WASHINGTON - Ele chegou à Casa Branca com a promessa de colocar os "Estados Unidos em primeiro lugar". Um ano e várias decisões polêmicas depois, Donald Trump confirma sua disposição de dar as costas ao multilateralismo no cenário internacional.
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Em seu primeiro aniversário como presidente dos Estados Unidos, sua imagem no mundo é pior do que a de seus predecessores, Barack Obama e George W. Bush, de acordo com uma pesquisa Gallup publicada na quinta-feira.
Apenas 30% dos entrevistados em 134 países aprovam o bilionário republicano. E seus mais duros críticos estão na Europa Ocidental, no Canadá ou México, tradicionalmente próximos dos EUA.
Para James Lindsay, do Council on Foreign Relations, alguns dos aliados mais próximos "temem o fim da era em que os Estados Unidos exerciam uma liderança mundial". "Se esse for o caso, as consequências podem ser terríveis", escreveu.
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"Temos um problema com os europeus, mas o resto do mundo não está descontente", relativiza Jim Jeffrey, pesquisador do Instituto Washington e ex-diplomata durante os governos republicanos.
"Trump não causou muitos danos à ordem internacional até agora", disse ele, elogiando sua estratégia para a Coreia do Norte, Irã e Síria.
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Para o bem ou para o mal, o americano mostrou nos primeiros doze meses demandato que não é um governante comum
Coreia do Norte: pressão com toque pessoal
As ambições nucleares da Coreia do Norte são o principal desafio internacional para Washington. Apesar da antipatia declarada de Trump em relação ao multilateralismo na última Assembleia-Geral da ONU, a estratégiatem sido convencer o mundo de pressionar Pyongyang para que dialogue através de sanções draconianas.
A China e a Rússia votaram as últimas resoluções na ONU. Mas com Trump denunciando o líder norte-coreano Kim Jong-un, e suas promessas de "fogo e ira" ou a "destruição total" da Coreia do Norte fazem temer que a guerra de palavras leve a um conflito nuclear.
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O presidente americano Donald Trump chamou o líder norte-coreano Kim Jong-Un de ‘cachorrinho doentio’. É mais um capítulo da guerra verbal entre os dos países.
Irã: sozinho contra todos
Com o Irã, a abordagem é unilateral. Trump ameaça retirar-se do acordo nuclear de 2015 com Teerã, igualmente assinado por China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido, se não forem corrigidos "as terríveis lacunas" do texto, cuja aplicação visa impedir que os iranianos obtenham a arma atômica.
Os Estados Unidos estão preocupados com o fato de o acordo não punir os iranianos pelo seu programa de mísseis balísticos, sua interferência nos conflitos regionais ou abusos dos direitos humanos no país.
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Para a Casa Branca, o Irã não respeitou o acordo nuclear assinado há dois anos. Foi o que declarou o republicano Donald Trump.
Trump acaba de dar aos europeus um prazo até maio para salvar o acordo, ou retornará a impor sanções relacionadas à questão nuclear e deixará o acordo de fato, com o risco de enterrá-lo.
Jerusalém: outro golpe unilateral
Outra decisão unilateral, outro protesto mundial: Trump reconheceu no início de dezembro a cidade de Jerusalém como a capital de Israel.
Israel aplaudiu, e os palestinos agora negam a Washington qualquer papel de mediação no processo de paz, que o presidente americano desejava reviver, mas que está mais moribundo do que nunca.
Acordo de Paris: a 'doutrina da retirada'
Washington anunciou, em junho, a sua retirada do acordo climático de Paris, que Trump considera contrário aos interesses econômicos dos EUA, embora, na prática, isso só ocorra no final de seu mandato.
O presidente francês, Emmanuel Macron, quer convencê-lo a recuar. Mas Washington também fechou as portas para outros acordos ou organizações multilaterais: o Acordo de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (TPP), Unesco e o Pacto Global sobre Migração.
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O presidente Donald Trump fez uma declaração nesta quarta-feira que chamou a atenção da comunidade internacional. O republicano afirmou que os Estados Unidos podem retornar ao acordo do clima.
E a ONU também está sobre a mesa. É uma "doutrina de retirada", lamentam até mesmo os círculos republicanos.
Síria: vitória contra o EI
Na Síria e no Iraque, o governo Trump deu prosseguimento à luta contra o grupo extremista Estado Islâmico, até a vitória.
Acusado de não ter uma visão do futuro, agora que o regime de Damasco, com o apoio do Irã e da Rússia, assumiu a dianteira sobre seus adversários, Washington planeja uma estratégia: manter uma presença militar na Síria para evitar qualquer retorno dos extremistas islâmicos, mas também parar Teerã e, finalmente, propiciar a saída do presidente Bashar Assad.
México: o mantra do muro
A promessa mais famosa e mais ridicularizada da campanha de Trump em 2016 foi a construção de um "belo muro" na fronteira sul dos Estados Unidos e às custas do México.
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Mas além da controvérsia sobre o seu financiamento, a questão expõe um grande problema: Trump está convencido de que o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), em vigor desde 1994, prejudica os americanos.
Autoridades mexicanas, canadenses e americanas estão negociando há meses, tentando evitar uma possível saída dos Estados Unidos que prejudicaria suas economias altamente integradas. / AFP