O que estão compartilhando: que é possível consultar e sacar dinheiro de benefícios pelo site “Renda Social”.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Um vídeo postado no Facebook incentiva os usuários a caírem em um golpe financeiro. O governo federal não cobra taxa para recebimento de qualquer benefício. Consultas sobre valores a receber devem ser feitas nos canais oficiais, como o do Banco Central e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Saiba mais: No vídeo, um homem grava a tela do celular de outro, que explica como sacar benefícios aos quais você supostamente teria direito. Para isso, diz ele, basta acessar o site “Renda Social”, inserir o número do CPF e consultar o valor. No exemplo demonstrado pelo homem, aparece na tela um saldo de R$ 1.495,93. A partir disso, continua ele, o usuário teria que gerar uma chave Pix para o recolhimento de uma taxa. Por fim, o homem afirma que após esse pagamento o usuário receberá um e-mail explicando como sacar o suposto benefício. Ao final do vídeo é disponibilizado um link para o site “Renda Social”.
A reportagem verificou o link na postagem que leva ao site “Renda Social”, onde consultou um número de CPF. Para o dado utilizado, a página informou haver, supostamente, R$ 1.627,91 disponíveis para resgate. De acordo com o site, o valor seria oriundo de “FGTS e uso convencional de cartão de crédito”, mas para receber as instruções sobre como sacá-lo seria necessário pagar via Pix uma taxa de R$ 67.
Ao consultar o mesmo CPF junto aos canais oficiais do FGTS e do Sistema Valores a Receber (SVR), do Banco Central, as plataformas informam que não há saldo disponível. Ou seja, o site “Renda Social” aplica um golpe ao inventar um suposto benefício que só pode ser resgatado mediante recolhimento de uma taxa.
A página não possui qualquer informação além das necessárias para a aplicação do golpe. Não há, por exemplo, dados sobre quem é o responsável ou qualquer meio de contato.
Sistema Valores a Receber
Desde fevereiro deste ano, o governo federal disponibiliza o Sistema Valores a Receber (SVR), um serviço junto ao Banco Central para que o cidadão possa consultar se tem dinheiro esquecido ou inesperado em algum banco, consórcio ou outra instituição financeira. O site também mostra como a pessoa pode resgatar o valor. Para acessar o sistema, o cidadão precisa ter uma conta gov.br nível prata ou ouro.
Leia mais:
Ao citar os cuidados necessários para que o usuário do sistema não caia em golpes, o governo federal enfatiza que a página no site do Banco Central é o único local para consulta de valores e para saber como solicitar a devolução deles. A página destaca, ainda, que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos e não se deve fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso a eles.
FGTS
O site do FGTS, por sua vez, lista as hipóteses pelas quais o cidadão pode ter acesso ao saldo da conta do FGTS, previstas na Lei nº 8.036/1990. Para consultar se há valor disponível é necessário instalar no celular o App FGTS. No aplicativo é possível solicitar o saque, sem a necessidade de atendimento presencial. Para isso, basta indicar uma conta na Caixa ou outra instituição financeira para recebimento dos valores.
Nessa modalidade, o governo também destaca que não há qualquer custo para a operação. Outro alerta é que os usuários utilizem os canais oficiais da Caixa para obter informações sobre o saque do FGTS e que não forneçam senhas ou dados de acesso em outros sites ou aplicativos.
Como lidar com postagens do tipo: Proteger-se de golpes nas redes sociais é essencial para garantir a segurança pessoal e patrimonial. É importante desconfiar de mensagens suspeitas que envolvam depósito ou transferência de valores, como o caso aqui exposto. Desconfie sempre de promoções suspeitas, ofertas de valores e chantagens emocionais que te levem a fornecer informações pessoais. Esteja atento também a promessas de dinheiro fácil, pedidos de ajuda financeira, histórias trágicas ou pedidos urgentes de auxílio. Verifique sempre a identidade de pessoas com quem interage e de sites acessados antes de compartilhar dados como o número do CPF.