A caça aos superiates de oligarcas russos sancionados por causa da guerra


Sanções em retaliação à invasão da Ucrânia pela Rússia iniciou uma caçada que já apreendeu oito superiates. Embarcações migram para países fora do alcance das medidas

Por Redação
Atualização:

As sanções da União Europeia, do Reino Unido e dos Estados Unidos contra bilionários russos, em resposta à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, iniciou uma caçada aos superiates ligados aos empresários. Segundo uma reportagem da BBC, muitos deles acabaram por migrar para nações fora do alcance das sanções, como as Maldivas, e estão no mar.

Dois destes superiates é ligado ao bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea FC, por exemplo. A BBC informou que eles estão atracados na Turquia, fora do alcance das sanções.

Segundo o jornal, cada um dos navios custa mais de US$ 500 milhões e está na lista de rastreamento da Lloyd’s List Intelligence. Os especialistas em dados de navegação monitoram os dispositivos de rastreamento a bordo e compartilharam essas informações exclusivamente com a BBC, permitindo que as rotas dessas e de outras embarcações vinculadas a russos sancionados sejam traçadas.

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Um barco cheio de jovens ucranianos tentou impedir que o superiate MY Solaris, atribuído a Abramovich, atracasse em Bodrum. O outro iate ligado ao bilionário, o Eclipse, navegou para Marmaris. Ambas cidades ficam na Turquia.

Superiate My Solaris, atribuído ao russo Roman Abramovich, navega na costa de Brodum, na Turquia. Imagem foi registrada na segunda-feira, 21 de março Foto: Ihlas News Agency / AFP

O Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia disseram que os superiates são alvos de apreensão, e pelo menos oito foram apreendidos até agora. Outros continuam foragidos - alguns em movimento, outros ancorados em lugares que estão atualmente a salvo de sanções.

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Muitos superiates estão ligados a bilionários russos, mas a propriedade é envolta em sigilo porque os barcos são frequentemente registrados por meio de uma série de empresas offshore. A equipe da Lloyd’s List vasculhou documentos de registro, relatórios de crédito e outros registros para determinar quem eles acreditam estar vinculado a cada embarcação. A lista foi divulgada pela BBC:

Roman Abramovich

Bilionário russo Roman Abramovich é um dos oligarcas sancionados pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido Foto: Andrew Winning / REUTERS
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My Solaris

O MY Solaris , estimado em US$ 600 milhões, possui uma piscina e um heliporto. Tem uma tripulação de até 60 pessoas e pode acomodar mais de 30 convidados. Saiu de Barcelona em 8 de março, onde estava passando por reparos.

Atracou em Tivat, em Montenegro, dias depois que Abramovich foi sancionado pelo Reino Unido. Tivat, na Baía de Kotor cercada de montanhas, é um centro de superiates e possui uma grande marina.

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O MY Solaris deixou Tivat e estava navegando ao largo da costa oeste grega quando a União Europeia sancionou Abramovich no dia 15 de março.

Após a data, os dados de rastreamento do iate mostram que ele estava se afastando das águas territoriais gregas (a Grécia está na UE) e navegando em águas internacionais, onde não pode ser apreendido.

No dia 21 de março, chegou ao balneário turco de Bodrum, que possui uma marina moderna e pode acomodar superiates de até 140 metros de comprimento. Mas seu caminho foi bloqueado por um pequeno bote que transportava oito crianças de uma equipe de vela ucraniana júnior e seu treinador, agitando bandeiras ucranianas.

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O técnico Paulo Donstov disse à BBC que eles estavam lá para disputar um campeonato de vela e foram avisados sobre a chegada do MY Solaris. “Queremos que o mundo saiba que a Ucrânia quer liberdade e paz”, disse Donstov, cuja família ainda está na cidade portuária ucraniana de Odessa.

A Turquia disse que “não tem intenção” de aderir às sanções da UE contra os russos e, ao contrário da maioria dos países europeus, ainda permite voos diretos da Rússia.

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Eclipse

O Eclipse é um dos maiores superiates do mundo. Tem nove decks, três helipontos e um submarino para três pessoas. Também há rumores de que há um sistema de defesa contra mísseis e um sistema de luz direcionada a laser para impedir os fotógrafos de tirar fotos do barco.

Ele estava ancorado na ilha caribenha de Sint Maarten - um território ultramarino holandês ligado à UE -, mas saiu no início de março. Em seguida, navegou para o leste através do Mediterrâneo, ao norte da Argélia.

Nesta terça-feira, 22, os dados mostraram que ele chegou a Marmaris, na Turquia. O resort, uma antiga vila de pescadores, é outro destino popular para superiates. Há uma marina, um castelo otomano e mais de 50 locais de mergulho nas proximidades.

Andrei Kostin

Chefe do banco VTB, Andrei Kostin, é um dos russos que possuem iates sancionados pelo bloco europeu, afirma BBC  Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

Sea Rhapsody

Sea Rhapsody também está em movimento. Ele foi vinculado a Andrei Kostin, presidente do banco estatal russo VTB, que foi sancionado pelas autoridades dos EUA, UE e Reino Unido.

A embarcação, que possui um cinema e uma academia, partiu de Fethiye, na Turquia, em 18 de fevereiro, com destino a Omã, antes de chegar às Seychelles no dia 3 de março, onde permanece desde então.

Oleg Deripaska

Clio

Oleg Deripeska fala para a imprensa diante do escritório da Gorkovski Automobile Plant (GAZ) em Nizhni Novogorod, em abril de 2019 Foto: Maxim Shemetov / Reuters

Outros superiates não se moveram. Um deles é o Clio, ligado a Oleg Deripaska, um empresário industrial com laços estreitos com o presidente Putin, sancionado pelo Reino Unido e pelos EUA.

Deripaska possui uma embarcação de apoio própria chamada Sputnik - com heliponto próprio - e atualmente está próxima às Maldivas.

Vários outros superiates ligados aos russos sancionados estão dentro ou perto das Maldivas. Pelo menos um outro (Madame Gu) está em Dubai.

As Maldivas, Seychelles e Dubai não têm um acordo com os EUA, Reino Unido ou UE que permita às autoridades confiscar propriedades, protegendo os iates de quaisquer sanções.

Mas eles podem não conseguir ficar em águas seguras indefinidamente. “Essas coisas são animais vivos que se alimentam na água e precisam de manutenção... então você precisa de portos que possam atender a isso”, diz Capucine de Vallée, CEO da Boatbookings. “Todos os principais estaleiros estão no norte da Europa.”

Além disso, ela acredita que os fabricantes podem deixar de oferecer peças e manutenção devido às sanções.

Dos nove superiates vinculados aos russos sancionados, apenas um está ancorado em águas europeias. O Tango - ligado a Viktor Vekselberg - está ancorado na costa de Palma, na Espanha. Vekselberg está sob sanção dos EUA e do Reino Unido, mas não da UE.

Iates apreendidos

Segundo a BBC, vários iates ligados aos russos sancionados já foram apreendidos por autoridades na França, Itália e Espanha. São eles:

  1. Veleiro A apreendido em Trieste, Itália (ligado a Andrei Melnichenko)
  2. Lena apreendida em San Remo, Itália (ligada a Gennadi Timchenko)
  3. Lady M apreendida em Imperia, Itália (ligada a Alexei Mordashov)
  4. Amore Vero apreendido em La Ciotat, França (ligado ao oligarca russo Igor Sechin)
  5. Valerie apreendida perto de Barcelona, Espanha (ligada a Sergei Chemenov)
  6. Crescente apreendido em Tarragona, Espanha
  7. Lady Anastasia apreendida em Port Adriano, Espanha (ligada a Alexander Mikheev)
  8. Axioma apreendido em Gibraltar (ligado a Dmitrievich Pumpianski)

Ainda há confusão sobre o status de um dos maiores superiates do mundo, o Dilbar - ligado ao empresário russo sancionado Alisher Usmanov. Foi relatado que ele havia sido apreendido enquanto atracado em Hamburgo. As autoridades locais afirmaram à BBC que não era o caso e que ele ainda estava lá para reparos. /Com informações da BBC

As sanções da União Europeia, do Reino Unido e dos Estados Unidos contra bilionários russos, em resposta à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, iniciou uma caçada aos superiates ligados aos empresários. Segundo uma reportagem da BBC, muitos deles acabaram por migrar para nações fora do alcance das sanções, como as Maldivas, e estão no mar.

Dois destes superiates é ligado ao bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea FC, por exemplo. A BBC informou que eles estão atracados na Turquia, fora do alcance das sanções.

Segundo o jornal, cada um dos navios custa mais de US$ 500 milhões e está na lista de rastreamento da Lloyd’s List Intelligence. Os especialistas em dados de navegação monitoram os dispositivos de rastreamento a bordo e compartilharam essas informações exclusivamente com a BBC, permitindo que as rotas dessas e de outras embarcações vinculadas a russos sancionados sejam traçadas.

Um barco cheio de jovens ucranianos tentou impedir que o superiate MY Solaris, atribuído a Abramovich, atracasse em Bodrum. O outro iate ligado ao bilionário, o Eclipse, navegou para Marmaris. Ambas cidades ficam na Turquia.

Superiate My Solaris, atribuído ao russo Roman Abramovich, navega na costa de Brodum, na Turquia. Imagem foi registrada na segunda-feira, 21 de março Foto: Ihlas News Agency / AFP

O Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia disseram que os superiates são alvos de apreensão, e pelo menos oito foram apreendidos até agora. Outros continuam foragidos - alguns em movimento, outros ancorados em lugares que estão atualmente a salvo de sanções.

Muitos superiates estão ligados a bilionários russos, mas a propriedade é envolta em sigilo porque os barcos são frequentemente registrados por meio de uma série de empresas offshore. A equipe da Lloyd’s List vasculhou documentos de registro, relatórios de crédito e outros registros para determinar quem eles acreditam estar vinculado a cada embarcação. A lista foi divulgada pela BBC:

Roman Abramovich

Bilionário russo Roman Abramovich é um dos oligarcas sancionados pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido Foto: Andrew Winning / REUTERS

My Solaris

O MY Solaris , estimado em US$ 600 milhões, possui uma piscina e um heliporto. Tem uma tripulação de até 60 pessoas e pode acomodar mais de 30 convidados. Saiu de Barcelona em 8 de março, onde estava passando por reparos.

Atracou em Tivat, em Montenegro, dias depois que Abramovich foi sancionado pelo Reino Unido. Tivat, na Baía de Kotor cercada de montanhas, é um centro de superiates e possui uma grande marina.

O MY Solaris deixou Tivat e estava navegando ao largo da costa oeste grega quando a União Europeia sancionou Abramovich no dia 15 de março.

Após a data, os dados de rastreamento do iate mostram que ele estava se afastando das águas territoriais gregas (a Grécia está na UE) e navegando em águas internacionais, onde não pode ser apreendido.

No dia 21 de março, chegou ao balneário turco de Bodrum, que possui uma marina moderna e pode acomodar superiates de até 140 metros de comprimento. Mas seu caminho foi bloqueado por um pequeno bote que transportava oito crianças de uma equipe de vela ucraniana júnior e seu treinador, agitando bandeiras ucranianas.

O técnico Paulo Donstov disse à BBC que eles estavam lá para disputar um campeonato de vela e foram avisados sobre a chegada do MY Solaris. “Queremos que o mundo saiba que a Ucrânia quer liberdade e paz”, disse Donstov, cuja família ainda está na cidade portuária ucraniana de Odessa.

A Turquia disse que “não tem intenção” de aderir às sanções da UE contra os russos e, ao contrário da maioria dos países europeus, ainda permite voos diretos da Rússia.

Eclipse

O Eclipse é um dos maiores superiates do mundo. Tem nove decks, três helipontos e um submarino para três pessoas. Também há rumores de que há um sistema de defesa contra mísseis e um sistema de luz direcionada a laser para impedir os fotógrafos de tirar fotos do barco.

Ele estava ancorado na ilha caribenha de Sint Maarten - um território ultramarino holandês ligado à UE -, mas saiu no início de março. Em seguida, navegou para o leste através do Mediterrâneo, ao norte da Argélia.

Nesta terça-feira, 22, os dados mostraram que ele chegou a Marmaris, na Turquia. O resort, uma antiga vila de pescadores, é outro destino popular para superiates. Há uma marina, um castelo otomano e mais de 50 locais de mergulho nas proximidades.

Andrei Kostin

Chefe do banco VTB, Andrei Kostin, é um dos russos que possuem iates sancionados pelo bloco europeu, afirma BBC  Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

Sea Rhapsody

Sea Rhapsody também está em movimento. Ele foi vinculado a Andrei Kostin, presidente do banco estatal russo VTB, que foi sancionado pelas autoridades dos EUA, UE e Reino Unido.

A embarcação, que possui um cinema e uma academia, partiu de Fethiye, na Turquia, em 18 de fevereiro, com destino a Omã, antes de chegar às Seychelles no dia 3 de março, onde permanece desde então.

Oleg Deripaska

Clio

Oleg Deripeska fala para a imprensa diante do escritório da Gorkovski Automobile Plant (GAZ) em Nizhni Novogorod, em abril de 2019 Foto: Maxim Shemetov / Reuters

Outros superiates não se moveram. Um deles é o Clio, ligado a Oleg Deripaska, um empresário industrial com laços estreitos com o presidente Putin, sancionado pelo Reino Unido e pelos EUA.

Deripaska possui uma embarcação de apoio própria chamada Sputnik - com heliponto próprio - e atualmente está próxima às Maldivas.

Vários outros superiates ligados aos russos sancionados estão dentro ou perto das Maldivas. Pelo menos um outro (Madame Gu) está em Dubai.

As Maldivas, Seychelles e Dubai não têm um acordo com os EUA, Reino Unido ou UE que permita às autoridades confiscar propriedades, protegendo os iates de quaisquer sanções.

Mas eles podem não conseguir ficar em águas seguras indefinidamente. “Essas coisas são animais vivos que se alimentam na água e precisam de manutenção... então você precisa de portos que possam atender a isso”, diz Capucine de Vallée, CEO da Boatbookings. “Todos os principais estaleiros estão no norte da Europa.”

Além disso, ela acredita que os fabricantes podem deixar de oferecer peças e manutenção devido às sanções.

Dos nove superiates vinculados aos russos sancionados, apenas um está ancorado em águas europeias. O Tango - ligado a Viktor Vekselberg - está ancorado na costa de Palma, na Espanha. Vekselberg está sob sanção dos EUA e do Reino Unido, mas não da UE.

Iates apreendidos

Segundo a BBC, vários iates ligados aos russos sancionados já foram apreendidos por autoridades na França, Itália e Espanha. São eles:

  1. Veleiro A apreendido em Trieste, Itália (ligado a Andrei Melnichenko)
  2. Lena apreendida em San Remo, Itália (ligada a Gennadi Timchenko)
  3. Lady M apreendida em Imperia, Itália (ligada a Alexei Mordashov)
  4. Amore Vero apreendido em La Ciotat, França (ligado ao oligarca russo Igor Sechin)
  5. Valerie apreendida perto de Barcelona, Espanha (ligada a Sergei Chemenov)
  6. Crescente apreendido em Tarragona, Espanha
  7. Lady Anastasia apreendida em Port Adriano, Espanha (ligada a Alexander Mikheev)
  8. Axioma apreendido em Gibraltar (ligado a Dmitrievich Pumpianski)

Ainda há confusão sobre o status de um dos maiores superiates do mundo, o Dilbar - ligado ao empresário russo sancionado Alisher Usmanov. Foi relatado que ele havia sido apreendido enquanto atracado em Hamburgo. As autoridades locais afirmaram à BBC que não era o caso e que ele ainda estava lá para reparos. /Com informações da BBC

As sanções da União Europeia, do Reino Unido e dos Estados Unidos contra bilionários russos, em resposta à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, iniciou uma caçada aos superiates ligados aos empresários. Segundo uma reportagem da BBC, muitos deles acabaram por migrar para nações fora do alcance das sanções, como as Maldivas, e estão no mar.

Dois destes superiates é ligado ao bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea FC, por exemplo. A BBC informou que eles estão atracados na Turquia, fora do alcance das sanções.

Segundo o jornal, cada um dos navios custa mais de US$ 500 milhões e está na lista de rastreamento da Lloyd’s List Intelligence. Os especialistas em dados de navegação monitoram os dispositivos de rastreamento a bordo e compartilharam essas informações exclusivamente com a BBC, permitindo que as rotas dessas e de outras embarcações vinculadas a russos sancionados sejam traçadas.

Um barco cheio de jovens ucranianos tentou impedir que o superiate MY Solaris, atribuído a Abramovich, atracasse em Bodrum. O outro iate ligado ao bilionário, o Eclipse, navegou para Marmaris. Ambas cidades ficam na Turquia.

Superiate My Solaris, atribuído ao russo Roman Abramovich, navega na costa de Brodum, na Turquia. Imagem foi registrada na segunda-feira, 21 de março Foto: Ihlas News Agency / AFP

O Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia disseram que os superiates são alvos de apreensão, e pelo menos oito foram apreendidos até agora. Outros continuam foragidos - alguns em movimento, outros ancorados em lugares que estão atualmente a salvo de sanções.

Muitos superiates estão ligados a bilionários russos, mas a propriedade é envolta em sigilo porque os barcos são frequentemente registrados por meio de uma série de empresas offshore. A equipe da Lloyd’s List vasculhou documentos de registro, relatórios de crédito e outros registros para determinar quem eles acreditam estar vinculado a cada embarcação. A lista foi divulgada pela BBC:

Roman Abramovich

Bilionário russo Roman Abramovich é um dos oligarcas sancionados pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido Foto: Andrew Winning / REUTERS

My Solaris

O MY Solaris , estimado em US$ 600 milhões, possui uma piscina e um heliporto. Tem uma tripulação de até 60 pessoas e pode acomodar mais de 30 convidados. Saiu de Barcelona em 8 de março, onde estava passando por reparos.

Atracou em Tivat, em Montenegro, dias depois que Abramovich foi sancionado pelo Reino Unido. Tivat, na Baía de Kotor cercada de montanhas, é um centro de superiates e possui uma grande marina.

O MY Solaris deixou Tivat e estava navegando ao largo da costa oeste grega quando a União Europeia sancionou Abramovich no dia 15 de março.

Após a data, os dados de rastreamento do iate mostram que ele estava se afastando das águas territoriais gregas (a Grécia está na UE) e navegando em águas internacionais, onde não pode ser apreendido.

No dia 21 de março, chegou ao balneário turco de Bodrum, que possui uma marina moderna e pode acomodar superiates de até 140 metros de comprimento. Mas seu caminho foi bloqueado por um pequeno bote que transportava oito crianças de uma equipe de vela ucraniana júnior e seu treinador, agitando bandeiras ucranianas.

O técnico Paulo Donstov disse à BBC que eles estavam lá para disputar um campeonato de vela e foram avisados sobre a chegada do MY Solaris. “Queremos que o mundo saiba que a Ucrânia quer liberdade e paz”, disse Donstov, cuja família ainda está na cidade portuária ucraniana de Odessa.

A Turquia disse que “não tem intenção” de aderir às sanções da UE contra os russos e, ao contrário da maioria dos países europeus, ainda permite voos diretos da Rússia.

Eclipse

O Eclipse é um dos maiores superiates do mundo. Tem nove decks, três helipontos e um submarino para três pessoas. Também há rumores de que há um sistema de defesa contra mísseis e um sistema de luz direcionada a laser para impedir os fotógrafos de tirar fotos do barco.

Ele estava ancorado na ilha caribenha de Sint Maarten - um território ultramarino holandês ligado à UE -, mas saiu no início de março. Em seguida, navegou para o leste através do Mediterrâneo, ao norte da Argélia.

Nesta terça-feira, 22, os dados mostraram que ele chegou a Marmaris, na Turquia. O resort, uma antiga vila de pescadores, é outro destino popular para superiates. Há uma marina, um castelo otomano e mais de 50 locais de mergulho nas proximidades.

Andrei Kostin

Chefe do banco VTB, Andrei Kostin, é um dos russos que possuem iates sancionados pelo bloco europeu, afirma BBC  Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

Sea Rhapsody

Sea Rhapsody também está em movimento. Ele foi vinculado a Andrei Kostin, presidente do banco estatal russo VTB, que foi sancionado pelas autoridades dos EUA, UE e Reino Unido.

A embarcação, que possui um cinema e uma academia, partiu de Fethiye, na Turquia, em 18 de fevereiro, com destino a Omã, antes de chegar às Seychelles no dia 3 de março, onde permanece desde então.

Oleg Deripaska

Clio

Oleg Deripeska fala para a imprensa diante do escritório da Gorkovski Automobile Plant (GAZ) em Nizhni Novogorod, em abril de 2019 Foto: Maxim Shemetov / Reuters

Outros superiates não se moveram. Um deles é o Clio, ligado a Oleg Deripaska, um empresário industrial com laços estreitos com o presidente Putin, sancionado pelo Reino Unido e pelos EUA.

Deripaska possui uma embarcação de apoio própria chamada Sputnik - com heliponto próprio - e atualmente está próxima às Maldivas.

Vários outros superiates ligados aos russos sancionados estão dentro ou perto das Maldivas. Pelo menos um outro (Madame Gu) está em Dubai.

As Maldivas, Seychelles e Dubai não têm um acordo com os EUA, Reino Unido ou UE que permita às autoridades confiscar propriedades, protegendo os iates de quaisquer sanções.

Mas eles podem não conseguir ficar em águas seguras indefinidamente. “Essas coisas são animais vivos que se alimentam na água e precisam de manutenção... então você precisa de portos que possam atender a isso”, diz Capucine de Vallée, CEO da Boatbookings. “Todos os principais estaleiros estão no norte da Europa.”

Além disso, ela acredita que os fabricantes podem deixar de oferecer peças e manutenção devido às sanções.

Dos nove superiates vinculados aos russos sancionados, apenas um está ancorado em águas europeias. O Tango - ligado a Viktor Vekselberg - está ancorado na costa de Palma, na Espanha. Vekselberg está sob sanção dos EUA e do Reino Unido, mas não da UE.

Iates apreendidos

Segundo a BBC, vários iates ligados aos russos sancionados já foram apreendidos por autoridades na França, Itália e Espanha. São eles:

  1. Veleiro A apreendido em Trieste, Itália (ligado a Andrei Melnichenko)
  2. Lena apreendida em San Remo, Itália (ligada a Gennadi Timchenko)
  3. Lady M apreendida em Imperia, Itália (ligada a Alexei Mordashov)
  4. Amore Vero apreendido em La Ciotat, França (ligado ao oligarca russo Igor Sechin)
  5. Valerie apreendida perto de Barcelona, Espanha (ligada a Sergei Chemenov)
  6. Crescente apreendido em Tarragona, Espanha
  7. Lady Anastasia apreendida em Port Adriano, Espanha (ligada a Alexander Mikheev)
  8. Axioma apreendido em Gibraltar (ligado a Dmitrievich Pumpianski)

Ainda há confusão sobre o status de um dos maiores superiates do mundo, o Dilbar - ligado ao empresário russo sancionado Alisher Usmanov. Foi relatado que ele havia sido apreendido enquanto atracado em Hamburgo. As autoridades locais afirmaram à BBC que não era o caso e que ele ainda estava lá para reparos. /Com informações da BBC

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