A entrevista de despedida de Naftali Bennett


Primeiro-ministro de Israel anunciou dissolução do parlamento e encerrou o mandato mais curto da história do país

Por Bret Stephens

THE NEW YORK TIMES - Nenhum primeiro-ministro israelense teve um mandato mais curto do que Naftali Bennett. Na segunda-feira, depois de uma série de deserção de parlamentares, ele anunciou que dissolverá o Parlamento e convocará uma nova eleição, a quinta em Israel desde 2019, pouco depois de completar um ano no cargo. Na terça-feira, ele enviou uma mensagem pelo WhatsApp, de Tel-Aviv, para conversarmos por telefone a respeito de seu recorde.

Duração, sugere ele, não deve ser confundida com qualidade. “Em um mundo em que polarizações domésticas têm se tornado praticamente o maior desafio, o experimento foi bem-sucedido”, afirma ele sobre seu governo.

O “experimento”, segundo ele, foi o governo mais diverso ideologicamente, etnicamente e religiosamente da história de Israel, que agrupou judeus ortodoxos e muçulmanos conservadores, tel-avivianos modernosos e ex-generais, nacionalistas de direita e a esquerda pacifista — um exemplo verdadeiro de diversidade e inclusão que críticos a Israel raramente reconhecem.

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Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, durante coletiva de imprensa no Knesset, parlamento de Israel, na segunda-feira, 20. Bennett decidiu dissolver parlamento após perder apoio Foto: Abir Sultan / EFE

Isso em si foi um triunfo, mesmo que tenha tido vida curta, mesmo que tenha sido unificado principalmente por uma aversão compartilhada a Binyamin Netanyahu. Bennett considera o ex-primeiro-ministro uma ameaça para a democracia? “No ano passado, nós restauramos a decência, a honestidade e até o cumprimento de compromissos”, afirma, esquivando-se apenas em parte da questão. Um sensato jornalista israelense que conheço afirma que Netanyahu tem cinco vezes mais chance de retornar ao poder.

Algo além de simbolismo foi alcançado ao longo deste ano? Bastante coisa, afirma ele. O desemprego baixou; a economia cresceu (junto com o aumento nos custos de habitação); e o governo dele conseguiu aprovar seu orçamento — o que não ocorria em Israel havia três anos. Um acordo de livre-comércio, assinado no mês passado, foi estabelecido com os Emirados Árabes Unidos — e deverá levar mil empresas israelenses a abrir sua lojinha nos EAU até o fim do ano. A participação de Israel na Aliança de Defesa Aérea do Oriente Médio, liderada pelos Estados Unidos, foi confirmada esta semana, sinalizando uma maior consolidação de laços entre o Estado judaico e a região em que ele se localiza.

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A Arábia Saudita participa dessa aliança? Pergunto. E o primeiro-ministro israelense reuniu-se com seus homólogos sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, para discuti-la? “Não posso entrar em detalhes, nem em relação à primeira parte da pergunta nem sobre a segunda”, afirma ele, meio que se entregando. “Não quero prejudicar o andamento das coisas.”

E então há o Irã. Bennett regozijou quando o governo de Joe Biden se recusou a remover o Exército de Guardiães da Revolução Islâmica da lista de organizações terroristas estrangeiras sancionadas pelos EUA e afirma que o fato do Irã não ter evitado a mesa de negociação prova o quanto o país persa precisa de um acordo. Ele resume sua versão de um bom acordo como, “Sem sanções; sem caducidade” — pretendendo “a remoção permanente das sanções” em troca da “paralisação permanente do desenvolvimento, da produção e da instalação de centrífugas” sem a cláusula de caducidade prevista no pacto nuclear original, que, segundo ele, teria eventualmente permitido ao Irã retomar o enriquecimento de urânio a qualquer nível.

Enquanto isso, afirma Bennett, Teerã “viola requerimentos fundamentais” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e prometeu atacar Israel diretamente com drones. A resposta israelense, de acordo com reportagem do Times, incluiu a destruição de uma base de drones no Irã e de uma instalação militar do país, além do assassinato, em um tranquilo bairro residencial de Teerã, de um graduado oficial militar iraniano, que, acredita-se, integrava a Unidade 840, suspeita de realizar operações de assassinato e abdução no exterior.

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Quando os iranianos “nos alvejarem indiretamente ou diretamente, eles pagarão o preço dentro do Irã”, afirma Bennett, falando em linhas gerais do que ele define como sua “doutrina Polvo”, de atacar Teerã na cabeça, em vez de cortar seus tentáculos. “Ocorre que esses caras são mais vulneráveis do que dão a parecer”, acrescenta ele em tom provocador. “O regime iraniano está apodrecido, é corrupto e incompetente.”

Mudando de assunto, pergunto quem ele quer que vença a guerra na Ucrânia. Ele evita responder diretamente, afirmando apenas, “Quero o fim desta guerra o quanto antes”. Bennett afirma que Israel recebeu aproximadamente 35 mil refugiados ucranianos, cerca da metade deles judeus, e que foi ele o responsável pela mediação para a criação do corredor humanitário para retirada das pessoas cercadas na metalúrgica de Mariupol e pela libertação do prefeito de Melitopol, que foi mantido refém pelos russos. “Para continuar a ser capaz, é preciso manter aberto o canal de comunicação”, afirma ele.

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E os palestinos? “Em termos de um tratado político ou algo nesse sentido, ninguém está falando disso nem pensando nisso neste momento”, afirma ele, enfatizando esforços para dar acesso a mais palestinos ao mercado de trabalho israelense.

Também pergunto sobre o homicídio, no mês passado, da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh na cidade palestina de Jenin, que uma investigação do Times indicou ter sido vítima provavelmente de um disparo de forças de Israel, apesar das autoridades palestinas se recusarem a mostrar o projétil para investigadores israelenses. “Não sei quem disparou aquele tiro”, afirma ele. “O que sei é que soldados israelenses não atiraram intencionalmente.”

Qual será, então, o veredicto da história sobre o governo de Bennett? Apesar dele insistir que seu “experimento” foi um sucesso, ele reconhece que seus oponentes em ambos os extremos do campo político “descobriram os elos mais frágeis e pressionaram tremendamente”. Mas ele também se orgulha do que conseguiu realizar com parceiros de coalizão radicalmente diferentes simplesmente por estar disposto a “deixar de lado desentendimentos ideológicos” e colocar o foco em “educação melhor, empregos melhores e infraestrutura melhor”.

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“Não estamos tentando decidir o que Deus decidirá daqui a mil anos. Colocamos o foco no hoje.” Não é o pior epitáfio para um governo que ainda pode servir como exemplo, em Israel e além. /TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

THE NEW YORK TIMES - Nenhum primeiro-ministro israelense teve um mandato mais curto do que Naftali Bennett. Na segunda-feira, depois de uma série de deserção de parlamentares, ele anunciou que dissolverá o Parlamento e convocará uma nova eleição, a quinta em Israel desde 2019, pouco depois de completar um ano no cargo. Na terça-feira, ele enviou uma mensagem pelo WhatsApp, de Tel-Aviv, para conversarmos por telefone a respeito de seu recorde.

Duração, sugere ele, não deve ser confundida com qualidade. “Em um mundo em que polarizações domésticas têm se tornado praticamente o maior desafio, o experimento foi bem-sucedido”, afirma ele sobre seu governo.

O “experimento”, segundo ele, foi o governo mais diverso ideologicamente, etnicamente e religiosamente da história de Israel, que agrupou judeus ortodoxos e muçulmanos conservadores, tel-avivianos modernosos e ex-generais, nacionalistas de direita e a esquerda pacifista — um exemplo verdadeiro de diversidade e inclusão que críticos a Israel raramente reconhecem.

Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, durante coletiva de imprensa no Knesset, parlamento de Israel, na segunda-feira, 20. Bennett decidiu dissolver parlamento após perder apoio Foto: Abir Sultan / EFE

Isso em si foi um triunfo, mesmo que tenha tido vida curta, mesmo que tenha sido unificado principalmente por uma aversão compartilhada a Binyamin Netanyahu. Bennett considera o ex-primeiro-ministro uma ameaça para a democracia? “No ano passado, nós restauramos a decência, a honestidade e até o cumprimento de compromissos”, afirma, esquivando-se apenas em parte da questão. Um sensato jornalista israelense que conheço afirma que Netanyahu tem cinco vezes mais chance de retornar ao poder.

Algo além de simbolismo foi alcançado ao longo deste ano? Bastante coisa, afirma ele. O desemprego baixou; a economia cresceu (junto com o aumento nos custos de habitação); e o governo dele conseguiu aprovar seu orçamento — o que não ocorria em Israel havia três anos. Um acordo de livre-comércio, assinado no mês passado, foi estabelecido com os Emirados Árabes Unidos — e deverá levar mil empresas israelenses a abrir sua lojinha nos EAU até o fim do ano. A participação de Israel na Aliança de Defesa Aérea do Oriente Médio, liderada pelos Estados Unidos, foi confirmada esta semana, sinalizando uma maior consolidação de laços entre o Estado judaico e a região em que ele se localiza.

A Arábia Saudita participa dessa aliança? Pergunto. E o primeiro-ministro israelense reuniu-se com seus homólogos sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, para discuti-la? “Não posso entrar em detalhes, nem em relação à primeira parte da pergunta nem sobre a segunda”, afirma ele, meio que se entregando. “Não quero prejudicar o andamento das coisas.”

E então há o Irã. Bennett regozijou quando o governo de Joe Biden se recusou a remover o Exército de Guardiães da Revolução Islâmica da lista de organizações terroristas estrangeiras sancionadas pelos EUA e afirma que o fato do Irã não ter evitado a mesa de negociação prova o quanto o país persa precisa de um acordo. Ele resume sua versão de um bom acordo como, “Sem sanções; sem caducidade” — pretendendo “a remoção permanente das sanções” em troca da “paralisação permanente do desenvolvimento, da produção e da instalação de centrífugas” sem a cláusula de caducidade prevista no pacto nuclear original, que, segundo ele, teria eventualmente permitido ao Irã retomar o enriquecimento de urânio a qualquer nível.

Enquanto isso, afirma Bennett, Teerã “viola requerimentos fundamentais” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e prometeu atacar Israel diretamente com drones. A resposta israelense, de acordo com reportagem do Times, incluiu a destruição de uma base de drones no Irã e de uma instalação militar do país, além do assassinato, em um tranquilo bairro residencial de Teerã, de um graduado oficial militar iraniano, que, acredita-se, integrava a Unidade 840, suspeita de realizar operações de assassinato e abdução no exterior.

Quando os iranianos “nos alvejarem indiretamente ou diretamente, eles pagarão o preço dentro do Irã”, afirma Bennett, falando em linhas gerais do que ele define como sua “doutrina Polvo”, de atacar Teerã na cabeça, em vez de cortar seus tentáculos. “Ocorre que esses caras são mais vulneráveis do que dão a parecer”, acrescenta ele em tom provocador. “O regime iraniano está apodrecido, é corrupto e incompetente.”

Mudando de assunto, pergunto quem ele quer que vença a guerra na Ucrânia. Ele evita responder diretamente, afirmando apenas, “Quero o fim desta guerra o quanto antes”. Bennett afirma que Israel recebeu aproximadamente 35 mil refugiados ucranianos, cerca da metade deles judeus, e que foi ele o responsável pela mediação para a criação do corredor humanitário para retirada das pessoas cercadas na metalúrgica de Mariupol e pela libertação do prefeito de Melitopol, que foi mantido refém pelos russos. “Para continuar a ser capaz, é preciso manter aberto o canal de comunicação”, afirma ele.

E os palestinos? “Em termos de um tratado político ou algo nesse sentido, ninguém está falando disso nem pensando nisso neste momento”, afirma ele, enfatizando esforços para dar acesso a mais palestinos ao mercado de trabalho israelense.

Também pergunto sobre o homicídio, no mês passado, da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh na cidade palestina de Jenin, que uma investigação do Times indicou ter sido vítima provavelmente de um disparo de forças de Israel, apesar das autoridades palestinas se recusarem a mostrar o projétil para investigadores israelenses. “Não sei quem disparou aquele tiro”, afirma ele. “O que sei é que soldados israelenses não atiraram intencionalmente.”

Qual será, então, o veredicto da história sobre o governo de Bennett? Apesar dele insistir que seu “experimento” foi um sucesso, ele reconhece que seus oponentes em ambos os extremos do campo político “descobriram os elos mais frágeis e pressionaram tremendamente”. Mas ele também se orgulha do que conseguiu realizar com parceiros de coalizão radicalmente diferentes simplesmente por estar disposto a “deixar de lado desentendimentos ideológicos” e colocar o foco em “educação melhor, empregos melhores e infraestrutura melhor”.

“Não estamos tentando decidir o que Deus decidirá daqui a mil anos. Colocamos o foco no hoje.” Não é o pior epitáfio para um governo que ainda pode servir como exemplo, em Israel e além. /TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

THE NEW YORK TIMES - Nenhum primeiro-ministro israelense teve um mandato mais curto do que Naftali Bennett. Na segunda-feira, depois de uma série de deserção de parlamentares, ele anunciou que dissolverá o Parlamento e convocará uma nova eleição, a quinta em Israel desde 2019, pouco depois de completar um ano no cargo. Na terça-feira, ele enviou uma mensagem pelo WhatsApp, de Tel-Aviv, para conversarmos por telefone a respeito de seu recorde.

Duração, sugere ele, não deve ser confundida com qualidade. “Em um mundo em que polarizações domésticas têm se tornado praticamente o maior desafio, o experimento foi bem-sucedido”, afirma ele sobre seu governo.

O “experimento”, segundo ele, foi o governo mais diverso ideologicamente, etnicamente e religiosamente da história de Israel, que agrupou judeus ortodoxos e muçulmanos conservadores, tel-avivianos modernosos e ex-generais, nacionalistas de direita e a esquerda pacifista — um exemplo verdadeiro de diversidade e inclusão que críticos a Israel raramente reconhecem.

Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, durante coletiva de imprensa no Knesset, parlamento de Israel, na segunda-feira, 20. Bennett decidiu dissolver parlamento após perder apoio Foto: Abir Sultan / EFE

Isso em si foi um triunfo, mesmo que tenha tido vida curta, mesmo que tenha sido unificado principalmente por uma aversão compartilhada a Binyamin Netanyahu. Bennett considera o ex-primeiro-ministro uma ameaça para a democracia? “No ano passado, nós restauramos a decência, a honestidade e até o cumprimento de compromissos”, afirma, esquivando-se apenas em parte da questão. Um sensato jornalista israelense que conheço afirma que Netanyahu tem cinco vezes mais chance de retornar ao poder.

Algo além de simbolismo foi alcançado ao longo deste ano? Bastante coisa, afirma ele. O desemprego baixou; a economia cresceu (junto com o aumento nos custos de habitação); e o governo dele conseguiu aprovar seu orçamento — o que não ocorria em Israel havia três anos. Um acordo de livre-comércio, assinado no mês passado, foi estabelecido com os Emirados Árabes Unidos — e deverá levar mil empresas israelenses a abrir sua lojinha nos EAU até o fim do ano. A participação de Israel na Aliança de Defesa Aérea do Oriente Médio, liderada pelos Estados Unidos, foi confirmada esta semana, sinalizando uma maior consolidação de laços entre o Estado judaico e a região em que ele se localiza.

A Arábia Saudita participa dessa aliança? Pergunto. E o primeiro-ministro israelense reuniu-se com seus homólogos sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, para discuti-la? “Não posso entrar em detalhes, nem em relação à primeira parte da pergunta nem sobre a segunda”, afirma ele, meio que se entregando. “Não quero prejudicar o andamento das coisas.”

E então há o Irã. Bennett regozijou quando o governo de Joe Biden se recusou a remover o Exército de Guardiães da Revolução Islâmica da lista de organizações terroristas estrangeiras sancionadas pelos EUA e afirma que o fato do Irã não ter evitado a mesa de negociação prova o quanto o país persa precisa de um acordo. Ele resume sua versão de um bom acordo como, “Sem sanções; sem caducidade” — pretendendo “a remoção permanente das sanções” em troca da “paralisação permanente do desenvolvimento, da produção e da instalação de centrífugas” sem a cláusula de caducidade prevista no pacto nuclear original, que, segundo ele, teria eventualmente permitido ao Irã retomar o enriquecimento de urânio a qualquer nível.

Enquanto isso, afirma Bennett, Teerã “viola requerimentos fundamentais” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e prometeu atacar Israel diretamente com drones. A resposta israelense, de acordo com reportagem do Times, incluiu a destruição de uma base de drones no Irã e de uma instalação militar do país, além do assassinato, em um tranquilo bairro residencial de Teerã, de um graduado oficial militar iraniano, que, acredita-se, integrava a Unidade 840, suspeita de realizar operações de assassinato e abdução no exterior.

Quando os iranianos “nos alvejarem indiretamente ou diretamente, eles pagarão o preço dentro do Irã”, afirma Bennett, falando em linhas gerais do que ele define como sua “doutrina Polvo”, de atacar Teerã na cabeça, em vez de cortar seus tentáculos. “Ocorre que esses caras são mais vulneráveis do que dão a parecer”, acrescenta ele em tom provocador. “O regime iraniano está apodrecido, é corrupto e incompetente.”

Mudando de assunto, pergunto quem ele quer que vença a guerra na Ucrânia. Ele evita responder diretamente, afirmando apenas, “Quero o fim desta guerra o quanto antes”. Bennett afirma que Israel recebeu aproximadamente 35 mil refugiados ucranianos, cerca da metade deles judeus, e que foi ele o responsável pela mediação para a criação do corredor humanitário para retirada das pessoas cercadas na metalúrgica de Mariupol e pela libertação do prefeito de Melitopol, que foi mantido refém pelos russos. “Para continuar a ser capaz, é preciso manter aberto o canal de comunicação”, afirma ele.

E os palestinos? “Em termos de um tratado político ou algo nesse sentido, ninguém está falando disso nem pensando nisso neste momento”, afirma ele, enfatizando esforços para dar acesso a mais palestinos ao mercado de trabalho israelense.

Também pergunto sobre o homicídio, no mês passado, da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh na cidade palestina de Jenin, que uma investigação do Times indicou ter sido vítima provavelmente de um disparo de forças de Israel, apesar das autoridades palestinas se recusarem a mostrar o projétil para investigadores israelenses. “Não sei quem disparou aquele tiro”, afirma ele. “O que sei é que soldados israelenses não atiraram intencionalmente.”

Qual será, então, o veredicto da história sobre o governo de Bennett? Apesar dele insistir que seu “experimento” foi um sucesso, ele reconhece que seus oponentes em ambos os extremos do campo político “descobriram os elos mais frágeis e pressionaram tremendamente”. Mas ele também se orgulha do que conseguiu realizar com parceiros de coalizão radicalmente diferentes simplesmente por estar disposto a “deixar de lado desentendimentos ideológicos” e colocar o foco em “educação melhor, empregos melhores e infraestrutura melhor”.

“Não estamos tentando decidir o que Deus decidirá daqui a mil anos. Colocamos o foco no hoje.” Não é o pior epitáfio para um governo que ainda pode servir como exemplo, em Israel e além. /TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

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