Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a civis palestinos, não ao Hamas


Duas toneladas de mantimentos foram entregues ao movimento sem vínculo estatal Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, para assistência humanitária na Faixa de Gaza

Por Projeto Comprova

Esta verificação foi publicada em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Conteúdo investigado: Publicações usam imagens de integrantes do MST segurando alimentos ao lado de duas bandeiras, uma do próprio movimento e outra da Palestina. Há uma legenda com os dizeres: “Quem iria desconfiar que o MST está doando alimentos para o Hamas que está sendo transportado pela FAB…”.

Onde foi publicado: Telegram e no X (antigo Twitter).

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Conclusão do Comprova: Publicações enganam ao afirmar que alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) seriam destinados para o grupo Hamas, em conflito armado desde o início de outubro com Israel. Os mantimentos que deixaram o Brasil no último dia 30, com destino ao Egito, serão usados para ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, uma das áreas mais afetadas pela guerra.

Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a palestinos, não ao Hamas Foto: Arte/Estadão

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, explicou que o avião enviado para “continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros” que estão na zona de guerra foi utilizado também para enviar ajuda humanitária. A explicação também foi publicada na Agência Gov.

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O avião enviado irá substituir outra aeronave presidencial de mesmo porte que está no Cairo, capital do Egito, há duas semanas, aguardando para fazer a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O veículo que estava na cidade egípcia tem manutenção programada no Brasil agendada para os próximos dias e precisa retornar.

O carregamento incluiu arroz, açúcar, derivados de milho e leite em pó produzidos pelas famílias do MST em todo o Brasil. O movimento ressaltou que pretende enviar 100 toneladas de alimentos para os territórios ocupados por palestinos, em ações viabilizadas com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como aconteceu neste caso. A FAB confirmou o transporte, mas ressaltou que cuidou apenas do translado dos alimentos e que o avião já chegou ao destino, em Cairo, no Egito. A logística de preparo foi feita pelo governo brasileiro por meio do MRE.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que o governo federal e a sociedade civil estariam fazendo “nova contribuição para os esforços internacionais de assistência humanitária aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza, com a doação de 2 toneladas de alimentos oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”.

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Ao Comprova, a pasta reiterou o posicionamento e explicou que os alimentos foram entregues ao Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, movimento humanitário não vinculado a qualquer Estado e cuja atuação é amparada pela Convenção de Genebra, documento internacional adotado em 1949 que estabelece as regras destinadas a proteger as vítimas da guerra. A entidade assumiu a responsabilidade de coordenar a logística de transporte, o cruzamento da fronteira e as entregas em Gaza. O mesmo foi feito quando o Brasil enviou 40 purificadores de água em 16 de outubro.

Assim como na primeira entrega, a Embaixada do Brasil no Egito comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio sobre o envio das doações e o Crescente Vermelho, que organiza a entrega. A aeronave aguardava, até 31 de outubro, a autorização para decolar para o aeroporto Al-Arish, que fica a pouco mais de 50 quilômetros da passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza. O Crescente Vermelho faz a entrega dos materiais em caminhões, mas depende de autorização das autoridades israelenses.

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FAB leva carregamento de alimentos doados pelo MST para ajuda humanitária para Faixa de Gaza Foto: FAB/Divulgação

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 1º de novembro, foram mais de 160 mil visualizações, 5 mil curtidas e mil compartilhamentos no X (antigo Twitter). No Telegram, foram mais de 15,5 mil visualizações.

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Como verificamos: Inicialmente, fizemos uma busca no Google com os termos “avião MST alimentos” e fomos direcionados para diversas matérias de veículos de comunicação abordando o envio dos alimentos. Consultamos também o site oficial do MST, que, no dia 31 de outubro, dava destaque às informações sobre o envio dos mantimentos. Entre os conteúdos encontrados no portal, está uma das fotos usadas na peça de desinformação, dos integrantes do movimento fazendo a entrega dos alimentos ao lado da bandeira do MST e da Palestina.

Entramos também em contato com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a Força Aérea Brasileira (FAB) para saber mais informações sobre a entrega dos produtos.

ONU alerta risco de fome generalizada em Gaza

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O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou, em 12 de outubro, que comida e água potável estão em quantidade perigosamente baixa na Faixa de Gaza. O anúncio aconteceu dois dias depois de Israel anunciar um bloqueio total ao território, em resposta aos ataques do Hamas ao país. Diante da crise, a agência alimentar de emergência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a criação de corredores humanitários para levar alimentos para a região.

“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters. Na ocasião, ele ainda frisou que o PMA fornece alimentos a milhares de pessoas que procuram por abrigos em escolas e em outros locais de Gaza, mas que “ficaremos sem comida muito em breve”. Em 15 de outubro, a agência alimentar voltou a alertar para o risco de fome generalizada.

Palestinos em escombros de prédios destruídos por um ataque aéreo de Israel no campo de refugiados de Bureij, na região central de Gaza. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Israel anunciou um cerco total à Faixa de Gaza com o bloqueio de alimentos, combustível e água no território palestino e fechando pontos de passagem após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Em cerca de 25 dias de conflito, o número de vítimas passa de 9,7 mil – sendo 8.306 palestinos e 1.405 israelenses, segundo dados dos governos e demais autoridades locais.

Como publicou o G1, um representante do governo de Israel disse que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região. No entanto, no último dia 29, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que presta serviços públicos e ajuda humanitária na região, reforçou a falta de suprimentos e a insuficiência de recursos que chegam em Gaza pelo Egito.

O que é o Hamas?

O post analisado alega que os alimentos serão enviados ao Hamas, em uma generalização sobre a população de Gaza. No entanto, enquanto o Hamas possui cerca de 30 mil combatentes, segundo dados israelenses, a população da região é de cerca de 2,2 milhões de pessoas.

A organização fundamentalista Hamas se define como um movimento de resistência baseado no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. O grupo controla a Faixa de Gaza desde 2006, quando assumiu a região após uma disputa violenta com o Fatah, que hoje governa a Cisjordânia, o outro território palestino ocupado por Israel. Em 2006, o Hamas venceu as eleições gerais palestinas, mas o Fatah não aceitou ceder o comando da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o que engolfou os dois partidos em um confronto.

O Hamas foi criado durante a Primeira Intifada palestina, um movimento contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A carta que sinaliza sua fundação, de 1988, rechaça a existência do Estado de Israel. O Projeto Comprova já esclareceu que a Autoridade Palestina e o Hamas não são o mesmo grupo.

Brasil não classifica Hamas como grupo terrorista

O governo federal não considera o Hamas como organização terrorista, seguindo a visão da ONU, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de outubro. A decisão segue o posicionamento histórico do Brasil em concordar com a classificação do Conselho de Segurança da organização.

O presidente declarou que “a posição do Brasil é a mais clara e nítida possível”. “O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, disse a jornalistas. Apesar da definição, Lula afirmou que o país vê as ações do grupo islâmico como atos terroristas.

Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista. No entanto, Noruega, Suíça, Rússia e China, assim como o Brasil, não adotam essa definição e mantêm um princípio de neutralidade, atuando como mediadores em conflitos.

Em 18 de outubro, os EUA rejeitou o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O país havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal da ONU sobre o conflito no Oriente Médio. A proposta brasileira condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava Israel – sem mencioná-lo – pelo fim do bloqueio à Gaza. Com a rejeição estadunidense, o texto foi vetado no Conselho de Segurança.

O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil que publicou o conteúdo no X e também pelo email da página, disponibilizado na descrição do grupo no Telegram. Em nenhum dos dois canais houve resposta até a publicação desta checagem.

O que podemos aprender com esta verificação: Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, muitas publicações usam o momento para espalhar desinformação. Neste caso, o post usa informações reais de forma enganosa para levar a uma interpretação diferente da verdadeira. Há uma distorção sobre os civis palestinos que vivem na Faixa de Gaza, com a sugestão falsa de que todos seriam integrantes do Hamas. Em situações como essa, é importante procurar por informações confiáveis e seguras para entender o que, de fato, está sendo informado, além de verificar se a alegação é verdadeira ou não.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início do conflito armado entre o grupo Hamas e Israel, diversas peças de desinformação passaram a circular nas redes sociais. O Comprova já mostrou que é falso que integrantes do grupo extremista chegaram ao Brasil e que o governo federal doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para ajuda humanitária, e não ao Hamas. O MST também já foi alvo de verificações do Comprova, como a que afirma que policiais foram expulsos pelo movimento de protesto em rodovia no Paraná, e não feitos reféns, e que post engana ao associar ao movimento plantação de maconha na Bahia.

Esta verificação foi publicada em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Conteúdo investigado: Publicações usam imagens de integrantes do MST segurando alimentos ao lado de duas bandeiras, uma do próprio movimento e outra da Palestina. Há uma legenda com os dizeres: “Quem iria desconfiar que o MST está doando alimentos para o Hamas que está sendo transportado pela FAB…”.

Onde foi publicado: Telegram e no X (antigo Twitter).

Conclusão do Comprova: Publicações enganam ao afirmar que alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) seriam destinados para o grupo Hamas, em conflito armado desde o início de outubro com Israel. Os mantimentos que deixaram o Brasil no último dia 30, com destino ao Egito, serão usados para ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, uma das áreas mais afetadas pela guerra.

Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a palestinos, não ao Hamas Foto: Arte/Estadão

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, explicou que o avião enviado para “continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros” que estão na zona de guerra foi utilizado também para enviar ajuda humanitária. A explicação também foi publicada na Agência Gov.

O avião enviado irá substituir outra aeronave presidencial de mesmo porte que está no Cairo, capital do Egito, há duas semanas, aguardando para fazer a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O veículo que estava na cidade egípcia tem manutenção programada no Brasil agendada para os próximos dias e precisa retornar.

O carregamento incluiu arroz, açúcar, derivados de milho e leite em pó produzidos pelas famílias do MST em todo o Brasil. O movimento ressaltou que pretende enviar 100 toneladas de alimentos para os territórios ocupados por palestinos, em ações viabilizadas com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como aconteceu neste caso. A FAB confirmou o transporte, mas ressaltou que cuidou apenas do translado dos alimentos e que o avião já chegou ao destino, em Cairo, no Egito. A logística de preparo foi feita pelo governo brasileiro por meio do MRE.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que o governo federal e a sociedade civil estariam fazendo “nova contribuição para os esforços internacionais de assistência humanitária aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza, com a doação de 2 toneladas de alimentos oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”.

Ao Comprova, a pasta reiterou o posicionamento e explicou que os alimentos foram entregues ao Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, movimento humanitário não vinculado a qualquer Estado e cuja atuação é amparada pela Convenção de Genebra, documento internacional adotado em 1949 que estabelece as regras destinadas a proteger as vítimas da guerra. A entidade assumiu a responsabilidade de coordenar a logística de transporte, o cruzamento da fronteira e as entregas em Gaza. O mesmo foi feito quando o Brasil enviou 40 purificadores de água em 16 de outubro.

Assim como na primeira entrega, a Embaixada do Brasil no Egito comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio sobre o envio das doações e o Crescente Vermelho, que organiza a entrega. A aeronave aguardava, até 31 de outubro, a autorização para decolar para o aeroporto Al-Arish, que fica a pouco mais de 50 quilômetros da passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza. O Crescente Vermelho faz a entrega dos materiais em caminhões, mas depende de autorização das autoridades israelenses.

FAB leva carregamento de alimentos doados pelo MST para ajuda humanitária para Faixa de Gaza Foto: FAB/Divulgação

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 1º de novembro, foram mais de 160 mil visualizações, 5 mil curtidas e mil compartilhamentos no X (antigo Twitter). No Telegram, foram mais de 15,5 mil visualizações.

Como verificamos: Inicialmente, fizemos uma busca no Google com os termos “avião MST alimentos” e fomos direcionados para diversas matérias de veículos de comunicação abordando o envio dos alimentos. Consultamos também o site oficial do MST, que, no dia 31 de outubro, dava destaque às informações sobre o envio dos mantimentos. Entre os conteúdos encontrados no portal, está uma das fotos usadas na peça de desinformação, dos integrantes do movimento fazendo a entrega dos alimentos ao lado da bandeira do MST e da Palestina.

Entramos também em contato com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a Força Aérea Brasileira (FAB) para saber mais informações sobre a entrega dos produtos.

ONU alerta risco de fome generalizada em Gaza

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou, em 12 de outubro, que comida e água potável estão em quantidade perigosamente baixa na Faixa de Gaza. O anúncio aconteceu dois dias depois de Israel anunciar um bloqueio total ao território, em resposta aos ataques do Hamas ao país. Diante da crise, a agência alimentar de emergência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a criação de corredores humanitários para levar alimentos para a região.

“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters. Na ocasião, ele ainda frisou que o PMA fornece alimentos a milhares de pessoas que procuram por abrigos em escolas e em outros locais de Gaza, mas que “ficaremos sem comida muito em breve”. Em 15 de outubro, a agência alimentar voltou a alertar para o risco de fome generalizada.

Palestinos em escombros de prédios destruídos por um ataque aéreo de Israel no campo de refugiados de Bureij, na região central de Gaza. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Israel anunciou um cerco total à Faixa de Gaza com o bloqueio de alimentos, combustível e água no território palestino e fechando pontos de passagem após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Em cerca de 25 dias de conflito, o número de vítimas passa de 9,7 mil – sendo 8.306 palestinos e 1.405 israelenses, segundo dados dos governos e demais autoridades locais.

Como publicou o G1, um representante do governo de Israel disse que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região. No entanto, no último dia 29, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que presta serviços públicos e ajuda humanitária na região, reforçou a falta de suprimentos e a insuficiência de recursos que chegam em Gaza pelo Egito.

O que é o Hamas?

O post analisado alega que os alimentos serão enviados ao Hamas, em uma generalização sobre a população de Gaza. No entanto, enquanto o Hamas possui cerca de 30 mil combatentes, segundo dados israelenses, a população da região é de cerca de 2,2 milhões de pessoas.

A organização fundamentalista Hamas se define como um movimento de resistência baseado no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. O grupo controla a Faixa de Gaza desde 2006, quando assumiu a região após uma disputa violenta com o Fatah, que hoje governa a Cisjordânia, o outro território palestino ocupado por Israel. Em 2006, o Hamas venceu as eleições gerais palestinas, mas o Fatah não aceitou ceder o comando da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o que engolfou os dois partidos em um confronto.

O Hamas foi criado durante a Primeira Intifada palestina, um movimento contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A carta que sinaliza sua fundação, de 1988, rechaça a existência do Estado de Israel. O Projeto Comprova já esclareceu que a Autoridade Palestina e o Hamas não são o mesmo grupo.

Brasil não classifica Hamas como grupo terrorista

O governo federal não considera o Hamas como organização terrorista, seguindo a visão da ONU, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de outubro. A decisão segue o posicionamento histórico do Brasil em concordar com a classificação do Conselho de Segurança da organização.

O presidente declarou que “a posição do Brasil é a mais clara e nítida possível”. “O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, disse a jornalistas. Apesar da definição, Lula afirmou que o país vê as ações do grupo islâmico como atos terroristas.

Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista. No entanto, Noruega, Suíça, Rússia e China, assim como o Brasil, não adotam essa definição e mantêm um princípio de neutralidade, atuando como mediadores em conflitos.

Em 18 de outubro, os EUA rejeitou o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O país havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal da ONU sobre o conflito no Oriente Médio. A proposta brasileira condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava Israel – sem mencioná-lo – pelo fim do bloqueio à Gaza. Com a rejeição estadunidense, o texto foi vetado no Conselho de Segurança.

O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil que publicou o conteúdo no X e também pelo email da página, disponibilizado na descrição do grupo no Telegram. Em nenhum dos dois canais houve resposta até a publicação desta checagem.

O que podemos aprender com esta verificação: Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, muitas publicações usam o momento para espalhar desinformação. Neste caso, o post usa informações reais de forma enganosa para levar a uma interpretação diferente da verdadeira. Há uma distorção sobre os civis palestinos que vivem na Faixa de Gaza, com a sugestão falsa de que todos seriam integrantes do Hamas. Em situações como essa, é importante procurar por informações confiáveis e seguras para entender o que, de fato, está sendo informado, além de verificar se a alegação é verdadeira ou não.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início do conflito armado entre o grupo Hamas e Israel, diversas peças de desinformação passaram a circular nas redes sociais. O Comprova já mostrou que é falso que integrantes do grupo extremista chegaram ao Brasil e que o governo federal doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para ajuda humanitária, e não ao Hamas. O MST também já foi alvo de verificações do Comprova, como a que afirma que policiais foram expulsos pelo movimento de protesto em rodovia no Paraná, e não feitos reféns, e que post engana ao associar ao movimento plantação de maconha na Bahia.

Esta verificação foi publicada em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Conteúdo investigado: Publicações usam imagens de integrantes do MST segurando alimentos ao lado de duas bandeiras, uma do próprio movimento e outra da Palestina. Há uma legenda com os dizeres: “Quem iria desconfiar que o MST está doando alimentos para o Hamas que está sendo transportado pela FAB…”.

Onde foi publicado: Telegram e no X (antigo Twitter).

Conclusão do Comprova: Publicações enganam ao afirmar que alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) seriam destinados para o grupo Hamas, em conflito armado desde o início de outubro com Israel. Os mantimentos que deixaram o Brasil no último dia 30, com destino ao Egito, serão usados para ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, uma das áreas mais afetadas pela guerra.

Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a palestinos, não ao Hamas Foto: Arte/Estadão

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, explicou que o avião enviado para “continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros” que estão na zona de guerra foi utilizado também para enviar ajuda humanitária. A explicação também foi publicada na Agência Gov.

O avião enviado irá substituir outra aeronave presidencial de mesmo porte que está no Cairo, capital do Egito, há duas semanas, aguardando para fazer a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O veículo que estava na cidade egípcia tem manutenção programada no Brasil agendada para os próximos dias e precisa retornar.

O carregamento incluiu arroz, açúcar, derivados de milho e leite em pó produzidos pelas famílias do MST em todo o Brasil. O movimento ressaltou que pretende enviar 100 toneladas de alimentos para os territórios ocupados por palestinos, em ações viabilizadas com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como aconteceu neste caso. A FAB confirmou o transporte, mas ressaltou que cuidou apenas do translado dos alimentos e que o avião já chegou ao destino, em Cairo, no Egito. A logística de preparo foi feita pelo governo brasileiro por meio do MRE.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que o governo federal e a sociedade civil estariam fazendo “nova contribuição para os esforços internacionais de assistência humanitária aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza, com a doação de 2 toneladas de alimentos oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”.

Ao Comprova, a pasta reiterou o posicionamento e explicou que os alimentos foram entregues ao Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, movimento humanitário não vinculado a qualquer Estado e cuja atuação é amparada pela Convenção de Genebra, documento internacional adotado em 1949 que estabelece as regras destinadas a proteger as vítimas da guerra. A entidade assumiu a responsabilidade de coordenar a logística de transporte, o cruzamento da fronteira e as entregas em Gaza. O mesmo foi feito quando o Brasil enviou 40 purificadores de água em 16 de outubro.

Assim como na primeira entrega, a Embaixada do Brasil no Egito comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio sobre o envio das doações e o Crescente Vermelho, que organiza a entrega. A aeronave aguardava, até 31 de outubro, a autorização para decolar para o aeroporto Al-Arish, que fica a pouco mais de 50 quilômetros da passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza. O Crescente Vermelho faz a entrega dos materiais em caminhões, mas depende de autorização das autoridades israelenses.

FAB leva carregamento de alimentos doados pelo MST para ajuda humanitária para Faixa de Gaza Foto: FAB/Divulgação

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 1º de novembro, foram mais de 160 mil visualizações, 5 mil curtidas e mil compartilhamentos no X (antigo Twitter). No Telegram, foram mais de 15,5 mil visualizações.

Como verificamos: Inicialmente, fizemos uma busca no Google com os termos “avião MST alimentos” e fomos direcionados para diversas matérias de veículos de comunicação abordando o envio dos alimentos. Consultamos também o site oficial do MST, que, no dia 31 de outubro, dava destaque às informações sobre o envio dos mantimentos. Entre os conteúdos encontrados no portal, está uma das fotos usadas na peça de desinformação, dos integrantes do movimento fazendo a entrega dos alimentos ao lado da bandeira do MST e da Palestina.

Entramos também em contato com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a Força Aérea Brasileira (FAB) para saber mais informações sobre a entrega dos produtos.

ONU alerta risco de fome generalizada em Gaza

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou, em 12 de outubro, que comida e água potável estão em quantidade perigosamente baixa na Faixa de Gaza. O anúncio aconteceu dois dias depois de Israel anunciar um bloqueio total ao território, em resposta aos ataques do Hamas ao país. Diante da crise, a agência alimentar de emergência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a criação de corredores humanitários para levar alimentos para a região.

“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters. Na ocasião, ele ainda frisou que o PMA fornece alimentos a milhares de pessoas que procuram por abrigos em escolas e em outros locais de Gaza, mas que “ficaremos sem comida muito em breve”. Em 15 de outubro, a agência alimentar voltou a alertar para o risco de fome generalizada.

Palestinos em escombros de prédios destruídos por um ataque aéreo de Israel no campo de refugiados de Bureij, na região central de Gaza. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Israel anunciou um cerco total à Faixa de Gaza com o bloqueio de alimentos, combustível e água no território palestino e fechando pontos de passagem após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Em cerca de 25 dias de conflito, o número de vítimas passa de 9,7 mil – sendo 8.306 palestinos e 1.405 israelenses, segundo dados dos governos e demais autoridades locais.

Como publicou o G1, um representante do governo de Israel disse que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região. No entanto, no último dia 29, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que presta serviços públicos e ajuda humanitária na região, reforçou a falta de suprimentos e a insuficiência de recursos que chegam em Gaza pelo Egito.

O que é o Hamas?

O post analisado alega que os alimentos serão enviados ao Hamas, em uma generalização sobre a população de Gaza. No entanto, enquanto o Hamas possui cerca de 30 mil combatentes, segundo dados israelenses, a população da região é de cerca de 2,2 milhões de pessoas.

A organização fundamentalista Hamas se define como um movimento de resistência baseado no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. O grupo controla a Faixa de Gaza desde 2006, quando assumiu a região após uma disputa violenta com o Fatah, que hoje governa a Cisjordânia, o outro território palestino ocupado por Israel. Em 2006, o Hamas venceu as eleições gerais palestinas, mas o Fatah não aceitou ceder o comando da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o que engolfou os dois partidos em um confronto.

O Hamas foi criado durante a Primeira Intifada palestina, um movimento contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A carta que sinaliza sua fundação, de 1988, rechaça a existência do Estado de Israel. O Projeto Comprova já esclareceu que a Autoridade Palestina e o Hamas não são o mesmo grupo.

Brasil não classifica Hamas como grupo terrorista

O governo federal não considera o Hamas como organização terrorista, seguindo a visão da ONU, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de outubro. A decisão segue o posicionamento histórico do Brasil em concordar com a classificação do Conselho de Segurança da organização.

O presidente declarou que “a posição do Brasil é a mais clara e nítida possível”. “O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, disse a jornalistas. Apesar da definição, Lula afirmou que o país vê as ações do grupo islâmico como atos terroristas.

Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista. No entanto, Noruega, Suíça, Rússia e China, assim como o Brasil, não adotam essa definição e mantêm um princípio de neutralidade, atuando como mediadores em conflitos.

Em 18 de outubro, os EUA rejeitou o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O país havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal da ONU sobre o conflito no Oriente Médio. A proposta brasileira condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava Israel – sem mencioná-lo – pelo fim do bloqueio à Gaza. Com a rejeição estadunidense, o texto foi vetado no Conselho de Segurança.

O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil que publicou o conteúdo no X e também pelo email da página, disponibilizado na descrição do grupo no Telegram. Em nenhum dos dois canais houve resposta até a publicação desta checagem.

O que podemos aprender com esta verificação: Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, muitas publicações usam o momento para espalhar desinformação. Neste caso, o post usa informações reais de forma enganosa para levar a uma interpretação diferente da verdadeira. Há uma distorção sobre os civis palestinos que vivem na Faixa de Gaza, com a sugestão falsa de que todos seriam integrantes do Hamas. Em situações como essa, é importante procurar por informações confiáveis e seguras para entender o que, de fato, está sendo informado, além de verificar se a alegação é verdadeira ou não.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início do conflito armado entre o grupo Hamas e Israel, diversas peças de desinformação passaram a circular nas redes sociais. O Comprova já mostrou que é falso que integrantes do grupo extremista chegaram ao Brasil e que o governo federal doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para ajuda humanitária, e não ao Hamas. O MST também já foi alvo de verificações do Comprova, como a que afirma que policiais foram expulsos pelo movimento de protesto em rodovia no Paraná, e não feitos reféns, e que post engana ao associar ao movimento plantação de maconha na Bahia.

Esta verificação foi publicada em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Conteúdo investigado: Publicações usam imagens de integrantes do MST segurando alimentos ao lado de duas bandeiras, uma do próprio movimento e outra da Palestina. Há uma legenda com os dizeres: “Quem iria desconfiar que o MST está doando alimentos para o Hamas que está sendo transportado pela FAB…”.

Onde foi publicado: Telegram e no X (antigo Twitter).

Conclusão do Comprova: Publicações enganam ao afirmar que alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) seriam destinados para o grupo Hamas, em conflito armado desde o início de outubro com Israel. Os mantimentos que deixaram o Brasil no último dia 30, com destino ao Egito, serão usados para ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, uma das áreas mais afetadas pela guerra.

Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a palestinos, não ao Hamas Foto: Arte/Estadão

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, explicou que o avião enviado para “continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros” que estão na zona de guerra foi utilizado também para enviar ajuda humanitária. A explicação também foi publicada na Agência Gov.

O avião enviado irá substituir outra aeronave presidencial de mesmo porte que está no Cairo, capital do Egito, há duas semanas, aguardando para fazer a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O veículo que estava na cidade egípcia tem manutenção programada no Brasil agendada para os próximos dias e precisa retornar.

O carregamento incluiu arroz, açúcar, derivados de milho e leite em pó produzidos pelas famílias do MST em todo o Brasil. O movimento ressaltou que pretende enviar 100 toneladas de alimentos para os territórios ocupados por palestinos, em ações viabilizadas com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como aconteceu neste caso. A FAB confirmou o transporte, mas ressaltou que cuidou apenas do translado dos alimentos e que o avião já chegou ao destino, em Cairo, no Egito. A logística de preparo foi feita pelo governo brasileiro por meio do MRE.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que o governo federal e a sociedade civil estariam fazendo “nova contribuição para os esforços internacionais de assistência humanitária aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza, com a doação de 2 toneladas de alimentos oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”.

Ao Comprova, a pasta reiterou o posicionamento e explicou que os alimentos foram entregues ao Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, movimento humanitário não vinculado a qualquer Estado e cuja atuação é amparada pela Convenção de Genebra, documento internacional adotado em 1949 que estabelece as regras destinadas a proteger as vítimas da guerra. A entidade assumiu a responsabilidade de coordenar a logística de transporte, o cruzamento da fronteira e as entregas em Gaza. O mesmo foi feito quando o Brasil enviou 40 purificadores de água em 16 de outubro.

Assim como na primeira entrega, a Embaixada do Brasil no Egito comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio sobre o envio das doações e o Crescente Vermelho, que organiza a entrega. A aeronave aguardava, até 31 de outubro, a autorização para decolar para o aeroporto Al-Arish, que fica a pouco mais de 50 quilômetros da passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza. O Crescente Vermelho faz a entrega dos materiais em caminhões, mas depende de autorização das autoridades israelenses.

FAB leva carregamento de alimentos doados pelo MST para ajuda humanitária para Faixa de Gaza Foto: FAB/Divulgação

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 1º de novembro, foram mais de 160 mil visualizações, 5 mil curtidas e mil compartilhamentos no X (antigo Twitter). No Telegram, foram mais de 15,5 mil visualizações.

Como verificamos: Inicialmente, fizemos uma busca no Google com os termos “avião MST alimentos” e fomos direcionados para diversas matérias de veículos de comunicação abordando o envio dos alimentos. Consultamos também o site oficial do MST, que, no dia 31 de outubro, dava destaque às informações sobre o envio dos mantimentos. Entre os conteúdos encontrados no portal, está uma das fotos usadas na peça de desinformação, dos integrantes do movimento fazendo a entrega dos alimentos ao lado da bandeira do MST e da Palestina.

Entramos também em contato com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a Força Aérea Brasileira (FAB) para saber mais informações sobre a entrega dos produtos.

ONU alerta risco de fome generalizada em Gaza

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou, em 12 de outubro, que comida e água potável estão em quantidade perigosamente baixa na Faixa de Gaza. O anúncio aconteceu dois dias depois de Israel anunciar um bloqueio total ao território, em resposta aos ataques do Hamas ao país. Diante da crise, a agência alimentar de emergência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a criação de corredores humanitários para levar alimentos para a região.

“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters. Na ocasião, ele ainda frisou que o PMA fornece alimentos a milhares de pessoas que procuram por abrigos em escolas e em outros locais de Gaza, mas que “ficaremos sem comida muito em breve”. Em 15 de outubro, a agência alimentar voltou a alertar para o risco de fome generalizada.

Palestinos em escombros de prédios destruídos por um ataque aéreo de Israel no campo de refugiados de Bureij, na região central de Gaza. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Israel anunciou um cerco total à Faixa de Gaza com o bloqueio de alimentos, combustível e água no território palestino e fechando pontos de passagem após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Em cerca de 25 dias de conflito, o número de vítimas passa de 9,7 mil – sendo 8.306 palestinos e 1.405 israelenses, segundo dados dos governos e demais autoridades locais.

Como publicou o G1, um representante do governo de Israel disse que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região. No entanto, no último dia 29, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que presta serviços públicos e ajuda humanitária na região, reforçou a falta de suprimentos e a insuficiência de recursos que chegam em Gaza pelo Egito.

O que é o Hamas?

O post analisado alega que os alimentos serão enviados ao Hamas, em uma generalização sobre a população de Gaza. No entanto, enquanto o Hamas possui cerca de 30 mil combatentes, segundo dados israelenses, a população da região é de cerca de 2,2 milhões de pessoas.

A organização fundamentalista Hamas se define como um movimento de resistência baseado no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. O grupo controla a Faixa de Gaza desde 2006, quando assumiu a região após uma disputa violenta com o Fatah, que hoje governa a Cisjordânia, o outro território palestino ocupado por Israel. Em 2006, o Hamas venceu as eleições gerais palestinas, mas o Fatah não aceitou ceder o comando da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o que engolfou os dois partidos em um confronto.

O Hamas foi criado durante a Primeira Intifada palestina, um movimento contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A carta que sinaliza sua fundação, de 1988, rechaça a existência do Estado de Israel. O Projeto Comprova já esclareceu que a Autoridade Palestina e o Hamas não são o mesmo grupo.

Brasil não classifica Hamas como grupo terrorista

O governo federal não considera o Hamas como organização terrorista, seguindo a visão da ONU, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de outubro. A decisão segue o posicionamento histórico do Brasil em concordar com a classificação do Conselho de Segurança da organização.

O presidente declarou que “a posição do Brasil é a mais clara e nítida possível”. “O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, disse a jornalistas. Apesar da definição, Lula afirmou que o país vê as ações do grupo islâmico como atos terroristas.

Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista. No entanto, Noruega, Suíça, Rússia e China, assim como o Brasil, não adotam essa definição e mantêm um princípio de neutralidade, atuando como mediadores em conflitos.

Em 18 de outubro, os EUA rejeitou o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O país havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal da ONU sobre o conflito no Oriente Médio. A proposta brasileira condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava Israel – sem mencioná-lo – pelo fim do bloqueio à Gaza. Com a rejeição estadunidense, o texto foi vetado no Conselho de Segurança.

O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil que publicou o conteúdo no X e também pelo email da página, disponibilizado na descrição do grupo no Telegram. Em nenhum dos dois canais houve resposta até a publicação desta checagem.

O que podemos aprender com esta verificação: Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, muitas publicações usam o momento para espalhar desinformação. Neste caso, o post usa informações reais de forma enganosa para levar a uma interpretação diferente da verdadeira. Há uma distorção sobre os civis palestinos que vivem na Faixa de Gaza, com a sugestão falsa de que todos seriam integrantes do Hamas. Em situações como essa, é importante procurar por informações confiáveis e seguras para entender o que, de fato, está sendo informado, além de verificar se a alegação é verdadeira ou não.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início do conflito armado entre o grupo Hamas e Israel, diversas peças de desinformação passaram a circular nas redes sociais. O Comprova já mostrou que é falso que integrantes do grupo extremista chegaram ao Brasil e que o governo federal doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para ajuda humanitária, e não ao Hamas. O MST também já foi alvo de verificações do Comprova, como a que afirma que policiais foram expulsos pelo movimento de protesto em rodovia no Paraná, e não feitos reféns, e que post engana ao associar ao movimento plantação de maconha na Bahia.

Esta verificação foi publicada em parceria com o Projeto Comprova. Leia mais sobre a iniciativa aqui.

Conteúdo investigado: Publicações usam imagens de integrantes do MST segurando alimentos ao lado de duas bandeiras, uma do próprio movimento e outra da Palestina. Há uma legenda com os dizeres: “Quem iria desconfiar que o MST está doando alimentos para o Hamas que está sendo transportado pela FAB…”.

Onde foi publicado: Telegram e no X (antigo Twitter).

Conclusão do Comprova: Publicações enganam ao afirmar que alimentos doados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) seriam destinados para o grupo Hamas, em conflito armado desde o início de outubro com Israel. Os mantimentos que deixaram o Brasil no último dia 30, com destino ao Egito, serão usados para ajuda humanitária a palestinos na Faixa de Gaza, uma das áreas mais afetadas pela guerra.

Transportados pela FAB, alimentos doados pelo MST foram destinados a palestinos, não ao Hamas Foto: Arte/Estadão

Pelas redes sociais, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, explicou que o avião enviado para “continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros” que estão na zona de guerra foi utilizado também para enviar ajuda humanitária. A explicação também foi publicada na Agência Gov.

O avião enviado irá substituir outra aeronave presidencial de mesmo porte que está no Cairo, capital do Egito, há duas semanas, aguardando para fazer a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O veículo que estava na cidade egípcia tem manutenção programada no Brasil agendada para os próximos dias e precisa retornar.

O carregamento incluiu arroz, açúcar, derivados de milho e leite em pó produzidos pelas famílias do MST em todo o Brasil. O movimento ressaltou que pretende enviar 100 toneladas de alimentos para os territórios ocupados por palestinos, em ações viabilizadas com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como aconteceu neste caso. A FAB confirmou o transporte, mas ressaltou que cuidou apenas do translado dos alimentos e que o avião já chegou ao destino, em Cairo, no Egito. A logística de preparo foi feita pelo governo brasileiro por meio do MRE.

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que o governo federal e a sociedade civil estariam fazendo “nova contribuição para os esforços internacionais de assistência humanitária aos afetados pelo conflito na Faixa de Gaza, com a doação de 2 toneladas de alimentos oferecida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra”.

Ao Comprova, a pasta reiterou o posicionamento e explicou que os alimentos foram entregues ao Crescente Vermelho, um braço da Cruz Vermelha, movimento humanitário não vinculado a qualquer Estado e cuja atuação é amparada pela Convenção de Genebra, documento internacional adotado em 1949 que estabelece as regras destinadas a proteger as vítimas da guerra. A entidade assumiu a responsabilidade de coordenar a logística de transporte, o cruzamento da fronteira e as entregas em Gaza. O mesmo foi feito quando o Brasil enviou 40 purificadores de água em 16 de outubro.

Assim como na primeira entrega, a Embaixada do Brasil no Egito comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio sobre o envio das doações e o Crescente Vermelho, que organiza a entrega. A aeronave aguardava, até 31 de outubro, a autorização para decolar para o aeroporto Al-Arish, que fica a pouco mais de 50 quilômetros da passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza. O Crescente Vermelho faz a entrega dos materiais em caminhões, mas depende de autorização das autoridades israelenses.

FAB leva carregamento de alimentos doados pelo MST para ajuda humanitária para Faixa de Gaza Foto: FAB/Divulgação

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 1º de novembro, foram mais de 160 mil visualizações, 5 mil curtidas e mil compartilhamentos no X (antigo Twitter). No Telegram, foram mais de 15,5 mil visualizações.

Como verificamos: Inicialmente, fizemos uma busca no Google com os termos “avião MST alimentos” e fomos direcionados para diversas matérias de veículos de comunicação abordando o envio dos alimentos. Consultamos também o site oficial do MST, que, no dia 31 de outubro, dava destaque às informações sobre o envio dos mantimentos. Entre os conteúdos encontrados no portal, está uma das fotos usadas na peça de desinformação, dos integrantes do movimento fazendo a entrega dos alimentos ao lado da bandeira do MST e da Palestina.

Entramos também em contato com Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com a Força Aérea Brasileira (FAB) para saber mais informações sobre a entrega dos produtos.

ONU alerta risco de fome generalizada em Gaza

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou, em 12 de outubro, que comida e água potável estão em quantidade perigosamente baixa na Faixa de Gaza. O anúncio aconteceu dois dias depois de Israel anunciar um bloqueio total ao território, em resposta aos ataques do Hamas ao país. Diante da crise, a agência alimentar de emergência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu a criação de corredores humanitários para levar alimentos para a região.

“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters. Na ocasião, ele ainda frisou que o PMA fornece alimentos a milhares de pessoas que procuram por abrigos em escolas e em outros locais de Gaza, mas que “ficaremos sem comida muito em breve”. Em 15 de outubro, a agência alimentar voltou a alertar para o risco de fome generalizada.

Palestinos em escombros de prédios destruídos por um ataque aéreo de Israel no campo de refugiados de Bureij, na região central de Gaza. Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Israel anunciou um cerco total à Faixa de Gaza com o bloqueio de alimentos, combustível e água no território palestino e fechando pontos de passagem após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Em cerca de 25 dias de conflito, o número de vítimas passa de 9,7 mil – sendo 8.306 palestinos e 1.405 israelenses, segundo dados dos governos e demais autoridades locais.

Como publicou o G1, um representante do governo de Israel disse que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região. No entanto, no último dia 29, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que presta serviços públicos e ajuda humanitária na região, reforçou a falta de suprimentos e a insuficiência de recursos que chegam em Gaza pelo Egito.

O que é o Hamas?

O post analisado alega que os alimentos serão enviados ao Hamas, em uma generalização sobre a população de Gaza. No entanto, enquanto o Hamas possui cerca de 30 mil combatentes, segundo dados israelenses, a população da região é de cerca de 2,2 milhões de pessoas.

A organização fundamentalista Hamas se define como um movimento de resistência baseado no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. O grupo controla a Faixa de Gaza desde 2006, quando assumiu a região após uma disputa violenta com o Fatah, que hoje governa a Cisjordânia, o outro território palestino ocupado por Israel. Em 2006, o Hamas venceu as eleições gerais palestinas, mas o Fatah não aceitou ceder o comando da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o que engolfou os dois partidos em um confronto.

O Hamas foi criado durante a Primeira Intifada palestina, um movimento contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A carta que sinaliza sua fundação, de 1988, rechaça a existência do Estado de Israel. O Projeto Comprova já esclareceu que a Autoridade Palestina e o Hamas não são o mesmo grupo.

Brasil não classifica Hamas como grupo terrorista

O governo federal não considera o Hamas como organização terrorista, seguindo a visão da ONU, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de outubro. A decisão segue o posicionamento histórico do Brasil em concordar com a classificação do Conselho de Segurança da organização.

O presidente declarou que “a posição do Brasil é a mais clara e nítida possível”. “O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece, e o Hamas não é reconhecido pelo Conselho como organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou”, disse a jornalistas. Apesar da definição, Lula afirmou que o país vê as ações do grupo islâmico como atos terroristas.

Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Europeia classificam o Hamas como grupo terrorista. No entanto, Noruega, Suíça, Rússia e China, assim como o Brasil, não adotam essa definição e mantêm um princípio de neutralidade, atuando como mediadores em conflitos.

Em 18 de outubro, os EUA rejeitou o texto proposto pelo Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. O país havia elaborado uma resolução que seria a primeira manifestação formal da ONU sobre o conflito no Oriente Médio. A proposta brasileira condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava Israel – sem mencioná-lo – pelo fim do bloqueio à Gaza. Com a rejeição estadunidense, o texto foi vetado no Conselho de Segurança.

O que diz o responsável pela publicação: O Comprova tentou entrar em contato com o perfil que publicou o conteúdo no X e também pelo email da página, disponibilizado na descrição do grupo no Telegram. Em nenhum dos dois canais houve resposta até a publicação desta checagem.

O que podemos aprender com esta verificação: Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, muitas publicações usam o momento para espalhar desinformação. Neste caso, o post usa informações reais de forma enganosa para levar a uma interpretação diferente da verdadeira. Há uma distorção sobre os civis palestinos que vivem na Faixa de Gaza, com a sugestão falsa de que todos seriam integrantes do Hamas. Em situações como essa, é importante procurar por informações confiáveis e seguras para entender o que, de fato, está sendo informado, além de verificar se a alegação é verdadeira ou não.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Desde o início do conflito armado entre o grupo Hamas e Israel, diversas peças de desinformação passaram a circular nas redes sociais. O Comprova já mostrou que é falso que integrantes do grupo extremista chegaram ao Brasil e que o governo federal doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para ajuda humanitária, e não ao Hamas. O MST também já foi alvo de verificações do Comprova, como a que afirma que policiais foram expulsos pelo movimento de protesto em rodovia no Paraná, e não feitos reféns, e que post engana ao associar ao movimento plantação de maconha na Bahia.

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