Checamos a sabatina do ‘Estadão’ com Pablo Marçal; veja o resultado


Candidato do PRTB errou dados sobre pesquisas eleitorais, segurança, fila de exames e bancos

Por Clarissa Pacheco, Maria Eduarda Nascimento, Bernardo Costa, Gabriel Belic, Alessandra Monnerat e Giovana Frioli
Atualização:

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira, 11, de sabatina do EstadãoEstadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo ex-coach. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu. Veja o resultado das checagens abaixo.

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Pablo Marçal participou de sabatina no Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Pesquisas de intenção de voto

O que Marçal disse: que está em primeiro lugar nas pesquisas; de cada dez, aparece na frente em oito.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Embora não tenha especificado a quais pesquisas se refere, o Verifica checou os resultados das últimas dez pesquisas divulgadas. Marçal aparece numericamente à frente de outros candidatos em metade delas. Mas, com exceção do levantamento do Instituto Veritá, registrado em 21 de agosto, os outros resultados apontam um empate técnico, dentro da margem de erro.

No levantamento do Veritá, Marçal tem 30,9% e Guilherme Boulos (PSOL), 21,6%, com margem de erro de 2 pontos percentuais. As outras pesquisas em que Marçal aparece à frente, empatado tecnicamente com outros candidatos, são: 100 Cidades, registrada em 22 de agosto, Gerp, de 24 de agosto, Real Time Big Data, de 28 de agosto, e mais uma 100 Cidades, de 30 de agosto.

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Distrito mais perigoso

O que Marçal disse: que o distrito de Pinheiros é o mais perigoso de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Segundo levantamento do Estadão, no primeiro semestre deste ano, em relação a crimes patrimoniais, como roubos e furtos, a delegacia de Pinheiros foi, de fato, a que registrou o maior número de ocorrências, como roubos e furtos (2.242), latrocínios e sequestros.

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No entanto, o mesmo não se refere aos crimes contra a vida. No Capão Redondo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados de janeiro a julho 9 homicídios dolosos, 20 tentativas de homicídios, um roubo seguido de morte, 540 lesões corporais dolosas e 52 estupros. Esses números em Pinheiros foram, respectivamente, 0, 4, 0, 187 e 17.

Fila de exames

O que Marçal disse: que há 447 mil pessoas na fila de exames em São Paulo.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 1º de julho deste ano, o número de exames na fila era 351.472. O número divulgado por Marçal se aproxima do divulgado pelo portal G1 em janeiro deste ano: 445 mil.

Número de bancos

O que Marçal disse: que nos Estados Unidos existem mais de 10 mil bancos, enquanto o Brasil há 140 instituições financeiras e só 12 dominam.

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O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com dados da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), os Estados Unidos tinham 4.036 bancos comerciais em funcionamento em 2023, número mais recente. Destes, 2.138 são considerados grandes bancos comerciais, com ativos que ultrapassam US$ 300 milhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 155 instituições financeiras operando no Brasil, das quais 113 são associadas à entidade.

Acidentes em calçadas

O que Marçal disse: que 30% das entradas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Paulo são por acidentes em calçadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O sistema de notificação de acidentes da Prefeitura de São Paulo não detalha o número de acidentes ocorridos por problemas em calçadas. O que existe é o registro de quedas do mesmo nível - ou seja, pessoas que não caíram de níveis diferentes, como de escadas, prédios ou brinquedos. Neste caso, as UPAs de São Paulo registraram 3.543 quedas de mesmo nível em 2024. Esse número representa 38% do total de atendimentos por acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 58% do total de atendimentos por quedas. Em 2023, foram 8.193 quedas de mesmo nível, 39% do total de acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 57% do total de quedas.

Dinheiro em caixa da Sabesp

O que Marçal disse: que a Sabesp foi privatizada porque “não tinha dinheiro no caixa”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Antes da privatização da Sabesp, que foi concluída em julho, a companhia havia apurado, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, alta de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre anterior, a Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões. No acumulado de 2023, também foi registrado lucro, na ordem de R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022 (R$ 3,1 bilhões). Em 2022, parte do lucro (R$ 2,4 bilhões) foi destinada a investimentos.

O principal argumento do governo de São Paulo para privatizar a Sabesp é que a entrada de dinheiro privado vai permitir ampliar investimentos feitos pela empresa e antecipar, em quatro anos, até 2029, o cumprimento das metas de universalização previstas no Marco Legal do Saneamento – lei federal que determina que 99% da população precisa ter acesso a abastecimento com água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.Após a privatização, o governo de São Paulo passou a deter 18% da empresa.

Rio Tietê

O que Marçal disse: que o Rio Tietê tem mil quilômetros e é de baixa vazão; o rio é limpo nas duas pontas, mas vira um “esgoto a céu aberto” quando passa na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O Rio Tietê tem 1.100 quilômetros de extensão e realmente tem baixa vazão. No entanto, não é correto dizer que ele é um rio limpo nas duas pontas – ou seja, na nascente e na foz – e que se transforme em um esgoto ao passar por São Paulo.

O relatório Observando o Tietê, divulgado em setembro do ano passado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que a água do rio tem qualidade boa na nascente, em Salesópolis, e se estende por 61 quilômetros até Mogi das Cruzes; depois, em mais 58 quilômetros na região do Reservatório de Barra Bonita, em Botucatu. Em São Paulo, a qualidade da água era considerada ruim, mas não era o pior trecho: a qualidade da água foi considerada péssima, devido à mancha de poluição, nos trechos do rio que passam por Itaquaquecetuba, Osasco, Barueri e Santana do Parnaíba.

Transporte para o centro da cidade

O que Marçal disse: ao falar sobre transporte de ônibus, disse que é como se o país inteiro do Uruguai viajasse para o centro expandido.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com o Observatório Mobilidade Segura, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, a média diária de pessoas em transporte público por ônibus, em dias típicos, é de 2.494.063. Já a população residente no Uruguai é de 3.444.263 pessoas, segundo o Censo de 2023 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O dado dito por Marçal se aproxima da média diária de pessoas transportadas por ônibus em dias típicos em 2022. O número foi de 3.478.122 naquele ano, conforme o Observatório Mobilidade Segura.

Pessoas em situação de rua

O que Marçal disse: que há 80 mil pessoas em situação de rua.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania indicam que há 81.706 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Em julho deste ano, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), contabilizou 80.369 pessoas nessa situação na Capital. Isso representa aumento de quase 24% em relação à sondagem anterior, de dezembro de 2023, quando o número era de 64.818.

Região metropolitana

O que Marçal disse: que a cidade de São Paulo está rodeada de 38 cidades.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O candidato se refere à região metropolitana de São Paulo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), são 39 municípios que integram a região metropolitana, incluindo a capital.

Alfabetização

O que Marçal disse: que apenas 38% das crianças terminam a fase de alfabetização alfabetizadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que o percentual de alunos alfabetizados na rede municipal de São Paulo é de 37,9%.

Número de guardas

O que Marçal disse: que há 7 mil guardas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira, 11, de sabatina do EstadãoEstadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo ex-coach. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu. Veja o resultado das checagens abaixo.

Pablo Marçal participou de sabatina no Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Pesquisas de intenção de voto

O que Marçal disse: que está em primeiro lugar nas pesquisas; de cada dez, aparece na frente em oito.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Embora não tenha especificado a quais pesquisas se refere, o Verifica checou os resultados das últimas dez pesquisas divulgadas. Marçal aparece numericamente à frente de outros candidatos em metade delas. Mas, com exceção do levantamento do Instituto Veritá, registrado em 21 de agosto, os outros resultados apontam um empate técnico, dentro da margem de erro.

No levantamento do Veritá, Marçal tem 30,9% e Guilherme Boulos (PSOL), 21,6%, com margem de erro de 2 pontos percentuais. As outras pesquisas em que Marçal aparece à frente, empatado tecnicamente com outros candidatos, são: 100 Cidades, registrada em 22 de agosto, Gerp, de 24 de agosto, Real Time Big Data, de 28 de agosto, e mais uma 100 Cidades, de 30 de agosto.

Distrito mais perigoso

O que Marçal disse: que o distrito de Pinheiros é o mais perigoso de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Segundo levantamento do Estadão, no primeiro semestre deste ano, em relação a crimes patrimoniais, como roubos e furtos, a delegacia de Pinheiros foi, de fato, a que registrou o maior número de ocorrências, como roubos e furtos (2.242), latrocínios e sequestros.

No entanto, o mesmo não se refere aos crimes contra a vida. No Capão Redondo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados de janeiro a julho 9 homicídios dolosos, 20 tentativas de homicídios, um roubo seguido de morte, 540 lesões corporais dolosas e 52 estupros. Esses números em Pinheiros foram, respectivamente, 0, 4, 0, 187 e 17.

Fila de exames

O que Marçal disse: que há 447 mil pessoas na fila de exames em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 1º de julho deste ano, o número de exames na fila era 351.472. O número divulgado por Marçal se aproxima do divulgado pelo portal G1 em janeiro deste ano: 445 mil.

Número de bancos

O que Marçal disse: que nos Estados Unidos existem mais de 10 mil bancos, enquanto o Brasil há 140 instituições financeiras e só 12 dominam.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com dados da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), os Estados Unidos tinham 4.036 bancos comerciais em funcionamento em 2023, número mais recente. Destes, 2.138 são considerados grandes bancos comerciais, com ativos que ultrapassam US$ 300 milhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 155 instituições financeiras operando no Brasil, das quais 113 são associadas à entidade.

Acidentes em calçadas

O que Marçal disse: que 30% das entradas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Paulo são por acidentes em calçadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O sistema de notificação de acidentes da Prefeitura de São Paulo não detalha o número de acidentes ocorridos por problemas em calçadas. O que existe é o registro de quedas do mesmo nível - ou seja, pessoas que não caíram de níveis diferentes, como de escadas, prédios ou brinquedos. Neste caso, as UPAs de São Paulo registraram 3.543 quedas de mesmo nível em 2024. Esse número representa 38% do total de atendimentos por acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 58% do total de atendimentos por quedas. Em 2023, foram 8.193 quedas de mesmo nível, 39% do total de acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 57% do total de quedas.

Dinheiro em caixa da Sabesp

O que Marçal disse: que a Sabesp foi privatizada porque “não tinha dinheiro no caixa”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Antes da privatização da Sabesp, que foi concluída em julho, a companhia havia apurado, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, alta de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre anterior, a Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões. No acumulado de 2023, também foi registrado lucro, na ordem de R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022 (R$ 3,1 bilhões). Em 2022, parte do lucro (R$ 2,4 bilhões) foi destinada a investimentos.

O principal argumento do governo de São Paulo para privatizar a Sabesp é que a entrada de dinheiro privado vai permitir ampliar investimentos feitos pela empresa e antecipar, em quatro anos, até 2029, o cumprimento das metas de universalização previstas no Marco Legal do Saneamento – lei federal que determina que 99% da população precisa ter acesso a abastecimento com água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.Após a privatização, o governo de São Paulo passou a deter 18% da empresa.

Rio Tietê

O que Marçal disse: que o Rio Tietê tem mil quilômetros e é de baixa vazão; o rio é limpo nas duas pontas, mas vira um “esgoto a céu aberto” quando passa na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O Rio Tietê tem 1.100 quilômetros de extensão e realmente tem baixa vazão. No entanto, não é correto dizer que ele é um rio limpo nas duas pontas – ou seja, na nascente e na foz – e que se transforme em um esgoto ao passar por São Paulo.

O relatório Observando o Tietê, divulgado em setembro do ano passado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que a água do rio tem qualidade boa na nascente, em Salesópolis, e se estende por 61 quilômetros até Mogi das Cruzes; depois, em mais 58 quilômetros na região do Reservatório de Barra Bonita, em Botucatu. Em São Paulo, a qualidade da água era considerada ruim, mas não era o pior trecho: a qualidade da água foi considerada péssima, devido à mancha de poluição, nos trechos do rio que passam por Itaquaquecetuba, Osasco, Barueri e Santana do Parnaíba.

Transporte para o centro da cidade

O que Marçal disse: ao falar sobre transporte de ônibus, disse que é como se o país inteiro do Uruguai viajasse para o centro expandido.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com o Observatório Mobilidade Segura, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, a média diária de pessoas em transporte público por ônibus, em dias típicos, é de 2.494.063. Já a população residente no Uruguai é de 3.444.263 pessoas, segundo o Censo de 2023 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O dado dito por Marçal se aproxima da média diária de pessoas transportadas por ônibus em dias típicos em 2022. O número foi de 3.478.122 naquele ano, conforme o Observatório Mobilidade Segura.

Pessoas em situação de rua

O que Marçal disse: que há 80 mil pessoas em situação de rua.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania indicam que há 81.706 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Em julho deste ano, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), contabilizou 80.369 pessoas nessa situação na Capital. Isso representa aumento de quase 24% em relação à sondagem anterior, de dezembro de 2023, quando o número era de 64.818.

Região metropolitana

O que Marçal disse: que a cidade de São Paulo está rodeada de 38 cidades.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O candidato se refere à região metropolitana de São Paulo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), são 39 municípios que integram a região metropolitana, incluindo a capital.

Alfabetização

O que Marçal disse: que apenas 38% das crianças terminam a fase de alfabetização alfabetizadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que o percentual de alunos alfabetizados na rede municipal de São Paulo é de 37,9%.

Número de guardas

O que Marçal disse: que há 7 mil guardas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira, 11, de sabatina do EstadãoEstadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo ex-coach. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu. Veja o resultado das checagens abaixo.

Pablo Marçal participou de sabatina no Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Pesquisas de intenção de voto

O que Marçal disse: que está em primeiro lugar nas pesquisas; de cada dez, aparece na frente em oito.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Embora não tenha especificado a quais pesquisas se refere, o Verifica checou os resultados das últimas dez pesquisas divulgadas. Marçal aparece numericamente à frente de outros candidatos em metade delas. Mas, com exceção do levantamento do Instituto Veritá, registrado em 21 de agosto, os outros resultados apontam um empate técnico, dentro da margem de erro.

No levantamento do Veritá, Marçal tem 30,9% e Guilherme Boulos (PSOL), 21,6%, com margem de erro de 2 pontos percentuais. As outras pesquisas em que Marçal aparece à frente, empatado tecnicamente com outros candidatos, são: 100 Cidades, registrada em 22 de agosto, Gerp, de 24 de agosto, Real Time Big Data, de 28 de agosto, e mais uma 100 Cidades, de 30 de agosto.

Distrito mais perigoso

O que Marçal disse: que o distrito de Pinheiros é o mais perigoso de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Segundo levantamento do Estadão, no primeiro semestre deste ano, em relação a crimes patrimoniais, como roubos e furtos, a delegacia de Pinheiros foi, de fato, a que registrou o maior número de ocorrências, como roubos e furtos (2.242), latrocínios e sequestros.

No entanto, o mesmo não se refere aos crimes contra a vida. No Capão Redondo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados de janeiro a julho 9 homicídios dolosos, 20 tentativas de homicídios, um roubo seguido de morte, 540 lesões corporais dolosas e 52 estupros. Esses números em Pinheiros foram, respectivamente, 0, 4, 0, 187 e 17.

Fila de exames

O que Marçal disse: que há 447 mil pessoas na fila de exames em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 1º de julho deste ano, o número de exames na fila era 351.472. O número divulgado por Marçal se aproxima do divulgado pelo portal G1 em janeiro deste ano: 445 mil.

Número de bancos

O que Marçal disse: que nos Estados Unidos existem mais de 10 mil bancos, enquanto o Brasil há 140 instituições financeiras e só 12 dominam.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com dados da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), os Estados Unidos tinham 4.036 bancos comerciais em funcionamento em 2023, número mais recente. Destes, 2.138 são considerados grandes bancos comerciais, com ativos que ultrapassam US$ 300 milhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 155 instituições financeiras operando no Brasil, das quais 113 são associadas à entidade.

Acidentes em calçadas

O que Marçal disse: que 30% das entradas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Paulo são por acidentes em calçadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O sistema de notificação de acidentes da Prefeitura de São Paulo não detalha o número de acidentes ocorridos por problemas em calçadas. O que existe é o registro de quedas do mesmo nível - ou seja, pessoas que não caíram de níveis diferentes, como de escadas, prédios ou brinquedos. Neste caso, as UPAs de São Paulo registraram 3.543 quedas de mesmo nível em 2024. Esse número representa 38% do total de atendimentos por acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 58% do total de atendimentos por quedas. Em 2023, foram 8.193 quedas de mesmo nível, 39% do total de acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 57% do total de quedas.

Dinheiro em caixa da Sabesp

O que Marçal disse: que a Sabesp foi privatizada porque “não tinha dinheiro no caixa”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Antes da privatização da Sabesp, que foi concluída em julho, a companhia havia apurado, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, alta de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre anterior, a Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões. No acumulado de 2023, também foi registrado lucro, na ordem de R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022 (R$ 3,1 bilhões). Em 2022, parte do lucro (R$ 2,4 bilhões) foi destinada a investimentos.

O principal argumento do governo de São Paulo para privatizar a Sabesp é que a entrada de dinheiro privado vai permitir ampliar investimentos feitos pela empresa e antecipar, em quatro anos, até 2029, o cumprimento das metas de universalização previstas no Marco Legal do Saneamento – lei federal que determina que 99% da população precisa ter acesso a abastecimento com água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.Após a privatização, o governo de São Paulo passou a deter 18% da empresa.

Rio Tietê

O que Marçal disse: que o Rio Tietê tem mil quilômetros e é de baixa vazão; o rio é limpo nas duas pontas, mas vira um “esgoto a céu aberto” quando passa na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O Rio Tietê tem 1.100 quilômetros de extensão e realmente tem baixa vazão. No entanto, não é correto dizer que ele é um rio limpo nas duas pontas – ou seja, na nascente e na foz – e que se transforme em um esgoto ao passar por São Paulo.

O relatório Observando o Tietê, divulgado em setembro do ano passado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que a água do rio tem qualidade boa na nascente, em Salesópolis, e se estende por 61 quilômetros até Mogi das Cruzes; depois, em mais 58 quilômetros na região do Reservatório de Barra Bonita, em Botucatu. Em São Paulo, a qualidade da água era considerada ruim, mas não era o pior trecho: a qualidade da água foi considerada péssima, devido à mancha de poluição, nos trechos do rio que passam por Itaquaquecetuba, Osasco, Barueri e Santana do Parnaíba.

Transporte para o centro da cidade

O que Marçal disse: ao falar sobre transporte de ônibus, disse que é como se o país inteiro do Uruguai viajasse para o centro expandido.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com o Observatório Mobilidade Segura, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, a média diária de pessoas em transporte público por ônibus, em dias típicos, é de 2.494.063. Já a população residente no Uruguai é de 3.444.263 pessoas, segundo o Censo de 2023 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O dado dito por Marçal se aproxima da média diária de pessoas transportadas por ônibus em dias típicos em 2022. O número foi de 3.478.122 naquele ano, conforme o Observatório Mobilidade Segura.

Pessoas em situação de rua

O que Marçal disse: que há 80 mil pessoas em situação de rua.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania indicam que há 81.706 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Em julho deste ano, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), contabilizou 80.369 pessoas nessa situação na Capital. Isso representa aumento de quase 24% em relação à sondagem anterior, de dezembro de 2023, quando o número era de 64.818.

Região metropolitana

O que Marçal disse: que a cidade de São Paulo está rodeada de 38 cidades.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O candidato se refere à região metropolitana de São Paulo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), são 39 municípios que integram a região metropolitana, incluindo a capital.

Alfabetização

O que Marçal disse: que apenas 38% das crianças terminam a fase de alfabetização alfabetizadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que o percentual de alunos alfabetizados na rede municipal de São Paulo é de 37,9%.

Número de guardas

O que Marçal disse: que há 7 mil guardas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira, 11, de sabatina do EstadãoEstadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo ex-coach. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu. Veja o resultado das checagens abaixo.

Pablo Marçal participou de sabatina no Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Pesquisas de intenção de voto

O que Marçal disse: que está em primeiro lugar nas pesquisas; de cada dez, aparece na frente em oito.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Embora não tenha especificado a quais pesquisas se refere, o Verifica checou os resultados das últimas dez pesquisas divulgadas. Marçal aparece numericamente à frente de outros candidatos em metade delas. Mas, com exceção do levantamento do Instituto Veritá, registrado em 21 de agosto, os outros resultados apontam um empate técnico, dentro da margem de erro.

No levantamento do Veritá, Marçal tem 30,9% e Guilherme Boulos (PSOL), 21,6%, com margem de erro de 2 pontos percentuais. As outras pesquisas em que Marçal aparece à frente, empatado tecnicamente com outros candidatos, são: 100 Cidades, registrada em 22 de agosto, Gerp, de 24 de agosto, Real Time Big Data, de 28 de agosto, e mais uma 100 Cidades, de 30 de agosto.

Distrito mais perigoso

O que Marçal disse: que o distrito de Pinheiros é o mais perigoso de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Segundo levantamento do Estadão, no primeiro semestre deste ano, em relação a crimes patrimoniais, como roubos e furtos, a delegacia de Pinheiros foi, de fato, a que registrou o maior número de ocorrências, como roubos e furtos (2.242), latrocínios e sequestros.

No entanto, o mesmo não se refere aos crimes contra a vida. No Capão Redondo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados de janeiro a julho 9 homicídios dolosos, 20 tentativas de homicídios, um roubo seguido de morte, 540 lesões corporais dolosas e 52 estupros. Esses números em Pinheiros foram, respectivamente, 0, 4, 0, 187 e 17.

Fila de exames

O que Marçal disse: que há 447 mil pessoas na fila de exames em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 1º de julho deste ano, o número de exames na fila era 351.472. O número divulgado por Marçal se aproxima do divulgado pelo portal G1 em janeiro deste ano: 445 mil.

Número de bancos

O que Marçal disse: que nos Estados Unidos existem mais de 10 mil bancos, enquanto o Brasil há 140 instituições financeiras e só 12 dominam.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com dados da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), os Estados Unidos tinham 4.036 bancos comerciais em funcionamento em 2023, número mais recente. Destes, 2.138 são considerados grandes bancos comerciais, com ativos que ultrapassam US$ 300 milhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 155 instituições financeiras operando no Brasil, das quais 113 são associadas à entidade.

Acidentes em calçadas

O que Marçal disse: que 30% das entradas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Paulo são por acidentes em calçadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O sistema de notificação de acidentes da Prefeitura de São Paulo não detalha o número de acidentes ocorridos por problemas em calçadas. O que existe é o registro de quedas do mesmo nível - ou seja, pessoas que não caíram de níveis diferentes, como de escadas, prédios ou brinquedos. Neste caso, as UPAs de São Paulo registraram 3.543 quedas de mesmo nível em 2024. Esse número representa 38% do total de atendimentos por acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 58% do total de atendimentos por quedas. Em 2023, foram 8.193 quedas de mesmo nível, 39% do total de acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 57% do total de quedas.

Dinheiro em caixa da Sabesp

O que Marçal disse: que a Sabesp foi privatizada porque “não tinha dinheiro no caixa”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Antes da privatização da Sabesp, que foi concluída em julho, a companhia havia apurado, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, alta de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre anterior, a Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões. No acumulado de 2023, também foi registrado lucro, na ordem de R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022 (R$ 3,1 bilhões). Em 2022, parte do lucro (R$ 2,4 bilhões) foi destinada a investimentos.

O principal argumento do governo de São Paulo para privatizar a Sabesp é que a entrada de dinheiro privado vai permitir ampliar investimentos feitos pela empresa e antecipar, em quatro anos, até 2029, o cumprimento das metas de universalização previstas no Marco Legal do Saneamento – lei federal que determina que 99% da população precisa ter acesso a abastecimento com água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.Após a privatização, o governo de São Paulo passou a deter 18% da empresa.

Rio Tietê

O que Marçal disse: que o Rio Tietê tem mil quilômetros e é de baixa vazão; o rio é limpo nas duas pontas, mas vira um “esgoto a céu aberto” quando passa na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O Rio Tietê tem 1.100 quilômetros de extensão e realmente tem baixa vazão. No entanto, não é correto dizer que ele é um rio limpo nas duas pontas – ou seja, na nascente e na foz – e que se transforme em um esgoto ao passar por São Paulo.

O relatório Observando o Tietê, divulgado em setembro do ano passado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que a água do rio tem qualidade boa na nascente, em Salesópolis, e se estende por 61 quilômetros até Mogi das Cruzes; depois, em mais 58 quilômetros na região do Reservatório de Barra Bonita, em Botucatu. Em São Paulo, a qualidade da água era considerada ruim, mas não era o pior trecho: a qualidade da água foi considerada péssima, devido à mancha de poluição, nos trechos do rio que passam por Itaquaquecetuba, Osasco, Barueri e Santana do Parnaíba.

Transporte para o centro da cidade

O que Marçal disse: ao falar sobre transporte de ônibus, disse que é como se o país inteiro do Uruguai viajasse para o centro expandido.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com o Observatório Mobilidade Segura, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, a média diária de pessoas em transporte público por ônibus, em dias típicos, é de 2.494.063. Já a população residente no Uruguai é de 3.444.263 pessoas, segundo o Censo de 2023 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O dado dito por Marçal se aproxima da média diária de pessoas transportadas por ônibus em dias típicos em 2022. O número foi de 3.478.122 naquele ano, conforme o Observatório Mobilidade Segura.

Pessoas em situação de rua

O que Marçal disse: que há 80 mil pessoas em situação de rua.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania indicam que há 81.706 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Em julho deste ano, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), contabilizou 80.369 pessoas nessa situação na Capital. Isso representa aumento de quase 24% em relação à sondagem anterior, de dezembro de 2023, quando o número era de 64.818.

Região metropolitana

O que Marçal disse: que a cidade de São Paulo está rodeada de 38 cidades.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O candidato se refere à região metropolitana de São Paulo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), são 39 municípios que integram a região metropolitana, incluindo a capital.

Alfabetização

O que Marçal disse: que apenas 38% das crianças terminam a fase de alfabetização alfabetizadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que o percentual de alunos alfabetizados na rede municipal de São Paulo é de 37,9%.

Número de guardas

O que Marçal disse: que há 7 mil guardas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira, 11, de sabatina do EstadãoEstadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal, analisou as alegações feitas pelo ex-coach. Foram consideradas apenas afirmações factuais, como números, datas, comparações de grandeza e outras. Após a apuração, atribuímos as etiquetas “falso”, “enganoso”, “exagerado”, “subestimado”, “impreciso”, “falta contexto” e “verdadeiro”.

A assessoria do candidato foi procurada, mas não respondeu. Veja o resultado das checagens abaixo.

Pablo Marçal participou de sabatina no Estadão. Foto: Werther Santana/Estadão

Pesquisas de intenção de voto

O que Marçal disse: que está em primeiro lugar nas pesquisas; de cada dez, aparece na frente em oito.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Embora não tenha especificado a quais pesquisas se refere, o Verifica checou os resultados das últimas dez pesquisas divulgadas. Marçal aparece numericamente à frente de outros candidatos em metade delas. Mas, com exceção do levantamento do Instituto Veritá, registrado em 21 de agosto, os outros resultados apontam um empate técnico, dentro da margem de erro.

No levantamento do Veritá, Marçal tem 30,9% e Guilherme Boulos (PSOL), 21,6%, com margem de erro de 2 pontos percentuais. As outras pesquisas em que Marçal aparece à frente, empatado tecnicamente com outros candidatos, são: 100 Cidades, registrada em 22 de agosto, Gerp, de 24 de agosto, Real Time Big Data, de 28 de agosto, e mais uma 100 Cidades, de 30 de agosto.

Distrito mais perigoso

O que Marçal disse: que o distrito de Pinheiros é o mais perigoso de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Segundo levantamento do Estadão, no primeiro semestre deste ano, em relação a crimes patrimoniais, como roubos e furtos, a delegacia de Pinheiros foi, de fato, a que registrou o maior número de ocorrências, como roubos e furtos (2.242), latrocínios e sequestros.

No entanto, o mesmo não se refere aos crimes contra a vida. No Capão Redondo, por exemplo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados de janeiro a julho 9 homicídios dolosos, 20 tentativas de homicídios, um roubo seguido de morte, 540 lesões corporais dolosas e 52 estupros. Esses números em Pinheiros foram, respectivamente, 0, 4, 0, 187 e 17.

Fila de exames

O que Marçal disse: que há 447 mil pessoas na fila de exames em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 1º de julho deste ano, o número de exames na fila era 351.472. O número divulgado por Marçal se aproxima do divulgado pelo portal G1 em janeiro deste ano: 445 mil.

Número de bancos

O que Marçal disse: que nos Estados Unidos existem mais de 10 mil bancos, enquanto o Brasil há 140 instituições financeiras e só 12 dominam.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. De acordo com dados da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), os Estados Unidos tinham 4.036 bancos comerciais em funcionamento em 2023, número mais recente. Destes, 2.138 são considerados grandes bancos comerciais, com ativos que ultrapassam US$ 300 milhões. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 155 instituições financeiras operando no Brasil, das quais 113 são associadas à entidade.

Acidentes em calçadas

O que Marçal disse: que 30% das entradas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Paulo são por acidentes em calçadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O sistema de notificação de acidentes da Prefeitura de São Paulo não detalha o número de acidentes ocorridos por problemas em calçadas. O que existe é o registro de quedas do mesmo nível - ou seja, pessoas que não caíram de níveis diferentes, como de escadas, prédios ou brinquedos. Neste caso, as UPAs de São Paulo registraram 3.543 quedas de mesmo nível em 2024. Esse número representa 38% do total de atendimentos por acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 58% do total de atendimentos por quedas. Em 2023, foram 8.193 quedas de mesmo nível, 39% do total de acidentes (incluindo acidentes de trânsito) e 57% do total de quedas.

Dinheiro em caixa da Sabesp

O que Marçal disse: que a Sabesp foi privatizada porque “não tinha dinheiro no caixa”.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Antes da privatização da Sabesp, que foi concluída em julho, a companhia havia apurado, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, alta de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre anterior, a Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões. No acumulado de 2023, também foi registrado lucro, na ordem de R$ 3,523 bilhões, montante 12,9% maior que o apurado em 2022 (R$ 3,1 bilhões). Em 2022, parte do lucro (R$ 2,4 bilhões) foi destinada a investimentos.

O principal argumento do governo de São Paulo para privatizar a Sabesp é que a entrada de dinheiro privado vai permitir ampliar investimentos feitos pela empresa e antecipar, em quatro anos, até 2029, o cumprimento das metas de universalização previstas no Marco Legal do Saneamento – lei federal que determina que 99% da população precisa ter acesso a abastecimento com água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.Após a privatização, o governo de São Paulo passou a deter 18% da empresa.

Rio Tietê

O que Marçal disse: que o Rio Tietê tem mil quilômetros e é de baixa vazão; o rio é limpo nas duas pontas, mas vira um “esgoto a céu aberto” quando passa na cidade de São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O Rio Tietê tem 1.100 quilômetros de extensão e realmente tem baixa vazão. No entanto, não é correto dizer que ele é um rio limpo nas duas pontas – ou seja, na nascente e na foz – e que se transforme em um esgoto ao passar por São Paulo.

O relatório Observando o Tietê, divulgado em setembro do ano passado pela ONG SOS Mata Atlântica, mostra que a água do rio tem qualidade boa na nascente, em Salesópolis, e se estende por 61 quilômetros até Mogi das Cruzes; depois, em mais 58 quilômetros na região do Reservatório de Barra Bonita, em Botucatu. Em São Paulo, a qualidade da água era considerada ruim, mas não era o pior trecho: a qualidade da água foi considerada péssima, devido à mancha de poluição, nos trechos do rio que passam por Itaquaquecetuba, Osasco, Barueri e Santana do Parnaíba.

Transporte para o centro da cidade

O que Marçal disse: ao falar sobre transporte de ônibus, disse que é como se o país inteiro do Uruguai viajasse para o centro expandido.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é exagerado. De acordo com o Observatório Mobilidade Segura, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, a média diária de pessoas em transporte público por ônibus, em dias típicos, é de 2.494.063. Já a população residente no Uruguai é de 3.444.263 pessoas, segundo o Censo de 2023 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do país.

O dado dito por Marçal se aproxima da média diária de pessoas transportadas por ônibus em dias típicos em 2022. O número foi de 3.478.122 naquele ano, conforme o Observatório Mobilidade Segura.

Pessoas em situação de rua

O que Marçal disse: que há 80 mil pessoas em situação de rua.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania indicam que há 81.706 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. Em julho deste ano, o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), contabilizou 80.369 pessoas nessa situação na Capital. Isso representa aumento de quase 24% em relação à sondagem anterior, de dezembro de 2023, quando o número era de 64.818.

Região metropolitana

O que Marçal disse: que a cidade de São Paulo está rodeada de 38 cidades.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. O candidato se refere à região metropolitana de São Paulo. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), são 39 municípios que integram a região metropolitana, incluindo a capital.

Alfabetização

O que Marçal disse: que apenas 38% das crianças terminam a fase de alfabetização alfabetizadas.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que o percentual de alunos alfabetizados na rede municipal de São Paulo é de 37,9%.

Número de guardas

O que Marçal disse: que há 7 mil guardas em São Paulo.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdadeiro. A Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem 7.039 agentes, segundo dados divulgados pela prefeitura em maio deste ano.

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