Um vídeo que mostra a funcionária de uma lotérica tirando dinheiro do caixa para guardá-lo em sua carteira tem sido compartilhado no Facebook com legendas que afirmam que a mulher estaria roubando o auxílio emergencial de um cliente. Na verdade, a gravação é antiga, de 2018, e não tem qualquer relação com o benefício de R$ 600 destinado a trabalhadores informais durante a pandemia do novo coronavírus.
No canto superior direito do vídeo, é possível ver a marcação da data: 13 de dezembro de 2018. Por meio da ferramenta de busca reversa de imagens, podemos encontrar publicações do mesmo vídeo no YouTube no ano passado, como esta de 2 de fevereiro de 2019.
O vídeo foi registrado na cidade de Ribeirão do Pinhal, no Paraná. A mulher que aparece no vídeo foi indiciada por furto mediante fraude. Esta reportagem do programa "Balanço Geral" mostra que o vídeo motivou outro boato: o de que a pessoa do vídeo seria uma moradora de Osasco, que chegou a receber ameaças de morte por ter sido falsamente associada às imagens.
Fato ou Fake e Agência Lupa também checaram este vídeo.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.