Postagem engana ao dizer que foto mostra policial venezuelano apontando arma para mulher e criança


Filmagem por outro ângulo permite ver que autoridade não segurava arma; repressão de protestos contra a falta de transparência no processo eleitoral é marcada por mortes e prisões

Por Gabriel Belic
Atualização:

O que estão compartilhando: foto que mostraria um militar que apoia o ditador Nicolás Maduro apontando uma arma para uma mãe e sua filha na Venezuela.

O Estadão Verificou e concluiu que: é enganoso. Uma filmagem do mesmo momento, de outro ângulo, permite identificar que o policial venezuelano não estava com uma arma na mão. As imagens mostram as duas ajoelhadas, enquanto a autoridade ordena que elas se levantem.

A data da filmagem coincide com os protestos que tomaram as ruas da Venezuela após o resultado das eleições. As manifestações eclodiram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, anunciar Maduro como vencedor com 52% dos votos. Edmundo González Urrutia, candidato oposicionista, teria recebido 43%. A oposição alega que o pleito foi fraudado, bem como fontes independentes.

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A ida da população às ruas é marcada por repressão policial e tumultos violentos. As mortes registradas nos protestos já passam de 10, e mais de 1.200 pessoas foram detidas.

Postagem engana ao afirmar que policial venezuelano apontou arma para mulher e criança Foto: Reprodução/Instagram
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Saiba mais: por meio de uma busca reversa (veja aqui como fazer), o Estadão Verifica encontrou publicações que apontam que a filmagem foi feita em Valera, município venezuelano, durante manifestações no dia 30 de julho deste ano. A reportagem pesquisou, por meio de uma busca avançada no X (antigo Twitter), outras gravações do protesto na cidade. A pesquisa foi feita com a palavra-chave “Valera”, com filtro de data entre os dias 30 e 31 de julho (veja aqui os resultados, link arquivado na ferramenta Ghost Archive).

Entre as postagens encontradas, o fotojornalista Andrews Abreu publicou uma filmagem da situação por outro ângulo (post arquivado no Ghost Archive). Ela permite observar que a mulher e a criança estão ajoelhadas diante das autoridades e que, em sequência, um dos policiais ordena que elas se levantem. É possível identificar que o homem não está com uma arma nas mãos. Veja abaixo:

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A gravação deste ângulo foi feita dentro do Banco Fondo Común, banco venezuelano sediado na capital Caracas. A sigla do banco, BFC, aparece em um banner na imagem viral. Na fotografia, também é possível identificar que, dentro do local, há pessoas na porta com celulares na mão.

O BFC de Valera fica localizado na avenida Bolivar (veja no Google Maps). Para confirmar a geolocalização da gravação, o Estadão Verifica analisou elementos presentes no vídeo publicado por Andrews Abreu. Na gravação, por exemplo, é possível ver uma estrutura vermelha a partir de 0:15.

Estrutura vermelha ao fundo do vídeo é um elemento visual que ajuda a identificar o local em que a gravação foi feita. Foto: Reprodução
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Trata-se do posto de combustível E/S Las Acacias Cobrapsa, que fica próximo do banco (confira no Google Maps).

Estrutura vermelha visível no vídeo do fotojornalista é cobertura de posto de combustíveis. Foto: Google Maps/Reprodução

Esse conteúdo também foi checado pela AFP Colômbia.

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Como lidar com postagens do tipo: As eleições da Venezuela foram marcadas por relatos de intimidação e acusações de fraude pela oposição. Neste contexto, postagens passaram a compartilhar informações não confirmadas sobre o pleito nas redes sociais. Tenha cautela antes de confiar em publicações e pesquise por reportagens na imprensa profissional e iniciativas de checagem. Se receber um conteúdo suspeito sobre o tema, envie para o WhatsApp do Estadão Verifica pelo número (11) 97683-7490.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

O que estão compartilhando: foto que mostraria um militar que apoia o ditador Nicolás Maduro apontando uma arma para uma mãe e sua filha na Venezuela.

O Estadão Verificou e concluiu que: é enganoso. Uma filmagem do mesmo momento, de outro ângulo, permite identificar que o policial venezuelano não estava com uma arma na mão. As imagens mostram as duas ajoelhadas, enquanto a autoridade ordena que elas se levantem.

A data da filmagem coincide com os protestos que tomaram as ruas da Venezuela após o resultado das eleições. As manifestações eclodiram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, anunciar Maduro como vencedor com 52% dos votos. Edmundo González Urrutia, candidato oposicionista, teria recebido 43%. A oposição alega que o pleito foi fraudado, bem como fontes independentes.

A ida da população às ruas é marcada por repressão policial e tumultos violentos. As mortes registradas nos protestos já passam de 10, e mais de 1.200 pessoas foram detidas.

Postagem engana ao afirmar que policial venezuelano apontou arma para mulher e criança Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: por meio de uma busca reversa (veja aqui como fazer), o Estadão Verifica encontrou publicações que apontam que a filmagem foi feita em Valera, município venezuelano, durante manifestações no dia 30 de julho deste ano. A reportagem pesquisou, por meio de uma busca avançada no X (antigo Twitter), outras gravações do protesto na cidade. A pesquisa foi feita com a palavra-chave “Valera”, com filtro de data entre os dias 30 e 31 de julho (veja aqui os resultados, link arquivado na ferramenta Ghost Archive).

Entre as postagens encontradas, o fotojornalista Andrews Abreu publicou uma filmagem da situação por outro ângulo (post arquivado no Ghost Archive). Ela permite observar que a mulher e a criança estão ajoelhadas diante das autoridades e que, em sequência, um dos policiais ordena que elas se levantem. É possível identificar que o homem não está com uma arma nas mãos. Veja abaixo:

A gravação deste ângulo foi feita dentro do Banco Fondo Común, banco venezuelano sediado na capital Caracas. A sigla do banco, BFC, aparece em um banner na imagem viral. Na fotografia, também é possível identificar que, dentro do local, há pessoas na porta com celulares na mão.

O BFC de Valera fica localizado na avenida Bolivar (veja no Google Maps). Para confirmar a geolocalização da gravação, o Estadão Verifica analisou elementos presentes no vídeo publicado por Andrews Abreu. Na gravação, por exemplo, é possível ver uma estrutura vermelha a partir de 0:15.

Estrutura vermelha ao fundo do vídeo é um elemento visual que ajuda a identificar o local em que a gravação foi feita. Foto: Reprodução

Trata-se do posto de combustível E/S Las Acacias Cobrapsa, que fica próximo do banco (confira no Google Maps).

Estrutura vermelha visível no vídeo do fotojornalista é cobertura de posto de combustíveis. Foto: Google Maps/Reprodução

Esse conteúdo também foi checado pela AFP Colômbia.

Como lidar com postagens do tipo: As eleições da Venezuela foram marcadas por relatos de intimidação e acusações de fraude pela oposição. Neste contexto, postagens passaram a compartilhar informações não confirmadas sobre o pleito nas redes sociais. Tenha cautela antes de confiar em publicações e pesquise por reportagens na imprensa profissional e iniciativas de checagem. Se receber um conteúdo suspeito sobre o tema, envie para o WhatsApp do Estadão Verifica pelo número (11) 97683-7490.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

O que estão compartilhando: foto que mostraria um militar que apoia o ditador Nicolás Maduro apontando uma arma para uma mãe e sua filha na Venezuela.

O Estadão Verificou e concluiu que: é enganoso. Uma filmagem do mesmo momento, de outro ângulo, permite identificar que o policial venezuelano não estava com uma arma na mão. As imagens mostram as duas ajoelhadas, enquanto a autoridade ordena que elas se levantem.

A data da filmagem coincide com os protestos que tomaram as ruas da Venezuela após o resultado das eleições. As manifestações eclodiram após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, anunciar Maduro como vencedor com 52% dos votos. Edmundo González Urrutia, candidato oposicionista, teria recebido 43%. A oposição alega que o pleito foi fraudado, bem como fontes independentes.

A ida da população às ruas é marcada por repressão policial e tumultos violentos. As mortes registradas nos protestos já passam de 10, e mais de 1.200 pessoas foram detidas.

Postagem engana ao afirmar que policial venezuelano apontou arma para mulher e criança Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: por meio de uma busca reversa (veja aqui como fazer), o Estadão Verifica encontrou publicações que apontam que a filmagem foi feita em Valera, município venezuelano, durante manifestações no dia 30 de julho deste ano. A reportagem pesquisou, por meio de uma busca avançada no X (antigo Twitter), outras gravações do protesto na cidade. A pesquisa foi feita com a palavra-chave “Valera”, com filtro de data entre os dias 30 e 31 de julho (veja aqui os resultados, link arquivado na ferramenta Ghost Archive).

Entre as postagens encontradas, o fotojornalista Andrews Abreu publicou uma filmagem da situação por outro ângulo (post arquivado no Ghost Archive). Ela permite observar que a mulher e a criança estão ajoelhadas diante das autoridades e que, em sequência, um dos policiais ordena que elas se levantem. É possível identificar que o homem não está com uma arma nas mãos. Veja abaixo:

A gravação deste ângulo foi feita dentro do Banco Fondo Común, banco venezuelano sediado na capital Caracas. A sigla do banco, BFC, aparece em um banner na imagem viral. Na fotografia, também é possível identificar que, dentro do local, há pessoas na porta com celulares na mão.

O BFC de Valera fica localizado na avenida Bolivar (veja no Google Maps). Para confirmar a geolocalização da gravação, o Estadão Verifica analisou elementos presentes no vídeo publicado por Andrews Abreu. Na gravação, por exemplo, é possível ver uma estrutura vermelha a partir de 0:15.

Estrutura vermelha ao fundo do vídeo é um elemento visual que ajuda a identificar o local em que a gravação foi feita. Foto: Reprodução

Trata-se do posto de combustível E/S Las Acacias Cobrapsa, que fica próximo do banco (confira no Google Maps).

Estrutura vermelha visível no vídeo do fotojornalista é cobertura de posto de combustíveis. Foto: Google Maps/Reprodução

Esse conteúdo também foi checado pela AFP Colômbia.

Como lidar com postagens do tipo: As eleições da Venezuela foram marcadas por relatos de intimidação e acusações de fraude pela oposição. Neste contexto, postagens passaram a compartilhar informações não confirmadas sobre o pleito nas redes sociais. Tenha cautela antes de confiar em publicações e pesquise por reportagens na imprensa profissional e iniciativas de checagem. Se receber um conteúdo suspeito sobre o tema, envie para o WhatsApp do Estadão Verifica pelo número (11) 97683-7490.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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