O que estão compartilhando: que o Rio de Janeiro não reconhece Luiz Inácio Lula da Silva como presidente e que reservistas fizeram desfile para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de setembro.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: o vídeo está fora de contexto. As imagens são de dezembro de 2022 e mostram pessoas vestidas de verde e amarelo e roupas militares marchando com cartazes e bandeiras do Brasil. Os manifestantes não são reservistas, mas apoiadores do ex-presidente em ato em frente à sede do Comando Militar do Leste (CML), no Rio de Janeiro. O CML informou ao Verifica que não houve manifestações no dia 8 de setembro de 2023.
Saiba mais: O vídeo analisado tem sido compartilhado com alegações semelhantes em diferentes redes sociais. Enquanto no Instagram uma postagem indica que o desfile de supostos reservistas teria ocorrido no dia 8 de setembro, no TikTok uma publicação diz que as imagens são do dia 9 do mesmo mês. Apesar da alteração nas datas, os conteúdos alegam que trata-se de um desfile de reservistas, o que não é verdade.
O Verifica analisou as imagens do vídeo e identificou que elas foram gravadas em frente ao Palácio Duque de Caxias, onde fica localizada a sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro. Em 2022, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acamparam no local para protestar contra a eleição de Lula e para pedir um golpe militar.
Em buscas pelo mesmo vídeo em outras plataformas, foi possível localizar a gravação publicada em um canal no YouTube, no dia 22 de dezembro. Além de desfilarem carregando bandeiras do Brasil, faixas com palavras de ordem e foto do ex-presidente Bolsonaro, no vídeo, os manifestantes gritam a frase: “a nossa bandeira jamais será vermelha”.
Conforme mostrou o Estadão, o acampamento bolsonarista no Comando Militar do Leste foi desocupado no dia 9 de janeiro deste ano. Apoiadores do ex-presidente que não reconheciam o resultado das urnas se instalaram no local em novembro do ano passado. O acampamento foi desmobilizado após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada depois dos ataques de extremistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília.