Vídeo desinforma ao dizer que fornos micro-ondas são cancerígenos


INCA e Inmetro explicam que não há evidências de que eletrodoméstico apresente risco à saúde, desde que utilizado corretamente

Por Gabriela Meireles
Atualização:

O que estão compartilhando: vídeo que afirma que fornos micro-ondas criam um campo magnético cancerígeno. Por isso, a Airfryer seria a melhor opção.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as evidências científicas que associam a radiação emitida por fornos micro-ondas ao câncer são limitadas. O Instituto simplesmente recomenda que não se use o aparelho danificado ou com a porta aberta, para que a radiação fique apenas no interior do equipamento.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) garante que não há qualquer contraindicação no uso desses eletrodomésticos, “desde que sejam adquiridos no mercado formal, sigam a portaria do Inmetro e que os consumidores sigam as orientações de uso dos fornecedores”.

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Quando os micro-ondas são utilizados de acordo com as instruções, não há provas de que representem risco para a saúde. Foto: Freepik

Saiba mais: O vídeo em questão alega que o campo magnético criado pelos fornos micro-ondas seriam cancerígenos. Isso se daria a uma peça no aparelho chamada “magnetron”, que converteria energia elétrica em eletromagnética. Entretanto, o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) Jorge Andrey Wilhelms Gut explicou que não é bem assim.

”Existem algumas radiações eletromagnéticas que são chamadas de ionizantes”, afirmou. “Elas podem quebrar moléculas e causar danos, como os raios ultravioleta do sol, os raios X de equipamentos médicos ou raios gama emitidos por materiais radioativos”.

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O professor explica que essas radiações ionizantes de fato podem causar câncer, dependendo da dose recebida. “Já ondas de rádio e micro-ondas não são ionizantes, elas não têm a capacidade de alterar substâncias. Apenas podem promover o aquecimento”, completou.

Em mais detalhes, Gut diz que as redes Wi-Fi e de telefonia celular são alguns exemplos que usam micro-ondas, porém com uma intensidade muito baixa. “Dentro do forno de micro-ondas, o magnetron funciona como uma antena emitindo micro-ondas, mas em uma potência muito maior do que a usada em comunicação. O alimento absorve estas ondas e acaba sendo aquecido”, disse.

Seguindo outro exemplo do professor, imagine a luz solar. “Quando a luz do sol bate em nossa pele, ela é aquecida, sentimos o calor”, afirmou. “No caso das micro-ondas, elas conseguem penetrar alguns centímetros dentro do alimento, fazendo-o aquecer de forma mais uniforme”.

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Micro-ondas mudam o valor nutricional da comida? E a Airfryer?

Uma outra alegação do vídeo é que micro-ondas mexem na molécula do alimento, mudando suas características nutricionais. De acordo com o professor da USP, é verdade que temperaturas altas podem degradar nutrientes em alimentos. Porém, isso irá acontecer sejam eles aquecidos em uma panela no fogo, no forno de micro-ondas ou na Airfryer (fritadeira elétrica).

“Quando um alimento é aquecido no forno de micro-ondas, a água vai absorvendo a radiação e a temperatura aumenta até cerca de 100 °C, que é o ponto de fervura”, explica. “Já na Air-fryer, ar quente circula em temperaturas próximas de 200 °C. A alta temperatura deixa o alimento mais sequinho, o que não acontece no forno de micro-ondas, mas ao mesmo tempo pode degradar mais os nutrientes, dependendo do tempo de aquecimento”.

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O vídeo alegando que “o micro-ondas é cancerígeno” tem mais de 86 mil curtidas no Instagram e 10 mil curtidas no TikTok. Ele é um recorte da participação do biólogo de formação Tiago Rocha, no programa “Em Pauta com Elias Pavani”, em março deste ano.

O Estadão entrou em contato com o biólogo Tiago Rocha por e-mail e pelo direct no Instagram, porém não houve resposta.

O que estão compartilhando: vídeo que afirma que fornos micro-ondas criam um campo magnético cancerígeno. Por isso, a Airfryer seria a melhor opção.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as evidências científicas que associam a radiação emitida por fornos micro-ondas ao câncer são limitadas. O Instituto simplesmente recomenda que não se use o aparelho danificado ou com a porta aberta, para que a radiação fique apenas no interior do equipamento.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) garante que não há qualquer contraindicação no uso desses eletrodomésticos, “desde que sejam adquiridos no mercado formal, sigam a portaria do Inmetro e que os consumidores sigam as orientações de uso dos fornecedores”.

Quando os micro-ondas são utilizados de acordo com as instruções, não há provas de que representem risco para a saúde. Foto: Freepik

Saiba mais: O vídeo em questão alega que o campo magnético criado pelos fornos micro-ondas seriam cancerígenos. Isso se daria a uma peça no aparelho chamada “magnetron”, que converteria energia elétrica em eletromagnética. Entretanto, o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) Jorge Andrey Wilhelms Gut explicou que não é bem assim.

”Existem algumas radiações eletromagnéticas que são chamadas de ionizantes”, afirmou. “Elas podem quebrar moléculas e causar danos, como os raios ultravioleta do sol, os raios X de equipamentos médicos ou raios gama emitidos por materiais radioativos”.

O professor explica que essas radiações ionizantes de fato podem causar câncer, dependendo da dose recebida. “Já ondas de rádio e micro-ondas não são ionizantes, elas não têm a capacidade de alterar substâncias. Apenas podem promover o aquecimento”, completou.

Em mais detalhes, Gut diz que as redes Wi-Fi e de telefonia celular são alguns exemplos que usam micro-ondas, porém com uma intensidade muito baixa. “Dentro do forno de micro-ondas, o magnetron funciona como uma antena emitindo micro-ondas, mas em uma potência muito maior do que a usada em comunicação. O alimento absorve estas ondas e acaba sendo aquecido”, disse.

Seguindo outro exemplo do professor, imagine a luz solar. “Quando a luz do sol bate em nossa pele, ela é aquecida, sentimos o calor”, afirmou. “No caso das micro-ondas, elas conseguem penetrar alguns centímetros dentro do alimento, fazendo-o aquecer de forma mais uniforme”.

Micro-ondas mudam o valor nutricional da comida? E a Airfryer?

Uma outra alegação do vídeo é que micro-ondas mexem na molécula do alimento, mudando suas características nutricionais. De acordo com o professor da USP, é verdade que temperaturas altas podem degradar nutrientes em alimentos. Porém, isso irá acontecer sejam eles aquecidos em uma panela no fogo, no forno de micro-ondas ou na Airfryer (fritadeira elétrica).

“Quando um alimento é aquecido no forno de micro-ondas, a água vai absorvendo a radiação e a temperatura aumenta até cerca de 100 °C, que é o ponto de fervura”, explica. “Já na Air-fryer, ar quente circula em temperaturas próximas de 200 °C. A alta temperatura deixa o alimento mais sequinho, o que não acontece no forno de micro-ondas, mas ao mesmo tempo pode degradar mais os nutrientes, dependendo do tempo de aquecimento”.

O vídeo alegando que “o micro-ondas é cancerígeno” tem mais de 86 mil curtidas no Instagram e 10 mil curtidas no TikTok. Ele é um recorte da participação do biólogo de formação Tiago Rocha, no programa “Em Pauta com Elias Pavani”, em março deste ano.

O Estadão entrou em contato com o biólogo Tiago Rocha por e-mail e pelo direct no Instagram, porém não houve resposta.

O que estão compartilhando: vídeo que afirma que fornos micro-ondas criam um campo magnético cancerígeno. Por isso, a Airfryer seria a melhor opção.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as evidências científicas que associam a radiação emitida por fornos micro-ondas ao câncer são limitadas. O Instituto simplesmente recomenda que não se use o aparelho danificado ou com a porta aberta, para que a radiação fique apenas no interior do equipamento.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) garante que não há qualquer contraindicação no uso desses eletrodomésticos, “desde que sejam adquiridos no mercado formal, sigam a portaria do Inmetro e que os consumidores sigam as orientações de uso dos fornecedores”.

Quando os micro-ondas são utilizados de acordo com as instruções, não há provas de que representem risco para a saúde. Foto: Freepik

Saiba mais: O vídeo em questão alega que o campo magnético criado pelos fornos micro-ondas seriam cancerígenos. Isso se daria a uma peça no aparelho chamada “magnetron”, que converteria energia elétrica em eletromagnética. Entretanto, o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) Jorge Andrey Wilhelms Gut explicou que não é bem assim.

”Existem algumas radiações eletromagnéticas que são chamadas de ionizantes”, afirmou. “Elas podem quebrar moléculas e causar danos, como os raios ultravioleta do sol, os raios X de equipamentos médicos ou raios gama emitidos por materiais radioativos”.

O professor explica que essas radiações ionizantes de fato podem causar câncer, dependendo da dose recebida. “Já ondas de rádio e micro-ondas não são ionizantes, elas não têm a capacidade de alterar substâncias. Apenas podem promover o aquecimento”, completou.

Em mais detalhes, Gut diz que as redes Wi-Fi e de telefonia celular são alguns exemplos que usam micro-ondas, porém com uma intensidade muito baixa. “Dentro do forno de micro-ondas, o magnetron funciona como uma antena emitindo micro-ondas, mas em uma potência muito maior do que a usada em comunicação. O alimento absorve estas ondas e acaba sendo aquecido”, disse.

Seguindo outro exemplo do professor, imagine a luz solar. “Quando a luz do sol bate em nossa pele, ela é aquecida, sentimos o calor”, afirmou. “No caso das micro-ondas, elas conseguem penetrar alguns centímetros dentro do alimento, fazendo-o aquecer de forma mais uniforme”.

Micro-ondas mudam o valor nutricional da comida? E a Airfryer?

Uma outra alegação do vídeo é que micro-ondas mexem na molécula do alimento, mudando suas características nutricionais. De acordo com o professor da USP, é verdade que temperaturas altas podem degradar nutrientes em alimentos. Porém, isso irá acontecer sejam eles aquecidos em uma panela no fogo, no forno de micro-ondas ou na Airfryer (fritadeira elétrica).

“Quando um alimento é aquecido no forno de micro-ondas, a água vai absorvendo a radiação e a temperatura aumenta até cerca de 100 °C, que é o ponto de fervura”, explica. “Já na Air-fryer, ar quente circula em temperaturas próximas de 200 °C. A alta temperatura deixa o alimento mais sequinho, o que não acontece no forno de micro-ondas, mas ao mesmo tempo pode degradar mais os nutrientes, dependendo do tempo de aquecimento”.

O vídeo alegando que “o micro-ondas é cancerígeno” tem mais de 86 mil curtidas no Instagram e 10 mil curtidas no TikTok. Ele é um recorte da participação do biólogo de formação Tiago Rocha, no programa “Em Pauta com Elias Pavani”, em março deste ano.

O Estadão entrou em contato com o biólogo Tiago Rocha por e-mail e pelo direct no Instagram, porém não houve resposta.

O que estão compartilhando: vídeo que afirma que fornos micro-ondas criam um campo magnético cancerígeno. Por isso, a Airfryer seria a melhor opção.

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as evidências científicas que associam a radiação emitida por fornos micro-ondas ao câncer são limitadas. O Instituto simplesmente recomenda que não se use o aparelho danificado ou com a porta aberta, para que a radiação fique apenas no interior do equipamento.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) garante que não há qualquer contraindicação no uso desses eletrodomésticos, “desde que sejam adquiridos no mercado formal, sigam a portaria do Inmetro e que os consumidores sigam as orientações de uso dos fornecedores”.

Quando os micro-ondas são utilizados de acordo com as instruções, não há provas de que representem risco para a saúde. Foto: Freepik

Saiba mais: O vídeo em questão alega que o campo magnético criado pelos fornos micro-ondas seriam cancerígenos. Isso se daria a uma peça no aparelho chamada “magnetron”, que converteria energia elétrica em eletromagnética. Entretanto, o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) Jorge Andrey Wilhelms Gut explicou que não é bem assim.

”Existem algumas radiações eletromagnéticas que são chamadas de ionizantes”, afirmou. “Elas podem quebrar moléculas e causar danos, como os raios ultravioleta do sol, os raios X de equipamentos médicos ou raios gama emitidos por materiais radioativos”.

O professor explica que essas radiações ionizantes de fato podem causar câncer, dependendo da dose recebida. “Já ondas de rádio e micro-ondas não são ionizantes, elas não têm a capacidade de alterar substâncias. Apenas podem promover o aquecimento”, completou.

Em mais detalhes, Gut diz que as redes Wi-Fi e de telefonia celular são alguns exemplos que usam micro-ondas, porém com uma intensidade muito baixa. “Dentro do forno de micro-ondas, o magnetron funciona como uma antena emitindo micro-ondas, mas em uma potência muito maior do que a usada em comunicação. O alimento absorve estas ondas e acaba sendo aquecido”, disse.

Seguindo outro exemplo do professor, imagine a luz solar. “Quando a luz do sol bate em nossa pele, ela é aquecida, sentimos o calor”, afirmou. “No caso das micro-ondas, elas conseguem penetrar alguns centímetros dentro do alimento, fazendo-o aquecer de forma mais uniforme”.

Micro-ondas mudam o valor nutricional da comida? E a Airfryer?

Uma outra alegação do vídeo é que micro-ondas mexem na molécula do alimento, mudando suas características nutricionais. De acordo com o professor da USP, é verdade que temperaturas altas podem degradar nutrientes em alimentos. Porém, isso irá acontecer sejam eles aquecidos em uma panela no fogo, no forno de micro-ondas ou na Airfryer (fritadeira elétrica).

“Quando um alimento é aquecido no forno de micro-ondas, a água vai absorvendo a radiação e a temperatura aumenta até cerca de 100 °C, que é o ponto de fervura”, explica. “Já na Air-fryer, ar quente circula em temperaturas próximas de 200 °C. A alta temperatura deixa o alimento mais sequinho, o que não acontece no forno de micro-ondas, mas ao mesmo tempo pode degradar mais os nutrientes, dependendo do tempo de aquecimento”.

O vídeo alegando que “o micro-ondas é cancerígeno” tem mais de 86 mil curtidas no Instagram e 10 mil curtidas no TikTok. Ele é um recorte da participação do biólogo de formação Tiago Rocha, no programa “Em Pauta com Elias Pavani”, em março deste ano.

O Estadão entrou em contato com o biólogo Tiago Rocha por e-mail e pelo direct no Instagram, porém não houve resposta.

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