O que estão compartilhando: que a jornalista Renata Lo Prete, âncora do Jornal da Globo, apresentou um gráfico para justificar que “morre muita criança em Gaza porque palestino tem muito filho”.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Postagens nas redes sociais tiram de contexto uma explicação sobre a pirâmide etária e taxa de natalidade da Faixa de Gaza. Durante o Jornal da Globo, Lo Prete citou o alto número de crianças palestinas mortas no conflito entre Israel e Hamas. A jornalista explicou que os dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, não podem ser verificados de forma independente, mas são compatíveis com a realidade da região. Para contextualizar, a apresentadora exibiu dados demográficos de Gaza, que indicam ser verdadeiro o número divulgado de crianças vítimas no conflito.
Saiba mais: Na edição do dia 2 de novembro do Jornal da Globo, a âncora Renata Lo Prete informou que o recente conflito no Oriente Médio é o mais sangrento entre isralenses e palestinos desde a criação do Estado hebreu, em 1948.
Ela destacou que o confronto deixou mais de 10 mil mortos, 9.061 deles palestinos, sendo que as crianças mortas em Gaza representam cerca de 40% (3.760) do número apresentado. A jornalista explicou que os dados são do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e não puderam ser verificados de forma independente, assim como os números divulgados por Israel.
A apresentadora afirmou na sequência que os números são compatíveis com a realidade, uma vez que a Faixa de Gaza tem uma demografia jovem, com 40,4% da população na faixa etária entre 0 e 14 anos. Depois, Renata explicou que a pirâmide etária da região é resultado de uma taxa de natalidade elevada – média de 3,9 filhos por mulher.
Nas redes sociais, Lo Prete foi criticada por supostamente “justificar” o número de crianças palestinas mortas no conflito. No X (antigo Twitter), a jornalista afirmou que abriu a edição destacando que, em menos de um mês, morreram em Gaza mais crianças do que em todos os conflitos armados do mundo em 2022. “Mostrar o quão jovem é a população do território não justifica o ataque, muito pelo contrário”, escreveu.
Como lidar com postagens do tipo: A peça verificada utiliza um vídeo real, mas fora de contexto, para fabricar uma mentira. Para evitar espalhar desinformação, é importante buscar o vídeo na íntegra. No caso aqui analisado, é possível ver a reportagem completa no próprio portal do Jornal da Globo.