Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão


ONS diz não haver qualquer relação entre blecaute e decreto que autoriza a realização de estudos para viabilidade de compra de eletricidade de países vizinhos

Por Gabriel Belic
Atualização:

O que estão compartilhando: que o apagão aconteceu para justificar compra de energia elétrica da Venezuela.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Publicações nas redes sociais sugerem que o apagão ocorrido nesta terça-feira, 15, foi planejado para justificar a compra de energia elétrica da Venezuela. Para sustentar a tese desinformativa, postagens tiram de contexto uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à GloboNews, concedida no dia 4 de agosto – 11 dias antes do blecaute –, sobre um decreto que autoriza a compra de energia elétrica de países vizinhos. Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a ocorrência não tem qualquer relação com uma eventual retomada de importação de energia da Venezuela.

Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão Foto: Arte/Estadão
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Saiba mais: Nesta terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 Estados e o Distrito Federal. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste às 8h31. O fornecimento foi restabelecido por volta das 14h30 em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Roraima foi o único Estado que não foi afetado, já que não está conectado ao SIN.

Até o momento, o que se sabe é que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras. Contudo, o ONS afirma que isso, de maneira isolada, não seria suficiente para provocar tanto impacto no sistema. A causa detalhada só deve ser conhecida em 45 dias, conforme o Operador.

Nas redes sociais, publicações têm associado o blecaute ao Decreto 11.629, de 4 de agosto de 2023, que dispõe, dentre outros tópicos, sobre a importação de energia elétrica de países vizinhos, como a Venezuela. A partir disso, peças desinformativas distorcem o documento para afirmar que o apagão foi “planejado” para justificar possíveis relações comerciais.

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Ao Estadão Verifica, o MME e o ONS desmentiram as teses conspiratórias sobre a ocorrência. O ministério explicou que a associação feita entre o país vizinho e o blecaute não faz sentido, uma vez que a integração de energia elétrica que a Venezuela tem com o Brasil encontra-se em Roraima, único Estado não interligado ao SIN. Além disso, essa integração não vem sendo utilizada desde 2019, já que foi interrompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em relação ao ofício assinado por Lula no dia 4 de agosto, o ONS explicou que o decreto apenas autoriza a realização de estudos para avaliar a importação. Assim, o processo de compra de energia elétrica sequer foi retomado e, de acordo com o órgão, não há prazo para conclusão dos estudos. “Ademais, destaca-se que o sistema que atende o Estado de Roraima, e que seria potencialmente interligado à Venezuela, ainda não está integrado ao SIN”, reiterou o ONS, em nota.

Ministro diz que apagão não tem relação com suprimento energético

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Em entrevista à imprensa após a interrupção de energia, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o apagão não teve relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico. O ministro reiterou que “vivemos um momento de abundância dos reservatórios”.

O ministro de Estado de Minas e Energia Alexandre Silveira durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (15) no auditório do ministério, em que falou sobre a queda de energia que ocorreu hoje no País.  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Na quarta-feira, 16, o mesmo posicionamento foi reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o Brasil vive uma realidade em que há “sobra de energia” e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

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Em relação às causas do incidente, uma análise preliminar do ONS indica que “o início do processo se deu com a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II”. O Operador afirmou que segue aprofundando a análise do apagão, com uma avaliação maior no Relatório de Análise da Perturbação (RAP).

“Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva 45 dias para ser concluído”, afirmou, em nota.

Compra de energia elétrica da Venezuela

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Em 2019, o governo brasileiro, à época presidido por Jair Bolsonaro, interrompeu a importação de energia da Venezuela para Roraima. O Estado, que não é conectado ao SIN, recebia energia do país vizinho desde 2001. Com a interrupção do fornecimento, Roraima depende da energia gerada por usinas térmicas movidas, em grande parte, a óleo diesel.

Em maio, o ministro de Minas e Energia do governo Lula afirmou que o País não pode ter preconceito ao tratar da importação de energia elétrica da Venezuela para atender Roraima. No mesmo período, Silveira sinalizou que há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer o Estado.

No dia 4 de agosto, Lula retomou o programa Luz para Todos e lançou a conexão de cidades da região Norte ao SIN. Durante o evento, o chefe de Estado assinou o Decreto 11.629/2023, que, dentre outros pontos, autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O ONS, no entanto, ressalta que o ofício apenas “autoriza a realização de estudos para avaliar a viabilidade e a necessidade dessa importação”.

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Como lidar com postagens do tipo: O apagão que atingiu Estados do Norte, Nordeste e parte das demais regiões do Brasil ainda está sendo apurado. Os desdobramentos do episódio estão sendo amplamente noticiados pela imprensa.

A peça verificada tira de contexto uma entrevista concedida por uma figura pública e distorce um ofício assinado pelo presidente da República para fabricar uma mentira. Antes de compartilhar o conteúdo, busque fontes confiáveis sobre o assunto.

O Verifica também já desmentiu postagens que associam o apagão a uma notícia de janeiro sobre vandalismo em torres de energia.

O que estão compartilhando: que o apagão aconteceu para justificar compra de energia elétrica da Venezuela.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Publicações nas redes sociais sugerem que o apagão ocorrido nesta terça-feira, 15, foi planejado para justificar a compra de energia elétrica da Venezuela. Para sustentar a tese desinformativa, postagens tiram de contexto uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à GloboNews, concedida no dia 4 de agosto – 11 dias antes do blecaute –, sobre um decreto que autoriza a compra de energia elétrica de países vizinhos. Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a ocorrência não tem qualquer relação com uma eventual retomada de importação de energia da Venezuela.

Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Nesta terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 Estados e o Distrito Federal. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste às 8h31. O fornecimento foi restabelecido por volta das 14h30 em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Roraima foi o único Estado que não foi afetado, já que não está conectado ao SIN.

Até o momento, o que se sabe é que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras. Contudo, o ONS afirma que isso, de maneira isolada, não seria suficiente para provocar tanto impacto no sistema. A causa detalhada só deve ser conhecida em 45 dias, conforme o Operador.

Nas redes sociais, publicações têm associado o blecaute ao Decreto 11.629, de 4 de agosto de 2023, que dispõe, dentre outros tópicos, sobre a importação de energia elétrica de países vizinhos, como a Venezuela. A partir disso, peças desinformativas distorcem o documento para afirmar que o apagão foi “planejado” para justificar possíveis relações comerciais.

Ao Estadão Verifica, o MME e o ONS desmentiram as teses conspiratórias sobre a ocorrência. O ministério explicou que a associação feita entre o país vizinho e o blecaute não faz sentido, uma vez que a integração de energia elétrica que a Venezuela tem com o Brasil encontra-se em Roraima, único Estado não interligado ao SIN. Além disso, essa integração não vem sendo utilizada desde 2019, já que foi interrompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em relação ao ofício assinado por Lula no dia 4 de agosto, o ONS explicou que o decreto apenas autoriza a realização de estudos para avaliar a importação. Assim, o processo de compra de energia elétrica sequer foi retomado e, de acordo com o órgão, não há prazo para conclusão dos estudos. “Ademais, destaca-se que o sistema que atende o Estado de Roraima, e que seria potencialmente interligado à Venezuela, ainda não está integrado ao SIN”, reiterou o ONS, em nota.

Ministro diz que apagão não tem relação com suprimento energético

Em entrevista à imprensa após a interrupção de energia, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o apagão não teve relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico. O ministro reiterou que “vivemos um momento de abundância dos reservatórios”.

O ministro de Estado de Minas e Energia Alexandre Silveira durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (15) no auditório do ministério, em que falou sobre a queda de energia que ocorreu hoje no País.  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Na quarta-feira, 16, o mesmo posicionamento foi reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o Brasil vive uma realidade em que há “sobra de energia” e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

Em relação às causas do incidente, uma análise preliminar do ONS indica que “o início do processo se deu com a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II”. O Operador afirmou que segue aprofundando a análise do apagão, com uma avaliação maior no Relatório de Análise da Perturbação (RAP).

“Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva 45 dias para ser concluído”, afirmou, em nota.

Compra de energia elétrica da Venezuela

Em 2019, o governo brasileiro, à época presidido por Jair Bolsonaro, interrompeu a importação de energia da Venezuela para Roraima. O Estado, que não é conectado ao SIN, recebia energia do país vizinho desde 2001. Com a interrupção do fornecimento, Roraima depende da energia gerada por usinas térmicas movidas, em grande parte, a óleo diesel.

Em maio, o ministro de Minas e Energia do governo Lula afirmou que o País não pode ter preconceito ao tratar da importação de energia elétrica da Venezuela para atender Roraima. No mesmo período, Silveira sinalizou que há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer o Estado.

No dia 4 de agosto, Lula retomou o programa Luz para Todos e lançou a conexão de cidades da região Norte ao SIN. Durante o evento, o chefe de Estado assinou o Decreto 11.629/2023, que, dentre outros pontos, autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O ONS, no entanto, ressalta que o ofício apenas “autoriza a realização de estudos para avaliar a viabilidade e a necessidade dessa importação”.

Como lidar com postagens do tipo: O apagão que atingiu Estados do Norte, Nordeste e parte das demais regiões do Brasil ainda está sendo apurado. Os desdobramentos do episódio estão sendo amplamente noticiados pela imprensa.

A peça verificada tira de contexto uma entrevista concedida por uma figura pública e distorce um ofício assinado pelo presidente da República para fabricar uma mentira. Antes de compartilhar o conteúdo, busque fontes confiáveis sobre o assunto.

O Verifica também já desmentiu postagens que associam o apagão a uma notícia de janeiro sobre vandalismo em torres de energia.

O que estão compartilhando: que o apagão aconteceu para justificar compra de energia elétrica da Venezuela.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Publicações nas redes sociais sugerem que o apagão ocorrido nesta terça-feira, 15, foi planejado para justificar a compra de energia elétrica da Venezuela. Para sustentar a tese desinformativa, postagens tiram de contexto uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à GloboNews, concedida no dia 4 de agosto – 11 dias antes do blecaute –, sobre um decreto que autoriza a compra de energia elétrica de países vizinhos. Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a ocorrência não tem qualquer relação com uma eventual retomada de importação de energia da Venezuela.

Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Nesta terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 Estados e o Distrito Federal. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste às 8h31. O fornecimento foi restabelecido por volta das 14h30 em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Roraima foi o único Estado que não foi afetado, já que não está conectado ao SIN.

Até o momento, o que se sabe é que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras. Contudo, o ONS afirma que isso, de maneira isolada, não seria suficiente para provocar tanto impacto no sistema. A causa detalhada só deve ser conhecida em 45 dias, conforme o Operador.

Nas redes sociais, publicações têm associado o blecaute ao Decreto 11.629, de 4 de agosto de 2023, que dispõe, dentre outros tópicos, sobre a importação de energia elétrica de países vizinhos, como a Venezuela. A partir disso, peças desinformativas distorcem o documento para afirmar que o apagão foi “planejado” para justificar possíveis relações comerciais.

Ao Estadão Verifica, o MME e o ONS desmentiram as teses conspiratórias sobre a ocorrência. O ministério explicou que a associação feita entre o país vizinho e o blecaute não faz sentido, uma vez que a integração de energia elétrica que a Venezuela tem com o Brasil encontra-se em Roraima, único Estado não interligado ao SIN. Além disso, essa integração não vem sendo utilizada desde 2019, já que foi interrompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em relação ao ofício assinado por Lula no dia 4 de agosto, o ONS explicou que o decreto apenas autoriza a realização de estudos para avaliar a importação. Assim, o processo de compra de energia elétrica sequer foi retomado e, de acordo com o órgão, não há prazo para conclusão dos estudos. “Ademais, destaca-se que o sistema que atende o Estado de Roraima, e que seria potencialmente interligado à Venezuela, ainda não está integrado ao SIN”, reiterou o ONS, em nota.

Ministro diz que apagão não tem relação com suprimento energético

Em entrevista à imprensa após a interrupção de energia, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o apagão não teve relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico. O ministro reiterou que “vivemos um momento de abundância dos reservatórios”.

O ministro de Estado de Minas e Energia Alexandre Silveira durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (15) no auditório do ministério, em que falou sobre a queda de energia que ocorreu hoje no País.  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Na quarta-feira, 16, o mesmo posicionamento foi reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o Brasil vive uma realidade em que há “sobra de energia” e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

Em relação às causas do incidente, uma análise preliminar do ONS indica que “o início do processo se deu com a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II”. O Operador afirmou que segue aprofundando a análise do apagão, com uma avaliação maior no Relatório de Análise da Perturbação (RAP).

“Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva 45 dias para ser concluído”, afirmou, em nota.

Compra de energia elétrica da Venezuela

Em 2019, o governo brasileiro, à época presidido por Jair Bolsonaro, interrompeu a importação de energia da Venezuela para Roraima. O Estado, que não é conectado ao SIN, recebia energia do país vizinho desde 2001. Com a interrupção do fornecimento, Roraima depende da energia gerada por usinas térmicas movidas, em grande parte, a óleo diesel.

Em maio, o ministro de Minas e Energia do governo Lula afirmou que o País não pode ter preconceito ao tratar da importação de energia elétrica da Venezuela para atender Roraima. No mesmo período, Silveira sinalizou que há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer o Estado.

No dia 4 de agosto, Lula retomou o programa Luz para Todos e lançou a conexão de cidades da região Norte ao SIN. Durante o evento, o chefe de Estado assinou o Decreto 11.629/2023, que, dentre outros pontos, autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O ONS, no entanto, ressalta que o ofício apenas “autoriza a realização de estudos para avaliar a viabilidade e a necessidade dessa importação”.

Como lidar com postagens do tipo: O apagão que atingiu Estados do Norte, Nordeste e parte das demais regiões do Brasil ainda está sendo apurado. Os desdobramentos do episódio estão sendo amplamente noticiados pela imprensa.

A peça verificada tira de contexto uma entrevista concedida por uma figura pública e distorce um ofício assinado pelo presidente da República para fabricar uma mentira. Antes de compartilhar o conteúdo, busque fontes confiáveis sobre o assunto.

O Verifica também já desmentiu postagens que associam o apagão a uma notícia de janeiro sobre vandalismo em torres de energia.

O que estão compartilhando: que o apagão aconteceu para justificar compra de energia elétrica da Venezuela.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Publicações nas redes sociais sugerem que o apagão ocorrido nesta terça-feira, 15, foi planejado para justificar a compra de energia elétrica da Venezuela. Para sustentar a tese desinformativa, postagens tiram de contexto uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à GloboNews, concedida no dia 4 de agosto – 11 dias antes do blecaute –, sobre um decreto que autoriza a compra de energia elétrica de países vizinhos. Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a ocorrência não tem qualquer relação com uma eventual retomada de importação de energia da Venezuela.

Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Nesta terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 Estados e o Distrito Federal. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste às 8h31. O fornecimento foi restabelecido por volta das 14h30 em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Roraima foi o único Estado que não foi afetado, já que não está conectado ao SIN.

Até o momento, o que se sabe é que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras. Contudo, o ONS afirma que isso, de maneira isolada, não seria suficiente para provocar tanto impacto no sistema. A causa detalhada só deve ser conhecida em 45 dias, conforme o Operador.

Nas redes sociais, publicações têm associado o blecaute ao Decreto 11.629, de 4 de agosto de 2023, que dispõe, dentre outros tópicos, sobre a importação de energia elétrica de países vizinhos, como a Venezuela. A partir disso, peças desinformativas distorcem o documento para afirmar que o apagão foi “planejado” para justificar possíveis relações comerciais.

Ao Estadão Verifica, o MME e o ONS desmentiram as teses conspiratórias sobre a ocorrência. O ministério explicou que a associação feita entre o país vizinho e o blecaute não faz sentido, uma vez que a integração de energia elétrica que a Venezuela tem com o Brasil encontra-se em Roraima, único Estado não interligado ao SIN. Além disso, essa integração não vem sendo utilizada desde 2019, já que foi interrompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em relação ao ofício assinado por Lula no dia 4 de agosto, o ONS explicou que o decreto apenas autoriza a realização de estudos para avaliar a importação. Assim, o processo de compra de energia elétrica sequer foi retomado e, de acordo com o órgão, não há prazo para conclusão dos estudos. “Ademais, destaca-se que o sistema que atende o Estado de Roraima, e que seria potencialmente interligado à Venezuela, ainda não está integrado ao SIN”, reiterou o ONS, em nota.

Ministro diz que apagão não tem relação com suprimento energético

Em entrevista à imprensa após a interrupção de energia, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o apagão não teve relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico. O ministro reiterou que “vivemos um momento de abundância dos reservatórios”.

O ministro de Estado de Minas e Energia Alexandre Silveira durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (15) no auditório do ministério, em que falou sobre a queda de energia que ocorreu hoje no País.  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Na quarta-feira, 16, o mesmo posicionamento foi reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o Brasil vive uma realidade em que há “sobra de energia” e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

Em relação às causas do incidente, uma análise preliminar do ONS indica que “o início do processo se deu com a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II”. O Operador afirmou que segue aprofundando a análise do apagão, com uma avaliação maior no Relatório de Análise da Perturbação (RAP).

“Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva 45 dias para ser concluído”, afirmou, em nota.

Compra de energia elétrica da Venezuela

Em 2019, o governo brasileiro, à época presidido por Jair Bolsonaro, interrompeu a importação de energia da Venezuela para Roraima. O Estado, que não é conectado ao SIN, recebia energia do país vizinho desde 2001. Com a interrupção do fornecimento, Roraima depende da energia gerada por usinas térmicas movidas, em grande parte, a óleo diesel.

Em maio, o ministro de Minas e Energia do governo Lula afirmou que o País não pode ter preconceito ao tratar da importação de energia elétrica da Venezuela para atender Roraima. No mesmo período, Silveira sinalizou que há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer o Estado.

No dia 4 de agosto, Lula retomou o programa Luz para Todos e lançou a conexão de cidades da região Norte ao SIN. Durante o evento, o chefe de Estado assinou o Decreto 11.629/2023, que, dentre outros pontos, autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O ONS, no entanto, ressalta que o ofício apenas “autoriza a realização de estudos para avaliar a viabilidade e a necessidade dessa importação”.

Como lidar com postagens do tipo: O apagão que atingiu Estados do Norte, Nordeste e parte das demais regiões do Brasil ainda está sendo apurado. Os desdobramentos do episódio estão sendo amplamente noticiados pela imprensa.

A peça verificada tira de contexto uma entrevista concedida por uma figura pública e distorce um ofício assinado pelo presidente da República para fabricar uma mentira. Antes de compartilhar o conteúdo, busque fontes confiáveis sobre o assunto.

O Verifica também já desmentiu postagens que associam o apagão a uma notícia de janeiro sobre vandalismo em torres de energia.

O que estão compartilhando: que o apagão aconteceu para justificar compra de energia elétrica da Venezuela.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Publicações nas redes sociais sugerem que o apagão ocorrido nesta terça-feira, 15, foi planejado para justificar a compra de energia elétrica da Venezuela. Para sustentar a tese desinformativa, postagens tiram de contexto uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à GloboNews, concedida no dia 4 de agosto – 11 dias antes do blecaute –, sobre um decreto que autoriza a compra de energia elétrica de países vizinhos. Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a ocorrência não tem qualquer relação com uma eventual retomada de importação de energia da Venezuela.

Postagem tira de contexto notícia sobre compra de energia da Venezuela e engana sobre apagão Foto: Arte/Estadão

Saiba mais: Nesta terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 Estados e o Distrito Federal. Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste às 8h31. O fornecimento foi restabelecido por volta das 14h30 em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Roraima foi o único Estado que não foi afetado, já que não está conectado ao SIN.

Até o momento, o que se sabe é que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras. Contudo, o ONS afirma que isso, de maneira isolada, não seria suficiente para provocar tanto impacto no sistema. A causa detalhada só deve ser conhecida em 45 dias, conforme o Operador.

Nas redes sociais, publicações têm associado o blecaute ao Decreto 11.629, de 4 de agosto de 2023, que dispõe, dentre outros tópicos, sobre a importação de energia elétrica de países vizinhos, como a Venezuela. A partir disso, peças desinformativas distorcem o documento para afirmar que o apagão foi “planejado” para justificar possíveis relações comerciais.

Ao Estadão Verifica, o MME e o ONS desmentiram as teses conspiratórias sobre a ocorrência. O ministério explicou que a associação feita entre o país vizinho e o blecaute não faz sentido, uma vez que a integração de energia elétrica que a Venezuela tem com o Brasil encontra-se em Roraima, único Estado não interligado ao SIN. Além disso, essa integração não vem sendo utilizada desde 2019, já que foi interrompida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em relação ao ofício assinado por Lula no dia 4 de agosto, o ONS explicou que o decreto apenas autoriza a realização de estudos para avaliar a importação. Assim, o processo de compra de energia elétrica sequer foi retomado e, de acordo com o órgão, não há prazo para conclusão dos estudos. “Ademais, destaca-se que o sistema que atende o Estado de Roraima, e que seria potencialmente interligado à Venezuela, ainda não está integrado ao SIN”, reiterou o ONS, em nota.

Ministro diz que apagão não tem relação com suprimento energético

Em entrevista à imprensa após a interrupção de energia, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o apagão não teve relação com suprimento energético ou com a segurança do sistema elétrico. O ministro reiterou que “vivemos um momento de abundância dos reservatórios”.

O ministro de Estado de Minas e Energia Alexandre Silveira durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (15) no auditório do ministério, em que falou sobre a queda de energia que ocorreu hoje no País.  Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Na quarta-feira, 16, o mesmo posicionamento foi reforçado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo ele, o Brasil vive uma realidade em que há “sobra de energia” e não há problemas de oferta e demanda como no passado.

Em relação às causas do incidente, uma análise preliminar do ONS indica que “o início do processo se deu com a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II”. O Operador afirmou que segue aprofundando a análise do apagão, com uma avaliação maior no Relatório de Análise da Perturbação (RAP).

“Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva 45 dias para ser concluído”, afirmou, em nota.

Compra de energia elétrica da Venezuela

Em 2019, o governo brasileiro, à época presidido por Jair Bolsonaro, interrompeu a importação de energia da Venezuela para Roraima. O Estado, que não é conectado ao SIN, recebia energia do país vizinho desde 2001. Com a interrupção do fornecimento, Roraima depende da energia gerada por usinas térmicas movidas, em grande parte, a óleo diesel.

Em maio, o ministro de Minas e Energia do governo Lula afirmou que o País não pode ter preconceito ao tratar da importação de energia elétrica da Venezuela para atender Roraima. No mesmo período, Silveira sinalizou que há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer o Estado.

No dia 4 de agosto, Lula retomou o programa Luz para Todos e lançou a conexão de cidades da região Norte ao SIN. Durante o evento, o chefe de Estado assinou o Decreto 11.629/2023, que, dentre outros pontos, autoriza o Brasil a importar energia elétrica de países vizinhos. O ONS, no entanto, ressalta que o ofício apenas “autoriza a realização de estudos para avaliar a viabilidade e a necessidade dessa importação”.

Como lidar com postagens do tipo: O apagão que atingiu Estados do Norte, Nordeste e parte das demais regiões do Brasil ainda está sendo apurado. Os desdobramentos do episódio estão sendo amplamente noticiados pela imprensa.

A peça verificada tira de contexto uma entrevista concedida por uma figura pública e distorce um ofício assinado pelo presidente da República para fabricar uma mentira. Antes de compartilhar o conteúdo, busque fontes confiáveis sobre o assunto.

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