Rússia não suspendeu exportação de combustíveis como sanção ao Brasil


Diferentemente do que diz postagem, governo russo decidiu restringir temporariamente a exportação de gasolina e diesel para o mundo como forma de regular preços no mercado interno

Por Giovana Frioli
Atualização:

O que estão compartilhando: que Vladimir Putin “suspendeu a venda de diesel e gasolina para o Brasil”. No vídeo, a mulher sugere que a decisão aconteceu por conta de uma retaliação do presidente russo contra o presidente Lula.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Na última quinta-feira, 21, o governo da Rússia comunicou a suspensão temporária de exportações de gasolina e diesel para todos os países, com exceção de quatro ex-estados soviéticos. Diferentemente do que alega vídeo que circula nas redes sociais, a restrição não atinge apenas o Brasil. De acordo com o governo russo, a decisão tem a intenção de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno e diminuir os preços aos consumidores. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até o momento, não houve impacto da decisão russa no abastecimento brasileiro.

Rússia não aplicou sanção de combustíveis ao Brasil; decisão afetou todo o mercado internacional Foto: Foto
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Saiba mais: postagem sugere que Vladimir Putin, presidente russo, estaria “bravo” com o presidente Lula e, por isso, suspendeu a venda de gasolina e diesel para o Brasil. A mulher que gravou o vídeo ainda diz que a medida irá causar aumento no valor dos combustíveis e desabastecimento nacional. No entanto, a restrição afeta a exportação dos produtos para o mundo todo, e não apenas o Brasil.

Em 21 de setembro, a Rússia anunciou restrições temporárias nas exportações de gasolina e diesel, a fim de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno. O decreto com a suspensão das vendas foi assinado pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin. “As restrições temporárias ajudarão a saturar o mercado de combustíveis, o que, por sua vez, reduzirá os preços para os consumidores”, diz o documento.

Nos últimos meses, a Rússia enfrentou escassez de gasolina e diesel e os preços dos combustíveis no atacado se elevaram por conta do aumento dos preços do petróleo no mundo e ao enfraquecimento do rublo, a moeda russa.

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A Rússia abriu exceção a quatro ex-estados soviéticos: Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão. De acordo com a nota, antes de anunciar a suspensão, o governo russo diz ter tentado estabilizar o mercado com o aumento em padrões de fornecimento dos combustíveis, além de ter organizado o monitoramento diário das compras para as necessidades dos produtores agrícolas com ajuste de volumes.

Apesar da decisão gerar impacto ao Brasil, não há nenhuma indicação de que a medida acontece por conta de uma suposta má relação entre Lula e Putin. Recentemente, a Rússia pediu ao Brasil para reativar a Comissão de Alto Nível Russo-Brasileira de Cooperação. Os planos prometem aprofundar as relações comerciais entre Brasil e Rússia, em um momento em que os dois países ocupam a presidência do G-20 e do Brics, respectivamente.

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O preço e o abastecimento de combustíveis no Brasil

Os cortes anunciados pelo governo russo afetam a oferta de gasolina e diesel no mercado mundial e, por conta disso, podem ter efeitos sobre os preços, o que inclui a importação brasileira. A consequência imediata para o Brasil é o aprofundamento da defasagem entre os preços praticados pela Petrobras com relação ao Preço de Paridade Internacional (PPI).

Desde março, a Petrobras não considera mais um cálculo de PPI para balizar preços, mas sim uma faixa entre o preço marginal da companhia e o preço alternativo do cliente (preço da concorrência).

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Especialistas apontam que a suspensão temporária pode gerar efeitos no suprimento dos combustíveis no Brasil. Segundo dados do governo federal, a Rússia responde por 74% do diesel importado. Em nota, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou que uma restrição das exportações da Rússia interfiram no abastecimento de combustíveis no Brasil porque não há escassez no restante do mundo. “Apesar de um crescimento recente dos volumes de importação com origem russa, em especial de diesel, o mercado é dinâmico e há oferta externa que possa substituir esses volumes caso eles fiquem indisponíveis. Por força da Resolução ANP nº 53/2015, as empresas que fazem parte do abastecimento nacional têm o dever de informar à Agência sobre situações com potencial de restrição da oferta de produto. Nos contatos mencionados com essas empresas, não foram informadas quaisquer restrições às operações de importação.”

O Estadão Verifica tentou contato com a responsável pelo vídeo, que não respondeu.

A publicação foi visualizada mais de 156 mil vezes no Tik Tok e 31 mil vezes no Facebook. Leitores também solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490.

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Como lidar com postagens do tipo: No caso do vídeo verificado, é utilizada uma notícia verdadeira acrescentada de alegações exageradas ou distorcidas. De fato, houve restrição na venda combustíveis pela Rússia, no entanto, a medida não foi direcionada exclusivamente ao Brasil. É importante procurar pelas informações originais em veículos da imprensa profissional a fim de entender alegações que circulam nas redes sociais. Uma sanção comercial, como foi sugerida no conteúdo, seria amplamente noticiada e discutida.

O que estão compartilhando: que Vladimir Putin “suspendeu a venda de diesel e gasolina para o Brasil”. No vídeo, a mulher sugere que a decisão aconteceu por conta de uma retaliação do presidente russo contra o presidente Lula.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Na última quinta-feira, 21, o governo da Rússia comunicou a suspensão temporária de exportações de gasolina e diesel para todos os países, com exceção de quatro ex-estados soviéticos. Diferentemente do que alega vídeo que circula nas redes sociais, a restrição não atinge apenas o Brasil. De acordo com o governo russo, a decisão tem a intenção de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno e diminuir os preços aos consumidores. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até o momento, não houve impacto da decisão russa no abastecimento brasileiro.

Rússia não aplicou sanção de combustíveis ao Brasil; decisão afetou todo o mercado internacional Foto: Foto

Saiba mais: postagem sugere que Vladimir Putin, presidente russo, estaria “bravo” com o presidente Lula e, por isso, suspendeu a venda de gasolina e diesel para o Brasil. A mulher que gravou o vídeo ainda diz que a medida irá causar aumento no valor dos combustíveis e desabastecimento nacional. No entanto, a restrição afeta a exportação dos produtos para o mundo todo, e não apenas o Brasil.

Em 21 de setembro, a Rússia anunciou restrições temporárias nas exportações de gasolina e diesel, a fim de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno. O decreto com a suspensão das vendas foi assinado pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin. “As restrições temporárias ajudarão a saturar o mercado de combustíveis, o que, por sua vez, reduzirá os preços para os consumidores”, diz o documento.

Nos últimos meses, a Rússia enfrentou escassez de gasolina e diesel e os preços dos combustíveis no atacado se elevaram por conta do aumento dos preços do petróleo no mundo e ao enfraquecimento do rublo, a moeda russa.

A Rússia abriu exceção a quatro ex-estados soviéticos: Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão. De acordo com a nota, antes de anunciar a suspensão, o governo russo diz ter tentado estabilizar o mercado com o aumento em padrões de fornecimento dos combustíveis, além de ter organizado o monitoramento diário das compras para as necessidades dos produtores agrícolas com ajuste de volumes.

Apesar da decisão gerar impacto ao Brasil, não há nenhuma indicação de que a medida acontece por conta de uma suposta má relação entre Lula e Putin. Recentemente, a Rússia pediu ao Brasil para reativar a Comissão de Alto Nível Russo-Brasileira de Cooperação. Os planos prometem aprofundar as relações comerciais entre Brasil e Rússia, em um momento em que os dois países ocupam a presidência do G-20 e do Brics, respectivamente.

O preço e o abastecimento de combustíveis no Brasil

Os cortes anunciados pelo governo russo afetam a oferta de gasolina e diesel no mercado mundial e, por conta disso, podem ter efeitos sobre os preços, o que inclui a importação brasileira. A consequência imediata para o Brasil é o aprofundamento da defasagem entre os preços praticados pela Petrobras com relação ao Preço de Paridade Internacional (PPI).

Desde março, a Petrobras não considera mais um cálculo de PPI para balizar preços, mas sim uma faixa entre o preço marginal da companhia e o preço alternativo do cliente (preço da concorrência).

Especialistas apontam que a suspensão temporária pode gerar efeitos no suprimento dos combustíveis no Brasil. Segundo dados do governo federal, a Rússia responde por 74% do diesel importado. Em nota, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou que uma restrição das exportações da Rússia interfiram no abastecimento de combustíveis no Brasil porque não há escassez no restante do mundo. “Apesar de um crescimento recente dos volumes de importação com origem russa, em especial de diesel, o mercado é dinâmico e há oferta externa que possa substituir esses volumes caso eles fiquem indisponíveis. Por força da Resolução ANP nº 53/2015, as empresas que fazem parte do abastecimento nacional têm o dever de informar à Agência sobre situações com potencial de restrição da oferta de produto. Nos contatos mencionados com essas empresas, não foram informadas quaisquer restrições às operações de importação.”

O Estadão Verifica tentou contato com a responsável pelo vídeo, que não respondeu.

A publicação foi visualizada mais de 156 mil vezes no Tik Tok e 31 mil vezes no Facebook. Leitores também solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490.

Como lidar com postagens do tipo: No caso do vídeo verificado, é utilizada uma notícia verdadeira acrescentada de alegações exageradas ou distorcidas. De fato, houve restrição na venda combustíveis pela Rússia, no entanto, a medida não foi direcionada exclusivamente ao Brasil. É importante procurar pelas informações originais em veículos da imprensa profissional a fim de entender alegações que circulam nas redes sociais. Uma sanção comercial, como foi sugerida no conteúdo, seria amplamente noticiada e discutida.

O que estão compartilhando: que Vladimir Putin “suspendeu a venda de diesel e gasolina para o Brasil”. No vídeo, a mulher sugere que a decisão aconteceu por conta de uma retaliação do presidente russo contra o presidente Lula.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Na última quinta-feira, 21, o governo da Rússia comunicou a suspensão temporária de exportações de gasolina e diesel para todos os países, com exceção de quatro ex-estados soviéticos. Diferentemente do que alega vídeo que circula nas redes sociais, a restrição não atinge apenas o Brasil. De acordo com o governo russo, a decisão tem a intenção de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno e diminuir os preços aos consumidores. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até o momento, não houve impacto da decisão russa no abastecimento brasileiro.

Rússia não aplicou sanção de combustíveis ao Brasil; decisão afetou todo o mercado internacional Foto: Foto

Saiba mais: postagem sugere que Vladimir Putin, presidente russo, estaria “bravo” com o presidente Lula e, por isso, suspendeu a venda de gasolina e diesel para o Brasil. A mulher que gravou o vídeo ainda diz que a medida irá causar aumento no valor dos combustíveis e desabastecimento nacional. No entanto, a restrição afeta a exportação dos produtos para o mundo todo, e não apenas o Brasil.

Em 21 de setembro, a Rússia anunciou restrições temporárias nas exportações de gasolina e diesel, a fim de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno. O decreto com a suspensão das vendas foi assinado pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin. “As restrições temporárias ajudarão a saturar o mercado de combustíveis, o que, por sua vez, reduzirá os preços para os consumidores”, diz o documento.

Nos últimos meses, a Rússia enfrentou escassez de gasolina e diesel e os preços dos combustíveis no atacado se elevaram por conta do aumento dos preços do petróleo no mundo e ao enfraquecimento do rublo, a moeda russa.

A Rússia abriu exceção a quatro ex-estados soviéticos: Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão. De acordo com a nota, antes de anunciar a suspensão, o governo russo diz ter tentado estabilizar o mercado com o aumento em padrões de fornecimento dos combustíveis, além de ter organizado o monitoramento diário das compras para as necessidades dos produtores agrícolas com ajuste de volumes.

Apesar da decisão gerar impacto ao Brasil, não há nenhuma indicação de que a medida acontece por conta de uma suposta má relação entre Lula e Putin. Recentemente, a Rússia pediu ao Brasil para reativar a Comissão de Alto Nível Russo-Brasileira de Cooperação. Os planos prometem aprofundar as relações comerciais entre Brasil e Rússia, em um momento em que os dois países ocupam a presidência do G-20 e do Brics, respectivamente.

O preço e o abastecimento de combustíveis no Brasil

Os cortes anunciados pelo governo russo afetam a oferta de gasolina e diesel no mercado mundial e, por conta disso, podem ter efeitos sobre os preços, o que inclui a importação brasileira. A consequência imediata para o Brasil é o aprofundamento da defasagem entre os preços praticados pela Petrobras com relação ao Preço de Paridade Internacional (PPI).

Desde março, a Petrobras não considera mais um cálculo de PPI para balizar preços, mas sim uma faixa entre o preço marginal da companhia e o preço alternativo do cliente (preço da concorrência).

Especialistas apontam que a suspensão temporária pode gerar efeitos no suprimento dos combustíveis no Brasil. Segundo dados do governo federal, a Rússia responde por 74% do diesel importado. Em nota, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou que uma restrição das exportações da Rússia interfiram no abastecimento de combustíveis no Brasil porque não há escassez no restante do mundo. “Apesar de um crescimento recente dos volumes de importação com origem russa, em especial de diesel, o mercado é dinâmico e há oferta externa que possa substituir esses volumes caso eles fiquem indisponíveis. Por força da Resolução ANP nº 53/2015, as empresas que fazem parte do abastecimento nacional têm o dever de informar à Agência sobre situações com potencial de restrição da oferta de produto. Nos contatos mencionados com essas empresas, não foram informadas quaisquer restrições às operações de importação.”

O Estadão Verifica tentou contato com a responsável pelo vídeo, que não respondeu.

A publicação foi visualizada mais de 156 mil vezes no Tik Tok e 31 mil vezes no Facebook. Leitores também solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490.

Como lidar com postagens do tipo: No caso do vídeo verificado, é utilizada uma notícia verdadeira acrescentada de alegações exageradas ou distorcidas. De fato, houve restrição na venda combustíveis pela Rússia, no entanto, a medida não foi direcionada exclusivamente ao Brasil. É importante procurar pelas informações originais em veículos da imprensa profissional a fim de entender alegações que circulam nas redes sociais. Uma sanção comercial, como foi sugerida no conteúdo, seria amplamente noticiada e discutida.

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