Não há comprovação científica de relação entre retirada da vesícula e enfarte no miocárdio


Cirurgia é indicada para quem tem problemas de inflamação ou cálculos, e a perda de vitaminas decorrente do procedimento não é permanente

Por Gabriela Meireles
Atualização:

O que estão compartilhando: homem diz em vídeo no Instagram que retirar a vesícula biliar pode aumentar o risco de enfarte no miocárdio, devido à falta de algumas vitaminas.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. Especialistas explicam que não há qualquer comprovação científica de que a retirada da vesícula possa aumentar risco de enfarte ou impactar a longevidade de pacientes. A cirurgia é indicada para quem tem problemas de inflamação ou cálculos na vesícula, e a perda de vitaminas decorrente do procedimento não é permanente.

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Saiba mais: De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sérgio Pessoa, atualmente não há nenhum estudo científico que permita concluir que a retirada da vesícula aumentaria o risco cardíaco. O médico explica que dois estudos coreanos, um de 2021 e outro de 2022, investigaram a relação com base em  levantamentos estatísticos de dados da população geral que foi operada de vesícula.

“O primeiro estudo mostra que haveria uma possibilidade de aumento do risco de doença cardíaca, mas o segundo mostrou que, em algumas situações, principalmente naqueles pacientes que têm inflamação crônica na vesícula, a longo prazo (a retirada de vesícula) até diminuiu as chances de se ter doença cardiovascular”, diz. “Portanto, não há nenhuma determinação, nenhum embasamento, no atual momento, para que se conclua que a retirada da vesícula aumenta o risco cardíaco”, conclui.

O posicionamento do presidente da FBG coincide com o do cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor - HCFMUSP) Carlos Alberto Pastore. Segundo ele, a relação entre tirar a vesícula biliar e o infarto do miocárdio não é direta, ao contrário do que diz o vídeo.

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“Não há realmente nada além do que você perder um pouco da absorção de vitaminas, que depois vão se repondo no decorrer do tempo”, esclarece. “Às vezes é importante fazer alguma reposição, se você ficar com alguma deficiência [de vitaminas] importante. Do ponto de vista cardiovascular, eu não tenho nada que pudesse realmente justificar esta relação com o infarto do miocárdio”.

Tirar a vesícula não é um método ultrapassado

Outra alegação do vídeo é que “vai chegar uma hora que vai ser proibido tirar a vesícula”, devido aos seus possíveis efeitos na longevidade. Entretanto, o presidente da FBG reforça que não há nenhuma relação conclusiva de que possa haver impacto da retirada desse órgão no tempo de vida do paciente.

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“A remoção da vesícula por via laparoscópica não é um método ultrapassado”, explica. “Ainda é um método atual e plenamente indicado em casos de cólica biliar, que são as dores recorrentes por conta de pedra na vesícula, e nas situações de colecistite aguda, que são os quadros de inflamação da vesícula”.

Também para o cardiologista do InCor, tirar a vesícula pode resolver problemas sérios do paciente. “Eu acredito que tenha um cuidado cirúrgico e as pessoas não fariam isso se não houvesse risco de cálculos ou outros problemas”, afirma. “De qualquer forma, acho que não devemos ficar preocupados”.

A pessoa no vídeo que faz as alegações sobre a retirada da vesícula é Lair Ribeiro, um médico cardiologista e nutrólogo que defende tratamentos alternativos. O recorte de uma de suas falas foi divulgado por uma página de dicas de saúde no Facebook. Essa postagem soma 14,6 mil curtidas e mais de 5 mil compartilhamentos.

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O Estadão tentou contato com Lair Ribeiro e com a página que compartilhou o vídeo, porém não houve resposta.

O que estão compartilhando: homem diz em vídeo no Instagram que retirar a vesícula biliar pode aumentar o risco de enfarte no miocárdio, devido à falta de algumas vitaminas.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. Especialistas explicam que não há qualquer comprovação científica de que a retirada da vesícula possa aumentar risco de enfarte ou impactar a longevidade de pacientes. A cirurgia é indicada para quem tem problemas de inflamação ou cálculos na vesícula, e a perda de vitaminas decorrente do procedimento não é permanente.

Saiba mais: De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sérgio Pessoa, atualmente não há nenhum estudo científico que permita concluir que a retirada da vesícula aumentaria o risco cardíaco. O médico explica que dois estudos coreanos, um de 2021 e outro de 2022, investigaram a relação com base em  levantamentos estatísticos de dados da população geral que foi operada de vesícula.

“O primeiro estudo mostra que haveria uma possibilidade de aumento do risco de doença cardíaca, mas o segundo mostrou que, em algumas situações, principalmente naqueles pacientes que têm inflamação crônica na vesícula, a longo prazo (a retirada de vesícula) até diminuiu as chances de se ter doença cardiovascular”, diz. “Portanto, não há nenhuma determinação, nenhum embasamento, no atual momento, para que se conclua que a retirada da vesícula aumenta o risco cardíaco”, conclui.

O posicionamento do presidente da FBG coincide com o do cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor - HCFMUSP) Carlos Alberto Pastore. Segundo ele, a relação entre tirar a vesícula biliar e o infarto do miocárdio não é direta, ao contrário do que diz o vídeo.

“Não há realmente nada além do que você perder um pouco da absorção de vitaminas, que depois vão se repondo no decorrer do tempo”, esclarece. “Às vezes é importante fazer alguma reposição, se você ficar com alguma deficiência [de vitaminas] importante. Do ponto de vista cardiovascular, eu não tenho nada que pudesse realmente justificar esta relação com o infarto do miocárdio”.

Tirar a vesícula não é um método ultrapassado

Outra alegação do vídeo é que “vai chegar uma hora que vai ser proibido tirar a vesícula”, devido aos seus possíveis efeitos na longevidade. Entretanto, o presidente da FBG reforça que não há nenhuma relação conclusiva de que possa haver impacto da retirada desse órgão no tempo de vida do paciente.

“A remoção da vesícula por via laparoscópica não é um método ultrapassado”, explica. “Ainda é um método atual e plenamente indicado em casos de cólica biliar, que são as dores recorrentes por conta de pedra na vesícula, e nas situações de colecistite aguda, que são os quadros de inflamação da vesícula”.

Também para o cardiologista do InCor, tirar a vesícula pode resolver problemas sérios do paciente. “Eu acredito que tenha um cuidado cirúrgico e as pessoas não fariam isso se não houvesse risco de cálculos ou outros problemas”, afirma. “De qualquer forma, acho que não devemos ficar preocupados”.

A pessoa no vídeo que faz as alegações sobre a retirada da vesícula é Lair Ribeiro, um médico cardiologista e nutrólogo que defende tratamentos alternativos. O recorte de uma de suas falas foi divulgado por uma página de dicas de saúde no Facebook. Essa postagem soma 14,6 mil curtidas e mais de 5 mil compartilhamentos.

O Estadão tentou contato com Lair Ribeiro e com a página que compartilhou o vídeo, porém não houve resposta.

O que estão compartilhando: homem diz em vídeo no Instagram que retirar a vesícula biliar pode aumentar o risco de enfarte no miocárdio, devido à falta de algumas vitaminas.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. Especialistas explicam que não há qualquer comprovação científica de que a retirada da vesícula possa aumentar risco de enfarte ou impactar a longevidade de pacientes. A cirurgia é indicada para quem tem problemas de inflamação ou cálculos na vesícula, e a perda de vitaminas decorrente do procedimento não é permanente.

Saiba mais: De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sérgio Pessoa, atualmente não há nenhum estudo científico que permita concluir que a retirada da vesícula aumentaria o risco cardíaco. O médico explica que dois estudos coreanos, um de 2021 e outro de 2022, investigaram a relação com base em  levantamentos estatísticos de dados da população geral que foi operada de vesícula.

“O primeiro estudo mostra que haveria uma possibilidade de aumento do risco de doença cardíaca, mas o segundo mostrou que, em algumas situações, principalmente naqueles pacientes que têm inflamação crônica na vesícula, a longo prazo (a retirada de vesícula) até diminuiu as chances de se ter doença cardiovascular”, diz. “Portanto, não há nenhuma determinação, nenhum embasamento, no atual momento, para que se conclua que a retirada da vesícula aumenta o risco cardíaco”, conclui.

O posicionamento do presidente da FBG coincide com o do cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor - HCFMUSP) Carlos Alberto Pastore. Segundo ele, a relação entre tirar a vesícula biliar e o infarto do miocárdio não é direta, ao contrário do que diz o vídeo.

“Não há realmente nada além do que você perder um pouco da absorção de vitaminas, que depois vão se repondo no decorrer do tempo”, esclarece. “Às vezes é importante fazer alguma reposição, se você ficar com alguma deficiência [de vitaminas] importante. Do ponto de vista cardiovascular, eu não tenho nada que pudesse realmente justificar esta relação com o infarto do miocárdio”.

Tirar a vesícula não é um método ultrapassado

Outra alegação do vídeo é que “vai chegar uma hora que vai ser proibido tirar a vesícula”, devido aos seus possíveis efeitos na longevidade. Entretanto, o presidente da FBG reforça que não há nenhuma relação conclusiva de que possa haver impacto da retirada desse órgão no tempo de vida do paciente.

“A remoção da vesícula por via laparoscópica não é um método ultrapassado”, explica. “Ainda é um método atual e plenamente indicado em casos de cólica biliar, que são as dores recorrentes por conta de pedra na vesícula, e nas situações de colecistite aguda, que são os quadros de inflamação da vesícula”.

Também para o cardiologista do InCor, tirar a vesícula pode resolver problemas sérios do paciente. “Eu acredito que tenha um cuidado cirúrgico e as pessoas não fariam isso se não houvesse risco de cálculos ou outros problemas”, afirma. “De qualquer forma, acho que não devemos ficar preocupados”.

A pessoa no vídeo que faz as alegações sobre a retirada da vesícula é Lair Ribeiro, um médico cardiologista e nutrólogo que defende tratamentos alternativos. O recorte de uma de suas falas foi divulgado por uma página de dicas de saúde no Facebook. Essa postagem soma 14,6 mil curtidas e mais de 5 mil compartilhamentos.

O Estadão tentou contato com Lair Ribeiro e com a página que compartilhou o vídeo, porém não houve resposta.

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