Senador americano criticou Lula antes de declaração sobre prisão de Putin no G-20


Vídeo nas redes sociais engana ao afirmar que Senado dos Estados Unidos prepara sanções contra o Brasil por causa de fala do petista na Índia

Por Clarissa Pacheco
Atualização:

O que estão compartilhando: que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confrontou o Tribunal Penal Internacional (TPI) em declaração sobre Vladimir Putin durante o G-20 e colocou o Brasil de vez na guerra contra a Ucrânia. Por causa disso, o Senado dos Estados Unidos prepara sanções contra o Brasil.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Lula de fato declarou a uma emissora de TV da Índia no dia 9 de setembro que Putin será convidado à reunião do G-20 que ocorrerá no Brasil em 2024, e que o russo não seria preso no País “porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”.

No entanto, a declaração não fez com que o Senado dos Estados Unidos preparasse sanções contra o País. O vídeo que circula nas redes sociais usa trechos recortados de um pronunciamento do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, feito no dia 7 de setembro. Antes, portanto, da entrevista de Lula.

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Cruz cobrava sanções contra o Brasil por ter permitido que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro em fevereiro, e não por conta das declarações de Lula sobre Putin feitas durante a reunião do G-20, na Índia.

 Foto: Reprodução

Saiba mais: A declaração polêmica de Lula sobre blindar Putin de uma eventual prisão no Brasil no ano que vem foi feita durante uma entrevista exclusiva ao canal indiano Firstpost, no dia 9 de setembro, quando o presidente brasileiro participava do encontro do G-20 em Nova Délhi, na Índia.

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Perguntado pela jornalista Palki Sharma se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, seria convidado para a reunião do G20 que ocorrerá no ano que vem no Brasil, Lula disse que sim, que ele próprio irá à reunião dos Brics na Rússia em 2024 e que Putin, assim como outros convidados, sentirão um clima de paz no Brasil.

A jornalista, então, lembra que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma e que há um mandado de prisão contra Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional. O Brasil promulgou o texto do Estatuto em 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e se comprometeu a cumprir as decisões do Estatuto e do TPI. O mandado de prisão contra Putin foi expedido em março por crimes de guerra.

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Lula rebateu dizendo que, enquanto presidente do Brasil, pode dizer que não há razões para que Putin seja preso no País e que fazê-lo seria desrespeitar o Brasil. Veja o trecho da entrevista:

Recuo na fala

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Nesta segunda-feira, 11, dois dias após a declaração à TV indiana, Lula recuou da fala e disse que a Justiça é quem irá decidir sobre uma eventual prisão de Putin no Brasil no ano que vem. “Eu não sei se a Justiça brasileira vai prender. Quem decide é a Justiça, não é o governo nem o parlamento. Quem toma a decisão é a Justiça e temos que ver se vai acontecer alguma coisa”, disse o presidente, em entrevista coletiva antes de decolar de volta ao Brasil. “Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão se vai prendê-lo ou não é a Justiça, não é o governo, nem o Congresso”, completou, como mostrou o Estadão.

Na ocasião, Lula também questionou que o Brasil seja signatário do Estatuto de Roma e disse que o TPI funciona apenas para países “bagrinhos”, se referindo aos emergentes, e argumentou que países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas não reconhecem o Tribunal Penal Internacional.

Sobre a guerra na Ucrânia, Lula voltou a dizer que o Brasil é 100% contrário a qualquer invasão territorial, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia. Mesmo assim, a declaração sobre Putin causou desgaste político, avaliaram aliados do governo.

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Senado dos Estados Unidos não anunciou sanções contra o Brasil

Ao final do vídeo, aparece um trecho com diversos recortes de uma fala do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, cobrando sanções ao governo do Brasil. O vídeo viral alega que as sanções estriam sendo tomadas como uma consequências às declarações de Lula na Índia, mas não foi o que aconteceu – inclusive porque o pronunciamento de Ted Cruz é do dia 7 de setembro, ou seja, antes da reunião do G-20.

Segundo publicações na imprensa americana, Ted Cruz cobrou sanções ao governo brasileiro durante a audiência da Subcomissão de Relações Exteriores do Hemisfério Ocidental no Senado. A fala dele foi dirigida a Brian Nichols, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que participava do encontro.

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Cruz falou sobre o avanço da esquerda na América Latina, criticou que o governo de Joe Biden decidiu abraçar líderes que são “ativamente hostis” aos Estados Unidos e lembrou que o presidente recebeu Lula na Casa Branca e o tratou como “bom amigo”. Em seguida, declarou: “Lula é um chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”.

Ele lembrou, então, que Lula permitiu, em fevereiro deste ano, que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro, e cobrou do secretário de Estado adjunto Brian Nichols uma sanção relativa a essa situação específica. O que o vídeo viral não mostra que que Nichols disse desconhecer qualquer sanção ao Brasil neste sentido. A resposta, contudo, foi publicada por Ted Cruz em sua própria conta no X (ex-Twitter):

O que estão compartilhando: que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confrontou o Tribunal Penal Internacional (TPI) em declaração sobre Vladimir Putin durante o G-20 e colocou o Brasil de vez na guerra contra a Ucrânia. Por causa disso, o Senado dos Estados Unidos prepara sanções contra o Brasil.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Lula de fato declarou a uma emissora de TV da Índia no dia 9 de setembro que Putin será convidado à reunião do G-20 que ocorrerá no Brasil em 2024, e que o russo não seria preso no País “porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”.

No entanto, a declaração não fez com que o Senado dos Estados Unidos preparasse sanções contra o País. O vídeo que circula nas redes sociais usa trechos recortados de um pronunciamento do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, feito no dia 7 de setembro. Antes, portanto, da entrevista de Lula.

Cruz cobrava sanções contra o Brasil por ter permitido que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro em fevereiro, e não por conta das declarações de Lula sobre Putin feitas durante a reunião do G-20, na Índia.

 Foto: Reprodução

Saiba mais: A declaração polêmica de Lula sobre blindar Putin de uma eventual prisão no Brasil no ano que vem foi feita durante uma entrevista exclusiva ao canal indiano Firstpost, no dia 9 de setembro, quando o presidente brasileiro participava do encontro do G-20 em Nova Délhi, na Índia.

Perguntado pela jornalista Palki Sharma se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, seria convidado para a reunião do G20 que ocorrerá no ano que vem no Brasil, Lula disse que sim, que ele próprio irá à reunião dos Brics na Rússia em 2024 e que Putin, assim como outros convidados, sentirão um clima de paz no Brasil.

A jornalista, então, lembra que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma e que há um mandado de prisão contra Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional. O Brasil promulgou o texto do Estatuto em 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e se comprometeu a cumprir as decisões do Estatuto e do TPI. O mandado de prisão contra Putin foi expedido em março por crimes de guerra.

Lula rebateu dizendo que, enquanto presidente do Brasil, pode dizer que não há razões para que Putin seja preso no País e que fazê-lo seria desrespeitar o Brasil. Veja o trecho da entrevista:

Recuo na fala

Nesta segunda-feira, 11, dois dias após a declaração à TV indiana, Lula recuou da fala e disse que a Justiça é quem irá decidir sobre uma eventual prisão de Putin no Brasil no ano que vem. “Eu não sei se a Justiça brasileira vai prender. Quem decide é a Justiça, não é o governo nem o parlamento. Quem toma a decisão é a Justiça e temos que ver se vai acontecer alguma coisa”, disse o presidente, em entrevista coletiva antes de decolar de volta ao Brasil. “Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão se vai prendê-lo ou não é a Justiça, não é o governo, nem o Congresso”, completou, como mostrou o Estadão.

Na ocasião, Lula também questionou que o Brasil seja signatário do Estatuto de Roma e disse que o TPI funciona apenas para países “bagrinhos”, se referindo aos emergentes, e argumentou que países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas não reconhecem o Tribunal Penal Internacional.

Sobre a guerra na Ucrânia, Lula voltou a dizer que o Brasil é 100% contrário a qualquer invasão territorial, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia. Mesmo assim, a declaração sobre Putin causou desgaste político, avaliaram aliados do governo.

Senado dos Estados Unidos não anunciou sanções contra o Brasil

Ao final do vídeo, aparece um trecho com diversos recortes de uma fala do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, cobrando sanções ao governo do Brasil. O vídeo viral alega que as sanções estriam sendo tomadas como uma consequências às declarações de Lula na Índia, mas não foi o que aconteceu – inclusive porque o pronunciamento de Ted Cruz é do dia 7 de setembro, ou seja, antes da reunião do G-20.

Segundo publicações na imprensa americana, Ted Cruz cobrou sanções ao governo brasileiro durante a audiência da Subcomissão de Relações Exteriores do Hemisfério Ocidental no Senado. A fala dele foi dirigida a Brian Nichols, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que participava do encontro.

Cruz falou sobre o avanço da esquerda na América Latina, criticou que o governo de Joe Biden decidiu abraçar líderes que são “ativamente hostis” aos Estados Unidos e lembrou que o presidente recebeu Lula na Casa Branca e o tratou como “bom amigo”. Em seguida, declarou: “Lula é um chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”.

Ele lembrou, então, que Lula permitiu, em fevereiro deste ano, que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro, e cobrou do secretário de Estado adjunto Brian Nichols uma sanção relativa a essa situação específica. O que o vídeo viral não mostra que que Nichols disse desconhecer qualquer sanção ao Brasil neste sentido. A resposta, contudo, foi publicada por Ted Cruz em sua própria conta no X (ex-Twitter):

O que estão compartilhando: que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confrontou o Tribunal Penal Internacional (TPI) em declaração sobre Vladimir Putin durante o G-20 e colocou o Brasil de vez na guerra contra a Ucrânia. Por causa disso, o Senado dos Estados Unidos prepara sanções contra o Brasil.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Lula de fato declarou a uma emissora de TV da Índia no dia 9 de setembro que Putin será convidado à reunião do G-20 que ocorrerá no Brasil em 2024, e que o russo não seria preso no País “porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”.

No entanto, a declaração não fez com que o Senado dos Estados Unidos preparasse sanções contra o País. O vídeo que circula nas redes sociais usa trechos recortados de um pronunciamento do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, feito no dia 7 de setembro. Antes, portanto, da entrevista de Lula.

Cruz cobrava sanções contra o Brasil por ter permitido que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro em fevereiro, e não por conta das declarações de Lula sobre Putin feitas durante a reunião do G-20, na Índia.

 Foto: Reprodução

Saiba mais: A declaração polêmica de Lula sobre blindar Putin de uma eventual prisão no Brasil no ano que vem foi feita durante uma entrevista exclusiva ao canal indiano Firstpost, no dia 9 de setembro, quando o presidente brasileiro participava do encontro do G-20 em Nova Délhi, na Índia.

Perguntado pela jornalista Palki Sharma se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, seria convidado para a reunião do G20 que ocorrerá no ano que vem no Brasil, Lula disse que sim, que ele próprio irá à reunião dos Brics na Rússia em 2024 e que Putin, assim como outros convidados, sentirão um clima de paz no Brasil.

A jornalista, então, lembra que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma e que há um mandado de prisão contra Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional. O Brasil promulgou o texto do Estatuto em 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e se comprometeu a cumprir as decisões do Estatuto e do TPI. O mandado de prisão contra Putin foi expedido em março por crimes de guerra.

Lula rebateu dizendo que, enquanto presidente do Brasil, pode dizer que não há razões para que Putin seja preso no País e que fazê-lo seria desrespeitar o Brasil. Veja o trecho da entrevista:

Recuo na fala

Nesta segunda-feira, 11, dois dias após a declaração à TV indiana, Lula recuou da fala e disse que a Justiça é quem irá decidir sobre uma eventual prisão de Putin no Brasil no ano que vem. “Eu não sei se a Justiça brasileira vai prender. Quem decide é a Justiça, não é o governo nem o parlamento. Quem toma a decisão é a Justiça e temos que ver se vai acontecer alguma coisa”, disse o presidente, em entrevista coletiva antes de decolar de volta ao Brasil. “Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão se vai prendê-lo ou não é a Justiça, não é o governo, nem o Congresso”, completou, como mostrou o Estadão.

Na ocasião, Lula também questionou que o Brasil seja signatário do Estatuto de Roma e disse que o TPI funciona apenas para países “bagrinhos”, se referindo aos emergentes, e argumentou que países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas não reconhecem o Tribunal Penal Internacional.

Sobre a guerra na Ucrânia, Lula voltou a dizer que o Brasil é 100% contrário a qualquer invasão territorial, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia. Mesmo assim, a declaração sobre Putin causou desgaste político, avaliaram aliados do governo.

Senado dos Estados Unidos não anunciou sanções contra o Brasil

Ao final do vídeo, aparece um trecho com diversos recortes de uma fala do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, cobrando sanções ao governo do Brasil. O vídeo viral alega que as sanções estriam sendo tomadas como uma consequências às declarações de Lula na Índia, mas não foi o que aconteceu – inclusive porque o pronunciamento de Ted Cruz é do dia 7 de setembro, ou seja, antes da reunião do G-20.

Segundo publicações na imprensa americana, Ted Cruz cobrou sanções ao governo brasileiro durante a audiência da Subcomissão de Relações Exteriores do Hemisfério Ocidental no Senado. A fala dele foi dirigida a Brian Nichols, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que participava do encontro.

Cruz falou sobre o avanço da esquerda na América Latina, criticou que o governo de Joe Biden decidiu abraçar líderes que são “ativamente hostis” aos Estados Unidos e lembrou que o presidente recebeu Lula na Casa Branca e o tratou como “bom amigo”. Em seguida, declarou: “Lula é um chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”.

Ele lembrou, então, que Lula permitiu, em fevereiro deste ano, que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro, e cobrou do secretário de Estado adjunto Brian Nichols uma sanção relativa a essa situação específica. O que o vídeo viral não mostra que que Nichols disse desconhecer qualquer sanção ao Brasil neste sentido. A resposta, contudo, foi publicada por Ted Cruz em sua própria conta no X (ex-Twitter):

O que estão compartilhando: que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confrontou o Tribunal Penal Internacional (TPI) em declaração sobre Vladimir Putin durante o G-20 e colocou o Brasil de vez na guerra contra a Ucrânia. Por causa disso, o Senado dos Estados Unidos prepara sanções contra o Brasil.

O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Lula de fato declarou a uma emissora de TV da Índia no dia 9 de setembro que Putin será convidado à reunião do G-20 que ocorrerá no Brasil em 2024, e que o russo não seria preso no País “porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”.

No entanto, a declaração não fez com que o Senado dos Estados Unidos preparasse sanções contra o País. O vídeo que circula nas redes sociais usa trechos recortados de um pronunciamento do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, feito no dia 7 de setembro. Antes, portanto, da entrevista de Lula.

Cruz cobrava sanções contra o Brasil por ter permitido que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro em fevereiro, e não por conta das declarações de Lula sobre Putin feitas durante a reunião do G-20, na Índia.

 Foto: Reprodução

Saiba mais: A declaração polêmica de Lula sobre blindar Putin de uma eventual prisão no Brasil no ano que vem foi feita durante uma entrevista exclusiva ao canal indiano Firstpost, no dia 9 de setembro, quando o presidente brasileiro participava do encontro do G-20 em Nova Délhi, na Índia.

Perguntado pela jornalista Palki Sharma se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, seria convidado para a reunião do G20 que ocorrerá no ano que vem no Brasil, Lula disse que sim, que ele próprio irá à reunião dos Brics na Rússia em 2024 e que Putin, assim como outros convidados, sentirão um clima de paz no Brasil.

A jornalista, então, lembra que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma e que há um mandado de prisão contra Putin expedido pelo Tribunal Penal Internacional. O Brasil promulgou o texto do Estatuto em 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e se comprometeu a cumprir as decisões do Estatuto e do TPI. O mandado de prisão contra Putin foi expedido em março por crimes de guerra.

Lula rebateu dizendo que, enquanto presidente do Brasil, pode dizer que não há razões para que Putin seja preso no País e que fazê-lo seria desrespeitar o Brasil. Veja o trecho da entrevista:

Recuo na fala

Nesta segunda-feira, 11, dois dias após a declaração à TV indiana, Lula recuou da fala e disse que a Justiça é quem irá decidir sobre uma eventual prisão de Putin no Brasil no ano que vem. “Eu não sei se a Justiça brasileira vai prender. Quem decide é a Justiça, não é o governo nem o parlamento. Quem toma a decisão é a Justiça e temos que ver se vai acontecer alguma coisa”, disse o presidente, em entrevista coletiva antes de decolar de volta ao Brasil. “Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão se vai prendê-lo ou não é a Justiça, não é o governo, nem o Congresso”, completou, como mostrou o Estadão.

Na ocasião, Lula também questionou que o Brasil seja signatário do Estatuto de Roma e disse que o TPI funciona apenas para países “bagrinhos”, se referindo aos emergentes, e argumentou que países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas não reconhecem o Tribunal Penal Internacional.

Sobre a guerra na Ucrânia, Lula voltou a dizer que o Brasil é 100% contrário a qualquer invasão territorial, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia. Mesmo assim, a declaração sobre Putin causou desgaste político, avaliaram aliados do governo.

Senado dos Estados Unidos não anunciou sanções contra o Brasil

Ao final do vídeo, aparece um trecho com diversos recortes de uma fala do senador norte-americano Ted Cruz, do partido Republicano, cobrando sanções ao governo do Brasil. O vídeo viral alega que as sanções estriam sendo tomadas como uma consequências às declarações de Lula na Índia, mas não foi o que aconteceu – inclusive porque o pronunciamento de Ted Cruz é do dia 7 de setembro, ou seja, antes da reunião do G-20.

Segundo publicações na imprensa americana, Ted Cruz cobrou sanções ao governo brasileiro durante a audiência da Subcomissão de Relações Exteriores do Hemisfério Ocidental no Senado. A fala dele foi dirigida a Brian Nichols, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que participava do encontro.

Cruz falou sobre o avanço da esquerda na América Latina, criticou que o governo de Joe Biden decidiu abraçar líderes que são “ativamente hostis” aos Estados Unidos e lembrou que o presidente recebeu Lula na Casa Branca e o tratou como “bom amigo”. Em seguida, declarou: “Lula é um chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”.

Ele lembrou, então, que Lula permitiu, em fevereiro deste ano, que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro, e cobrou do secretário de Estado adjunto Brian Nichols uma sanção relativa a essa situação específica. O que o vídeo viral não mostra que que Nichols disse desconhecer qualquer sanção ao Brasil neste sentido. A resposta, contudo, foi publicada por Ted Cruz em sua própria conta no X (ex-Twitter):

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