Checamos a sabatina do ‘Estadão’ com José Luiz Datena; veja o resultado


Candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo errou dados sobre educação, calçadas e população

Por Gabriel Belic, Bernardo Costa e Giovana Frioli
Atualização: Correção:

O candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) participou nesta quinta-feira, 26, de sabatina do Estadão. O Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo apresentador. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu ao contato. Veja o resultado abaixo.

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O candidato a prefeito de São Paulo Jose Luiz Datena (PSDB) durante sabatina do Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Acusação de assédio

O que Datena disse: que nem a polícia, nem o Ministério Público, nem a Justiça acharam fatos sobre a acusação de assédio sexual. O tucano afirmou que sua inocência foi comprovada.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Em 2019, Datena foi acusado de assédio sexual pela jornalista Bruna Drews, ex-repórter do programa Brasil Urgente, da Band. O caso foi extinto porque a denúncia foi feita fora do prazo legal de até seis meses após o suposto crime, de acordo com a lei em vigor na época. Ou seja: o caso não foi arquivado por falta de provas, e sim por questões processuais relacionadas ao prazo. Não houve, portanto, análise do mérito da ação e das supostas provas. Bruna, no entanto, assinou uma retratação em cartório e negou as denúncias feitas contra Datena. Depois, recuou em uma postagem nas redes sociais, dizendo que foi obrigada a assinar o documento.

Escolas em tempo integral

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O que Datena disse: que a meta nacional de escolas em tempo integral é de 25%. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) entregou 17%.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que deve haver oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. De acordo com o Painel de Monitoramento do PNE, o resultado em 2023 no município de São Paulo foi 14,4%, contando todos os tipos de administração (federal, estadual e municipal). Considerando a rede municipal, esse número diminui para 12,9%. Os dados são de 2023.

Em nota ao Verifica, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo alegou que a meta específica estabelecida pelo PNE foi alcançada, considerando dados de 2024. O órgão afirma que “o município tem hoje 40% dos matriculados da rede municipal em escolas com atendimento de turmas em tempo integral”. A reportagem não conseguiu verificar a informação de forma independente, já que os números consolidados no Painel de Monitoramento do PNE contam com dados de 2023 como os mais recentes.

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Gastos por aluno

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo gasta por aluno R$ 22 mil. O Ceará gasta R$ 5 mil, enquanto o Rio de Janeiro gasta R$ 8 mil.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Dados da ONG Todos pela Educação indicam que o município de São Paulo investe, por aluno da rede municipal, R$ 20.459,82. No Rio de Janeiro, esse valor diminui para R$ 10.198,92. Já em Fortaleza, capital cearense, o investimento é de R$ 10.959,18

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Calçadas

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo prometeu entregar 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas, mas Ricardo Nunes não fez nem metade.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Datena se refere à meta 40 do Programa de Metas da Prefeitura, que detalha a “manutenção de 1.500.000 metros quadrados de calçadas”. Essa meta, de fato, não foi batida. No entanto, mais da metade já foi cumprida, ao contrário do que diz Datena. Em julho de 2024, quando houve a última atualização do indicador, a Prefeitura havia realizado a manutenção de 828.865 metros quadrados.

São Paulo e Bruxelas

O que Datena disse: que São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes. É quase a população de Bruxelas, que é capital da Comunidade Europeia.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo tem população de 11.451.999 pessoas. A região de Bruxelas, capital da Bélgica, tem 1.241.175 habitantes, número inferior à população da cidade de São Paulo. É possível que o candidato tenha confundido com os moradores da Bélgica como um todo, que tem 11.697.557 habitantes, de acordo com o Instituto de Estatística e Análise de Bruxelas (IBSA).

Jacú Pêssego

O que Datena disse: que a Avenida Jacú Pêssego tem 6 milhões de moradores em suas imediações, o equivalente a quase a população do Rio de Janeiro.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é exagerado. A Avenida Jacú Pêssego fica na Zona Leste de São Paulo. Segundo dados do IBGE, toda a Zona Leste de São Paulo tem 4 milhões de habitantes. Já a cidade do Rio tem 6,2 milhões de habitantes.

Obras investigadas

O que Datena disse: que 70% das obras da Prefeitura com contratos emergenciais, sem licitação, estão sendo investigadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade. Reportagem do UOL, de março deste ano, apontou haver sinais de combinação de preços em pelo menos 223 de 307 contratos para obras emergenciais sem licitação realizados na gestão de Ricardo Nunes. O número corresponde a 72,6% do total. O Tribunal de Contas do Município (TCM) analisa 53 contratos emergenciais da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) desde 2022. O caso ainda não foi a julgamento na corte.

Disputa pelo Senado

O que Datena disse: que nas outras duas eleições ao Senado ele tinha cerca de 25% a 30% de intenções de votos e estaria praticamente eleito.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. No início de 2022, Datena aparecia à frente da disputa pelo Senado em São Paulo, com 39% das intenções de voto na pesquisa Quaest. Dias antes de sua desistência do pleito, em junho daquele ano, o levantamento da Exame/Ideia apontava o apresentador ainda em primeiro, com 19%. Em segundo lugar, estava Márcio França (PSB) com 14%. Marcos Pontes (PL) foi eleito senador na eleição.

Em 2018, o apresentador liderava as intenções de voto com 33% na pesquisa Ibope. Porém, no mês seguinte, Datena desistiu da corrida eleitoral, quando aparecia em segundo lugar, com 23%, apenas atrás do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT). Naquele ano, Major Olímpio e Mara Gabrilli (PSD) foram eleitos senadores.

Gastos de campanha

O que Datena disse: que seu partido, entre todos, é o que menos tem dinheiro para gastar na campanha. “Chega a se falar em 800 milhões de campanha de prefeito, que chega a campanha a presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A campanha de Datena, segundo dados atualizados em 13 de outubro no DivulgaCand, recebeu R$ 3.696.000,00. Entre as principais candidaturas, ele aparece à frente da receita declarada por Marina Helena (Novo). De acordo com dados atualizados em 20 deste mês, a campanha da economista recebeu R$ 2.775.600,27.

Entre as principais candidaturas, Guilherme Boulos (PSOL) lidera os recursos recebidos, com R$ 65.662.114,03. O candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) aparece em segundo lugar de maior receita, com R$ 44.306.450,15.

Pesquisa Datafolha

O que Datena disse: que apareceu com 14% nas intenções de voto na primeira pesquisa Datafolha, empatado com Pablo Marçal (PRTB). E que, antes da pesquisa, não havia ocorrido debate da Band.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em 9 de agosto, Datena aparecia com 14% das intenções de voto, mesmo índice de Pablo Marçal (PRTB). O debate da Band, o primeiro entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, se deu no dia seguinte.

Pesquisa Quaest

O que Datena disse: que na pesquisa Quaest antes do debate da Band, estava em primeiro lugar, empatado com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é verdadeiro. A única pesquisa Quaest antes do debate da Band foi registrada no portal do TSE em 24 de julho. A divulgação se deu no dia 30 de julho e mostra, Datena e Boulos com 19% das intenções de voto. Nunes também está empatado com eles, com 20%. A margem de erro da pesquisa foi de 3,1 pontos porcentuais.

Multas

O que Datena disse: que são arrecadados R$ 4 milhões por dia em multas na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. A Prefeitura de São Paulo arrecadou R$ 1,68 bilhão em multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro em 2023, segundo os dados do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT). O valor representa cerca de R$ 4,6 milhões por dia – um valor próximo ao citado pelo candidato.

Já neste ano, a administração municipal recebeu R$ 750,4 milhões em multas até agosto, o que representa cerca de R$ 3,08 milhões diariamente. No último mês considerado pelo levantamento, a média diária foi de R$ 2,8 milhões.

O candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) participou nesta quinta-feira, 26, de sabatina do Estadão. O Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo apresentador. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu ao contato. Veja o resultado abaixo.

O candidato a prefeito de São Paulo Jose Luiz Datena (PSDB) durante sabatina do Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Acusação de assédio

O que Datena disse: que nem a polícia, nem o Ministério Público, nem a Justiça acharam fatos sobre a acusação de assédio sexual. O tucano afirmou que sua inocência foi comprovada.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Em 2019, Datena foi acusado de assédio sexual pela jornalista Bruna Drews, ex-repórter do programa Brasil Urgente, da Band. O caso foi extinto porque a denúncia foi feita fora do prazo legal de até seis meses após o suposto crime, de acordo com a lei em vigor na época. Ou seja: o caso não foi arquivado por falta de provas, e sim por questões processuais relacionadas ao prazo. Não houve, portanto, análise do mérito da ação e das supostas provas. Bruna, no entanto, assinou uma retratação em cartório e negou as denúncias feitas contra Datena. Depois, recuou em uma postagem nas redes sociais, dizendo que foi obrigada a assinar o documento.

Escolas em tempo integral

O que Datena disse: que a meta nacional de escolas em tempo integral é de 25%. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) entregou 17%.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que deve haver oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. De acordo com o Painel de Monitoramento do PNE, o resultado em 2023 no município de São Paulo foi 14,4%, contando todos os tipos de administração (federal, estadual e municipal). Considerando a rede municipal, esse número diminui para 12,9%. Os dados são de 2023.

Em nota ao Verifica, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo alegou que a meta específica estabelecida pelo PNE foi alcançada, considerando dados de 2024. O órgão afirma que “o município tem hoje 40% dos matriculados da rede municipal em escolas com atendimento de turmas em tempo integral”. A reportagem não conseguiu verificar a informação de forma independente, já que os números consolidados no Painel de Monitoramento do PNE contam com dados de 2023 como os mais recentes.

Gastos por aluno

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo gasta por aluno R$ 22 mil. O Ceará gasta R$ 5 mil, enquanto o Rio de Janeiro gasta R$ 8 mil.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Dados da ONG Todos pela Educação indicam que o município de São Paulo investe, por aluno da rede municipal, R$ 20.459,82. No Rio de Janeiro, esse valor diminui para R$ 10.198,92. Já em Fortaleza, capital cearense, o investimento é de R$ 10.959,18

Calçadas

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo prometeu entregar 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas, mas Ricardo Nunes não fez nem metade.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Datena se refere à meta 40 do Programa de Metas da Prefeitura, que detalha a “manutenção de 1.500.000 metros quadrados de calçadas”. Essa meta, de fato, não foi batida. No entanto, mais da metade já foi cumprida, ao contrário do que diz Datena. Em julho de 2024, quando houve a última atualização do indicador, a Prefeitura havia realizado a manutenção de 828.865 metros quadrados.

São Paulo e Bruxelas

O que Datena disse: que São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes. É quase a população de Bruxelas, que é capital da Comunidade Europeia.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo tem população de 11.451.999 pessoas. A região de Bruxelas, capital da Bélgica, tem 1.241.175 habitantes, número inferior à população da cidade de São Paulo. É possível que o candidato tenha confundido com os moradores da Bélgica como um todo, que tem 11.697.557 habitantes, de acordo com o Instituto de Estatística e Análise de Bruxelas (IBSA).

Jacú Pêssego

O que Datena disse: que a Avenida Jacú Pêssego tem 6 milhões de moradores em suas imediações, o equivalente a quase a população do Rio de Janeiro.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é exagerado. A Avenida Jacú Pêssego fica na Zona Leste de São Paulo. Segundo dados do IBGE, toda a Zona Leste de São Paulo tem 4 milhões de habitantes. Já a cidade do Rio tem 6,2 milhões de habitantes.

Obras investigadas

O que Datena disse: que 70% das obras da Prefeitura com contratos emergenciais, sem licitação, estão sendo investigadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade. Reportagem do UOL, de março deste ano, apontou haver sinais de combinação de preços em pelo menos 223 de 307 contratos para obras emergenciais sem licitação realizados na gestão de Ricardo Nunes. O número corresponde a 72,6% do total. O Tribunal de Contas do Município (TCM) analisa 53 contratos emergenciais da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) desde 2022. O caso ainda não foi a julgamento na corte.

Disputa pelo Senado

O que Datena disse: que nas outras duas eleições ao Senado ele tinha cerca de 25% a 30% de intenções de votos e estaria praticamente eleito.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. No início de 2022, Datena aparecia à frente da disputa pelo Senado em São Paulo, com 39% das intenções de voto na pesquisa Quaest. Dias antes de sua desistência do pleito, em junho daquele ano, o levantamento da Exame/Ideia apontava o apresentador ainda em primeiro, com 19%. Em segundo lugar, estava Márcio França (PSB) com 14%. Marcos Pontes (PL) foi eleito senador na eleição.

Em 2018, o apresentador liderava as intenções de voto com 33% na pesquisa Ibope. Porém, no mês seguinte, Datena desistiu da corrida eleitoral, quando aparecia em segundo lugar, com 23%, apenas atrás do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT). Naquele ano, Major Olímpio e Mara Gabrilli (PSD) foram eleitos senadores.

Gastos de campanha

O que Datena disse: que seu partido, entre todos, é o que menos tem dinheiro para gastar na campanha. “Chega a se falar em 800 milhões de campanha de prefeito, que chega a campanha a presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A campanha de Datena, segundo dados atualizados em 13 de outubro no DivulgaCand, recebeu R$ 3.696.000,00. Entre as principais candidaturas, ele aparece à frente da receita declarada por Marina Helena (Novo). De acordo com dados atualizados em 20 deste mês, a campanha da economista recebeu R$ 2.775.600,27.

Entre as principais candidaturas, Guilherme Boulos (PSOL) lidera os recursos recebidos, com R$ 65.662.114,03. O candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) aparece em segundo lugar de maior receita, com R$ 44.306.450,15.

Pesquisa Datafolha

O que Datena disse: que apareceu com 14% nas intenções de voto na primeira pesquisa Datafolha, empatado com Pablo Marçal (PRTB). E que, antes da pesquisa, não havia ocorrido debate da Band.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em 9 de agosto, Datena aparecia com 14% das intenções de voto, mesmo índice de Pablo Marçal (PRTB). O debate da Band, o primeiro entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, se deu no dia seguinte.

Pesquisa Quaest

O que Datena disse: que na pesquisa Quaest antes do debate da Band, estava em primeiro lugar, empatado com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é verdadeiro. A única pesquisa Quaest antes do debate da Band foi registrada no portal do TSE em 24 de julho. A divulgação se deu no dia 30 de julho e mostra, Datena e Boulos com 19% das intenções de voto. Nunes também está empatado com eles, com 20%. A margem de erro da pesquisa foi de 3,1 pontos porcentuais.

Multas

O que Datena disse: que são arrecadados R$ 4 milhões por dia em multas na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. A Prefeitura de São Paulo arrecadou R$ 1,68 bilhão em multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro em 2023, segundo os dados do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT). O valor representa cerca de R$ 4,6 milhões por dia – um valor próximo ao citado pelo candidato.

Já neste ano, a administração municipal recebeu R$ 750,4 milhões em multas até agosto, o que representa cerca de R$ 3,08 milhões diariamente. No último mês considerado pelo levantamento, a média diária foi de R$ 2,8 milhões.

O candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) participou nesta quinta-feira, 26, de sabatina do Estadão. O Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo apresentador. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu ao contato. Veja o resultado abaixo.

O candidato a prefeito de São Paulo Jose Luiz Datena (PSDB) durante sabatina do Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Acusação de assédio

O que Datena disse: que nem a polícia, nem o Ministério Público, nem a Justiça acharam fatos sobre a acusação de assédio sexual. O tucano afirmou que sua inocência foi comprovada.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Em 2019, Datena foi acusado de assédio sexual pela jornalista Bruna Drews, ex-repórter do programa Brasil Urgente, da Band. O caso foi extinto porque a denúncia foi feita fora do prazo legal de até seis meses após o suposto crime, de acordo com a lei em vigor na época. Ou seja: o caso não foi arquivado por falta de provas, e sim por questões processuais relacionadas ao prazo. Não houve, portanto, análise do mérito da ação e das supostas provas. Bruna, no entanto, assinou uma retratação em cartório e negou as denúncias feitas contra Datena. Depois, recuou em uma postagem nas redes sociais, dizendo que foi obrigada a assinar o documento.

Escolas em tempo integral

O que Datena disse: que a meta nacional de escolas em tempo integral é de 25%. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) entregou 17%.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que deve haver oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. De acordo com o Painel de Monitoramento do PNE, o resultado em 2023 no município de São Paulo foi 14,4%, contando todos os tipos de administração (federal, estadual e municipal). Considerando a rede municipal, esse número diminui para 12,9%. Os dados são de 2023.

Em nota ao Verifica, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo alegou que a meta específica estabelecida pelo PNE foi alcançada, considerando dados de 2024. O órgão afirma que “o município tem hoje 40% dos matriculados da rede municipal em escolas com atendimento de turmas em tempo integral”. A reportagem não conseguiu verificar a informação de forma independente, já que os números consolidados no Painel de Monitoramento do PNE contam com dados de 2023 como os mais recentes.

Gastos por aluno

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo gasta por aluno R$ 22 mil. O Ceará gasta R$ 5 mil, enquanto o Rio de Janeiro gasta R$ 8 mil.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Dados da ONG Todos pela Educação indicam que o município de São Paulo investe, por aluno da rede municipal, R$ 20.459,82. No Rio de Janeiro, esse valor diminui para R$ 10.198,92. Já em Fortaleza, capital cearense, o investimento é de R$ 10.959,18

Calçadas

O que Datena disse: que a Prefeitura de São Paulo prometeu entregar 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas, mas Ricardo Nunes não fez nem metade.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Datena se refere à meta 40 do Programa de Metas da Prefeitura, que detalha a “manutenção de 1.500.000 metros quadrados de calçadas”. Essa meta, de fato, não foi batida. No entanto, mais da metade já foi cumprida, ao contrário do que diz Datena. Em julho de 2024, quando houve a última atualização do indicador, a Prefeitura havia realizado a manutenção de 828.865 metros quadrados.

São Paulo e Bruxelas

O que Datena disse: que São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes. É quase a população de Bruxelas, que é capital da Comunidade Europeia.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo tem população de 11.451.999 pessoas. A região de Bruxelas, capital da Bélgica, tem 1.241.175 habitantes, número inferior à população da cidade de São Paulo. É possível que o candidato tenha confundido com os moradores da Bélgica como um todo, que tem 11.697.557 habitantes, de acordo com o Instituto de Estatística e Análise de Bruxelas (IBSA).

Jacú Pêssego

O que Datena disse: que a Avenida Jacú Pêssego tem 6 milhões de moradores em suas imediações, o equivalente a quase a população do Rio de Janeiro.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é exagerado. A Avenida Jacú Pêssego fica na Zona Leste de São Paulo. Segundo dados do IBGE, toda a Zona Leste de São Paulo tem 4 milhões de habitantes. Já a cidade do Rio tem 6,2 milhões de habitantes.

Obras investigadas

O que Datena disse: que 70% das obras da Prefeitura com contratos emergenciais, sem licitação, estão sendo investigadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade. Reportagem do UOL, de março deste ano, apontou haver sinais de combinação de preços em pelo menos 223 de 307 contratos para obras emergenciais sem licitação realizados na gestão de Ricardo Nunes. O número corresponde a 72,6% do total. O Tribunal de Contas do Município (TCM) analisa 53 contratos emergenciais da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) desde 2022. O caso ainda não foi a julgamento na corte.

Disputa pelo Senado

O que Datena disse: que nas outras duas eleições ao Senado ele tinha cerca de 25% a 30% de intenções de votos e estaria praticamente eleito.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: falta contexto. No início de 2022, Datena aparecia à frente da disputa pelo Senado em São Paulo, com 39% das intenções de voto na pesquisa Quaest. Dias antes de sua desistência do pleito, em junho daquele ano, o levantamento da Exame/Ideia apontava o apresentador ainda em primeiro, com 19%. Em segundo lugar, estava Márcio França (PSB) com 14%. Marcos Pontes (PL) foi eleito senador na eleição.

Em 2018, o apresentador liderava as intenções de voto com 33% na pesquisa Ibope. Porém, no mês seguinte, Datena desistiu da corrida eleitoral, quando aparecia em segundo lugar, com 23%, apenas atrás do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT). Naquele ano, Major Olímpio e Mara Gabrilli (PSD) foram eleitos senadores.

Gastos de campanha

O que Datena disse: que seu partido, entre todos, é o que menos tem dinheiro para gastar na campanha. “Chega a se falar em 800 milhões de campanha de prefeito, que chega a campanha a presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. A campanha de Datena, segundo dados atualizados em 13 de outubro no DivulgaCand, recebeu R$ 3.696.000,00. Entre as principais candidaturas, ele aparece à frente da receita declarada por Marina Helena (Novo). De acordo com dados atualizados em 20 deste mês, a campanha da economista recebeu R$ 2.775.600,27.

Entre as principais candidaturas, Guilherme Boulos (PSOL) lidera os recursos recebidos, com R$ 65.662.114,03. O candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) aparece em segundo lugar de maior receita, com R$ 44.306.450,15.

Pesquisa Datafolha

O que Datena disse: que apareceu com 14% nas intenções de voto na primeira pesquisa Datafolha, empatado com Pablo Marçal (PRTB). E que, antes da pesquisa, não havia ocorrido debate da Band.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em 9 de agosto, Datena aparecia com 14% das intenções de voto, mesmo índice de Pablo Marçal (PRTB). O debate da Band, o primeiro entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, se deu no dia seguinte.

Pesquisa Quaest

O que Datena disse: que na pesquisa Quaest antes do debate da Band, estava em primeiro lugar, empatado com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é verdadeiro. A única pesquisa Quaest antes do debate da Band foi registrada no portal do TSE em 24 de julho. A divulgação se deu no dia 30 de julho e mostra, Datena e Boulos com 19% das intenções de voto. Nunes também está empatado com eles, com 20%. A margem de erro da pesquisa foi de 3,1 pontos porcentuais.

Multas

O que Datena disse: que são arrecadados R$ 4 milhões por dia em multas na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é verdadeiro. A Prefeitura de São Paulo arrecadou R$ 1,68 bilhão em multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro em 2023, segundo os dados do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT). O valor representa cerca de R$ 4,6 milhões por dia – um valor próximo ao citado pelo candidato.

Já neste ano, a administração municipal recebeu R$ 750,4 milhões em multas até agosto, o que representa cerca de R$ 3,08 milhões diariamente. No último mês considerado pelo levantamento, a média diária foi de R$ 2,8 milhões.

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