Postagens confundem casos de carteira de vacinação de Bolsonaro para questionar operação da PF


Vídeos nas redes afirmam que registro da vacina do ex-presidente em SP tem e-mail com nome de Lula, o que descredibilizaria investigação da Polícia; na realidade, busca e apreensão na casa do ex-presidente foi motivada por indícios de fraude em doses aplicadas em Duque de Caxias

Por Pedro Prata
Atualização:

O que estão compartilhando: que o cartão de vacinação contra a covid de Jair Bolsonaro (PL) foi registrado com e-mail com o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e isso indica que a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente foi uma armação.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. De fato há um cadastro no sistema municipal de São Paulo com nome e CPF de Bolsonaro, mas com o e-mail ‘lula@gmail.com’. A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar o ocorrido. No entanto, a investigação que levou a PF a fazer buscas e apreensão na casa de Bolsonaro é outra, e mira registros de doses supostamente aplicadas em Duque de Caxias (RJ). Os investigadores sabem que quem inseriu os dados no sistema do Ministério da Saúde foi o secretário municipal João Carlos de Sousa Brecha. Já a emissão do certificado com os dados supostamente fraudulentos partiu da conta ligada ao ex-presidente, cujo e-mail utilizado era o de seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Cid. A íntegra da representação da PF pode ser lida aqui.

Ex-presidente Bolsonaro é investigado sob suspeita de adulterar sua carteira de vacinação.  Foto: Isaac Fontana/EFE
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Saiba mais: os registros que levaram a PF à casa de Bolsonaro apontam que duas doses da vacina Pfizer teriam sido aplicadas nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Quem inseriu as doses no sistema foi João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias. A PF destaca que fazer registros de vacinação não faz parte de suas atribuições. Também aponta que foi ele o responsável pelo registro de doses para Laura, filha de Bolsonaro, bem como de Mauro Cesar Cid e sua família, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro, assessores do ex-presidente.

As doses só foram inseridas no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro daquele ano. Segundo a PF, isso chamou a atenção porque as doses geralmente “são comunicadas de forma imediata”. No dia 22, pela manhã, o usuário de Jair Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde emitiu o certificado onde constavam as duas doses da Pfizer. Apesar de ser a conta do ex-presidente, o e-mail e o telefone registrados eram os de Mauro Cesar Cid. A emissão foi feita de dentro do Palácio do Planalto.

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Para a PF, a proximidade entre a inserção dos dados no sistema e a geração do certificado de imunização é indício de que Bolsonaro e Mauro Cid “Tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação” e que “Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida”. Bolsonaro nega ter se vacinado e nega ter feito as adulterações em seu registro.

No dia 27 de dezembro, as doses foram apagadas do sistema pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva com a justificativa de “erro”. Outros certificados foram emitidos pelo usuário de Jair Bolsonaro nos dias 27 e 30 de dezembro, além do dia 14 de março de 2023.

Registro de dose em São Paulo

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Em fevereiro deste ano, a Controladoria-Geral da União informou que investigava a possibilidade de adulteração no cartão virtual de vacinação de Bolsonaro. O órgão confirmou que havia o registro de uma dose da vacina Janssen que supostamente teria sido aplicada em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo, em 21 de julho de 2021. A investigação havia sido aberta ainda no governo anterior, em 30 de dezembro de 2022.

A informação de que o usuário de Jair Bolsonaro no sistema municipal de saúde teria o e-mail ‘lula@gmail.com’ foi revelada pela prefeitura de São Paulo. A Polícia Federal também investigará o caso.

O que estão compartilhando: que o cartão de vacinação contra a covid de Jair Bolsonaro (PL) foi registrado com e-mail com o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e isso indica que a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente foi uma armação.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. De fato há um cadastro no sistema municipal de São Paulo com nome e CPF de Bolsonaro, mas com o e-mail ‘lula@gmail.com’. A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar o ocorrido. No entanto, a investigação que levou a PF a fazer buscas e apreensão na casa de Bolsonaro é outra, e mira registros de doses supostamente aplicadas em Duque de Caxias (RJ). Os investigadores sabem que quem inseriu os dados no sistema do Ministério da Saúde foi o secretário municipal João Carlos de Sousa Brecha. Já a emissão do certificado com os dados supostamente fraudulentos partiu da conta ligada ao ex-presidente, cujo e-mail utilizado era o de seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Cid. A íntegra da representação da PF pode ser lida aqui.

Ex-presidente Bolsonaro é investigado sob suspeita de adulterar sua carteira de vacinação.  Foto: Isaac Fontana/EFE

Saiba mais: os registros que levaram a PF à casa de Bolsonaro apontam que duas doses da vacina Pfizer teriam sido aplicadas nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Quem inseriu as doses no sistema foi João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias. A PF destaca que fazer registros de vacinação não faz parte de suas atribuições. Também aponta que foi ele o responsável pelo registro de doses para Laura, filha de Bolsonaro, bem como de Mauro Cesar Cid e sua família, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro, assessores do ex-presidente.

As doses só foram inseridas no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro daquele ano. Segundo a PF, isso chamou a atenção porque as doses geralmente “são comunicadas de forma imediata”. No dia 22, pela manhã, o usuário de Jair Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde emitiu o certificado onde constavam as duas doses da Pfizer. Apesar de ser a conta do ex-presidente, o e-mail e o telefone registrados eram os de Mauro Cesar Cid. A emissão foi feita de dentro do Palácio do Planalto.

Para a PF, a proximidade entre a inserção dos dados no sistema e a geração do certificado de imunização é indício de que Bolsonaro e Mauro Cid “Tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação” e que “Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida”. Bolsonaro nega ter se vacinado e nega ter feito as adulterações em seu registro.

No dia 27 de dezembro, as doses foram apagadas do sistema pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva com a justificativa de “erro”. Outros certificados foram emitidos pelo usuário de Jair Bolsonaro nos dias 27 e 30 de dezembro, além do dia 14 de março de 2023.

Registro de dose em São Paulo

Em fevereiro deste ano, a Controladoria-Geral da União informou que investigava a possibilidade de adulteração no cartão virtual de vacinação de Bolsonaro. O órgão confirmou que havia o registro de uma dose da vacina Janssen que supostamente teria sido aplicada em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo, em 21 de julho de 2021. A investigação havia sido aberta ainda no governo anterior, em 30 de dezembro de 2022.

A informação de que o usuário de Jair Bolsonaro no sistema municipal de saúde teria o e-mail ‘lula@gmail.com’ foi revelada pela prefeitura de São Paulo. A Polícia Federal também investigará o caso.

O que estão compartilhando: que o cartão de vacinação contra a covid de Jair Bolsonaro (PL) foi registrado com e-mail com o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e isso indica que a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente foi uma armação.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. De fato há um cadastro no sistema municipal de São Paulo com nome e CPF de Bolsonaro, mas com o e-mail ‘lula@gmail.com’. A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar o ocorrido. No entanto, a investigação que levou a PF a fazer buscas e apreensão na casa de Bolsonaro é outra, e mira registros de doses supostamente aplicadas em Duque de Caxias (RJ). Os investigadores sabem que quem inseriu os dados no sistema do Ministério da Saúde foi o secretário municipal João Carlos de Sousa Brecha. Já a emissão do certificado com os dados supostamente fraudulentos partiu da conta ligada ao ex-presidente, cujo e-mail utilizado era o de seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Cid. A íntegra da representação da PF pode ser lida aqui.

Ex-presidente Bolsonaro é investigado sob suspeita de adulterar sua carteira de vacinação.  Foto: Isaac Fontana/EFE

Saiba mais: os registros que levaram a PF à casa de Bolsonaro apontam que duas doses da vacina Pfizer teriam sido aplicadas nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Quem inseriu as doses no sistema foi João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias. A PF destaca que fazer registros de vacinação não faz parte de suas atribuições. Também aponta que foi ele o responsável pelo registro de doses para Laura, filha de Bolsonaro, bem como de Mauro Cesar Cid e sua família, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro, assessores do ex-presidente.

As doses só foram inseridas no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro daquele ano. Segundo a PF, isso chamou a atenção porque as doses geralmente “são comunicadas de forma imediata”. No dia 22, pela manhã, o usuário de Jair Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde emitiu o certificado onde constavam as duas doses da Pfizer. Apesar de ser a conta do ex-presidente, o e-mail e o telefone registrados eram os de Mauro Cesar Cid. A emissão foi feita de dentro do Palácio do Planalto.

Para a PF, a proximidade entre a inserção dos dados no sistema e a geração do certificado de imunização é indício de que Bolsonaro e Mauro Cid “Tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação” e que “Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida”. Bolsonaro nega ter se vacinado e nega ter feito as adulterações em seu registro.

No dia 27 de dezembro, as doses foram apagadas do sistema pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva com a justificativa de “erro”. Outros certificados foram emitidos pelo usuário de Jair Bolsonaro nos dias 27 e 30 de dezembro, além do dia 14 de março de 2023.

Registro de dose em São Paulo

Em fevereiro deste ano, a Controladoria-Geral da União informou que investigava a possibilidade de adulteração no cartão virtual de vacinação de Bolsonaro. O órgão confirmou que havia o registro de uma dose da vacina Janssen que supostamente teria sido aplicada em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo, em 21 de julho de 2021. A investigação havia sido aberta ainda no governo anterior, em 30 de dezembro de 2022.

A informação de que o usuário de Jair Bolsonaro no sistema municipal de saúde teria o e-mail ‘lula@gmail.com’ foi revelada pela prefeitura de São Paulo. A Polícia Federal também investigará o caso.

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