É falsa associação entre problemas de saúde de MC Katia e vacina contra covid-19


Funkeira foi internada para tratar de problema no útero; no hospital, contraiu pneumonia que a levou à morte

Por Luciana Marschall

O que estão compartilhando: MC Katia foi vacinada com Janssen, que causou trombose e levou funkeira à morte.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As complicações de saúde e a morte da funkeira Katia Marques de Melo França, a MC Katia, de 48 anos, não têm qualquer relação com a vacina contra a covid-19. A artista faleceu em 13 de agosto. Ela havia sido internada para retirar um mioma no útero, mas teve trombose e foi necessário amputar sua perna direita. No hospital, a cantora contraiu pneumonia bacteriana, que resultou em sua morte.

É falso que as complicações de saúde e a morte da funkeira tenham relação com a vacina contra a covid-19. Foto: Reprodução
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O post desinformativo associa a trombose ao imunizante da Janssen contra a covid-19, com o qual a cantora foi vacinada. Porém, antes de falecer, Katia culpou o hábito de fumar pelo problema na perna.

O viúvo de Katia, Leonardo Pacheco França, o DJ LD de Realengo, informou à reportagem que sete anos atrás, ou seja, antes do início da pandemia do novo coronavírus e da existência da vacina, Katia fez uma abdominoplastia que resultou em uma trombose. “A partir daí ela começou a ficar com problema vascular”, disse.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro informou, em nota, que a morte de Mc Katia não tem relação com a aplicação de alguma vacina. “A paciente era portadora de uma doença arterial obstrutiva periférica que, infelizmente, evoluiu com diversas complicações”.

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Saiba mais: A associação falsa com o imunizante foi feita em um post no X (Twitter) compartilhado também no Instagram. No X, um médico publicou três imagens. A primeira é o print de uma postagem da MC Katia na mesma plataforma, de julho de 2021, quando a cantora defendeu a vacinação. A segunda é uma foto da funkeira segurando a carteira de vacinação, postada por ela também no X, em junho de 2021. Na legenda, ela afirma ter tomado a dose única da Janssen. A terceira imagem é o print de uma reportagem da CNN informando sobre a morte dela. Um link para a notícia foi deixado na legenda, junto da afirmação “Até quando? PS: na foto, marcada a vacina Janssen. A mais trombótica de todas”, que associa o problema de saúde da artista à vacinação contra a covid-19.

Katia foi internada no início de julho no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, para retirar um mioma no útero. Após a cirurgia, teve trombose e precisou amputar a perna direita. Em 13 de agosto, ela faleceu após complicações decorrentes de uma pneumonia bacteriana contraída no hospital.

Ao Extra, em julho, Katia informou que seria necessário amputar parte de um dos seus pés e falou sobre o que teria causado o problema. Ela explicou que estava se recuperando da cirurgia do mioma e atribuiu à doença ao tabagismo e a problemas de circulação na perna. “Estou conformada, pois não tem outro jeito. Os médicos estão fazendo de tudo, mas a minha vida vale mais. Se tem que ser assim... Meus dedos estão todos pretos. Infelizmente, o mioma e o cigarro fizeram isso comigo”, declarou.

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Ao Verifica, o viúvo de Katia, Leonardo, negou que a vacina tenha sido a causa dos problemas de saúde da companheira. “Não foi por causa da vacina, não. Ela fez uma abdominoplastia há sete anos e teve uma trombose. A partir daí, ela começou a ficar com problema vascular. Ela teve que amputar por uma isquemia (bloqueio nas artérias que levam sangue às pernas), por causa do tabagismo”, disse. Ele acrescentou que a trombose ocorreu porque o mioma estava pressionando as artérias, os rins e o intestino de Katia. “A morte foi porque ela pegou uma pneumonia bacteriana que levou à falência dos órgãos”, finalizou.

Além de esclarecer que os problemas de saúde da cantora não tiveram relação com o imunizante, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro acrescentou que o Hospital Municipal Souza Aguiar forneceu todo o suporte clínico e cirúrgico necessário ao tratamento da paciente, mas que devido às comorbidades e à gravidade do quadro, ela não resistiu.

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O médico Francisco Cardoso, responsável pelo post aqui verificado, foi procurado pela reportagem e alegou que “a postagem é uma manifestação de revolta devido a sucessivos óbitos que estamos vendo em pessoas jovens de causas antes incomuns (até quando?)” e disse ter citado que Katia recebeu um imunizante comprovadamente associado a eventos trombóticos. “Foi apenas uma observação baseada em fotos públicas. A associação quem fez foram vocês. Não eu”, declarou. Ele não cita fonte para a afirmação de que houve aumento de mortes incomuns entre jovens.

Em 2021, a Anvisa alertou que casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia (TTS, associados a vacinas contra covid-19 com vetor de adenovírus foram detectados no Brasil e no mundo. A agência reforçou, na ocasião, que os benefícios das vacinas da AstraZeneca e da Janssen superam os riscos do uso desses produtos e manteve a recomendação da continuidade da vacinação com os imunizantes, dentro das indicações descritas na bula.

Em dezembro do ano passado, considerando os raros casos da doença no exterior, o Ministério da Saúde alterou a recomendação da AstraZeneca e da Janssen, passando a indicá-las para pessoas a partir dos 40 anos. Em nota de abril deste ano o órgão reforçou que todas as vacinas ofertadas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Anvisa e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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O Estadão Verifica demonstrou recentemente que perfis desinformativos no Twitter têm “sequestrado” obituários noticiados pela imprensa para fazer acusações infundadas contra as vacinas de covid-19. Usando hashtags como #MalSúbito e #CasoIsolado, eles afirmam, sem qualquer evidência, que diferentes óbitos teriam sido causados pela vacinação.

O que estão compartilhando: MC Katia foi vacinada com Janssen, que causou trombose e levou funkeira à morte.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As complicações de saúde e a morte da funkeira Katia Marques de Melo França, a MC Katia, de 48 anos, não têm qualquer relação com a vacina contra a covid-19. A artista faleceu em 13 de agosto. Ela havia sido internada para retirar um mioma no útero, mas teve trombose e foi necessário amputar sua perna direita. No hospital, a cantora contraiu pneumonia bacteriana, que resultou em sua morte.

É falso que as complicações de saúde e a morte da funkeira tenham relação com a vacina contra a covid-19. Foto: Reprodução

O post desinformativo associa a trombose ao imunizante da Janssen contra a covid-19, com o qual a cantora foi vacinada. Porém, antes de falecer, Katia culpou o hábito de fumar pelo problema na perna.

O viúvo de Katia, Leonardo Pacheco França, o DJ LD de Realengo, informou à reportagem que sete anos atrás, ou seja, antes do início da pandemia do novo coronavírus e da existência da vacina, Katia fez uma abdominoplastia que resultou em uma trombose. “A partir daí ela começou a ficar com problema vascular”, disse.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro informou, em nota, que a morte de Mc Katia não tem relação com a aplicação de alguma vacina. “A paciente era portadora de uma doença arterial obstrutiva periférica que, infelizmente, evoluiu com diversas complicações”.

Saiba mais: A associação falsa com o imunizante foi feita em um post no X (Twitter) compartilhado também no Instagram. No X, um médico publicou três imagens. A primeira é o print de uma postagem da MC Katia na mesma plataforma, de julho de 2021, quando a cantora defendeu a vacinação. A segunda é uma foto da funkeira segurando a carteira de vacinação, postada por ela também no X, em junho de 2021. Na legenda, ela afirma ter tomado a dose única da Janssen. A terceira imagem é o print de uma reportagem da CNN informando sobre a morte dela. Um link para a notícia foi deixado na legenda, junto da afirmação “Até quando? PS: na foto, marcada a vacina Janssen. A mais trombótica de todas”, que associa o problema de saúde da artista à vacinação contra a covid-19.

Katia foi internada no início de julho no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, para retirar um mioma no útero. Após a cirurgia, teve trombose e precisou amputar a perna direita. Em 13 de agosto, ela faleceu após complicações decorrentes de uma pneumonia bacteriana contraída no hospital.

Ao Extra, em julho, Katia informou que seria necessário amputar parte de um dos seus pés e falou sobre o que teria causado o problema. Ela explicou que estava se recuperando da cirurgia do mioma e atribuiu à doença ao tabagismo e a problemas de circulação na perna. “Estou conformada, pois não tem outro jeito. Os médicos estão fazendo de tudo, mas a minha vida vale mais. Se tem que ser assim... Meus dedos estão todos pretos. Infelizmente, o mioma e o cigarro fizeram isso comigo”, declarou.

Ao Verifica, o viúvo de Katia, Leonardo, negou que a vacina tenha sido a causa dos problemas de saúde da companheira. “Não foi por causa da vacina, não. Ela fez uma abdominoplastia há sete anos e teve uma trombose. A partir daí, ela começou a ficar com problema vascular. Ela teve que amputar por uma isquemia (bloqueio nas artérias que levam sangue às pernas), por causa do tabagismo”, disse. Ele acrescentou que a trombose ocorreu porque o mioma estava pressionando as artérias, os rins e o intestino de Katia. “A morte foi porque ela pegou uma pneumonia bacteriana que levou à falência dos órgãos”, finalizou.

Além de esclarecer que os problemas de saúde da cantora não tiveram relação com o imunizante, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro acrescentou que o Hospital Municipal Souza Aguiar forneceu todo o suporte clínico e cirúrgico necessário ao tratamento da paciente, mas que devido às comorbidades e à gravidade do quadro, ela não resistiu.

O médico Francisco Cardoso, responsável pelo post aqui verificado, foi procurado pela reportagem e alegou que “a postagem é uma manifestação de revolta devido a sucessivos óbitos que estamos vendo em pessoas jovens de causas antes incomuns (até quando?)” e disse ter citado que Katia recebeu um imunizante comprovadamente associado a eventos trombóticos. “Foi apenas uma observação baseada em fotos públicas. A associação quem fez foram vocês. Não eu”, declarou. Ele não cita fonte para a afirmação de que houve aumento de mortes incomuns entre jovens.

Em 2021, a Anvisa alertou que casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia (TTS, associados a vacinas contra covid-19 com vetor de adenovírus foram detectados no Brasil e no mundo. A agência reforçou, na ocasião, que os benefícios das vacinas da AstraZeneca e da Janssen superam os riscos do uso desses produtos e manteve a recomendação da continuidade da vacinação com os imunizantes, dentro das indicações descritas na bula.

Em dezembro do ano passado, considerando os raros casos da doença no exterior, o Ministério da Saúde alterou a recomendação da AstraZeneca e da Janssen, passando a indicá-las para pessoas a partir dos 40 anos. Em nota de abril deste ano o órgão reforçou que todas as vacinas ofertadas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Anvisa e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Estadão Verifica demonstrou recentemente que perfis desinformativos no Twitter têm “sequestrado” obituários noticiados pela imprensa para fazer acusações infundadas contra as vacinas de covid-19. Usando hashtags como #MalSúbito e #CasoIsolado, eles afirmam, sem qualquer evidência, que diferentes óbitos teriam sido causados pela vacinação.

O que estão compartilhando: MC Katia foi vacinada com Janssen, que causou trombose e levou funkeira à morte.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As complicações de saúde e a morte da funkeira Katia Marques de Melo França, a MC Katia, de 48 anos, não têm qualquer relação com a vacina contra a covid-19. A artista faleceu em 13 de agosto. Ela havia sido internada para retirar um mioma no útero, mas teve trombose e foi necessário amputar sua perna direita. No hospital, a cantora contraiu pneumonia bacteriana, que resultou em sua morte.

É falso que as complicações de saúde e a morte da funkeira tenham relação com a vacina contra a covid-19. Foto: Reprodução

O post desinformativo associa a trombose ao imunizante da Janssen contra a covid-19, com o qual a cantora foi vacinada. Porém, antes de falecer, Katia culpou o hábito de fumar pelo problema na perna.

O viúvo de Katia, Leonardo Pacheco França, o DJ LD de Realengo, informou à reportagem que sete anos atrás, ou seja, antes do início da pandemia do novo coronavírus e da existência da vacina, Katia fez uma abdominoplastia que resultou em uma trombose. “A partir daí ela começou a ficar com problema vascular”, disse.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro informou, em nota, que a morte de Mc Katia não tem relação com a aplicação de alguma vacina. “A paciente era portadora de uma doença arterial obstrutiva periférica que, infelizmente, evoluiu com diversas complicações”.

Saiba mais: A associação falsa com o imunizante foi feita em um post no X (Twitter) compartilhado também no Instagram. No X, um médico publicou três imagens. A primeira é o print de uma postagem da MC Katia na mesma plataforma, de julho de 2021, quando a cantora defendeu a vacinação. A segunda é uma foto da funkeira segurando a carteira de vacinação, postada por ela também no X, em junho de 2021. Na legenda, ela afirma ter tomado a dose única da Janssen. A terceira imagem é o print de uma reportagem da CNN informando sobre a morte dela. Um link para a notícia foi deixado na legenda, junto da afirmação “Até quando? PS: na foto, marcada a vacina Janssen. A mais trombótica de todas”, que associa o problema de saúde da artista à vacinação contra a covid-19.

Katia foi internada no início de julho no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, para retirar um mioma no útero. Após a cirurgia, teve trombose e precisou amputar a perna direita. Em 13 de agosto, ela faleceu após complicações decorrentes de uma pneumonia bacteriana contraída no hospital.

Ao Extra, em julho, Katia informou que seria necessário amputar parte de um dos seus pés e falou sobre o que teria causado o problema. Ela explicou que estava se recuperando da cirurgia do mioma e atribuiu à doença ao tabagismo e a problemas de circulação na perna. “Estou conformada, pois não tem outro jeito. Os médicos estão fazendo de tudo, mas a minha vida vale mais. Se tem que ser assim... Meus dedos estão todos pretos. Infelizmente, o mioma e o cigarro fizeram isso comigo”, declarou.

Ao Verifica, o viúvo de Katia, Leonardo, negou que a vacina tenha sido a causa dos problemas de saúde da companheira. “Não foi por causa da vacina, não. Ela fez uma abdominoplastia há sete anos e teve uma trombose. A partir daí, ela começou a ficar com problema vascular. Ela teve que amputar por uma isquemia (bloqueio nas artérias que levam sangue às pernas), por causa do tabagismo”, disse. Ele acrescentou que a trombose ocorreu porque o mioma estava pressionando as artérias, os rins e o intestino de Katia. “A morte foi porque ela pegou uma pneumonia bacteriana que levou à falência dos órgãos”, finalizou.

Além de esclarecer que os problemas de saúde da cantora não tiveram relação com o imunizante, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro acrescentou que o Hospital Municipal Souza Aguiar forneceu todo o suporte clínico e cirúrgico necessário ao tratamento da paciente, mas que devido às comorbidades e à gravidade do quadro, ela não resistiu.

O médico Francisco Cardoso, responsável pelo post aqui verificado, foi procurado pela reportagem e alegou que “a postagem é uma manifestação de revolta devido a sucessivos óbitos que estamos vendo em pessoas jovens de causas antes incomuns (até quando?)” e disse ter citado que Katia recebeu um imunizante comprovadamente associado a eventos trombóticos. “Foi apenas uma observação baseada em fotos públicas. A associação quem fez foram vocês. Não eu”, declarou. Ele não cita fonte para a afirmação de que houve aumento de mortes incomuns entre jovens.

Em 2021, a Anvisa alertou que casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia (TTS, associados a vacinas contra covid-19 com vetor de adenovírus foram detectados no Brasil e no mundo. A agência reforçou, na ocasião, que os benefícios das vacinas da AstraZeneca e da Janssen superam os riscos do uso desses produtos e manteve a recomendação da continuidade da vacinação com os imunizantes, dentro das indicações descritas na bula.

Em dezembro do ano passado, considerando os raros casos da doença no exterior, o Ministério da Saúde alterou a recomendação da AstraZeneca e da Janssen, passando a indicá-las para pessoas a partir dos 40 anos. Em nota de abril deste ano o órgão reforçou que todas as vacinas ofertadas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Anvisa e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Estadão Verifica demonstrou recentemente que perfis desinformativos no Twitter têm “sequestrado” obituários noticiados pela imprensa para fazer acusações infundadas contra as vacinas de covid-19. Usando hashtags como #MalSúbito e #CasoIsolado, eles afirmam, sem qualquer evidência, que diferentes óbitos teriam sido causados pela vacinação.

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