legenda afirma que os suínos teriam sido mortos em uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Mato Grosso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo é antigo e não foi gravado no Brasil. Por meio de uma busca reversa de imagens (veja como fazer aqui), o Verifica identificou o contexto original da gravação, que foi feita na China, em 2018. À época, o país tentava conter um surto de peste suína africana, que se arrastou pelo ano seguinte e devastou a produção de carne suína. Veículos de imprensa brasileiros noticiaram a situação enfrentada pela China nos anos citados (aqui e aqui).

Vídeo publicado no Facebook engana ao associar a incineração de suínos vivos realizada na China, em 2018, ao MST Foto: Reprodução/Facebook
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Saiba mais: A gravação verificada aqui foi publicada no Facebook e acusa o MST de ter queimado porcos vivos após uma invasão de terras no estado do Mato Grosso do Sul. A legenda da postagem diverge do que está escrito acima das imagens, que indica que a gravação teria sido feita no Mato Grosso. O vídeo, no entanto, não foi gravado no Brasil e já foi verificado por veículos de imprensa de outros países, em outro contexto. Em 2020, a Associated Press e India Today desmentiram que a China teria incinerado os porcos para conter o coronavírus.

O Verifica também localizou um texto publicado pela ONG Kinder World, que incentiva a compaixão pelos animais. Na publicação, que exibe o vídeo dos animais sendo atingidos pelas chamas, a organização critica o método utilizado pela China para abater os suínos, e afirma que incinerar e enterrar porcos vivos é uma prática padrão do país para matá-los sempre que há medo de infecção por vírus.

Em setembro de 2018, a organização de bem-estar animal britânica Compassion in World Farming (Compaixão na Agricultura Mundial) publicou um texto em seu site sobre suínos que foram enterrados vivos na China. A organização se pronunciou dizendo que enterrar animais vivos constitui uma violação das normas internacionais da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), relativas ao abate de animais para fins de controle de doenças.

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De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a peste suína africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos por ser altamente transmissível. No Brasil, o último foco da doença foi registrado em 1981 e o País foi declarado livre da PSA em dezembro de 1984. Até o momento, não existe vacina com eficácia comprovada contra a doença.

O que estão compartilhando: vídeo que mostra porcos sendo queimados vivos dentro de uma vala. Sobre as imagens, uma legenda afirma que os suínos teriam sido mortos em uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Mato Grosso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo é antigo e não foi gravado no Brasil. Por meio de uma busca reversa de imagens (veja como fazer aqui), o Verifica identificou o contexto original da gravação, que foi feita na China, em 2018. À época, o país tentava conter um surto de peste suína africana, que se arrastou pelo ano seguinte e devastou a produção de carne suína. Veículos de imprensa brasileiros noticiaram a situação enfrentada pela China nos anos citados (aqui e aqui).

Vídeo publicado no Facebook engana ao associar a incineração de suínos vivos realizada na China, em 2018, ao MST Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: A gravação verificada aqui foi publicada no Facebook e acusa o MST de ter queimado porcos vivos após uma invasão de terras no estado do Mato Grosso do Sul. A legenda da postagem diverge do que está escrito acima das imagens, que indica que a gravação teria sido feita no Mato Grosso. O vídeo, no entanto, não foi gravado no Brasil e já foi verificado por veículos de imprensa de outros países, em outro contexto. Em 2020, a Associated Press e India Today desmentiram que a China teria incinerado os porcos para conter o coronavírus.

O Verifica também localizou um texto publicado pela ONG Kinder World, que incentiva a compaixão pelos animais. Na publicação, que exibe o vídeo dos animais sendo atingidos pelas chamas, a organização critica o método utilizado pela China para abater os suínos, e afirma que incinerar e enterrar porcos vivos é uma prática padrão do país para matá-los sempre que há medo de infecção por vírus.

Em setembro de 2018, a organização de bem-estar animal britânica Compassion in World Farming (Compaixão na Agricultura Mundial) publicou um texto em seu site sobre suínos que foram enterrados vivos na China. A organização se pronunciou dizendo que enterrar animais vivos constitui uma violação das normas internacionais da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), relativas ao abate de animais para fins de controle de doenças.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a peste suína africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos por ser altamente transmissível. No Brasil, o último foco da doença foi registrado em 1981 e o País foi declarado livre da PSA em dezembro de 1984. Até o momento, não existe vacina com eficácia comprovada contra a doença.

O que estão compartilhando: vídeo que mostra porcos sendo queimados vivos dentro de uma vala. Sobre as imagens, uma legenda afirma que os suínos teriam sido mortos em uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Mato Grosso.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo é antigo e não foi gravado no Brasil. Por meio de uma busca reversa de imagens (veja como fazer aqui), o Verifica identificou o contexto original da gravação, que foi feita na China, em 2018. À época, o país tentava conter um surto de peste suína africana, que se arrastou pelo ano seguinte e devastou a produção de carne suína. Veículos de imprensa brasileiros noticiaram a situação enfrentada pela China nos anos citados (aqui e aqui).

Vídeo publicado no Facebook engana ao associar a incineração de suínos vivos realizada na China, em 2018, ao MST Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: A gravação verificada aqui foi publicada no Facebook e acusa o MST de ter queimado porcos vivos após uma invasão de terras no estado do Mato Grosso do Sul. A legenda da postagem diverge do que está escrito acima das imagens, que indica que a gravação teria sido feita no Mato Grosso. O vídeo, no entanto, não foi gravado no Brasil e já foi verificado por veículos de imprensa de outros países, em outro contexto. Em 2020, a Associated Press e India Today desmentiram que a China teria incinerado os porcos para conter o coronavírus.

O Verifica também localizou um texto publicado pela ONG Kinder World, que incentiva a compaixão pelos animais. Na publicação, que exibe o vídeo dos animais sendo atingidos pelas chamas, a organização critica o método utilizado pela China para abater os suínos, e afirma que incinerar e enterrar porcos vivos é uma prática padrão do país para matá-los sempre que há medo de infecção por vírus.

Em setembro de 2018, a organização de bem-estar animal britânica Compassion in World Farming (Compaixão na Agricultura Mundial) publicou um texto em seu site sobre suínos que foram enterrados vivos na China. A organização se pronunciou dizendo que enterrar animais vivos constitui uma violação das normas internacionais da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), relativas ao abate de animais para fins de controle de doenças.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a peste suína africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos por ser altamente transmissível. No Brasil, o último foco da doença foi registrado em 1981 e o País foi declarado livre da PSA em dezembro de 1984. Até o momento, não existe vacina com eficácia comprovada contra a doença.

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