O que estão compartilhando: imagem de cinco voluntários da vacina contra a covid-19, que posteriormente morreram em decorrência de efeitos adversos do imunizante.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A foto utilizada para espalhar desinformação sobre a vacina contra covid-19 é de um banco de imagens. Não há evidências científicas que comprovem que os imunizantes causem mal súbito, ao contrário do que diz a peça verificada. O boletim de monitoramento de segurança da vacina contra a covid-19 no País indica que possíveis eventos adversos graves equivalem a 0,005% do total de doses aplicadas.
Saiba mais: por meio da ferramenta de busca reversa (veja como fazer aqui), foi possível encontrar a fonte original da imagem compartilhada. A fotografia faz parte do banco de imagens do Adobe Stock, intitulada como “Group of happy diverse female and male friends showing plasters after vaccination” (”Grupo de amigos diversos e felizes, homens e mulheres, mostrando esparadrapo após a vacinação”, em tradução livre). O banco de imagens não informa o nome dos modelos e não há registro que eles tenham morrido.
O conteúdo viral afirma que os jovens da imagem são “cobaias” da vacina contra a covid-19. De acordo com a postagem, os voluntários teriam morrido em decorrência de supostos efeitos colaterais do imunizante: miocardite, pericardite, infarto fulminante, mal súbito e embolia pulmonar.
A tese infundada de que a vacina contra covid-19 acarreta “mal súbito” já foi checada diversas vezes. Como mostrou o Estadão Verifica, especialistas indicam que não existe nenhuma evidência científica que comprove a relação entre o imunizante e as mortes súbitas.
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O Verifica também mostrou que, em relação aos casos de miocardite e pericardite, o boletim de monitoramento da segurança das vacinas covid-19 no Brasil aponta que, entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, houve 154 notificações no Brasil – incidência de 0,04 casos a cada 100 mil doses aplicadas. Entre os eventos graves, cinco (3,2%) resultaram em morte. Nenhum dos casos, contudo, teve relação de causalidade comprovada com a vacina.
Conforme o boletim de monitoramento, os eventos graves notificados com provável ou possível relação causal com a vacinação foram: reações de hipersensibilidade graves, síndrome de trombose com trombocitopenia (STT), pericardite e miocardite e síndrome de Guillain-Barré.
O documento ressalta que os eventos são muito raros, com risco significativamente inferior ao risco de complicações pelo próprio coronavírus. De acordo com o boletim epidemiológico, a doença pode levar a complicações como tromboses venosas, miocardite e pericardite, hemorragias cerebrais, arritmia, infarto agudo do miocárdio e embolia pulmonar, por exemplo.
Como lidar com postagens do tipo: As redes sociais ainda são palco para teorias conspiratórias e campanhas de desinformação envolvendo as vacinas. Por esse motivo, é importante buscar por fontes confiáveis. Existem diversos estudos científicos e boletins epidemiológicos que atestam a segurança e a eficácia da vacina.