Um vídeo de um armamento antimíssil viralizou no Facebook com uma legenda que alega se tratar de um sistema de defesa israelense na Faixa de Gaza. O clipe, porém, foi tirado do videogame Arma III. No final do vídeo, aparece um aviso -- em japonês -- de que se trata de uma obra de ficção.
Para entender a mensagem que aparece ao fim do clipe compartilhado no Facebook, utilizamos o aplicativo Google Tradutor, que permite transpor inscrições em fotos de uma língua para outra. Na tradução em português, o aviso significa: "Este vídeo é ficção. Os personagens, grupos e nomes que aparecem são fictícios e não têm conexão com a realidade".
Os comentários da publicação no Facebook ofereceram outras pistas quanto à origem do vídeo. Muitos usuários sinalizaram que o clipe era do videogame Arma III. Ao buscar no YouTube por outros trechos do jogo, encontramos a publicação original: a postagem de um canal japonês (abaixo) que mostra a simulação do sistema de defesa Phalanx CIWS. De acordo com a ferramenta YouTube Dataviewer, o vídeo foi publicado no YouTube no dia 24 de junho.
Israel usa o sistema Iron Dome (Domo de Ferro) desde 2011 na Faixa de Gaza, de acordo com a revista Business Insider. O sistema permite interceptar ataques de foguetes do Hamas. Esse armamento é fabricado pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems.
Ainda segundo a Business Insider, o Phalanx CIWS é comparável ao Iron Dome, pois ambos são feitos para alvos de proximidade. A principal diferença é que o primeiro usa balas como munição, enquanto o segundo ataca com mísseis. O Phalanx é fabricado pela empresa americana Raytheon.
Boatos que envolvem Israel são frequentes. Em maio, o Estadão Verifica desmentiu o rumor de que o país havia doado helicópteros ao Brasil. Em julho, mostramos que é falso que o presidente Jair Bolsonaro tenha importado tecnologia israelita que cura o câncer de mama.
Desde a eleição de Bolsonaro, Israel se tornou um aliado prioritário e a bandeira do país foi utilizada de forma frequente em eventos com o presidente. Esta reportagem do Estado aponta que setores representativos da comunidade judaica no Brasil se preocupam com a identificação de seus símbolos com o atual governo.
O site Boatos.Org também checou este conteúdo, selecionado para verificação por meio da parceria entre Estadão Verifica e Facebook. Para sugerir checagens, envie uma mensagem por WhatsApp ao número (11) 99263-7900.