Das rosas aos cactos


Jardins. Os canteiros estão diversificados e os paisagistas não economizam artifícios para atrair o público

Por Marisa Vieira da Costa - O Estado de S. Paulo

Entre os sexagenários jatobás e sibipirunas que se espalham pelo terreno do Jockey Club de São Paulo há jardins românticos, de estátuas, de cactos, de palmeiras e até um com espécies 100% comestíveis. Todos servem de área de descanso e seus atrativos não se resumem a plantas. Vale tudo, na imaginação dos paisagistas, para atrair a atenção - do mobiliário a efeitos como fontes, espelhos d’água e fogo.

 

Gigi de Arruda Botelho projetou desta vez o Jardim das Fontes, em uma área de 700 m². "Meu objetivo foi criar um ambiente simples, viável e alternativo." Gigi fez estantes de madeira de demolição, decks e jardineiras (da Jardi) e as encheu de plantas - na parte de cima, uma cascata de samambaias e, na de baixo, uma parede verde com aspargos, samambaias, liriopes, véu-de-noiva e dinheiro-em-penca. Nos nichos, objetos de sua coleção pessoal, garimpada ao longo do tempo, como o livro-vaso e a mala-jardineira. E também inventou com as bolas de planta, "empanadas" com grama.

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Todo o mobiliário é da Armando Cerello. O espelho d’agua foi feito de alvenaria e as bicas, de cobre. O painel de madeira no fundo funciona como uma moldura para a treliça, abrigando uma thumbergia. Pendurado no teto, um lustre feito com madeira reaproveitada da poda de uma jabuticabeira.

 

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Na Casa do Chá, de Daniela Francfort, a paisagista carioca Marisa Lima apostou no romantismo. Na entrada, fez canteiros de impatiens de várias cores. Nos fundos, num espaço fechado, usou basicamente branco e rosa, com mais impatiens, rosas perfumadas, lavanda, gardênias, ipomeias, jasmins e buxinhos. A passagem é feita por um piso drenante da Solarium, assentado como um quebra-cabeças. O piso emenda com um deck que vai até um gazebo de ferro fundido em estilo francês. "Para reforçar o romantismo, coloquei roseiras topiadas," diz Marisa. Há ainda uma fonte com parede viva da Termo Green e frutíferas nativas.

 

O maior espaço da edição deste ano ficou com Paula Magaldi, que, em 1.800 m² idealizou a Praça das Palmeiras, espalhadas entre dois enormes pergolados, quatro grandes paredes vivas e fonte com pedra. "Trouxe 10 palmeiras dactilíferas, que foram plantadas no chão."

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A arte vai marcar presença na Praça das Esculturas, de Marcelo e Rafaela Novaes. "Procurei fazer um jardim participativo, rico em detalhes, que desperte a atenção das pessoas", diz Marcelo. Entre bambu-bandeira, um canteiro de ametistas, echeverria, patas de elefante, palmeiras rabo-de-raposa e alpinia purpurata, estão 10 esculturas, entre as quais se destacam duas peças de Santos Lopes e Agostinho Gomes. Fechando a praça, uma parede viva de Gica Mesiara, da Quadro Vivo.

 

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Como para a criatividade não existem pedras no caminho, o paisagista Marcelo Bellotto driblou as dificuldades de uma esquina para fazer seu jardim de cactos. Por que cactos? "Para não ter de demolir. Estou trabalhando com plantas em vasos. Trouxe de 15 a 20 espécies de cactáceas, entre elas a aloe thraskii, que veio do sul da África." Para contrastar com as espécies e criar um ar de deserto, Bellotto usou vasos de vários tons, da Vasos da Terra, e pedriscos brancos. Já para humanizar o espaço, espalhou bancos de madeira ripada desenhados por ele e executados pela Madezônia.

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Nos fundos do prédio que abriga a Casa Cor, o Jardim das Casas, de Perci Silva, é exemplo de paisagismo contemporâneo. "Aqui a vegetação é densa, com cerca de 35 árvores nativas. Isso não me permitiu mexer muito no terreno e tive de trabalhar as plantas em vasos", diz. Com 1.400 m², Perci trabalhou com a simetria. "Como as duas casas vizinhas são quadradas, contornei com um deck de 400 m em retângulo."

 

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Os irmãos gêmeos Luiz Felipe e Luiz Gustavo Camargo, do Folha Paisagismo, trabalharam com espécies tropicais e nuances de cores no Jardim do Boulevard, onde se destacam uma parede vermelho-queimado, mesma cor da caixa do espelho d’água. Entre o mobiliário, uma cadeira de pastilhas douradas importada e trazida pela designer Márcia Perasso.

 

 

 

É PARA COMERAlexandre Furcolin cria praça onde 100% das espécies são comestíveis

 

 

O engenheiro Alexandre Furcolin, de Campinas, está colocando em prática na Casa Cor o que ele chama de paisagismo produtivo. Numa área de 250 m², em frente à pizzaria projetada por Carlos Marsi, plantou de tudo - de café a plantas medicinais, de temperos a alface e rúcula, couve, jabuticaba, pimenta, tomate, pimentão e muito mais. "Fiz essa experiência na Casa Cor Campinas e deu certo. Quem quiser pode pegar o manjericão ou o tomate aqui para pôr na pizza", diz o paisagista, que deu ao espaço o nome de Praça Pomodori & Peperoni.

 

Furcolin admite que não está inventando nada. "Essa ideia veio com os primeiros imigrantes europeus, que plantavam comestíveis no jardim. Além disso, acho natural agora que as pessoas estão supervalorizando essa coisa de gourmet."

Verduras, temperos, legumes e frutas estão plantados em cachepôs ou grandes caixas de madeira iguais às vistas nas feiras livres. Sob um imenso jatobá, Furcolin colocou uma mesa de pinus com um buraco no meio fechado por vidro. Dentro dele, as sementes das espécies que se espalham por seu jardim.

Entre os sexagenários jatobás e sibipirunas que se espalham pelo terreno do Jockey Club de São Paulo há jardins românticos, de estátuas, de cactos, de palmeiras e até um com espécies 100% comestíveis. Todos servem de área de descanso e seus atrativos não se resumem a plantas. Vale tudo, na imaginação dos paisagistas, para atrair a atenção - do mobiliário a efeitos como fontes, espelhos d’água e fogo.

 

Gigi de Arruda Botelho projetou desta vez o Jardim das Fontes, em uma área de 700 m². "Meu objetivo foi criar um ambiente simples, viável e alternativo." Gigi fez estantes de madeira de demolição, decks e jardineiras (da Jardi) e as encheu de plantas - na parte de cima, uma cascata de samambaias e, na de baixo, uma parede verde com aspargos, samambaias, liriopes, véu-de-noiva e dinheiro-em-penca. Nos nichos, objetos de sua coleção pessoal, garimpada ao longo do tempo, como o livro-vaso e a mala-jardineira. E também inventou com as bolas de planta, "empanadas" com grama.

 

Todo o mobiliário é da Armando Cerello. O espelho d’agua foi feito de alvenaria e as bicas, de cobre. O painel de madeira no fundo funciona como uma moldura para a treliça, abrigando uma thumbergia. Pendurado no teto, um lustre feito com madeira reaproveitada da poda de uma jabuticabeira.

 

Na Casa do Chá, de Daniela Francfort, a paisagista carioca Marisa Lima apostou no romantismo. Na entrada, fez canteiros de impatiens de várias cores. Nos fundos, num espaço fechado, usou basicamente branco e rosa, com mais impatiens, rosas perfumadas, lavanda, gardênias, ipomeias, jasmins e buxinhos. A passagem é feita por um piso drenante da Solarium, assentado como um quebra-cabeças. O piso emenda com um deck que vai até um gazebo de ferro fundido em estilo francês. "Para reforçar o romantismo, coloquei roseiras topiadas," diz Marisa. Há ainda uma fonte com parede viva da Termo Green e frutíferas nativas.

 

O maior espaço da edição deste ano ficou com Paula Magaldi, que, em 1.800 m² idealizou a Praça das Palmeiras, espalhadas entre dois enormes pergolados, quatro grandes paredes vivas e fonte com pedra. "Trouxe 10 palmeiras dactilíferas, que foram plantadas no chão."

 

A arte vai marcar presença na Praça das Esculturas, de Marcelo e Rafaela Novaes. "Procurei fazer um jardim participativo, rico em detalhes, que desperte a atenção das pessoas", diz Marcelo. Entre bambu-bandeira, um canteiro de ametistas, echeverria, patas de elefante, palmeiras rabo-de-raposa e alpinia purpurata, estão 10 esculturas, entre as quais se destacam duas peças de Santos Lopes e Agostinho Gomes. Fechando a praça, uma parede viva de Gica Mesiara, da Quadro Vivo.

 

 

Como para a criatividade não existem pedras no caminho, o paisagista Marcelo Bellotto driblou as dificuldades de uma esquina para fazer seu jardim de cactos. Por que cactos? "Para não ter de demolir. Estou trabalhando com plantas em vasos. Trouxe de 15 a 20 espécies de cactáceas, entre elas a aloe thraskii, que veio do sul da África." Para contrastar com as espécies e criar um ar de deserto, Bellotto usou vasos de vários tons, da Vasos da Terra, e pedriscos brancos. Já para humanizar o espaço, espalhou bancos de madeira ripada desenhados por ele e executados pela Madezônia.

 

Nos fundos do prédio que abriga a Casa Cor, o Jardim das Casas, de Perci Silva, é exemplo de paisagismo contemporâneo. "Aqui a vegetação é densa, com cerca de 35 árvores nativas. Isso não me permitiu mexer muito no terreno e tive de trabalhar as plantas em vasos", diz. Com 1.400 m², Perci trabalhou com a simetria. "Como as duas casas vizinhas são quadradas, contornei com um deck de 400 m em retângulo."

 

Os irmãos gêmeos Luiz Felipe e Luiz Gustavo Camargo, do Folha Paisagismo, trabalharam com espécies tropicais e nuances de cores no Jardim do Boulevard, onde se destacam uma parede vermelho-queimado, mesma cor da caixa do espelho d’água. Entre o mobiliário, uma cadeira de pastilhas douradas importada e trazida pela designer Márcia Perasso.

 

 

 

É PARA COMERAlexandre Furcolin cria praça onde 100% das espécies são comestíveis

 

 

O engenheiro Alexandre Furcolin, de Campinas, está colocando em prática na Casa Cor o que ele chama de paisagismo produtivo. Numa área de 250 m², em frente à pizzaria projetada por Carlos Marsi, plantou de tudo - de café a plantas medicinais, de temperos a alface e rúcula, couve, jabuticaba, pimenta, tomate, pimentão e muito mais. "Fiz essa experiência na Casa Cor Campinas e deu certo. Quem quiser pode pegar o manjericão ou o tomate aqui para pôr na pizza", diz o paisagista, que deu ao espaço o nome de Praça Pomodori & Peperoni.

 

Furcolin admite que não está inventando nada. "Essa ideia veio com os primeiros imigrantes europeus, que plantavam comestíveis no jardim. Além disso, acho natural agora que as pessoas estão supervalorizando essa coisa de gourmet."

Verduras, temperos, legumes e frutas estão plantados em cachepôs ou grandes caixas de madeira iguais às vistas nas feiras livres. Sob um imenso jatobá, Furcolin colocou uma mesa de pinus com um buraco no meio fechado por vidro. Dentro dele, as sementes das espécies que se espalham por seu jardim.

Entre os sexagenários jatobás e sibipirunas que se espalham pelo terreno do Jockey Club de São Paulo há jardins românticos, de estátuas, de cactos, de palmeiras e até um com espécies 100% comestíveis. Todos servem de área de descanso e seus atrativos não se resumem a plantas. Vale tudo, na imaginação dos paisagistas, para atrair a atenção - do mobiliário a efeitos como fontes, espelhos d’água e fogo.

 

Gigi de Arruda Botelho projetou desta vez o Jardim das Fontes, em uma área de 700 m². "Meu objetivo foi criar um ambiente simples, viável e alternativo." Gigi fez estantes de madeira de demolição, decks e jardineiras (da Jardi) e as encheu de plantas - na parte de cima, uma cascata de samambaias e, na de baixo, uma parede verde com aspargos, samambaias, liriopes, véu-de-noiva e dinheiro-em-penca. Nos nichos, objetos de sua coleção pessoal, garimpada ao longo do tempo, como o livro-vaso e a mala-jardineira. E também inventou com as bolas de planta, "empanadas" com grama.

 

Todo o mobiliário é da Armando Cerello. O espelho d’agua foi feito de alvenaria e as bicas, de cobre. O painel de madeira no fundo funciona como uma moldura para a treliça, abrigando uma thumbergia. Pendurado no teto, um lustre feito com madeira reaproveitada da poda de uma jabuticabeira.

 

Na Casa do Chá, de Daniela Francfort, a paisagista carioca Marisa Lima apostou no romantismo. Na entrada, fez canteiros de impatiens de várias cores. Nos fundos, num espaço fechado, usou basicamente branco e rosa, com mais impatiens, rosas perfumadas, lavanda, gardênias, ipomeias, jasmins e buxinhos. A passagem é feita por um piso drenante da Solarium, assentado como um quebra-cabeças. O piso emenda com um deck que vai até um gazebo de ferro fundido em estilo francês. "Para reforçar o romantismo, coloquei roseiras topiadas," diz Marisa. Há ainda uma fonte com parede viva da Termo Green e frutíferas nativas.

 

O maior espaço da edição deste ano ficou com Paula Magaldi, que, em 1.800 m² idealizou a Praça das Palmeiras, espalhadas entre dois enormes pergolados, quatro grandes paredes vivas e fonte com pedra. "Trouxe 10 palmeiras dactilíferas, que foram plantadas no chão."

 

A arte vai marcar presença na Praça das Esculturas, de Marcelo e Rafaela Novaes. "Procurei fazer um jardim participativo, rico em detalhes, que desperte a atenção das pessoas", diz Marcelo. Entre bambu-bandeira, um canteiro de ametistas, echeverria, patas de elefante, palmeiras rabo-de-raposa e alpinia purpurata, estão 10 esculturas, entre as quais se destacam duas peças de Santos Lopes e Agostinho Gomes. Fechando a praça, uma parede viva de Gica Mesiara, da Quadro Vivo.

 

 

Como para a criatividade não existem pedras no caminho, o paisagista Marcelo Bellotto driblou as dificuldades de uma esquina para fazer seu jardim de cactos. Por que cactos? "Para não ter de demolir. Estou trabalhando com plantas em vasos. Trouxe de 15 a 20 espécies de cactáceas, entre elas a aloe thraskii, que veio do sul da África." Para contrastar com as espécies e criar um ar de deserto, Bellotto usou vasos de vários tons, da Vasos da Terra, e pedriscos brancos. Já para humanizar o espaço, espalhou bancos de madeira ripada desenhados por ele e executados pela Madezônia.

 

Nos fundos do prédio que abriga a Casa Cor, o Jardim das Casas, de Perci Silva, é exemplo de paisagismo contemporâneo. "Aqui a vegetação é densa, com cerca de 35 árvores nativas. Isso não me permitiu mexer muito no terreno e tive de trabalhar as plantas em vasos", diz. Com 1.400 m², Perci trabalhou com a simetria. "Como as duas casas vizinhas são quadradas, contornei com um deck de 400 m em retângulo."

 

Os irmãos gêmeos Luiz Felipe e Luiz Gustavo Camargo, do Folha Paisagismo, trabalharam com espécies tropicais e nuances de cores no Jardim do Boulevard, onde se destacam uma parede vermelho-queimado, mesma cor da caixa do espelho d’água. Entre o mobiliário, uma cadeira de pastilhas douradas importada e trazida pela designer Márcia Perasso.

 

 

 

É PARA COMERAlexandre Furcolin cria praça onde 100% das espécies são comestíveis

 

 

O engenheiro Alexandre Furcolin, de Campinas, está colocando em prática na Casa Cor o que ele chama de paisagismo produtivo. Numa área de 250 m², em frente à pizzaria projetada por Carlos Marsi, plantou de tudo - de café a plantas medicinais, de temperos a alface e rúcula, couve, jabuticaba, pimenta, tomate, pimentão e muito mais. "Fiz essa experiência na Casa Cor Campinas e deu certo. Quem quiser pode pegar o manjericão ou o tomate aqui para pôr na pizza", diz o paisagista, que deu ao espaço o nome de Praça Pomodori & Peperoni.

 

Furcolin admite que não está inventando nada. "Essa ideia veio com os primeiros imigrantes europeus, que plantavam comestíveis no jardim. Além disso, acho natural agora que as pessoas estão supervalorizando essa coisa de gourmet."

Verduras, temperos, legumes e frutas estão plantados em cachepôs ou grandes caixas de madeira iguais às vistas nas feiras livres. Sob um imenso jatobá, Furcolin colocou uma mesa de pinus com um buraco no meio fechado por vidro. Dentro dele, as sementes das espécies que se espalham por seu jardim.

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