Postagens distorcem dados sobre doses vencidas de vacina contra covid


Entre 2021 e 2023, 38,9 milhões de vacinas perderam o prazo de validade; deste total, 11,8 milhões venceram entre 2021 e 2022

Por Gabriel Belic
Atualização:

Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governo Lula deixou 38,9 milhões de vacinas contra a covid-19 vencerem. Na realidade, o número se refere ao acumulado no período entre 2021 e 2023. Do total, 27,1 milhões venceram neste ano, enquanto 11,8 milhões perderam a validade em 2021 e 2022.

As postagens, que circulam no Instagram e Facebook, distorcem dados de uma reportagem da Folha de S. Paulo. Um dos posts é ilustrado com imagens do presidente Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a legenda “Lula genocida”. A postagem atribui o vencimento de todas as 38,9 milhões de doses ao governo atual, mas omite que parte dos lotes venceram ainda em 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Enfermeira segura vacina da Pfizer contra a covid-19. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de vacinas perderam a validade. No mesmo ano, como mostrou o Estadão, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ligada ao ministério, deixou vencer milhares de kits para diagnóstico da covid-19 e dezenas de medicamentos e vacinas para outras doenças. Na época, o órgão foi notificado sobre a proximidade da data de validade de 32 tipos de insumos e, ainda assim, não agiu a tempo de distribuí-los.

No ano seguinte, 2022, outros 9,9 milhões de imunizantes venceram. Em novembro, após o período eleitoral, o grupo de transição responsável pela área da saúde afirmou que o governo Bolsonaro não havia repassado informações básicas, como a atual situação de estoque de vacinas e o prazo de validade do que foi adquirido. De acordo com o grupo, milhares de vacinas contra a covid-19 venceriam ainda em 2022.

A partir de janeiro de 2023, 27,1 milhões de vacinas contra a doença expiraram. O ministério atribui o vencimento dos imunizantes ao governo anterior. “Ao assumir, a atual gestão do Ministério da Saúde se deparou com um cenário de doses de vacinas contra covid-19 sem tempo hábil para distribuição e uso”, informou, em nota. Procurado, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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Como já mostrou o Estadão, a validade de cada imunizante varia de acordo com o fabricante. A vacina da Pfizer (Comirnaty) monovalente, por exemplo, tem validade de 18 meses à temperatura entre -90 °C e -60 °C. A vacina da Pfizer (Cominarty) bivalente é válida por 12 meses, quando estocada de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. A Coronavac expira em 12 meses sob refrigeração entre 2 °C e 8 °C. Por fim, a Janssen vence em 24 meses quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C.

Dessa forma, tendo em vista a validade de cada fabricante, é possível perceber que as vacinas expiradas a partir de janeiro de 2023 foram fabricadas, no mínimo, há um ano. Assim, os imunizantes que perderam a validade este ano foram adquiridos ainda durante o governo Bolsonaro.

Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou que a Saúde poderia perder 28 milhões de doses até agosto. A auditoria do órgão ainda mapeou que de setembro até o fim do ano mais 24,85 milhões de vacinas poderiam vencer. Em novembro, a Corte de Contas chegou a informar que não era possível avaliar o cumprimento de metas da imunização à equipe de transição de Lula em razão da falta de dados.

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O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explica que é estimado que aconteçam perdas em campanhas de vacinação, sobretudo em uma pandemia. No caso da covid, o especialista ressalta que há uma imprevisibilidade. “Não é como uma vacina de rotina, que sabemos exatamente quanto é gasto por ano. O grau de imprevisibilidade aumenta o risco de perda”, diz.

No entanto, o médico afirma que a principal causa para as perdas de vacinas foi a baixa adesão à campanha de vacinação. Para Kfouri, isso ocorreu pela falta de estímulo do governo e pela inaçã da gestão anterior. “Não tivemos um movimento de comunicação efetiva, muito pelo contrário. O governo passado trabalhou contra a vacinação, especialmente das crianças. Isso cria um ambiente de muita insegurança e, obviamente, a adesão da população foi muito prejudicada”.

Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governo Lula deixou 38,9 milhões de vacinas contra a covid-19 vencerem. Na realidade, o número se refere ao acumulado no período entre 2021 e 2023. Do total, 27,1 milhões venceram neste ano, enquanto 11,8 milhões perderam a validade em 2021 e 2022.

As postagens, que circulam no Instagram e Facebook, distorcem dados de uma reportagem da Folha de S. Paulo. Um dos posts é ilustrado com imagens do presidente Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a legenda “Lula genocida”. A postagem atribui o vencimento de todas as 38,9 milhões de doses ao governo atual, mas omite que parte dos lotes venceram ainda em 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Enfermeira segura vacina da Pfizer contra a covid-19. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de vacinas perderam a validade. No mesmo ano, como mostrou o Estadão, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ligada ao ministério, deixou vencer milhares de kits para diagnóstico da covid-19 e dezenas de medicamentos e vacinas para outras doenças. Na época, o órgão foi notificado sobre a proximidade da data de validade de 32 tipos de insumos e, ainda assim, não agiu a tempo de distribuí-los.

No ano seguinte, 2022, outros 9,9 milhões de imunizantes venceram. Em novembro, após o período eleitoral, o grupo de transição responsável pela área da saúde afirmou que o governo Bolsonaro não havia repassado informações básicas, como a atual situação de estoque de vacinas e o prazo de validade do que foi adquirido. De acordo com o grupo, milhares de vacinas contra a covid-19 venceriam ainda em 2022.

A partir de janeiro de 2023, 27,1 milhões de vacinas contra a doença expiraram. O ministério atribui o vencimento dos imunizantes ao governo anterior. “Ao assumir, a atual gestão do Ministério da Saúde se deparou com um cenário de doses de vacinas contra covid-19 sem tempo hábil para distribuição e uso”, informou, em nota. Procurado, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Como já mostrou o Estadão, a validade de cada imunizante varia de acordo com o fabricante. A vacina da Pfizer (Comirnaty) monovalente, por exemplo, tem validade de 18 meses à temperatura entre -90 °C e -60 °C. A vacina da Pfizer (Cominarty) bivalente é válida por 12 meses, quando estocada de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. A Coronavac expira em 12 meses sob refrigeração entre 2 °C e 8 °C. Por fim, a Janssen vence em 24 meses quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C.

Dessa forma, tendo em vista a validade de cada fabricante, é possível perceber que as vacinas expiradas a partir de janeiro de 2023 foram fabricadas, no mínimo, há um ano. Assim, os imunizantes que perderam a validade este ano foram adquiridos ainda durante o governo Bolsonaro.

Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou que a Saúde poderia perder 28 milhões de doses até agosto. A auditoria do órgão ainda mapeou que de setembro até o fim do ano mais 24,85 milhões de vacinas poderiam vencer. Em novembro, a Corte de Contas chegou a informar que não era possível avaliar o cumprimento de metas da imunização à equipe de transição de Lula em razão da falta de dados.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explica que é estimado que aconteçam perdas em campanhas de vacinação, sobretudo em uma pandemia. No caso da covid, o especialista ressalta que há uma imprevisibilidade. “Não é como uma vacina de rotina, que sabemos exatamente quanto é gasto por ano. O grau de imprevisibilidade aumenta o risco de perda”, diz.

No entanto, o médico afirma que a principal causa para as perdas de vacinas foi a baixa adesão à campanha de vacinação. Para Kfouri, isso ocorreu pela falta de estímulo do governo e pela inaçã da gestão anterior. “Não tivemos um movimento de comunicação efetiva, muito pelo contrário. O governo passado trabalhou contra a vacinação, especialmente das crianças. Isso cria um ambiente de muita insegurança e, obviamente, a adesão da população foi muito prejudicada”.

Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governo Lula deixou 38,9 milhões de vacinas contra a covid-19 vencerem. Na realidade, o número se refere ao acumulado no período entre 2021 e 2023. Do total, 27,1 milhões venceram neste ano, enquanto 11,8 milhões perderam a validade em 2021 e 2022.

As postagens, que circulam no Instagram e Facebook, distorcem dados de uma reportagem da Folha de S. Paulo. Um dos posts é ilustrado com imagens do presidente Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a legenda “Lula genocida”. A postagem atribui o vencimento de todas as 38,9 milhões de doses ao governo atual, mas omite que parte dos lotes venceram ainda em 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Enfermeira segura vacina da Pfizer contra a covid-19. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de vacinas perderam a validade. No mesmo ano, como mostrou o Estadão, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ligada ao ministério, deixou vencer milhares de kits para diagnóstico da covid-19 e dezenas de medicamentos e vacinas para outras doenças. Na época, o órgão foi notificado sobre a proximidade da data de validade de 32 tipos de insumos e, ainda assim, não agiu a tempo de distribuí-los.

No ano seguinte, 2022, outros 9,9 milhões de imunizantes venceram. Em novembro, após o período eleitoral, o grupo de transição responsável pela área da saúde afirmou que o governo Bolsonaro não havia repassado informações básicas, como a atual situação de estoque de vacinas e o prazo de validade do que foi adquirido. De acordo com o grupo, milhares de vacinas contra a covid-19 venceriam ainda em 2022.

A partir de janeiro de 2023, 27,1 milhões de vacinas contra a doença expiraram. O ministério atribui o vencimento dos imunizantes ao governo anterior. “Ao assumir, a atual gestão do Ministério da Saúde se deparou com um cenário de doses de vacinas contra covid-19 sem tempo hábil para distribuição e uso”, informou, em nota. Procurado, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Como já mostrou o Estadão, a validade de cada imunizante varia de acordo com o fabricante. A vacina da Pfizer (Comirnaty) monovalente, por exemplo, tem validade de 18 meses à temperatura entre -90 °C e -60 °C. A vacina da Pfizer (Cominarty) bivalente é válida por 12 meses, quando estocada de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. A Coronavac expira em 12 meses sob refrigeração entre 2 °C e 8 °C. Por fim, a Janssen vence em 24 meses quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C.

Dessa forma, tendo em vista a validade de cada fabricante, é possível perceber que as vacinas expiradas a partir de janeiro de 2023 foram fabricadas, no mínimo, há um ano. Assim, os imunizantes que perderam a validade este ano foram adquiridos ainda durante o governo Bolsonaro.

Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou que a Saúde poderia perder 28 milhões de doses até agosto. A auditoria do órgão ainda mapeou que de setembro até o fim do ano mais 24,85 milhões de vacinas poderiam vencer. Em novembro, a Corte de Contas chegou a informar que não era possível avaliar o cumprimento de metas da imunização à equipe de transição de Lula em razão da falta de dados.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explica que é estimado que aconteçam perdas em campanhas de vacinação, sobretudo em uma pandemia. No caso da covid, o especialista ressalta que há uma imprevisibilidade. “Não é como uma vacina de rotina, que sabemos exatamente quanto é gasto por ano. O grau de imprevisibilidade aumenta o risco de perda”, diz.

No entanto, o médico afirma que a principal causa para as perdas de vacinas foi a baixa adesão à campanha de vacinação. Para Kfouri, isso ocorreu pela falta de estímulo do governo e pela inaçã da gestão anterior. “Não tivemos um movimento de comunicação efetiva, muito pelo contrário. O governo passado trabalhou contra a vacinação, especialmente das crianças. Isso cria um ambiente de muita insegurança e, obviamente, a adesão da população foi muito prejudicada”.

Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governo Lula deixou 38,9 milhões de vacinas contra a covid-19 vencerem. Na realidade, o número se refere ao acumulado no período entre 2021 e 2023. Do total, 27,1 milhões venceram neste ano, enquanto 11,8 milhões perderam a validade em 2021 e 2022.

As postagens, que circulam no Instagram e Facebook, distorcem dados de uma reportagem da Folha de S. Paulo. Um dos posts é ilustrado com imagens do presidente Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a legenda “Lula genocida”. A postagem atribui o vencimento de todas as 38,9 milhões de doses ao governo atual, mas omite que parte dos lotes venceram ainda em 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Enfermeira segura vacina da Pfizer contra a covid-19. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de vacinas perderam a validade. No mesmo ano, como mostrou o Estadão, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ligada ao ministério, deixou vencer milhares de kits para diagnóstico da covid-19 e dezenas de medicamentos e vacinas para outras doenças. Na época, o órgão foi notificado sobre a proximidade da data de validade de 32 tipos de insumos e, ainda assim, não agiu a tempo de distribuí-los.

No ano seguinte, 2022, outros 9,9 milhões de imunizantes venceram. Em novembro, após o período eleitoral, o grupo de transição responsável pela área da saúde afirmou que o governo Bolsonaro não havia repassado informações básicas, como a atual situação de estoque de vacinas e o prazo de validade do que foi adquirido. De acordo com o grupo, milhares de vacinas contra a covid-19 venceriam ainda em 2022.

A partir de janeiro de 2023, 27,1 milhões de vacinas contra a doença expiraram. O ministério atribui o vencimento dos imunizantes ao governo anterior. “Ao assumir, a atual gestão do Ministério da Saúde se deparou com um cenário de doses de vacinas contra covid-19 sem tempo hábil para distribuição e uso”, informou, em nota. Procurado, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Como já mostrou o Estadão, a validade de cada imunizante varia de acordo com o fabricante. A vacina da Pfizer (Comirnaty) monovalente, por exemplo, tem validade de 18 meses à temperatura entre -90 °C e -60 °C. A vacina da Pfizer (Cominarty) bivalente é válida por 12 meses, quando estocada de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. A Coronavac expira em 12 meses sob refrigeração entre 2 °C e 8 °C. Por fim, a Janssen vence em 24 meses quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C.

Dessa forma, tendo em vista a validade de cada fabricante, é possível perceber que as vacinas expiradas a partir de janeiro de 2023 foram fabricadas, no mínimo, há um ano. Assim, os imunizantes que perderam a validade este ano foram adquiridos ainda durante o governo Bolsonaro.

Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou que a Saúde poderia perder 28 milhões de doses até agosto. A auditoria do órgão ainda mapeou que de setembro até o fim do ano mais 24,85 milhões de vacinas poderiam vencer. Em novembro, a Corte de Contas chegou a informar que não era possível avaliar o cumprimento de metas da imunização à equipe de transição de Lula em razão da falta de dados.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explica que é estimado que aconteçam perdas em campanhas de vacinação, sobretudo em uma pandemia. No caso da covid, o especialista ressalta que há uma imprevisibilidade. “Não é como uma vacina de rotina, que sabemos exatamente quanto é gasto por ano. O grau de imprevisibilidade aumenta o risco de perda”, diz.

No entanto, o médico afirma que a principal causa para as perdas de vacinas foi a baixa adesão à campanha de vacinação. Para Kfouri, isso ocorreu pela falta de estímulo do governo e pela inaçã da gestão anterior. “Não tivemos um movimento de comunicação efetiva, muito pelo contrário. O governo passado trabalhou contra a vacinação, especialmente das crianças. Isso cria um ambiente de muita insegurança e, obviamente, a adesão da população foi muito prejudicada”.

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