Dedução de R$ 528 no Imposto de Renda não significa desconto em salário


Postagens distorcem reportagem do Jornal da Globo, que anunciava redução na base de cálculo do IR, não no pagamento dos trabalhadores

Por Luciana Marschall
Atualização:

O que estão compartilhando: que quem recebe até dois salários mínimos não teria que declarar Imposto de Renda (IR) desde que aceitasse desconto de R$ 508,00 no próprio salário.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Postagens que circulam no Instagram, no Facebook e no TikTok distorcem um trecho do Jornal da Globo sobre a nova tabela de isenção do IR, que atinge quem recebe até R$ 2.640. A jornalista Renata Lo Prete afirma que quem ganha esse salário e aceita a dedução simplificada vai ficar isento de pagar imposto. Mas, diferentemente do que alegam os posts analisados aqui, ela falava a respeito da dedução sobre o cálculo do IR, não sobre um desconto no salário dos trabalhadores.

Quem recebe até R$ 2.640,00 está isento do Imposto de Renda Foto: Reprodução
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Saiba mais: Postagens compartilhadas no Facebook e no Instagram adicionam a um trecho da edição de 1º de maio do Jornal da Globo uma legenda que diz: “tu não precisa declarar desde que aceite um descontinho de 508 reais”. No vídeo, a apresentadora Renata Lo Prete explica que o governo ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.112,00 e acrescenta que quem ganha até dois salários mínimos também está isento, desde que aceite uma dedução simplificada na folha de pagamento no valor de R$ 508. Neste momento, um homem que grava a tela da televisão comenta: “ou seja, você não vai declarar Imposto de Renda desde que você deixe descontar R$ 508 do seu salário”.

Mas não é isso que diz a apresentadora. Embora cometa um equívoco quanto ao valor – a dedução é de R$ 528, e não de R$ 508 –, Lo Prete não afirma que haverá desconto do salário para quem recebe até R$ 2.640. Na realidade, a dedução é sobre a base de cálculo do IR.

A Receita Federal considera os rendimentos de cada trabalhador para calcular quanto ele deve de imposto. Na declaração anual, é possível declarar despesas dedutíveis, que diminuem a base de cálculo do IR. Essas despesas incluem gastos com dependentes, saúde, educação, entre outros. Ao listar essas despesas, é como se a Receita entendesse que o salário do trabalhador é menor; assim, a base para calcular o IR devido fica mais baixa e se paga menos imposto.

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No novo esquema anunciado pelo governo, quem ganha R$ 2.640 pode optar pela dedução simplificada de R$ 528. Ou seja, para a Receita Federal seria como se esse trabalhador ganhasse R$ 2.112, e não R$ 2.640. Mas esse desconto não vale na vida real: só para calcular o imposto. Assim, o trabalhador fica isento do IR, já que a faixa de alíquota zero foi ampliada para R$ 2.112.

No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou essa nova faixa de isenção do IR, válida desde 1º de maio. A decisão foi oficializada pela Medida Provisória nº 1.171.

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Contribuinte pode optar por não usar a dedução simplificada

A dedução simplificada de R$ 528 vale para toda a tabela do IR. Mas o contribuinte tem a opção de escolher esse desconto ou listar despesas dedutíveis, sem poder acumular as duas possibilidades. Aqueles que têm direito a descontos maiores (por exemplo, que têm muitos gastos com dependentes, pensão alimentícia e outros), não serão prejudicados. Valerá para o contribuinte o que for mais vantajoso.

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Adriano Marrocos, coordenador da Comissão Nacional do Imposto de Renda Pessoa Física, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), frisa que cada caso é um caso e as individualidades do trabalhador são levadas em consideração para o cálculo do imposto de renda. “Para cada empregado deverá ser feita uma simulação. Às vezes você tem três empregados com o mesmo salário, mas um tem dependente, outro não”, explicou.

O especialista destaca ser responsabilidade das empresas orientar os funcionários sobre qual opção é a mais benéfica para eles enquanto contribuintes. “A opção deve ficar sob a responsabilidade do empregador que está obrigado por lei a verificar a melhor situação e, para isto, deverá avaliar cada caso em sua equipe de funcionários”, disse.

Para essas pessoas, continua obrigatória a declaração do Imposto de Renda, um ajuste que verifica se o contribuinte pagou imposto a mais ou a menos no ano anterior. Caso fique claro que alguém pagou mais que o necessário há a restituição. Já quem contribuiu com um valor menor que o obrigatório, terá imposto a pagar.

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O conteúdo aqui verificado também foi desmentido por AFP Checamos.

O que estão compartilhando: que quem recebe até dois salários mínimos não teria que declarar Imposto de Renda (IR) desde que aceitasse desconto de R$ 508,00 no próprio salário.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Postagens que circulam no Instagram, no Facebook e no TikTok distorcem um trecho do Jornal da Globo sobre a nova tabela de isenção do IR, que atinge quem recebe até R$ 2.640. A jornalista Renata Lo Prete afirma que quem ganha esse salário e aceita a dedução simplificada vai ficar isento de pagar imposto. Mas, diferentemente do que alegam os posts analisados aqui, ela falava a respeito da dedução sobre o cálculo do IR, não sobre um desconto no salário dos trabalhadores.

Quem recebe até R$ 2.640,00 está isento do Imposto de Renda Foto: Reprodução

Saiba mais: Postagens compartilhadas no Facebook e no Instagram adicionam a um trecho da edição de 1º de maio do Jornal da Globo uma legenda que diz: “tu não precisa declarar desde que aceite um descontinho de 508 reais”. No vídeo, a apresentadora Renata Lo Prete explica que o governo ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.112,00 e acrescenta que quem ganha até dois salários mínimos também está isento, desde que aceite uma dedução simplificada na folha de pagamento no valor de R$ 508. Neste momento, um homem que grava a tela da televisão comenta: “ou seja, você não vai declarar Imposto de Renda desde que você deixe descontar R$ 508 do seu salário”.

Mas não é isso que diz a apresentadora. Embora cometa um equívoco quanto ao valor – a dedução é de R$ 528, e não de R$ 508 –, Lo Prete não afirma que haverá desconto do salário para quem recebe até R$ 2.640. Na realidade, a dedução é sobre a base de cálculo do IR.

A Receita Federal considera os rendimentos de cada trabalhador para calcular quanto ele deve de imposto. Na declaração anual, é possível declarar despesas dedutíveis, que diminuem a base de cálculo do IR. Essas despesas incluem gastos com dependentes, saúde, educação, entre outros. Ao listar essas despesas, é como se a Receita entendesse que o salário do trabalhador é menor; assim, a base para calcular o IR devido fica mais baixa e se paga menos imposto.

No novo esquema anunciado pelo governo, quem ganha R$ 2.640 pode optar pela dedução simplificada de R$ 528. Ou seja, para a Receita Federal seria como se esse trabalhador ganhasse R$ 2.112, e não R$ 2.640. Mas esse desconto não vale na vida real: só para calcular o imposto. Assim, o trabalhador fica isento do IR, já que a faixa de alíquota zero foi ampliada para R$ 2.112.

No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou essa nova faixa de isenção do IR, válida desde 1º de maio. A decisão foi oficializada pela Medida Provisória nº 1.171.

Contribuinte pode optar por não usar a dedução simplificada

A dedução simplificada de R$ 528 vale para toda a tabela do IR. Mas o contribuinte tem a opção de escolher esse desconto ou listar despesas dedutíveis, sem poder acumular as duas possibilidades. Aqueles que têm direito a descontos maiores (por exemplo, que têm muitos gastos com dependentes, pensão alimentícia e outros), não serão prejudicados. Valerá para o contribuinte o que for mais vantajoso.

Adriano Marrocos, coordenador da Comissão Nacional do Imposto de Renda Pessoa Física, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), frisa que cada caso é um caso e as individualidades do trabalhador são levadas em consideração para o cálculo do imposto de renda. “Para cada empregado deverá ser feita uma simulação. Às vezes você tem três empregados com o mesmo salário, mas um tem dependente, outro não”, explicou.

O especialista destaca ser responsabilidade das empresas orientar os funcionários sobre qual opção é a mais benéfica para eles enquanto contribuintes. “A opção deve ficar sob a responsabilidade do empregador que está obrigado por lei a verificar a melhor situação e, para isto, deverá avaliar cada caso em sua equipe de funcionários”, disse.

Para essas pessoas, continua obrigatória a declaração do Imposto de Renda, um ajuste que verifica se o contribuinte pagou imposto a mais ou a menos no ano anterior. Caso fique claro que alguém pagou mais que o necessário há a restituição. Já quem contribuiu com um valor menor que o obrigatório, terá imposto a pagar.

O conteúdo aqui verificado também foi desmentido por AFP Checamos.

O que estão compartilhando: que quem recebe até dois salários mínimos não teria que declarar Imposto de Renda (IR) desde que aceitasse desconto de R$ 508,00 no próprio salário.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Postagens que circulam no Instagram, no Facebook e no TikTok distorcem um trecho do Jornal da Globo sobre a nova tabela de isenção do IR, que atinge quem recebe até R$ 2.640. A jornalista Renata Lo Prete afirma que quem ganha esse salário e aceita a dedução simplificada vai ficar isento de pagar imposto. Mas, diferentemente do que alegam os posts analisados aqui, ela falava a respeito da dedução sobre o cálculo do IR, não sobre um desconto no salário dos trabalhadores.

Quem recebe até R$ 2.640,00 está isento do Imposto de Renda Foto: Reprodução

Saiba mais: Postagens compartilhadas no Facebook e no Instagram adicionam a um trecho da edição de 1º de maio do Jornal da Globo uma legenda que diz: “tu não precisa declarar desde que aceite um descontinho de 508 reais”. No vídeo, a apresentadora Renata Lo Prete explica que o governo ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.112,00 e acrescenta que quem ganha até dois salários mínimos também está isento, desde que aceite uma dedução simplificada na folha de pagamento no valor de R$ 508. Neste momento, um homem que grava a tela da televisão comenta: “ou seja, você não vai declarar Imposto de Renda desde que você deixe descontar R$ 508 do seu salário”.

Mas não é isso que diz a apresentadora. Embora cometa um equívoco quanto ao valor – a dedução é de R$ 528, e não de R$ 508 –, Lo Prete não afirma que haverá desconto do salário para quem recebe até R$ 2.640. Na realidade, a dedução é sobre a base de cálculo do IR.

A Receita Federal considera os rendimentos de cada trabalhador para calcular quanto ele deve de imposto. Na declaração anual, é possível declarar despesas dedutíveis, que diminuem a base de cálculo do IR. Essas despesas incluem gastos com dependentes, saúde, educação, entre outros. Ao listar essas despesas, é como se a Receita entendesse que o salário do trabalhador é menor; assim, a base para calcular o IR devido fica mais baixa e se paga menos imposto.

No novo esquema anunciado pelo governo, quem ganha R$ 2.640 pode optar pela dedução simplificada de R$ 528. Ou seja, para a Receita Federal seria como se esse trabalhador ganhasse R$ 2.112, e não R$ 2.640. Mas esse desconto não vale na vida real: só para calcular o imposto. Assim, o trabalhador fica isento do IR, já que a faixa de alíquota zero foi ampliada para R$ 2.112.

No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou essa nova faixa de isenção do IR, válida desde 1º de maio. A decisão foi oficializada pela Medida Provisória nº 1.171.

Contribuinte pode optar por não usar a dedução simplificada

A dedução simplificada de R$ 528 vale para toda a tabela do IR. Mas o contribuinte tem a opção de escolher esse desconto ou listar despesas dedutíveis, sem poder acumular as duas possibilidades. Aqueles que têm direito a descontos maiores (por exemplo, que têm muitos gastos com dependentes, pensão alimentícia e outros), não serão prejudicados. Valerá para o contribuinte o que for mais vantajoso.

Adriano Marrocos, coordenador da Comissão Nacional do Imposto de Renda Pessoa Física, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), frisa que cada caso é um caso e as individualidades do trabalhador são levadas em consideração para o cálculo do imposto de renda. “Para cada empregado deverá ser feita uma simulação. Às vezes você tem três empregados com o mesmo salário, mas um tem dependente, outro não”, explicou.

O especialista destaca ser responsabilidade das empresas orientar os funcionários sobre qual opção é a mais benéfica para eles enquanto contribuintes. “A opção deve ficar sob a responsabilidade do empregador que está obrigado por lei a verificar a melhor situação e, para isto, deverá avaliar cada caso em sua equipe de funcionários”, disse.

Para essas pessoas, continua obrigatória a declaração do Imposto de Renda, um ajuste que verifica se o contribuinte pagou imposto a mais ou a menos no ano anterior. Caso fique claro que alguém pagou mais que o necessário há a restituição. Já quem contribuiu com um valor menor que o obrigatório, terá imposto a pagar.

O conteúdo aqui verificado também foi desmentido por AFP Checamos.

O que estão compartilhando: que quem recebe até dois salários mínimos não teria que declarar Imposto de Renda (IR) desde que aceitasse desconto de R$ 508,00 no próprio salário.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Postagens que circulam no Instagram, no Facebook e no TikTok distorcem um trecho do Jornal da Globo sobre a nova tabela de isenção do IR, que atinge quem recebe até R$ 2.640. A jornalista Renata Lo Prete afirma que quem ganha esse salário e aceita a dedução simplificada vai ficar isento de pagar imposto. Mas, diferentemente do que alegam os posts analisados aqui, ela falava a respeito da dedução sobre o cálculo do IR, não sobre um desconto no salário dos trabalhadores.

Quem recebe até R$ 2.640,00 está isento do Imposto de Renda Foto: Reprodução

Saiba mais: Postagens compartilhadas no Facebook e no Instagram adicionam a um trecho da edição de 1º de maio do Jornal da Globo uma legenda que diz: “tu não precisa declarar desde que aceite um descontinho de 508 reais”. No vídeo, a apresentadora Renata Lo Prete explica que o governo ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.112,00 e acrescenta que quem ganha até dois salários mínimos também está isento, desde que aceite uma dedução simplificada na folha de pagamento no valor de R$ 508. Neste momento, um homem que grava a tela da televisão comenta: “ou seja, você não vai declarar Imposto de Renda desde que você deixe descontar R$ 508 do seu salário”.

Mas não é isso que diz a apresentadora. Embora cometa um equívoco quanto ao valor – a dedução é de R$ 528, e não de R$ 508 –, Lo Prete não afirma que haverá desconto do salário para quem recebe até R$ 2.640. Na realidade, a dedução é sobre a base de cálculo do IR.

A Receita Federal considera os rendimentos de cada trabalhador para calcular quanto ele deve de imposto. Na declaração anual, é possível declarar despesas dedutíveis, que diminuem a base de cálculo do IR. Essas despesas incluem gastos com dependentes, saúde, educação, entre outros. Ao listar essas despesas, é como se a Receita entendesse que o salário do trabalhador é menor; assim, a base para calcular o IR devido fica mais baixa e se paga menos imposto.

No novo esquema anunciado pelo governo, quem ganha R$ 2.640 pode optar pela dedução simplificada de R$ 528. Ou seja, para a Receita Federal seria como se esse trabalhador ganhasse R$ 2.112, e não R$ 2.640. Mas esse desconto não vale na vida real: só para calcular o imposto. Assim, o trabalhador fica isento do IR, já que a faixa de alíquota zero foi ampliada para R$ 2.112.

No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou essa nova faixa de isenção do IR, válida desde 1º de maio. A decisão foi oficializada pela Medida Provisória nº 1.171.

Contribuinte pode optar por não usar a dedução simplificada

A dedução simplificada de R$ 528 vale para toda a tabela do IR. Mas o contribuinte tem a opção de escolher esse desconto ou listar despesas dedutíveis, sem poder acumular as duas possibilidades. Aqueles que têm direito a descontos maiores (por exemplo, que têm muitos gastos com dependentes, pensão alimentícia e outros), não serão prejudicados. Valerá para o contribuinte o que for mais vantajoso.

Adriano Marrocos, coordenador da Comissão Nacional do Imposto de Renda Pessoa Física, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), frisa que cada caso é um caso e as individualidades do trabalhador são levadas em consideração para o cálculo do imposto de renda. “Para cada empregado deverá ser feita uma simulação. Às vezes você tem três empregados com o mesmo salário, mas um tem dependente, outro não”, explicou.

O especialista destaca ser responsabilidade das empresas orientar os funcionários sobre qual opção é a mais benéfica para eles enquanto contribuintes. “A opção deve ficar sob a responsabilidade do empregador que está obrigado por lei a verificar a melhor situação e, para isto, deverá avaliar cada caso em sua equipe de funcionários”, disse.

Para essas pessoas, continua obrigatória a declaração do Imposto de Renda, um ajuste que verifica se o contribuinte pagou imposto a mais ou a menos no ano anterior. Caso fique claro que alguém pagou mais que o necessário há a restituição. Já quem contribuiu com um valor menor que o obrigatório, terá imposto a pagar.

O conteúdo aqui verificado também foi desmentido por AFP Checamos.

O que estão compartilhando: que quem recebe até dois salários mínimos não teria que declarar Imposto de Renda (IR) desde que aceitasse desconto de R$ 508,00 no próprio salário.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Postagens que circulam no Instagram, no Facebook e no TikTok distorcem um trecho do Jornal da Globo sobre a nova tabela de isenção do IR, que atinge quem recebe até R$ 2.640. A jornalista Renata Lo Prete afirma que quem ganha esse salário e aceita a dedução simplificada vai ficar isento de pagar imposto. Mas, diferentemente do que alegam os posts analisados aqui, ela falava a respeito da dedução sobre o cálculo do IR, não sobre um desconto no salário dos trabalhadores.

Quem recebe até R$ 2.640,00 está isento do Imposto de Renda Foto: Reprodução

Saiba mais: Postagens compartilhadas no Facebook e no Instagram adicionam a um trecho da edição de 1º de maio do Jornal da Globo uma legenda que diz: “tu não precisa declarar desde que aceite um descontinho de 508 reais”. No vídeo, a apresentadora Renata Lo Prete explica que o governo ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.112,00 e acrescenta que quem ganha até dois salários mínimos também está isento, desde que aceite uma dedução simplificada na folha de pagamento no valor de R$ 508. Neste momento, um homem que grava a tela da televisão comenta: “ou seja, você não vai declarar Imposto de Renda desde que você deixe descontar R$ 508 do seu salário”.

Mas não é isso que diz a apresentadora. Embora cometa um equívoco quanto ao valor – a dedução é de R$ 528, e não de R$ 508 –, Lo Prete não afirma que haverá desconto do salário para quem recebe até R$ 2.640. Na realidade, a dedução é sobre a base de cálculo do IR.

A Receita Federal considera os rendimentos de cada trabalhador para calcular quanto ele deve de imposto. Na declaração anual, é possível declarar despesas dedutíveis, que diminuem a base de cálculo do IR. Essas despesas incluem gastos com dependentes, saúde, educação, entre outros. Ao listar essas despesas, é como se a Receita entendesse que o salário do trabalhador é menor; assim, a base para calcular o IR devido fica mais baixa e se paga menos imposto.

No novo esquema anunciado pelo governo, quem ganha R$ 2.640 pode optar pela dedução simplificada de R$ 528. Ou seja, para a Receita Federal seria como se esse trabalhador ganhasse R$ 2.112, e não R$ 2.640. Mas esse desconto não vale na vida real: só para calcular o imposto. Assim, o trabalhador fica isento do IR, já que a faixa de alíquota zero foi ampliada para R$ 2.112.

No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou essa nova faixa de isenção do IR, válida desde 1º de maio. A decisão foi oficializada pela Medida Provisória nº 1.171.

Contribuinte pode optar por não usar a dedução simplificada

A dedução simplificada de R$ 528 vale para toda a tabela do IR. Mas o contribuinte tem a opção de escolher esse desconto ou listar despesas dedutíveis, sem poder acumular as duas possibilidades. Aqueles que têm direito a descontos maiores (por exemplo, que têm muitos gastos com dependentes, pensão alimentícia e outros), não serão prejudicados. Valerá para o contribuinte o que for mais vantajoso.

Adriano Marrocos, coordenador da Comissão Nacional do Imposto de Renda Pessoa Física, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), frisa que cada caso é um caso e as individualidades do trabalhador são levadas em consideração para o cálculo do imposto de renda. “Para cada empregado deverá ser feita uma simulação. Às vezes você tem três empregados com o mesmo salário, mas um tem dependente, outro não”, explicou.

O especialista destaca ser responsabilidade das empresas orientar os funcionários sobre qual opção é a mais benéfica para eles enquanto contribuintes. “A opção deve ficar sob a responsabilidade do empregador que está obrigado por lei a verificar a melhor situação e, para isto, deverá avaliar cada caso em sua equipe de funcionários”, disse.

Para essas pessoas, continua obrigatória a declaração do Imposto de Renda, um ajuste que verifica se o contribuinte pagou imposto a mais ou a menos no ano anterior. Caso fique claro que alguém pagou mais que o necessário há a restituição. Já quem contribuiu com um valor menor que o obrigatório, terá imposto a pagar.

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