Vídeo é manipulado para parecer que jornalista confrontou Bill Gates sobre vacinas


Entrevista original com criador da Microsoft teve áudio editado e não aborda assuntos incluídos em postagem falsa

Por Luciana Marschall
Atualização:

É falso que uma jornalista tenha confrontado o empresário Bill Gates com acusações de que ele teria roubado a tecnologia da Microsoft e lucrado com vacinas que causariam reações adversas e mortes. Um vídeo que circula nas redes sociais foi manipulado para inserção de um diálogo que não existe na entrevista original, concedida à emissora australiana ABC. O escritório de Gates confirmou à reportagem que o áudio não é verdadeiro.

Esta checagem foi solicitada por leitores pelo número de WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Vídeo que mostra Gates sendo confrontado foi editado para inserção de diálogo falso. Foto: Reprodução
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As imagens manipuladas somam 1 minuto e 40 segundos e circulam no WhatsApp. Nelas, uma mulher loira vestindo um blazer rosa entrevista Bill Gates, que está de camisa branca e paletó preto. Ela faz diversas perguntas que podem ser consideradas incômodas ao empresário, acusando-o, por exemplo, de ter desenvolvido tecnologias computacionais a partir de roubo e de ter investido em vacinas contra a covid-19 que, segundo a apresentadora, estariam causando inúmeros efeitos colaterais e mortes. Ao final, ainda pergunta se ele consegue dormir à noite e Gates encerra a entrevista bruscamente: “Pronto, já chega! Esta entrevista está terminada.”

A entrevista original, entretanto, não reproduz nada disso. Ela foi concedida por Gates à jornalista Sarah Ferguson, apresentadora do programa 7h30, da emissora australiana ABC, e veiculada no dia 30 de janeiro de 2023. Um texto com o resumo dos tópicos abordados foi publicado no mesmo dia no site do veículo.

O vídeo manipulado usa cortes de imagens desse encontro, mas os diálogos foram inseridos digitalmente. Em diversos trechos é possível ver que as falas não estão sincronizadas com os movimentos dos lábios, além de as vozes serem diferentes das originais. Na publicação original, ao longo de quase 13 minutos de conversa, Sarah não faz nenhuma das perguntas que são apresentadas no vídeo manipulado.

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O primeiro assunto a ser tratado entre os dois são as mudanças climáticas. Em seguida, ambos falam sobre a pandemia de covid-19 e abordam teorias conspiratórias envolvendo o nome de Bill Gates. O empresário tem sido acusado, por exemplo, de estar utilizando as vacinas para o controle das pessoas, o que já desmentido pelo Estadão Verifica. A partir deste tema, eles também discutem o problema da desinformação.

A entrevista é desenvolvida, ainda, em torno da riqueza de Gates, do trabalho filantrópico dele e da companheira e do relacionamento que ele manteve com Jeffrey Epstein, acusado por crimes sexuais e morto na prisão antes de seu julgamento. Nessa parte, o fundador da Microsoft reconhece que não deveria ter se encontrado tantas vezes com o criminoso. Por fim, os dois falam sobre o desenvolvimento da inteligência artificial.

Ao contrário do que ocorre no vídeo falso, Gates não interrompe de forma abrupta a entrevista. Na verdade, como mostra a postagem original, Sarah agradece à entrevista e ele apenas balança positivamente a cabeça.

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Bill Gates foi entrevistado por Sarah Ferguson para a australiana ABC News. Foto: Brendan Esposito/ABC News

Vacinas são seguras e benefícios superam os riscos

A afirmação feita no vídeo de que as vacinas contra a covid-19 causam inúmeros efeitos colaterais também engana sobre a segurança da imunização. O Estadão Verificadesmentiu vários conteúdos com alegações semelhantes.

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No último mês, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Federal Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, reforçaram à reportagem que seguem monitorando a segurança das vacinas contra a covid-19 e que publicam frequentemente resultados de estudos sobre o assunto.

O CDC continua recomendando que todos com seis meses de idade ou mais se mantenham com a vacinação atualizada e afirma que “a vacinação é a ferramenta mais eficaz que temos para reduzir mortes, hospitalizações e doenças graves por covid-19, conforme demonstrado em vários estudos realizados nos EUA e em outros países”. Ainda segundo o órgão, as reações graves após a vacinação são raras e os benefícios dela superam quaisquer riscos potenciais. Entre as possíveis reações raras estão anafilaxia, trombose com síndrome de trombocitopenia, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, pericardite e morte.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Fundação Bill e Melinda Gates e o escritório do empresário respondeu que o áudio usado no vídeo é falso. A emissora ABC também foi procurada, mas não respondeu.

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A Ap News checou conteúdo semelhante.

Além de desmentir que Bill Gates admitiu que a “vacina experimental” contra a covid-19 “mudará o nosso DNA para sempre”, o Estadão Verifica checou outras postagens em redes sociais envolvendo o nome dele. Foi identificado, por exemplo, que um trecho de uma palestra dele foi tirado de contexto para parecer que o empresário falava que as vacinas seriam “organismos geneticamente modificados”. Também foi desmentido que o pai dele era lenhador, quando, na verdade, era advogado. A reportagem ainda demonstrou que uma deputada italiana espalhou teoria conspiratória sobre Bill Gates e provou ser falso que e-mails de Anthony Fauci mostravam um plano do empresário para criar o coronavírus.

É falso que uma jornalista tenha confrontado o empresário Bill Gates com acusações de que ele teria roubado a tecnologia da Microsoft e lucrado com vacinas que causariam reações adversas e mortes. Um vídeo que circula nas redes sociais foi manipulado para inserção de um diálogo que não existe na entrevista original, concedida à emissora australiana ABC. O escritório de Gates confirmou à reportagem que o áudio não é verdadeiro.

Esta checagem foi solicitada por leitores pelo número de WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Vídeo que mostra Gates sendo confrontado foi editado para inserção de diálogo falso. Foto: Reprodução

As imagens manipuladas somam 1 minuto e 40 segundos e circulam no WhatsApp. Nelas, uma mulher loira vestindo um blazer rosa entrevista Bill Gates, que está de camisa branca e paletó preto. Ela faz diversas perguntas que podem ser consideradas incômodas ao empresário, acusando-o, por exemplo, de ter desenvolvido tecnologias computacionais a partir de roubo e de ter investido em vacinas contra a covid-19 que, segundo a apresentadora, estariam causando inúmeros efeitos colaterais e mortes. Ao final, ainda pergunta se ele consegue dormir à noite e Gates encerra a entrevista bruscamente: “Pronto, já chega! Esta entrevista está terminada.”

A entrevista original, entretanto, não reproduz nada disso. Ela foi concedida por Gates à jornalista Sarah Ferguson, apresentadora do programa 7h30, da emissora australiana ABC, e veiculada no dia 30 de janeiro de 2023. Um texto com o resumo dos tópicos abordados foi publicado no mesmo dia no site do veículo.

O vídeo manipulado usa cortes de imagens desse encontro, mas os diálogos foram inseridos digitalmente. Em diversos trechos é possível ver que as falas não estão sincronizadas com os movimentos dos lábios, além de as vozes serem diferentes das originais. Na publicação original, ao longo de quase 13 minutos de conversa, Sarah não faz nenhuma das perguntas que são apresentadas no vídeo manipulado.

O primeiro assunto a ser tratado entre os dois são as mudanças climáticas. Em seguida, ambos falam sobre a pandemia de covid-19 e abordam teorias conspiratórias envolvendo o nome de Bill Gates. O empresário tem sido acusado, por exemplo, de estar utilizando as vacinas para o controle das pessoas, o que já desmentido pelo Estadão Verifica. A partir deste tema, eles também discutem o problema da desinformação.

A entrevista é desenvolvida, ainda, em torno da riqueza de Gates, do trabalho filantrópico dele e da companheira e do relacionamento que ele manteve com Jeffrey Epstein, acusado por crimes sexuais e morto na prisão antes de seu julgamento. Nessa parte, o fundador da Microsoft reconhece que não deveria ter se encontrado tantas vezes com o criminoso. Por fim, os dois falam sobre o desenvolvimento da inteligência artificial.

Ao contrário do que ocorre no vídeo falso, Gates não interrompe de forma abrupta a entrevista. Na verdade, como mostra a postagem original, Sarah agradece à entrevista e ele apenas balança positivamente a cabeça.

Bill Gates foi entrevistado por Sarah Ferguson para a australiana ABC News. Foto: Brendan Esposito/ABC News

Vacinas são seguras e benefícios superam os riscos

A afirmação feita no vídeo de que as vacinas contra a covid-19 causam inúmeros efeitos colaterais também engana sobre a segurança da imunização. O Estadão Verificadesmentiu vários conteúdos com alegações semelhantes.

No último mês, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Federal Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, reforçaram à reportagem que seguem monitorando a segurança das vacinas contra a covid-19 e que publicam frequentemente resultados de estudos sobre o assunto.

O CDC continua recomendando que todos com seis meses de idade ou mais se mantenham com a vacinação atualizada e afirma que “a vacinação é a ferramenta mais eficaz que temos para reduzir mortes, hospitalizações e doenças graves por covid-19, conforme demonstrado em vários estudos realizados nos EUA e em outros países”. Ainda segundo o órgão, as reações graves após a vacinação são raras e os benefícios dela superam quaisquer riscos potenciais. Entre as possíveis reações raras estão anafilaxia, trombose com síndrome de trombocitopenia, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, pericardite e morte.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Fundação Bill e Melinda Gates e o escritório do empresário respondeu que o áudio usado no vídeo é falso. A emissora ABC também foi procurada, mas não respondeu.

A Ap News checou conteúdo semelhante.

Além de desmentir que Bill Gates admitiu que a “vacina experimental” contra a covid-19 “mudará o nosso DNA para sempre”, o Estadão Verifica checou outras postagens em redes sociais envolvendo o nome dele. Foi identificado, por exemplo, que um trecho de uma palestra dele foi tirado de contexto para parecer que o empresário falava que as vacinas seriam “organismos geneticamente modificados”. Também foi desmentido que o pai dele era lenhador, quando, na verdade, era advogado. A reportagem ainda demonstrou que uma deputada italiana espalhou teoria conspiratória sobre Bill Gates e provou ser falso que e-mails de Anthony Fauci mostravam um plano do empresário para criar o coronavírus.

É falso que uma jornalista tenha confrontado o empresário Bill Gates com acusações de que ele teria roubado a tecnologia da Microsoft e lucrado com vacinas que causariam reações adversas e mortes. Um vídeo que circula nas redes sociais foi manipulado para inserção de um diálogo que não existe na entrevista original, concedida à emissora australiana ABC. O escritório de Gates confirmou à reportagem que o áudio não é verdadeiro.

Esta checagem foi solicitada por leitores pelo número de WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Vídeo que mostra Gates sendo confrontado foi editado para inserção de diálogo falso. Foto: Reprodução

As imagens manipuladas somam 1 minuto e 40 segundos e circulam no WhatsApp. Nelas, uma mulher loira vestindo um blazer rosa entrevista Bill Gates, que está de camisa branca e paletó preto. Ela faz diversas perguntas que podem ser consideradas incômodas ao empresário, acusando-o, por exemplo, de ter desenvolvido tecnologias computacionais a partir de roubo e de ter investido em vacinas contra a covid-19 que, segundo a apresentadora, estariam causando inúmeros efeitos colaterais e mortes. Ao final, ainda pergunta se ele consegue dormir à noite e Gates encerra a entrevista bruscamente: “Pronto, já chega! Esta entrevista está terminada.”

A entrevista original, entretanto, não reproduz nada disso. Ela foi concedida por Gates à jornalista Sarah Ferguson, apresentadora do programa 7h30, da emissora australiana ABC, e veiculada no dia 30 de janeiro de 2023. Um texto com o resumo dos tópicos abordados foi publicado no mesmo dia no site do veículo.

O vídeo manipulado usa cortes de imagens desse encontro, mas os diálogos foram inseridos digitalmente. Em diversos trechos é possível ver que as falas não estão sincronizadas com os movimentos dos lábios, além de as vozes serem diferentes das originais. Na publicação original, ao longo de quase 13 minutos de conversa, Sarah não faz nenhuma das perguntas que são apresentadas no vídeo manipulado.

O primeiro assunto a ser tratado entre os dois são as mudanças climáticas. Em seguida, ambos falam sobre a pandemia de covid-19 e abordam teorias conspiratórias envolvendo o nome de Bill Gates. O empresário tem sido acusado, por exemplo, de estar utilizando as vacinas para o controle das pessoas, o que já desmentido pelo Estadão Verifica. A partir deste tema, eles também discutem o problema da desinformação.

A entrevista é desenvolvida, ainda, em torno da riqueza de Gates, do trabalho filantrópico dele e da companheira e do relacionamento que ele manteve com Jeffrey Epstein, acusado por crimes sexuais e morto na prisão antes de seu julgamento. Nessa parte, o fundador da Microsoft reconhece que não deveria ter se encontrado tantas vezes com o criminoso. Por fim, os dois falam sobre o desenvolvimento da inteligência artificial.

Ao contrário do que ocorre no vídeo falso, Gates não interrompe de forma abrupta a entrevista. Na verdade, como mostra a postagem original, Sarah agradece à entrevista e ele apenas balança positivamente a cabeça.

Bill Gates foi entrevistado por Sarah Ferguson para a australiana ABC News. Foto: Brendan Esposito/ABC News

Vacinas são seguras e benefícios superam os riscos

A afirmação feita no vídeo de que as vacinas contra a covid-19 causam inúmeros efeitos colaterais também engana sobre a segurança da imunização. O Estadão Verificadesmentiu vários conteúdos com alegações semelhantes.

No último mês, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Federal Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, reforçaram à reportagem que seguem monitorando a segurança das vacinas contra a covid-19 e que publicam frequentemente resultados de estudos sobre o assunto.

O CDC continua recomendando que todos com seis meses de idade ou mais se mantenham com a vacinação atualizada e afirma que “a vacinação é a ferramenta mais eficaz que temos para reduzir mortes, hospitalizações e doenças graves por covid-19, conforme demonstrado em vários estudos realizados nos EUA e em outros países”. Ainda segundo o órgão, as reações graves após a vacinação são raras e os benefícios dela superam quaisquer riscos potenciais. Entre as possíveis reações raras estão anafilaxia, trombose com síndrome de trombocitopenia, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, pericardite e morte.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Fundação Bill e Melinda Gates e o escritório do empresário respondeu que o áudio usado no vídeo é falso. A emissora ABC também foi procurada, mas não respondeu.

A Ap News checou conteúdo semelhante.

Além de desmentir que Bill Gates admitiu que a “vacina experimental” contra a covid-19 “mudará o nosso DNA para sempre”, o Estadão Verifica checou outras postagens em redes sociais envolvendo o nome dele. Foi identificado, por exemplo, que um trecho de uma palestra dele foi tirado de contexto para parecer que o empresário falava que as vacinas seriam “organismos geneticamente modificados”. Também foi desmentido que o pai dele era lenhador, quando, na verdade, era advogado. A reportagem ainda demonstrou que uma deputada italiana espalhou teoria conspiratória sobre Bill Gates e provou ser falso que e-mails de Anthony Fauci mostravam um plano do empresário para criar o coronavírus.

É falso que uma jornalista tenha confrontado o empresário Bill Gates com acusações de que ele teria roubado a tecnologia da Microsoft e lucrado com vacinas que causariam reações adversas e mortes. Um vídeo que circula nas redes sociais foi manipulado para inserção de um diálogo que não existe na entrevista original, concedida à emissora australiana ABC. O escritório de Gates confirmou à reportagem que o áudio não é verdadeiro.

Esta checagem foi solicitada por leitores pelo número de WhatsApp do Estadão Verifica: (11) 97683-7490.

Vídeo que mostra Gates sendo confrontado foi editado para inserção de diálogo falso. Foto: Reprodução

As imagens manipuladas somam 1 minuto e 40 segundos e circulam no WhatsApp. Nelas, uma mulher loira vestindo um blazer rosa entrevista Bill Gates, que está de camisa branca e paletó preto. Ela faz diversas perguntas que podem ser consideradas incômodas ao empresário, acusando-o, por exemplo, de ter desenvolvido tecnologias computacionais a partir de roubo e de ter investido em vacinas contra a covid-19 que, segundo a apresentadora, estariam causando inúmeros efeitos colaterais e mortes. Ao final, ainda pergunta se ele consegue dormir à noite e Gates encerra a entrevista bruscamente: “Pronto, já chega! Esta entrevista está terminada.”

A entrevista original, entretanto, não reproduz nada disso. Ela foi concedida por Gates à jornalista Sarah Ferguson, apresentadora do programa 7h30, da emissora australiana ABC, e veiculada no dia 30 de janeiro de 2023. Um texto com o resumo dos tópicos abordados foi publicado no mesmo dia no site do veículo.

O vídeo manipulado usa cortes de imagens desse encontro, mas os diálogos foram inseridos digitalmente. Em diversos trechos é possível ver que as falas não estão sincronizadas com os movimentos dos lábios, além de as vozes serem diferentes das originais. Na publicação original, ao longo de quase 13 minutos de conversa, Sarah não faz nenhuma das perguntas que são apresentadas no vídeo manipulado.

O primeiro assunto a ser tratado entre os dois são as mudanças climáticas. Em seguida, ambos falam sobre a pandemia de covid-19 e abordam teorias conspiratórias envolvendo o nome de Bill Gates. O empresário tem sido acusado, por exemplo, de estar utilizando as vacinas para o controle das pessoas, o que já desmentido pelo Estadão Verifica. A partir deste tema, eles também discutem o problema da desinformação.

A entrevista é desenvolvida, ainda, em torno da riqueza de Gates, do trabalho filantrópico dele e da companheira e do relacionamento que ele manteve com Jeffrey Epstein, acusado por crimes sexuais e morto na prisão antes de seu julgamento. Nessa parte, o fundador da Microsoft reconhece que não deveria ter se encontrado tantas vezes com o criminoso. Por fim, os dois falam sobre o desenvolvimento da inteligência artificial.

Ao contrário do que ocorre no vídeo falso, Gates não interrompe de forma abrupta a entrevista. Na verdade, como mostra a postagem original, Sarah agradece à entrevista e ele apenas balança positivamente a cabeça.

Bill Gates foi entrevistado por Sarah Ferguson para a australiana ABC News. Foto: Brendan Esposito/ABC News

Vacinas são seguras e benefícios superam os riscos

A afirmação feita no vídeo de que as vacinas contra a covid-19 causam inúmeros efeitos colaterais também engana sobre a segurança da imunização. O Estadão Verificadesmentiu vários conteúdos com alegações semelhantes.

No último mês, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Federal Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, reforçaram à reportagem que seguem monitorando a segurança das vacinas contra a covid-19 e que publicam frequentemente resultados de estudos sobre o assunto.

O CDC continua recomendando que todos com seis meses de idade ou mais se mantenham com a vacinação atualizada e afirma que “a vacinação é a ferramenta mais eficaz que temos para reduzir mortes, hospitalizações e doenças graves por covid-19, conforme demonstrado em vários estudos realizados nos EUA e em outros países”. Ainda segundo o órgão, as reações graves após a vacinação são raras e os benefícios dela superam quaisquer riscos potenciais. Entre as possíveis reações raras estão anafilaxia, trombose com síndrome de trombocitopenia, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, pericardite e morte.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Fundação Bill e Melinda Gates e o escritório do empresário respondeu que o áudio usado no vídeo é falso. A emissora ABC também foi procurada, mas não respondeu.

A Ap News checou conteúdo semelhante.

Além de desmentir que Bill Gates admitiu que a “vacina experimental” contra a covid-19 “mudará o nosso DNA para sempre”, o Estadão Verifica checou outras postagens em redes sociais envolvendo o nome dele. Foi identificado, por exemplo, que um trecho de uma palestra dele foi tirado de contexto para parecer que o empresário falava que as vacinas seriam “organismos geneticamente modificados”. Também foi desmentido que o pai dele era lenhador, quando, na verdade, era advogado. A reportagem ainda demonstrou que uma deputada italiana espalhou teoria conspiratória sobre Bill Gates e provou ser falso que e-mails de Anthony Fauci mostravam um plano do empresário para criar o coronavírus.

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