A Macron e Scholz, Putin diz que está disposto a discutir a retomada de embarques de grãos


Em meio à preocupação com crise alimentar por causa da guerra, o presidente russo voltou a condicionar a exportação de fertilizantes e produtos agrícolas à suspensão das sanções ocidentais

Por Redação
Atualização:

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, disse aos líderes da França e da Alemanha em um telefonema neste sábado, 28, que a Rússia está disposta a discutir maneiras de tornar possível à Ucrânia retomar os embarques de grãos dos portos do Mar Negro, disse o Kremlin. A declaração ocorre em meio à preocupação mundial de escassez alimentar por causa da guerra na Ucrânia.

“A Rússia está pronta para ajudar a encontrar opções para a exportação de grãos sem impedimentos, incluindo grãos ucranianos de portos localizados no Mar Negro”, disse o Kremlin em comunicado divulgado ao final da conversa telefônica. A Rússia e a Ucrânia respondem por quase um terço da oferta global de trigo, enquanto a Rússia também é um importante exportador global de fertilizantes e a Ucrânia é um grande exportador de milho e óleo de girassol.

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Segundo Putin, as dificuldades relacionadas com as entregas de alimentos têm sido causadas por “uma política econômica e financeira equivocada dos países ocidentais, bem como por sanções anti-russas” impostas por estes países, explica o comunicado.

O presidente Emmanuel Macron, da França, e o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha Foto: Clemens Blian/EPA/EFE
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Putin também teria informado o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz que a Rússia estava pronta para aumentar sua exportação de fertilizantes e produtos agrícolas se as sanções contra ela fossem suspensas - uma demanda que ele levantou em conversas com os líderes italianos e austríacos nos últimos dias.

Um aumento nas entregas de fertilizantes e produtos agrícolas russos poderia reduzir as tensões no mercado agrícola internacional, “o que obviamente exigirá o levantamento das sanções” contra Moscou, acrescenta o texto.

A Ucrânia e os países ocidentais acusaram a Rússia de armar a crise alimentar criada pela invasão da Ucrânia, que elevou os preços de grãos, óleos de cozinha, combustíveis e fertilizantes. A Rússia culpou a situação pelas sanções ocidentais contra ela e pela mineração dos portos ucranianos.

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Durante a conversa telefônica, Putin também denunciou o “perigo” representado pelas entregas de armas de países ocidentais para a Ucrânia e alertou para o risco de uma futura “desestabilização” da situação e um “agravamento da crise humanitária”.

O presidente russo também disse que a Rússia está aberta à retomada do diálogo com Kiev para resolver o conflito armado. As negociações de paz entre os dois países estão paralisadas desde março. Scholz e Macron, por sua vez, pediram ao chefe de Estado russo que empreenda negociações diretas e sérias com o presidente ucranano Volodmir Zelenski.

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Vladimir Putin visitou soldados russos feridos na Ucrânia pela primeira vez na quarta-feira, três meses após o início da operação militar contra o país

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Na conversa telefônica de 80 minutos, os dois líderes europeus “insistiram em um cessar-fogo imediato e uma retirada das tropas russas”, disse o governo alemão em um comunicado. Macron e Scholz “pediram ao presidente russo que realize negociações diretas e sérias com o presidente ucraniano e uma solução diplomática do conflito”.

A conversa aconteceu a pedido dos europeus, segundo o governo alemão, e se concentrou na “continuação da guerra contra a Ucrânia e nos esforços para acabar com ela”.

Os dois líderes ocidentais “tomaram nota positiva do compromisso do presidente russo de tratar os combatentes capturados de acordo com o direito internacional humanitário, em particular a Convenção de Genebra, e garantir o acesso irrestrito ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha”.

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Mas Macron e Scholz também pediram a Putin que libertasse os 2.500 combatentes ucranianos entrincheirados na siderúrgica Azovstal em Mariupol e que foram feitos prisioneiros pelos russos.

A chancelaria alemã também confirmou que “o presidente Putin afirmou que quer permitir a exportação de cereais da Ucrânia, sobretudo por via marítima”

Zelenski pede intervenção global

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O presidente ucraniano repetiu na última sexta-feira, 27, seu apelo à comunidade internacional para persuadir ou obrigar a Rússia a suspender o bloqueio de portos na Ucrânia, onde ele disse que 22 milhões de toneladas de grãos estão presos, piorando a fome e a inflação globais.

“O bloqueio naval da Rússia à Ucrânia não é menos desestabilizador para a coexistência no mundo”, disse o líder ucraniano em um evento online organizado por um think tank indonésio. “Este não é apenas um ato de agressão de um estado contra outro.”

Zelenski conversou sobre a situação com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. De acordo com um comunicado de imprensa do governo britânico, Johnson disse a Zelenski em um telefonema que trabalharia com outras nações do Grupo dos Sete para pressionar por “progresso urgente” no fim do bloqueio russo ao porto crítico de Odessa, no Mar Negro.

Em 2020, a Ucrânia foi o quarto maior exportador de milho do mundo, atrás dos Estados Unidos, Argentina e Brasil, de acordo com o Observatório da Complexidade Econômica, um site de dados. Ele listou a Ucrânia como o quinto maior exportador de trigo do mundo, atrás de Rússia, Canadá, Estados Unidos e França.

Zelenski também deu a entender que preferiria que o presidente russo não participasse da cúpula do G20 em Jacarta em novembro. A Indonésia convidou o líder russo para a reunião do órgão internacional sobre questões econômicas. A Rússia é membro do G20, que também inclui Estados Unidos, China, Reino Unido e União Europeia.

“Acredito que nesta cúpula haverá apenas estados amigos, estados parceiros e não haverá invasores”, disse Zelenski./AFP, REUTERS e W.POST

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, disse aos líderes da França e da Alemanha em um telefonema neste sábado, 28, que a Rússia está disposta a discutir maneiras de tornar possível à Ucrânia retomar os embarques de grãos dos portos do Mar Negro, disse o Kremlin. A declaração ocorre em meio à preocupação mundial de escassez alimentar por causa da guerra na Ucrânia.

“A Rússia está pronta para ajudar a encontrar opções para a exportação de grãos sem impedimentos, incluindo grãos ucranianos de portos localizados no Mar Negro”, disse o Kremlin em comunicado divulgado ao final da conversa telefônica. A Rússia e a Ucrânia respondem por quase um terço da oferta global de trigo, enquanto a Rússia também é um importante exportador global de fertilizantes e a Ucrânia é um grande exportador de milho e óleo de girassol.

Segundo Putin, as dificuldades relacionadas com as entregas de alimentos têm sido causadas por “uma política econômica e financeira equivocada dos países ocidentais, bem como por sanções anti-russas” impostas por estes países, explica o comunicado.

O presidente Emmanuel Macron, da França, e o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha Foto: Clemens Blian/EPA/EFE

Putin também teria informado o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz que a Rússia estava pronta para aumentar sua exportação de fertilizantes e produtos agrícolas se as sanções contra ela fossem suspensas - uma demanda que ele levantou em conversas com os líderes italianos e austríacos nos últimos dias.

Um aumento nas entregas de fertilizantes e produtos agrícolas russos poderia reduzir as tensões no mercado agrícola internacional, “o que obviamente exigirá o levantamento das sanções” contra Moscou, acrescenta o texto.

A Ucrânia e os países ocidentais acusaram a Rússia de armar a crise alimentar criada pela invasão da Ucrânia, que elevou os preços de grãos, óleos de cozinha, combustíveis e fertilizantes. A Rússia culpou a situação pelas sanções ocidentais contra ela e pela mineração dos portos ucranianos.

Durante a conversa telefônica, Putin também denunciou o “perigo” representado pelas entregas de armas de países ocidentais para a Ucrânia e alertou para o risco de uma futura “desestabilização” da situação e um “agravamento da crise humanitária”.

O presidente russo também disse que a Rússia está aberta à retomada do diálogo com Kiev para resolver o conflito armado. As negociações de paz entre os dois países estão paralisadas desde março. Scholz e Macron, por sua vez, pediram ao chefe de Estado russo que empreenda negociações diretas e sérias com o presidente ucranano Volodmir Zelenski.

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Na conversa telefônica de 80 minutos, os dois líderes europeus “insistiram em um cessar-fogo imediato e uma retirada das tropas russas”, disse o governo alemão em um comunicado. Macron e Scholz “pediram ao presidente russo que realize negociações diretas e sérias com o presidente ucraniano e uma solução diplomática do conflito”.

A conversa aconteceu a pedido dos europeus, segundo o governo alemão, e se concentrou na “continuação da guerra contra a Ucrânia e nos esforços para acabar com ela”.

Os dois líderes ocidentais “tomaram nota positiva do compromisso do presidente russo de tratar os combatentes capturados de acordo com o direito internacional humanitário, em particular a Convenção de Genebra, e garantir o acesso irrestrito ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha”.

Mas Macron e Scholz também pediram a Putin que libertasse os 2.500 combatentes ucranianos entrincheirados na siderúrgica Azovstal em Mariupol e que foram feitos prisioneiros pelos russos.

A chancelaria alemã também confirmou que “o presidente Putin afirmou que quer permitir a exportação de cereais da Ucrânia, sobretudo por via marítima”

Zelenski pede intervenção global

O presidente ucraniano repetiu na última sexta-feira, 27, seu apelo à comunidade internacional para persuadir ou obrigar a Rússia a suspender o bloqueio de portos na Ucrânia, onde ele disse que 22 milhões de toneladas de grãos estão presos, piorando a fome e a inflação globais.

“O bloqueio naval da Rússia à Ucrânia não é menos desestabilizador para a coexistência no mundo”, disse o líder ucraniano em um evento online organizado por um think tank indonésio. “Este não é apenas um ato de agressão de um estado contra outro.”

Zelenski conversou sobre a situação com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. De acordo com um comunicado de imprensa do governo britânico, Johnson disse a Zelenski em um telefonema que trabalharia com outras nações do Grupo dos Sete para pressionar por “progresso urgente” no fim do bloqueio russo ao porto crítico de Odessa, no Mar Negro.

Em 2020, a Ucrânia foi o quarto maior exportador de milho do mundo, atrás dos Estados Unidos, Argentina e Brasil, de acordo com o Observatório da Complexidade Econômica, um site de dados. Ele listou a Ucrânia como o quinto maior exportador de trigo do mundo, atrás de Rússia, Canadá, Estados Unidos e França.

Zelenski também deu a entender que preferiria que o presidente russo não participasse da cúpula do G20 em Jacarta em novembro. A Indonésia convidou o líder russo para a reunião do órgão internacional sobre questões econômicas. A Rússia é membro do G20, que também inclui Estados Unidos, China, Reino Unido e União Europeia.

“Acredito que nesta cúpula haverá apenas estados amigos, estados parceiros e não haverá invasores”, disse Zelenski./AFP, REUTERS e W.POST

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, disse aos líderes da França e da Alemanha em um telefonema neste sábado, 28, que a Rússia está disposta a discutir maneiras de tornar possível à Ucrânia retomar os embarques de grãos dos portos do Mar Negro, disse o Kremlin. A declaração ocorre em meio à preocupação mundial de escassez alimentar por causa da guerra na Ucrânia.

“A Rússia está pronta para ajudar a encontrar opções para a exportação de grãos sem impedimentos, incluindo grãos ucranianos de portos localizados no Mar Negro”, disse o Kremlin em comunicado divulgado ao final da conversa telefônica. A Rússia e a Ucrânia respondem por quase um terço da oferta global de trigo, enquanto a Rússia também é um importante exportador global de fertilizantes e a Ucrânia é um grande exportador de milho e óleo de girassol.

Segundo Putin, as dificuldades relacionadas com as entregas de alimentos têm sido causadas por “uma política econômica e financeira equivocada dos países ocidentais, bem como por sanções anti-russas” impostas por estes países, explica o comunicado.

O presidente Emmanuel Macron, da França, e o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha Foto: Clemens Blian/EPA/EFE

Putin também teria informado o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz que a Rússia estava pronta para aumentar sua exportação de fertilizantes e produtos agrícolas se as sanções contra ela fossem suspensas - uma demanda que ele levantou em conversas com os líderes italianos e austríacos nos últimos dias.

Um aumento nas entregas de fertilizantes e produtos agrícolas russos poderia reduzir as tensões no mercado agrícola internacional, “o que obviamente exigirá o levantamento das sanções” contra Moscou, acrescenta o texto.

A Ucrânia e os países ocidentais acusaram a Rússia de armar a crise alimentar criada pela invasão da Ucrânia, que elevou os preços de grãos, óleos de cozinha, combustíveis e fertilizantes. A Rússia culpou a situação pelas sanções ocidentais contra ela e pela mineração dos portos ucranianos.

Durante a conversa telefônica, Putin também denunciou o “perigo” representado pelas entregas de armas de países ocidentais para a Ucrânia e alertou para o risco de uma futura “desestabilização” da situação e um “agravamento da crise humanitária”.

O presidente russo também disse que a Rússia está aberta à retomada do diálogo com Kiev para resolver o conflito armado. As negociações de paz entre os dois países estão paralisadas desde março. Scholz e Macron, por sua vez, pediram ao chefe de Estado russo que empreenda negociações diretas e sérias com o presidente ucranano Volodmir Zelenski.

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Vladimir Putin visitou soldados russos feridos na Ucrânia pela primeira vez na quarta-feira, três meses após o início da operação militar contra o país

Na conversa telefônica de 80 minutos, os dois líderes europeus “insistiram em um cessar-fogo imediato e uma retirada das tropas russas”, disse o governo alemão em um comunicado. Macron e Scholz “pediram ao presidente russo que realize negociações diretas e sérias com o presidente ucraniano e uma solução diplomática do conflito”.

A conversa aconteceu a pedido dos europeus, segundo o governo alemão, e se concentrou na “continuação da guerra contra a Ucrânia e nos esforços para acabar com ela”.

Os dois líderes ocidentais “tomaram nota positiva do compromisso do presidente russo de tratar os combatentes capturados de acordo com o direito internacional humanitário, em particular a Convenção de Genebra, e garantir o acesso irrestrito ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha”.

Mas Macron e Scholz também pediram a Putin que libertasse os 2.500 combatentes ucranianos entrincheirados na siderúrgica Azovstal em Mariupol e que foram feitos prisioneiros pelos russos.

A chancelaria alemã também confirmou que “o presidente Putin afirmou que quer permitir a exportação de cereais da Ucrânia, sobretudo por via marítima”

Zelenski pede intervenção global

O presidente ucraniano repetiu na última sexta-feira, 27, seu apelo à comunidade internacional para persuadir ou obrigar a Rússia a suspender o bloqueio de portos na Ucrânia, onde ele disse que 22 milhões de toneladas de grãos estão presos, piorando a fome e a inflação globais.

“O bloqueio naval da Rússia à Ucrânia não é menos desestabilizador para a coexistência no mundo”, disse o líder ucraniano em um evento online organizado por um think tank indonésio. “Este não é apenas um ato de agressão de um estado contra outro.”

Zelenski conversou sobre a situação com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. De acordo com um comunicado de imprensa do governo britânico, Johnson disse a Zelenski em um telefonema que trabalharia com outras nações do Grupo dos Sete para pressionar por “progresso urgente” no fim do bloqueio russo ao porto crítico de Odessa, no Mar Negro.

Em 2020, a Ucrânia foi o quarto maior exportador de milho do mundo, atrás dos Estados Unidos, Argentina e Brasil, de acordo com o Observatório da Complexidade Econômica, um site de dados. Ele listou a Ucrânia como o quinto maior exportador de trigo do mundo, atrás de Rússia, Canadá, Estados Unidos e França.

Zelenski também deu a entender que preferiria que o presidente russo não participasse da cúpula do G20 em Jacarta em novembro. A Indonésia convidou o líder russo para a reunião do órgão internacional sobre questões econômicas. A Rússia é membro do G20, que também inclui Estados Unidos, China, Reino Unido e União Europeia.

“Acredito que nesta cúpula haverá apenas estados amigos, estados parceiros e não haverá invasores”, disse Zelenski./AFP, REUTERS e W.POST

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