Na estrada do afeto


Em 1934, meu avô Peter Scheier buscou uma vida nova longe do então provável cenário de conflito que se formava na Europa. Aos 26 anos, soube perceber cedo que as políticas na Alemanha não favoreciam as minorias. Conseguiu uma carta de recomendação para trabalhar em um frigorífico em São Paulo e, sorridente como aparece em sua foto de passaporte, desembarcou no Novo Mundo que mais tarde se tornaria sua terra por opção.

Por Lucas Lenci

Aqui, para completar a renda, passou a vender cúpulas de abajur. Mas, cansado de pegar bondes carregando aqueles objetos desajeitados, decidiu fotografá-los e levar apenas um álbum para mostrar aos clientes. Assim, entrou na profissão que guiou seu modo de vida e permitiu jogar seu olhar estrangeiro sobre a terra que o acolheu e na qual se deixou apaixonar pela luz que tanto o fascinava.

Scheier ocupa um lugar único na fotografia brasileira. Trabalhou no Estado, na revista O Cruzeiro, foi fotógrafo oficial do Masp desde a sua fundação e das apresentações ao vivo da TV Record de 1958 a 1962, também testemunhou e registrou os grandes eventos do high society paulistano, dando à luz um incrível acervo que conta a história de uma época de ouro do Brasil. Parte desse acervo, o profissional, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. Outra parte, a particular, continua com nossa família, sob minha responsabilidade.

Muito diversificado, o material pode ter um fio condutor: a maneira com que meu avô se deixava encantar pelos diversos povos brasileiros, tão diferentes de seu referencial germânico. Um estranhamento cheio de afeto que guia e impacta toda a sua obra. Ele fotografou não só as mudanças urbanas, mas também a transformação do País de uma economia rural que migrava para uma aposta industrial. Foi um fotógrafo de gente – sempre prestou mais atenção nas figuras humanas do que nos acontecimentos propriamente ditos, mesmo ao registrar um marco da história nacional como a construção e a inauguração de Brasília.

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Em 1962, dirigindo uma Kombi adaptada e carregada de equipamentos, filmes, camas e até um jogo de mesa e cadeiras, Scheier circulou pelos rincões mais profundos do Brasil. O veiculo parceiro de aventura de documentação garantiu certo conforto e autossuficiência. Mais uma vez o imigrante partia rumo ao novo e ao desconhecido, desbravando sobretudo o Nordeste brasileiro, na companhia de minha sempre paciente avó, Gertrudes, e de minha mãe, Bettina, que mais tarde também trabalharia como fotógrafa para as revistas Veja e Manchete.

São algumas imagens dessa viagem que eu escolhi para mostrar aqui. Uma seleção maior será lançada no formato de portfólio pela Schoeler Editions, no mês que vem. Serão 33 caixas artesanais e numeradas, cada uma contendo 13 fotografias 23 cm x 23 cm impressas em papel de algodão. Além disso, estamos criando o Instituto Peter Scheier a fim de perpetuar a obra desse homem de família que, longe, muito longe de casa, soube transformar os reveses de uma vida incerta em uma carreira fotográfica sólida e, até o fim, apaixonada.

Meu avô ficou no Brasil até 1976, quando voltou para a Alemanha e, já aposentado, trabalhou em projetos audiovisuais. Faleceu em 1979, aos 71 anos, quatro meses antes de meu nascimento.

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LUCAS LENCI É FOTÓGRAFO EM SÃO PAULO E COFUNDADOR DA GALERIA FOTOSPOT

 

Aqui, para completar a renda, passou a vender cúpulas de abajur. Mas, cansado de pegar bondes carregando aqueles objetos desajeitados, decidiu fotografá-los e levar apenas um álbum para mostrar aos clientes. Assim, entrou na profissão que guiou seu modo de vida e permitiu jogar seu olhar estrangeiro sobre a terra que o acolheu e na qual se deixou apaixonar pela luz que tanto o fascinava.

Scheier ocupa um lugar único na fotografia brasileira. Trabalhou no Estado, na revista O Cruzeiro, foi fotógrafo oficial do Masp desde a sua fundação e das apresentações ao vivo da TV Record de 1958 a 1962, também testemunhou e registrou os grandes eventos do high society paulistano, dando à luz um incrível acervo que conta a história de uma época de ouro do Brasil. Parte desse acervo, o profissional, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. Outra parte, a particular, continua com nossa família, sob minha responsabilidade.

Muito diversificado, o material pode ter um fio condutor: a maneira com que meu avô se deixava encantar pelos diversos povos brasileiros, tão diferentes de seu referencial germânico. Um estranhamento cheio de afeto que guia e impacta toda a sua obra. Ele fotografou não só as mudanças urbanas, mas também a transformação do País de uma economia rural que migrava para uma aposta industrial. Foi um fotógrafo de gente – sempre prestou mais atenção nas figuras humanas do que nos acontecimentos propriamente ditos, mesmo ao registrar um marco da história nacional como a construção e a inauguração de Brasília.

Em 1962, dirigindo uma Kombi adaptada e carregada de equipamentos, filmes, camas e até um jogo de mesa e cadeiras, Scheier circulou pelos rincões mais profundos do Brasil. O veiculo parceiro de aventura de documentação garantiu certo conforto e autossuficiência. Mais uma vez o imigrante partia rumo ao novo e ao desconhecido, desbravando sobretudo o Nordeste brasileiro, na companhia de minha sempre paciente avó, Gertrudes, e de minha mãe, Bettina, que mais tarde também trabalharia como fotógrafa para as revistas Veja e Manchete.

São algumas imagens dessa viagem que eu escolhi para mostrar aqui. Uma seleção maior será lançada no formato de portfólio pela Schoeler Editions, no mês que vem. Serão 33 caixas artesanais e numeradas, cada uma contendo 13 fotografias 23 cm x 23 cm impressas em papel de algodão. Além disso, estamos criando o Instituto Peter Scheier a fim de perpetuar a obra desse homem de família que, longe, muito longe de casa, soube transformar os reveses de uma vida incerta em uma carreira fotográfica sólida e, até o fim, apaixonada.

Meu avô ficou no Brasil até 1976, quando voltou para a Alemanha e, já aposentado, trabalhou em projetos audiovisuais. Faleceu em 1979, aos 71 anos, quatro meses antes de meu nascimento.

LUCAS LENCI É FOTÓGRAFO EM SÃO PAULO E COFUNDADOR DA GALERIA FOTOSPOT

 

Aqui, para completar a renda, passou a vender cúpulas de abajur. Mas, cansado de pegar bondes carregando aqueles objetos desajeitados, decidiu fotografá-los e levar apenas um álbum para mostrar aos clientes. Assim, entrou na profissão que guiou seu modo de vida e permitiu jogar seu olhar estrangeiro sobre a terra que o acolheu e na qual se deixou apaixonar pela luz que tanto o fascinava.

Scheier ocupa um lugar único na fotografia brasileira. Trabalhou no Estado, na revista O Cruzeiro, foi fotógrafo oficial do Masp desde a sua fundação e das apresentações ao vivo da TV Record de 1958 a 1962, também testemunhou e registrou os grandes eventos do high society paulistano, dando à luz um incrível acervo que conta a história de uma época de ouro do Brasil. Parte desse acervo, o profissional, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. Outra parte, a particular, continua com nossa família, sob minha responsabilidade.

Muito diversificado, o material pode ter um fio condutor: a maneira com que meu avô se deixava encantar pelos diversos povos brasileiros, tão diferentes de seu referencial germânico. Um estranhamento cheio de afeto que guia e impacta toda a sua obra. Ele fotografou não só as mudanças urbanas, mas também a transformação do País de uma economia rural que migrava para uma aposta industrial. Foi um fotógrafo de gente – sempre prestou mais atenção nas figuras humanas do que nos acontecimentos propriamente ditos, mesmo ao registrar um marco da história nacional como a construção e a inauguração de Brasília.

Em 1962, dirigindo uma Kombi adaptada e carregada de equipamentos, filmes, camas e até um jogo de mesa e cadeiras, Scheier circulou pelos rincões mais profundos do Brasil. O veiculo parceiro de aventura de documentação garantiu certo conforto e autossuficiência. Mais uma vez o imigrante partia rumo ao novo e ao desconhecido, desbravando sobretudo o Nordeste brasileiro, na companhia de minha sempre paciente avó, Gertrudes, e de minha mãe, Bettina, que mais tarde também trabalharia como fotógrafa para as revistas Veja e Manchete.

São algumas imagens dessa viagem que eu escolhi para mostrar aqui. Uma seleção maior será lançada no formato de portfólio pela Schoeler Editions, no mês que vem. Serão 33 caixas artesanais e numeradas, cada uma contendo 13 fotografias 23 cm x 23 cm impressas em papel de algodão. Além disso, estamos criando o Instituto Peter Scheier a fim de perpetuar a obra desse homem de família que, longe, muito longe de casa, soube transformar os reveses de uma vida incerta em uma carreira fotográfica sólida e, até o fim, apaixonada.

Meu avô ficou no Brasil até 1976, quando voltou para a Alemanha e, já aposentado, trabalhou em projetos audiovisuais. Faleceu em 1979, aos 71 anos, quatro meses antes de meu nascimento.

LUCAS LENCI É FOTÓGRAFO EM SÃO PAULO E COFUNDADOR DA GALERIA FOTOSPOT

 

Aqui, para completar a renda, passou a vender cúpulas de abajur. Mas, cansado de pegar bondes carregando aqueles objetos desajeitados, decidiu fotografá-los e levar apenas um álbum para mostrar aos clientes. Assim, entrou na profissão que guiou seu modo de vida e permitiu jogar seu olhar estrangeiro sobre a terra que o acolheu e na qual se deixou apaixonar pela luz que tanto o fascinava.

Scheier ocupa um lugar único na fotografia brasileira. Trabalhou no Estado, na revista O Cruzeiro, foi fotógrafo oficial do Masp desde a sua fundação e das apresentações ao vivo da TV Record de 1958 a 1962, também testemunhou e registrou os grandes eventos do high society paulistano, dando à luz um incrível acervo que conta a história de uma época de ouro do Brasil. Parte desse acervo, o profissional, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. Outra parte, a particular, continua com nossa família, sob minha responsabilidade.

Muito diversificado, o material pode ter um fio condutor: a maneira com que meu avô se deixava encantar pelos diversos povos brasileiros, tão diferentes de seu referencial germânico. Um estranhamento cheio de afeto que guia e impacta toda a sua obra. Ele fotografou não só as mudanças urbanas, mas também a transformação do País de uma economia rural que migrava para uma aposta industrial. Foi um fotógrafo de gente – sempre prestou mais atenção nas figuras humanas do que nos acontecimentos propriamente ditos, mesmo ao registrar um marco da história nacional como a construção e a inauguração de Brasília.

Em 1962, dirigindo uma Kombi adaptada e carregada de equipamentos, filmes, camas e até um jogo de mesa e cadeiras, Scheier circulou pelos rincões mais profundos do Brasil. O veiculo parceiro de aventura de documentação garantiu certo conforto e autossuficiência. Mais uma vez o imigrante partia rumo ao novo e ao desconhecido, desbravando sobretudo o Nordeste brasileiro, na companhia de minha sempre paciente avó, Gertrudes, e de minha mãe, Bettina, que mais tarde também trabalharia como fotógrafa para as revistas Veja e Manchete.

São algumas imagens dessa viagem que eu escolhi para mostrar aqui. Uma seleção maior será lançada no formato de portfólio pela Schoeler Editions, no mês que vem. Serão 33 caixas artesanais e numeradas, cada uma contendo 13 fotografias 23 cm x 23 cm impressas em papel de algodão. Além disso, estamos criando o Instituto Peter Scheier a fim de perpetuar a obra desse homem de família que, longe, muito longe de casa, soube transformar os reveses de uma vida incerta em uma carreira fotográfica sólida e, até o fim, apaixonada.

Meu avô ficou no Brasil até 1976, quando voltou para a Alemanha e, já aposentado, trabalhou em projetos audiovisuais. Faleceu em 1979, aos 71 anos, quatro meses antes de meu nascimento.

LUCAS LENCI É FOTÓGRAFO EM SÃO PAULO E COFUNDADOR DA GALERIA FOTOSPOT

 

Aqui, para completar a renda, passou a vender cúpulas de abajur. Mas, cansado de pegar bondes carregando aqueles objetos desajeitados, decidiu fotografá-los e levar apenas um álbum para mostrar aos clientes. Assim, entrou na profissão que guiou seu modo de vida e permitiu jogar seu olhar estrangeiro sobre a terra que o acolheu e na qual se deixou apaixonar pela luz que tanto o fascinava.

Scheier ocupa um lugar único na fotografia brasileira. Trabalhou no Estado, na revista O Cruzeiro, foi fotógrafo oficial do Masp desde a sua fundação e das apresentações ao vivo da TV Record de 1958 a 1962, também testemunhou e registrou os grandes eventos do high society paulistano, dando à luz um incrível acervo que conta a história de uma época de ouro do Brasil. Parte desse acervo, o profissional, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. Outra parte, a particular, continua com nossa família, sob minha responsabilidade.

Muito diversificado, o material pode ter um fio condutor: a maneira com que meu avô se deixava encantar pelos diversos povos brasileiros, tão diferentes de seu referencial germânico. Um estranhamento cheio de afeto que guia e impacta toda a sua obra. Ele fotografou não só as mudanças urbanas, mas também a transformação do País de uma economia rural que migrava para uma aposta industrial. Foi um fotógrafo de gente – sempre prestou mais atenção nas figuras humanas do que nos acontecimentos propriamente ditos, mesmo ao registrar um marco da história nacional como a construção e a inauguração de Brasília.

Em 1962, dirigindo uma Kombi adaptada e carregada de equipamentos, filmes, camas e até um jogo de mesa e cadeiras, Scheier circulou pelos rincões mais profundos do Brasil. O veiculo parceiro de aventura de documentação garantiu certo conforto e autossuficiência. Mais uma vez o imigrante partia rumo ao novo e ao desconhecido, desbravando sobretudo o Nordeste brasileiro, na companhia de minha sempre paciente avó, Gertrudes, e de minha mãe, Bettina, que mais tarde também trabalharia como fotógrafa para as revistas Veja e Manchete.

São algumas imagens dessa viagem que eu escolhi para mostrar aqui. Uma seleção maior será lançada no formato de portfólio pela Schoeler Editions, no mês que vem. Serão 33 caixas artesanais e numeradas, cada uma contendo 13 fotografias 23 cm x 23 cm impressas em papel de algodão. Além disso, estamos criando o Instituto Peter Scheier a fim de perpetuar a obra desse homem de família que, longe, muito longe de casa, soube transformar os reveses de uma vida incerta em uma carreira fotográfica sólida e, até o fim, apaixonada.

Meu avô ficou no Brasil até 1976, quando voltou para a Alemanha e, já aposentado, trabalhou em projetos audiovisuais. Faleceu em 1979, aos 71 anos, quatro meses antes de meu nascimento.

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