30 ex-presidentes latinos cobram de Lula compromisso com democracia após eleição na Venezuela


Ex-governantes da América Latina e da Espanha publicam carta endereçada ao petista, principal interlocutor do ditador venezuelano

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - Um grupo de 30 ex-presidentes latino-americanos e ex-premiês espanhóis cobrou nesta segunda-feira, dia 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirme seu compromisso com a democracia e reaja ao que chamam de evidente usurpação da soberania popular, por parte do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Assinam a nota os ex-presidentes da Argentina Mauricio Macri, da Colômbia, Alvaro Uribe e Iván Duque, da Bolívia, Carlos Mesa, e do México, Vicente Fox, entre outros.

“Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, pediram os ex-presidentes.

Eles divulgaram uma mensagem endereçada a Lula, em nome do grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), que reúne lideranças de direita e centro-direita, sobretudo ex-governantes espanhóis e latino-americanos.

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“A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”, disseram os membros do grupo.

Lula durante reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric Foto: Esteban Felix/AP

Pressão diplomática

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Os integrantes do grupo, subscritores da nota, governaram países como México, Costa Rica, Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Bolívia, Panamá, Chile, República Dominicana, El Salvador e Espanha.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos”, afirmaram.

A carta foi divulgada depois de os governos dos Estados Unidos e de países como Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Panamá, Guatemala e Costa Rica reconheceram uma derrota de Maduro para a oposição.

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O Brasil rejeitou seguir Washington e lidera uma iniciativa com Colômbia e México que aposta no diálogo com o regime até que provas documentais da votação sejam tornadas públicas. Os três governos de esquerda evitaram, até agora, reconhecer um desfecho para a eleição e pedem verificação dos votos.

Na carta ao petista, eles reconhecem que o candidato da oposição, Edmundo González, conseguiu demonstrar por meio de atas de votação que foi “eleito presidente”, algo que o governo Lula rechaça fazer, sem que os resultados completos sejam divulgados de forma transparente e auditados de maneira imparcial.

Os líderes políticos afirmam ue se colocam como “porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos”. “Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País”, apelam.

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O Estadão pediu manifestação a respeito da carta ao Itamaraty e à Presidência da República. O governo não comentou especificamente o manifesto dos ex-presidentes.

A Presidência ressaltou a posição coordenada por Brasil, Colômbia e México, e destacou que, nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com Lula pelo telefone e elogiou a iniciativa de “estímulo diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”. Segundo o Planalto, no telefonema Lula reiterou o compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania do povo venezuelano.

“Apoiamos com o presidente Lula a aspiração do povo venezuelano por eleições transparentes. Este requisito está no cerne de qualquer democracia”, publicou Macron, na plataforma X (antigo Twitter).

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Nesta segunda-feira, Lula disse no Chile que “o respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é que nos move a defender a transparência dos resultados” e que o “compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”.

Antes, o petista havia dito que nada de grave ou anormal acontecera na disputa, e sugeriu que a oposição deveria contestar o anúncio da reeleição de Maduro na Justiça - controlada pelo chavismo, assim como o órgão eleitoral venezuelano.

Leia abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelos ex-chefes de Estado e direcionada a Lula

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Os ex-chefes de Estado e de governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela. A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos. O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País. Esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida. Eles estão protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia.

Assinam:

Mario Abdo, Paraguai

Óscar Arias S., Costa Rica

José María Aznar, Espanha

Nicolás Ardito Barletta, Panamá

Felipe Calderón, México

Rafael Ángel Calderón, Costa Rica

Laura Chinchilla, Costa Rica

Alfredo Cristiani, El Salvador

Iván Duque M., Colômbia

José María Figueres, Costa Rica

Vicente Fox, México

Federico Franco, Paraguai

Eduardo Frei Ruiz-Tagle, Chile

Osvaldo Hurtado, Equador

Luis Alberto Lacalle H., Uruguai

Guillermo Lasso, Equador

Mauricio Macri, Argentina

Jamil Mahuad, Equador

Hipólito Mejía, República Dominicana

Carlos Mesa G., Bolívia

Lenin Moreno, Equador

Mireya Moscoso, Panamá

Andrés Pastrana, Colômbia

Ernesto Pérez Balladares, Panamá

Jorge Tuto Quiroga, Bolívia

Mariano Rajoy, Espanha

Miguel Ángel Rodríguez, Costa Rica

Luis Guillermo Solís R., Costa Rica

Álvaro Uribe V., Colômbia

Juan Carlos Wasmosy, Paraguai

BRASÍLIA - Um grupo de 30 ex-presidentes latino-americanos e ex-premiês espanhóis cobrou nesta segunda-feira, dia 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirme seu compromisso com a democracia e reaja ao que chamam de evidente usurpação da soberania popular, por parte do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Assinam a nota os ex-presidentes da Argentina Mauricio Macri, da Colômbia, Alvaro Uribe e Iván Duque, da Bolívia, Carlos Mesa, e do México, Vicente Fox, entre outros.

“Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, pediram os ex-presidentes.

Eles divulgaram uma mensagem endereçada a Lula, em nome do grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), que reúne lideranças de direita e centro-direita, sobretudo ex-governantes espanhóis e latino-americanos.

“A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”, disseram os membros do grupo.

Lula durante reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric Foto: Esteban Felix/AP

Pressão diplomática

Os integrantes do grupo, subscritores da nota, governaram países como México, Costa Rica, Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Bolívia, Panamá, Chile, República Dominicana, El Salvador e Espanha.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos”, afirmaram.

A carta foi divulgada depois de os governos dos Estados Unidos e de países como Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Panamá, Guatemala e Costa Rica reconheceram uma derrota de Maduro para a oposição.

O Brasil rejeitou seguir Washington e lidera uma iniciativa com Colômbia e México que aposta no diálogo com o regime até que provas documentais da votação sejam tornadas públicas. Os três governos de esquerda evitaram, até agora, reconhecer um desfecho para a eleição e pedem verificação dos votos.

Na carta ao petista, eles reconhecem que o candidato da oposição, Edmundo González, conseguiu demonstrar por meio de atas de votação que foi “eleito presidente”, algo que o governo Lula rechaça fazer, sem que os resultados completos sejam divulgados de forma transparente e auditados de maneira imparcial.

Os líderes políticos afirmam ue se colocam como “porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos”. “Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País”, apelam.

O Estadão pediu manifestação a respeito da carta ao Itamaraty e à Presidência da República. O governo não comentou especificamente o manifesto dos ex-presidentes.

A Presidência ressaltou a posição coordenada por Brasil, Colômbia e México, e destacou que, nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com Lula pelo telefone e elogiou a iniciativa de “estímulo diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”. Segundo o Planalto, no telefonema Lula reiterou o compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania do povo venezuelano.

“Apoiamos com o presidente Lula a aspiração do povo venezuelano por eleições transparentes. Este requisito está no cerne de qualquer democracia”, publicou Macron, na plataforma X (antigo Twitter).

Nesta segunda-feira, Lula disse no Chile que “o respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é que nos move a defender a transparência dos resultados” e que o “compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”.

Antes, o petista havia dito que nada de grave ou anormal acontecera na disputa, e sugeriu que a oposição deveria contestar o anúncio da reeleição de Maduro na Justiça - controlada pelo chavismo, assim como o órgão eleitoral venezuelano.

Leia abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelos ex-chefes de Estado e direcionada a Lula

Os ex-chefes de Estado e de governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela. A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos. O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País. Esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida. Eles estão protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia.

Assinam:

Mario Abdo, Paraguai

Óscar Arias S., Costa Rica

José María Aznar, Espanha

Nicolás Ardito Barletta, Panamá

Felipe Calderón, México

Rafael Ángel Calderón, Costa Rica

Laura Chinchilla, Costa Rica

Alfredo Cristiani, El Salvador

Iván Duque M., Colômbia

José María Figueres, Costa Rica

Vicente Fox, México

Federico Franco, Paraguai

Eduardo Frei Ruiz-Tagle, Chile

Osvaldo Hurtado, Equador

Luis Alberto Lacalle H., Uruguai

Guillermo Lasso, Equador

Mauricio Macri, Argentina

Jamil Mahuad, Equador

Hipólito Mejía, República Dominicana

Carlos Mesa G., Bolívia

Lenin Moreno, Equador

Mireya Moscoso, Panamá

Andrés Pastrana, Colômbia

Ernesto Pérez Balladares, Panamá

Jorge Tuto Quiroga, Bolívia

Mariano Rajoy, Espanha

Miguel Ángel Rodríguez, Costa Rica

Luis Guillermo Solís R., Costa Rica

Álvaro Uribe V., Colômbia

Juan Carlos Wasmosy, Paraguai

BRASÍLIA - Um grupo de 30 ex-presidentes latino-americanos e ex-premiês espanhóis cobrou nesta segunda-feira, dia 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirme seu compromisso com a democracia e reaja ao que chamam de evidente usurpação da soberania popular, por parte do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Assinam a nota os ex-presidentes da Argentina Mauricio Macri, da Colômbia, Alvaro Uribe e Iván Duque, da Bolívia, Carlos Mesa, e do México, Vicente Fox, entre outros.

“Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, pediram os ex-presidentes.

Eles divulgaram uma mensagem endereçada a Lula, em nome do grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), que reúne lideranças de direita e centro-direita, sobretudo ex-governantes espanhóis e latino-americanos.

“A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”, disseram os membros do grupo.

Lula durante reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric Foto: Esteban Felix/AP

Pressão diplomática

Os integrantes do grupo, subscritores da nota, governaram países como México, Costa Rica, Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Bolívia, Panamá, Chile, República Dominicana, El Salvador e Espanha.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos”, afirmaram.

A carta foi divulgada depois de os governos dos Estados Unidos e de países como Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Panamá, Guatemala e Costa Rica reconheceram uma derrota de Maduro para a oposição.

O Brasil rejeitou seguir Washington e lidera uma iniciativa com Colômbia e México que aposta no diálogo com o regime até que provas documentais da votação sejam tornadas públicas. Os três governos de esquerda evitaram, até agora, reconhecer um desfecho para a eleição e pedem verificação dos votos.

Na carta ao petista, eles reconhecem que o candidato da oposição, Edmundo González, conseguiu demonstrar por meio de atas de votação que foi “eleito presidente”, algo que o governo Lula rechaça fazer, sem que os resultados completos sejam divulgados de forma transparente e auditados de maneira imparcial.

Os líderes políticos afirmam ue se colocam como “porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos”. “Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País”, apelam.

O Estadão pediu manifestação a respeito da carta ao Itamaraty e à Presidência da República. O governo não comentou especificamente o manifesto dos ex-presidentes.

A Presidência ressaltou a posição coordenada por Brasil, Colômbia e México, e destacou que, nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com Lula pelo telefone e elogiou a iniciativa de “estímulo diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”. Segundo o Planalto, no telefonema Lula reiterou o compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania do povo venezuelano.

“Apoiamos com o presidente Lula a aspiração do povo venezuelano por eleições transparentes. Este requisito está no cerne de qualquer democracia”, publicou Macron, na plataforma X (antigo Twitter).

Nesta segunda-feira, Lula disse no Chile que “o respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é que nos move a defender a transparência dos resultados” e que o “compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”.

Antes, o petista havia dito que nada de grave ou anormal acontecera na disputa, e sugeriu que a oposição deveria contestar o anúncio da reeleição de Maduro na Justiça - controlada pelo chavismo, assim como o órgão eleitoral venezuelano.

Leia abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelos ex-chefes de Estado e direcionada a Lula

Os ex-chefes de Estado e de governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela. A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos. O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País. Esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida. Eles estão protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia.

Assinam:

Mario Abdo, Paraguai

Óscar Arias S., Costa Rica

José María Aznar, Espanha

Nicolás Ardito Barletta, Panamá

Felipe Calderón, México

Rafael Ángel Calderón, Costa Rica

Laura Chinchilla, Costa Rica

Alfredo Cristiani, El Salvador

Iván Duque M., Colômbia

José María Figueres, Costa Rica

Vicente Fox, México

Federico Franco, Paraguai

Eduardo Frei Ruiz-Tagle, Chile

Osvaldo Hurtado, Equador

Luis Alberto Lacalle H., Uruguai

Guillermo Lasso, Equador

Mauricio Macri, Argentina

Jamil Mahuad, Equador

Hipólito Mejía, República Dominicana

Carlos Mesa G., Bolívia

Lenin Moreno, Equador

Mireya Moscoso, Panamá

Andrés Pastrana, Colômbia

Ernesto Pérez Balladares, Panamá

Jorge Tuto Quiroga, Bolívia

Mariano Rajoy, Espanha

Miguel Ángel Rodríguez, Costa Rica

Luis Guillermo Solís R., Costa Rica

Álvaro Uribe V., Colômbia

Juan Carlos Wasmosy, Paraguai

BRASÍLIA - Um grupo de 30 ex-presidentes latino-americanos e ex-premiês espanhóis cobrou nesta segunda-feira, dia 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirme seu compromisso com a democracia e reaja ao que chamam de evidente usurpação da soberania popular, por parte do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Assinam a nota os ex-presidentes da Argentina Mauricio Macri, da Colômbia, Alvaro Uribe e Iván Duque, da Bolívia, Carlos Mesa, e do México, Vicente Fox, entre outros.

“Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, pediram os ex-presidentes.

Eles divulgaram uma mensagem endereçada a Lula, em nome do grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), que reúne lideranças de direita e centro-direita, sobretudo ex-governantes espanhóis e latino-americanos.

“A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”, disseram os membros do grupo.

Lula durante reunião com o presidente do Chile, Gabriel Boric Foto: Esteban Felix/AP

Pressão diplomática

Os integrantes do grupo, subscritores da nota, governaram países como México, Costa Rica, Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Bolívia, Panamá, Chile, República Dominicana, El Salvador e Espanha.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos”, afirmaram.

A carta foi divulgada depois de os governos dos Estados Unidos e de países como Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Panamá, Guatemala e Costa Rica reconheceram uma derrota de Maduro para a oposição.

O Brasil rejeitou seguir Washington e lidera uma iniciativa com Colômbia e México que aposta no diálogo com o regime até que provas documentais da votação sejam tornadas públicas. Os três governos de esquerda evitaram, até agora, reconhecer um desfecho para a eleição e pedem verificação dos votos.

Na carta ao petista, eles reconhecem que o candidato da oposição, Edmundo González, conseguiu demonstrar por meio de atas de votação que foi “eleito presidente”, algo que o governo Lula rechaça fazer, sem que os resultados completos sejam divulgados de forma transparente e auditados de maneira imparcial.

Os líderes políticos afirmam ue se colocam como “porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos”. “Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País”, apelam.

O Estadão pediu manifestação a respeito da carta ao Itamaraty e à Presidência da República. O governo não comentou especificamente o manifesto dos ex-presidentes.

A Presidência ressaltou a posição coordenada por Brasil, Colômbia e México, e destacou que, nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com Lula pelo telefone e elogiou a iniciativa de “estímulo diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”. Segundo o Planalto, no telefonema Lula reiterou o compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania do povo venezuelano.

“Apoiamos com o presidente Lula a aspiração do povo venezuelano por eleições transparentes. Este requisito está no cerne de qualquer democracia”, publicou Macron, na plataforma X (antigo Twitter).

Nesta segunda-feira, Lula disse no Chile que “o respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é que nos move a defender a transparência dos resultados” e que o “compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”.

Antes, o petista havia dito que nada de grave ou anormal acontecera na disputa, e sugeriu que a oposição deveria contestar o anúncio da reeleição de Maduro na Justiça - controlada pelo chavismo, assim como o órgão eleitoral venezuelano.

Leia abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelos ex-chefes de Estado e direcionada a Lula

Os ex-chefes de Estado e de governo que subscrevem esta mensagem, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela. A evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos. O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu País. Esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida. Eles estão protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia.

Assinam:

Mario Abdo, Paraguai

Óscar Arias S., Costa Rica

José María Aznar, Espanha

Nicolás Ardito Barletta, Panamá

Felipe Calderón, México

Rafael Ángel Calderón, Costa Rica

Laura Chinchilla, Costa Rica

Alfredo Cristiani, El Salvador

Iván Duque M., Colômbia

José María Figueres, Costa Rica

Vicente Fox, México

Federico Franco, Paraguai

Eduardo Frei Ruiz-Tagle, Chile

Osvaldo Hurtado, Equador

Luis Alberto Lacalle H., Uruguai

Guillermo Lasso, Equador

Mauricio Macri, Argentina

Jamil Mahuad, Equador

Hipólito Mejía, República Dominicana

Carlos Mesa G., Bolívia

Lenin Moreno, Equador

Mireya Moscoso, Panamá

Andrés Pastrana, Colômbia

Ernesto Pérez Balladares, Panamá

Jorge Tuto Quiroga, Bolívia

Mariano Rajoy, Espanha

Miguel Ángel Rodríguez, Costa Rica

Luis Guillermo Solís R., Costa Rica

Álvaro Uribe V., Colômbia

Juan Carlos Wasmosy, Paraguai

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