É falso que neve registrada na África do Sul tenha sido causada por ‘inversão dos polos’


Fenômeno em regiões de altitude na Cidade do Cabo é raro, mas não inédito; comunidade científica aponta que não há ligação entre inversão dos polos magnéticos da Terra com mudanças climáticas

Por Giovana Frioli

O que estão compartilhando: postagem questiona se um registro de neve no Parque Nacional da África do Sul teria sido causado pela “inversão dos polos” e pelo “fim dos tempos”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso porque o vídeo foi gravado em um safári, na Cidade do Cabo, em que a ocorrência de neve é rara, mas não é inédita. Segundo a hospedagem onde foi feito o registro, a nevasca durou poucas horas e ocorreu apenas nas áreas elevadas e montanhosas da região. O evento ocorreu em 8 de julho, mês de inverno no país. Especialistas explicaram à reportagem que não há evidências de que efeitos magnéticos no planeta estejam relacionados às mudanças climática.

Não há evidência de que neve registrada na África do Sul tenha sido causada por inversão dos polos Foto: Foto
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Saiba mais: Postagem compartilha vídeo em que animais andam em meio à neve no Parque Nacional da África do Sul e afirma que o fenômeno é causado por conta da “inversão dos polos”, mas isso não é verdadeiro. A gravação foi feita por hóspedes de um safári na Cidade do Cabo, próximo à montanha Table Mountain Ridge, no dia 8 de julho, mês de inverno no local. Apesar de ser raro o fenômeno na capital, a neve já foi registrada outras vezes em áreas de grande altitude.

A hospedagem onde foi feita a gravação compartilhou o vídeo em seu site. A gravação também foi republicada no jornal Daily Mail, no dia 18 de julho. O registro foi feito por visitantes que foram surpreendidos pela neve, que durou cerca de duas horas. Segundo o safári, a última vez que foi testemunhada neve como essa no local foi em julho de 2018. No mês de inverno na África do Sul, são esperadas temperaturas frias, chuvas e condições de neve na Cidade do Cabo.

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Não há evidência de coorelação entre inversão dos polos e mudanças climáticas

O conteúdo analisado questiona se a neve no país africano ocorreu por conta da “inversão dos polos magnéticos da Terra”, mas não não há evidências disso. Especialistas disseram à revista National Geographic em 2023 que é uma teoria da conspiração a ideia que mudanças geomagnéticas influenciariam as mudanças climáticas.

A inversão de polos é uma mudança de orientação dos polos magnéticos do planeta. O campo magnético da Terra é formado pelo movimento no núcleo externo e líquido do globo (uma camada do planeta que fica acima do núcleo interno e abaixo da crosta e da manta terreste). Essa movimentação causa variações ao longo do tempo, segundo explicação da estudiosa Daniele Caldeira Brandt, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

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“Os geomagnetistas chamam de polo norte magnético aquele que está posicionado próximo do polo norte geográfico, onde o campo geomagnético aponta verticalmente para baixo, e chamam de polo sul magnético aquele que está próximo ao polo sul geográfico, onde o campo aponta para cima”, disse a especialista. “A transição entre uma polaridade e outra é chamada de inversão dos polos magnéticos da Terra ou reversão geomagnética. Isto ocorre em intervalos irregulares no tempo, sendo que a última aconteceu há 780 mil anos”.

De acordo com a professora, estamos observando uma queda na intensidade do campo geomagnético, e por isso algumas pessoas desconfiam de uma reversão dos polos. “Porém, quando olhamos para os dados paleomagnéticos, vemos que o campo já passou por períodos ainda mais fracos e, mesmo assim, não inverteu sua polaridade”, afirmou. “Isso nos faz crer que as mudanças observadas nos últimos séculos referem-se apenas a flutuações que ocorrem naturalmente no campo”.

“Não sabemos quando irá ocorrer a próxima inversão dos polos, mas sabemos que será um fenômeno muito lento e gradativo (ao longo de milênios) e, portanto, não há com o que se preocupar”, complementou.

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Diferentemente do que sugere o conteúdo analisado, não há comprovação científica de correlação entre uma possível inversão dos polos e o aquecimento global. “A reversão diz apenas ao campo magnético. Não há relação com a inclinação do eixo de rotação do planeta. A Terra continua se movendo da mesma forma e as estações do ano continuam existindo, enquanto o campo geomagnético varia”, esclareceu Daniele.

“É muito improvável que haja ligação entre os eventos, pois a escala temporal das reversões (do campo magnético) é muito maior que o tempo das mudanças climáticas que temos observado”, acrescentou.

Segundo o professor Jefferson Cardia Simões, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor titular de Geografia Polar e Glaciologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o fenômeno da neve na África do Sul não tem ligação com as mudanças nos polos magnéticos do planeta. “Apesar de ser raro, a neve no país já ocorreu várias vezes. É sempre bom lembrar que pode nevar em várias latitudes, principalmente quando frentes fria avançam sobre a América do Sul e o sul da África”, afirmou.

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Como lidar com posts do tipo: É comum que sejam compartilhados conteúdos conspiratórios sobre mudanças climáticas. Portanto, é importante pesquisar em fontes confiáveis sobre o assunto, antes de acreditar em publicações nas redes sociais. O Estadão Verifica já mostrou ser consenso científico que o aquecimento atual está acontecendo em ritmo acelerado devido à influência humana.

O que estão compartilhando: postagem questiona se um registro de neve no Parque Nacional da África do Sul teria sido causado pela “inversão dos polos” e pelo “fim dos tempos”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso porque o vídeo foi gravado em um safári, na Cidade do Cabo, em que a ocorrência de neve é rara, mas não é inédita. Segundo a hospedagem onde foi feito o registro, a nevasca durou poucas horas e ocorreu apenas nas áreas elevadas e montanhosas da região. O evento ocorreu em 8 de julho, mês de inverno no país. Especialistas explicaram à reportagem que não há evidências de que efeitos magnéticos no planeta estejam relacionados às mudanças climática.

Não há evidência de que neve registrada na África do Sul tenha sido causada por inversão dos polos Foto: Foto

Saiba mais: Postagem compartilha vídeo em que animais andam em meio à neve no Parque Nacional da África do Sul e afirma que o fenômeno é causado por conta da “inversão dos polos”, mas isso não é verdadeiro. A gravação foi feita por hóspedes de um safári na Cidade do Cabo, próximo à montanha Table Mountain Ridge, no dia 8 de julho, mês de inverno no local. Apesar de ser raro o fenômeno na capital, a neve já foi registrada outras vezes em áreas de grande altitude.

A hospedagem onde foi feita a gravação compartilhou o vídeo em seu site. A gravação também foi republicada no jornal Daily Mail, no dia 18 de julho. O registro foi feito por visitantes que foram surpreendidos pela neve, que durou cerca de duas horas. Segundo o safári, a última vez que foi testemunhada neve como essa no local foi em julho de 2018. No mês de inverno na África do Sul, são esperadas temperaturas frias, chuvas e condições de neve na Cidade do Cabo.

Não há evidência de coorelação entre inversão dos polos e mudanças climáticas

O conteúdo analisado questiona se a neve no país africano ocorreu por conta da “inversão dos polos magnéticos da Terra”, mas não não há evidências disso. Especialistas disseram à revista National Geographic em 2023 que é uma teoria da conspiração a ideia que mudanças geomagnéticas influenciariam as mudanças climáticas.

A inversão de polos é uma mudança de orientação dos polos magnéticos do planeta. O campo magnético da Terra é formado pelo movimento no núcleo externo e líquido do globo (uma camada do planeta que fica acima do núcleo interno e abaixo da crosta e da manta terreste). Essa movimentação causa variações ao longo do tempo, segundo explicação da estudiosa Daniele Caldeira Brandt, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

“Os geomagnetistas chamam de polo norte magnético aquele que está posicionado próximo do polo norte geográfico, onde o campo geomagnético aponta verticalmente para baixo, e chamam de polo sul magnético aquele que está próximo ao polo sul geográfico, onde o campo aponta para cima”, disse a especialista. “A transição entre uma polaridade e outra é chamada de inversão dos polos magnéticos da Terra ou reversão geomagnética. Isto ocorre em intervalos irregulares no tempo, sendo que a última aconteceu há 780 mil anos”.

De acordo com a professora, estamos observando uma queda na intensidade do campo geomagnético, e por isso algumas pessoas desconfiam de uma reversão dos polos. “Porém, quando olhamos para os dados paleomagnéticos, vemos que o campo já passou por períodos ainda mais fracos e, mesmo assim, não inverteu sua polaridade”, afirmou. “Isso nos faz crer que as mudanças observadas nos últimos séculos referem-se apenas a flutuações que ocorrem naturalmente no campo”.

“Não sabemos quando irá ocorrer a próxima inversão dos polos, mas sabemos que será um fenômeno muito lento e gradativo (ao longo de milênios) e, portanto, não há com o que se preocupar”, complementou.

Diferentemente do que sugere o conteúdo analisado, não há comprovação científica de correlação entre uma possível inversão dos polos e o aquecimento global. “A reversão diz apenas ao campo magnético. Não há relação com a inclinação do eixo de rotação do planeta. A Terra continua se movendo da mesma forma e as estações do ano continuam existindo, enquanto o campo geomagnético varia”, esclareceu Daniele.

“É muito improvável que haja ligação entre os eventos, pois a escala temporal das reversões (do campo magnético) é muito maior que o tempo das mudanças climáticas que temos observado”, acrescentou.

Segundo o professor Jefferson Cardia Simões, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor titular de Geografia Polar e Glaciologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o fenômeno da neve na África do Sul não tem ligação com as mudanças nos polos magnéticos do planeta. “Apesar de ser raro, a neve no país já ocorreu várias vezes. É sempre bom lembrar que pode nevar em várias latitudes, principalmente quando frentes fria avançam sobre a América do Sul e o sul da África”, afirmou.

Como lidar com posts do tipo: É comum que sejam compartilhados conteúdos conspiratórios sobre mudanças climáticas. Portanto, é importante pesquisar em fontes confiáveis sobre o assunto, antes de acreditar em publicações nas redes sociais. O Estadão Verifica já mostrou ser consenso científico que o aquecimento atual está acontecendo em ritmo acelerado devido à influência humana.

O que estão compartilhando: postagem questiona se um registro de neve no Parque Nacional da África do Sul teria sido causado pela “inversão dos polos” e pelo “fim dos tempos”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso porque o vídeo foi gravado em um safári, na Cidade do Cabo, em que a ocorrência de neve é rara, mas não é inédita. Segundo a hospedagem onde foi feito o registro, a nevasca durou poucas horas e ocorreu apenas nas áreas elevadas e montanhosas da região. O evento ocorreu em 8 de julho, mês de inverno no país. Especialistas explicaram à reportagem que não há evidências de que efeitos magnéticos no planeta estejam relacionados às mudanças climática.

Não há evidência de que neve registrada na África do Sul tenha sido causada por inversão dos polos Foto: Foto

Saiba mais: Postagem compartilha vídeo em que animais andam em meio à neve no Parque Nacional da África do Sul e afirma que o fenômeno é causado por conta da “inversão dos polos”, mas isso não é verdadeiro. A gravação foi feita por hóspedes de um safári na Cidade do Cabo, próximo à montanha Table Mountain Ridge, no dia 8 de julho, mês de inverno no local. Apesar de ser raro o fenômeno na capital, a neve já foi registrada outras vezes em áreas de grande altitude.

A hospedagem onde foi feita a gravação compartilhou o vídeo em seu site. A gravação também foi republicada no jornal Daily Mail, no dia 18 de julho. O registro foi feito por visitantes que foram surpreendidos pela neve, que durou cerca de duas horas. Segundo o safári, a última vez que foi testemunhada neve como essa no local foi em julho de 2018. No mês de inverno na África do Sul, são esperadas temperaturas frias, chuvas e condições de neve na Cidade do Cabo.

Não há evidência de coorelação entre inversão dos polos e mudanças climáticas

O conteúdo analisado questiona se a neve no país africano ocorreu por conta da “inversão dos polos magnéticos da Terra”, mas não não há evidências disso. Especialistas disseram à revista National Geographic em 2023 que é uma teoria da conspiração a ideia que mudanças geomagnéticas influenciariam as mudanças climáticas.

A inversão de polos é uma mudança de orientação dos polos magnéticos do planeta. O campo magnético da Terra é formado pelo movimento no núcleo externo e líquido do globo (uma camada do planeta que fica acima do núcleo interno e abaixo da crosta e da manta terreste). Essa movimentação causa variações ao longo do tempo, segundo explicação da estudiosa Daniele Caldeira Brandt, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

“Os geomagnetistas chamam de polo norte magnético aquele que está posicionado próximo do polo norte geográfico, onde o campo geomagnético aponta verticalmente para baixo, e chamam de polo sul magnético aquele que está próximo ao polo sul geográfico, onde o campo aponta para cima”, disse a especialista. “A transição entre uma polaridade e outra é chamada de inversão dos polos magnéticos da Terra ou reversão geomagnética. Isto ocorre em intervalos irregulares no tempo, sendo que a última aconteceu há 780 mil anos”.

De acordo com a professora, estamos observando uma queda na intensidade do campo geomagnético, e por isso algumas pessoas desconfiam de uma reversão dos polos. “Porém, quando olhamos para os dados paleomagnéticos, vemos que o campo já passou por períodos ainda mais fracos e, mesmo assim, não inverteu sua polaridade”, afirmou. “Isso nos faz crer que as mudanças observadas nos últimos séculos referem-se apenas a flutuações que ocorrem naturalmente no campo”.

“Não sabemos quando irá ocorrer a próxima inversão dos polos, mas sabemos que será um fenômeno muito lento e gradativo (ao longo de milênios) e, portanto, não há com o que se preocupar”, complementou.

Diferentemente do que sugere o conteúdo analisado, não há comprovação científica de correlação entre uma possível inversão dos polos e o aquecimento global. “A reversão diz apenas ao campo magnético. Não há relação com a inclinação do eixo de rotação do planeta. A Terra continua se movendo da mesma forma e as estações do ano continuam existindo, enquanto o campo geomagnético varia”, esclareceu Daniele.

“É muito improvável que haja ligação entre os eventos, pois a escala temporal das reversões (do campo magnético) é muito maior que o tempo das mudanças climáticas que temos observado”, acrescentou.

Segundo o professor Jefferson Cardia Simões, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor titular de Geografia Polar e Glaciologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o fenômeno da neve na África do Sul não tem ligação com as mudanças nos polos magnéticos do planeta. “Apesar de ser raro, a neve no país já ocorreu várias vezes. É sempre bom lembrar que pode nevar em várias latitudes, principalmente quando frentes fria avançam sobre a América do Sul e o sul da África”, afirmou.

Como lidar com posts do tipo: É comum que sejam compartilhados conteúdos conspiratórios sobre mudanças climáticas. Portanto, é importante pesquisar em fontes confiáveis sobre o assunto, antes de acreditar em publicações nas redes sociais. O Estadão Verifica já mostrou ser consenso científico que o aquecimento atual está acontecendo em ritmo acelerado devido à influência humana.

O que estão compartilhando: postagem questiona se um registro de neve no Parque Nacional da África do Sul teria sido causado pela “inversão dos polos” e pelo “fim dos tempos”.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso porque o vídeo foi gravado em um safári, na Cidade do Cabo, em que a ocorrência de neve é rara, mas não é inédita. Segundo a hospedagem onde foi feito o registro, a nevasca durou poucas horas e ocorreu apenas nas áreas elevadas e montanhosas da região. O evento ocorreu em 8 de julho, mês de inverno no país. Especialistas explicaram à reportagem que não há evidências de que efeitos magnéticos no planeta estejam relacionados às mudanças climática.

Não há evidência de que neve registrada na África do Sul tenha sido causada por inversão dos polos Foto: Foto

Saiba mais: Postagem compartilha vídeo em que animais andam em meio à neve no Parque Nacional da África do Sul e afirma que o fenômeno é causado por conta da “inversão dos polos”, mas isso não é verdadeiro. A gravação foi feita por hóspedes de um safári na Cidade do Cabo, próximo à montanha Table Mountain Ridge, no dia 8 de julho, mês de inverno no local. Apesar de ser raro o fenômeno na capital, a neve já foi registrada outras vezes em áreas de grande altitude.

A hospedagem onde foi feita a gravação compartilhou o vídeo em seu site. A gravação também foi republicada no jornal Daily Mail, no dia 18 de julho. O registro foi feito por visitantes que foram surpreendidos pela neve, que durou cerca de duas horas. Segundo o safári, a última vez que foi testemunhada neve como essa no local foi em julho de 2018. No mês de inverno na África do Sul, são esperadas temperaturas frias, chuvas e condições de neve na Cidade do Cabo.

Não há evidência de coorelação entre inversão dos polos e mudanças climáticas

O conteúdo analisado questiona se a neve no país africano ocorreu por conta da “inversão dos polos magnéticos da Terra”, mas não não há evidências disso. Especialistas disseram à revista National Geographic em 2023 que é uma teoria da conspiração a ideia que mudanças geomagnéticas influenciariam as mudanças climáticas.

A inversão de polos é uma mudança de orientação dos polos magnéticos do planeta. O campo magnético da Terra é formado pelo movimento no núcleo externo e líquido do globo (uma camada do planeta que fica acima do núcleo interno e abaixo da crosta e da manta terreste). Essa movimentação causa variações ao longo do tempo, segundo explicação da estudiosa Daniele Caldeira Brandt, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

“Os geomagnetistas chamam de polo norte magnético aquele que está posicionado próximo do polo norte geográfico, onde o campo geomagnético aponta verticalmente para baixo, e chamam de polo sul magnético aquele que está próximo ao polo sul geográfico, onde o campo aponta para cima”, disse a especialista. “A transição entre uma polaridade e outra é chamada de inversão dos polos magnéticos da Terra ou reversão geomagnética. Isto ocorre em intervalos irregulares no tempo, sendo que a última aconteceu há 780 mil anos”.

De acordo com a professora, estamos observando uma queda na intensidade do campo geomagnético, e por isso algumas pessoas desconfiam de uma reversão dos polos. “Porém, quando olhamos para os dados paleomagnéticos, vemos que o campo já passou por períodos ainda mais fracos e, mesmo assim, não inverteu sua polaridade”, afirmou. “Isso nos faz crer que as mudanças observadas nos últimos séculos referem-se apenas a flutuações que ocorrem naturalmente no campo”.

“Não sabemos quando irá ocorrer a próxima inversão dos polos, mas sabemos que será um fenômeno muito lento e gradativo (ao longo de milênios) e, portanto, não há com o que se preocupar”, complementou.

Diferentemente do que sugere o conteúdo analisado, não há comprovação científica de correlação entre uma possível inversão dos polos e o aquecimento global. “A reversão diz apenas ao campo magnético. Não há relação com a inclinação do eixo de rotação do planeta. A Terra continua se movendo da mesma forma e as estações do ano continuam existindo, enquanto o campo geomagnético varia”, esclareceu Daniele.

“É muito improvável que haja ligação entre os eventos, pois a escala temporal das reversões (do campo magnético) é muito maior que o tempo das mudanças climáticas que temos observado”, acrescentou.

Segundo o professor Jefferson Cardia Simões, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor titular de Geografia Polar e Glaciologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o fenômeno da neve na África do Sul não tem ligação com as mudanças nos polos magnéticos do planeta. “Apesar de ser raro, a neve no país já ocorreu várias vezes. É sempre bom lembrar que pode nevar em várias latitudes, principalmente quando frentes fria avançam sobre a América do Sul e o sul da África”, afirmou.

Como lidar com posts do tipo: É comum que sejam compartilhados conteúdos conspiratórios sobre mudanças climáticas. Portanto, é importante pesquisar em fontes confiáveis sobre o assunto, antes de acreditar em publicações nas redes sociais. O Estadão Verifica já mostrou ser consenso científico que o aquecimento atual está acontecendo em ritmo acelerado devido à influência humana.

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