À medida que as mortes de tropas russas aumentam, o moral se torna um problema, dizem autoridades


Lado conservador estima em mais de 7 mil mortes de soldados da Rússia, maior que o número de americanos mortos ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos

Por Helene Cooper, Julian E. Barnes e Eric Schmitt

THE NEW YORK TIMES - Em 36 dias de combates em Iwo Jima durante a 2ª Guerra, quase 7 mil fuzileiros navais foram mortos. Agora, 20 dias depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, seus militares já perderam mais soldados, segundo estimativas da inteligência americana.

O lado conservador da estimativa, em mais de 7 mil mortes de tropas russas, é maior do que o número de tropas americanas mortas ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos.

É um número impressionante acumulado em apenas três semanas de combate, dizem autoridades americanas, com implicações para a eficácia de combate das unidades russas, incluindo soldados em formações de tanques.

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Soldado ucraniano inspeciona veículo militar russo destruído em Kharkiv Foto: Andrew Marienko/AP

Autoridades do Pentágono dizem que uma taxa de 10% de baixas, incluindo mortos e feridos, para uma única unidade a torna incapaz de realizar tarefas relacionadas ao combate.

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Com mais de 150 mil soldados russos agora envolvidos na guerra na Ucrânia, as baixas russas, incluindo os estimados 14 mil a 21 mil feridos, estão perto desse nível. E os militares russos também perderam pelo menos três generais na luta, segundo autoridades ucranianas, da Otan e russas.

Autoridades do Pentágono dizem que um número alto e crescente de mortos na guerra pode destruir a vontade de continuar lutando. O resultado, dizem eles, apareceu em relatórios de inteligência que altos funcionários do governo Biden leem todos os dias: um relatório recente se concentrou no baixo moral entre as tropas russas e descreveu soldados apenas estacionando seus veículos e caminhando para a floresta.

As autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos operacionais, alertam que seus números de mortes de tropas russas são inexatos, compilados por meio de análises da mídia, números ucranianos (que tendem a ser altos, com o último em 13,5 mil), números russos (que tendem a ser baixos, com o último em 498), imagens de satélite e leitura cuidadosa de imagens de vídeo de tanques e tropas russos que estão sob fogo.

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Estratégia agora mira bombardeios aéreos

Oficiais militares e de inteligência americanos sabem, por exemplo, quantos soldados geralmente estão em um tanque e podem inferir a partir disso o número de baixas quando um veículo blindado é atingido por, digamos, um míssil antitanque Javelin.

A alta taxa de baixas explica muito por que a tão alardeada força da Rússia permaneceu em grande parte paralisada fora de Kiev, capital da Ucrânia.

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“Perdas como essa afetam o moral e a coesão da unidade, especialmente porque esses soldados não entendem por que estão lutando”, disse Evelyn Farkas, a principal autoridade do Pentágono para a Rússia e a Ucrânia durante o governo Obama. “Sua consciência situacional geral diminui. Alguém tem de dirigir, alguém tem de atirar.”

Mas, acrescentou, “são apenas as forças terrestres”. Com as forças terrestres russas em desordem, Putin olha cada vez mais para os céus para atacar cidades ucranianas, prédios residenciais, hospitais e até escolas. Esse bombardeio aéreo, dizem as autoridades, ajudou a camuflar o fraco desempenho dos militares russos em solo. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, disse esta semana que cerca de 1,3 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra.

Os sinais dos desafios da Rússia são abundantes. No final da semana passada, fontes de notícias russas informaram que Putin havia colocado dois de seus principais funcionários de inteligência em prisão domiciliar. Os funcionários, que administram o Quinto Serviço do principal serviço de inteligência da Rússia, o FSB, foram interrogados por fornecerem informações ruins antes da invasão, de acordo com Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança russos.

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“Eles estavam encarregados de fornecer inteligência política e cultivar redes de apoio na Ucrânia”, disse Soldatov em entrevista. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir” sobre como a invasão iria progredir.

Os próprios russos podem estar ouvindo apenas o que Putin quer que eles ouçam sobre sua “operação” na Ucrânia, que ele se recusa a chamar de guerra ou invasão. Desde o início, ele exerceu um controle de ferro sobre os meios de comunicação na Rússia; a mídia estatal não está divulgando a maioria das vítimas e minimizou a destruição.

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Mas alguns russos têm acesso a redes privadas virtuais (VPNs) e podem receber notícias do Ocidente.

“Não acredito que ele possa isolar, indefinidamente, os russos da verdade”, disse William J. Burns, diretor da CIA, ao Senado na semana passada. “Especialmente quando as realidades começaram a perfurar essa bolha, as realidades de mortos e feridos voltando para casa, e o número crescente, as realidades das consequências econômicas para os russos comuns, as realidades das cenas horríveis de hospitais e escolas sendo bombardeados na Ucrânia, e de vítimas civis lá também.”

As notícias das mortes dos generais estão se espalhando, primeiro por ucranianos, depois confirmadas por funcionários da Otan, com uma morte reconhecida por Putin em um discurso. Eles foram identificados como major-general Andrei Kolesnikov, comandante do distrito militar oriental da Rússia; o major-general Vitaly Gerasimov, primeiro vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas; e o major-general Andrei Sukhovetsky, vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país deve aceitar que não se tornará membro da Otan

Autoridades ocidentais dizem que cerca de 20 generais russos estavam na Ucrânia como parte do esforço de guerra e que podem ter se aproximado do front para aumentar o moral. “Três generais já – esse é um número chocante”, disse Michael McFaul, ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, em entrevista.

Na quarta-feira, oficiais ucranianos informaram que um quarto general, o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados, foi morto em combate.

Dois oficiais militares americanos disseram que muitos generais russos estão falando em telefones e rádios não seguros. Em pelo menos um caso, disseram eles, os ucranianos interceptaram a ligação de um general, geolocalizaram e atacaram sua localização, matando ele e sua equipe.

Se as mortes de militares russos continuarem a aumentar, os tipos de organizações cívicas que chamaram a atenção para as mortes e ferimentos de tropas durante a invasão soviética do Afeganistão poderão mais uma vez ganhar destaque.

Mas o pedágio russo, dizem alguns especialistas militares e legisladores, não deve mudar a estratégia de Putin.

“É impressionante, e os russos nem chegaram ao pior, quando entrarem em combate urbano nas cidades”, disse o deputado democrata Jason Crow, membro das Comissões de Serviços Armados e Inteligência da Câmara, em uma entrevista.

“Não acho que isso tenha impacto no cálculo de Putin”, disse Crow. “Ele não está disposto a perder. Ele foi encurralado e continuará a lançar tropas no problema.”

THE NEW YORK TIMES - Em 36 dias de combates em Iwo Jima durante a 2ª Guerra, quase 7 mil fuzileiros navais foram mortos. Agora, 20 dias depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, seus militares já perderam mais soldados, segundo estimativas da inteligência americana.

O lado conservador da estimativa, em mais de 7 mil mortes de tropas russas, é maior do que o número de tropas americanas mortas ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos.

É um número impressionante acumulado em apenas três semanas de combate, dizem autoridades americanas, com implicações para a eficácia de combate das unidades russas, incluindo soldados em formações de tanques.

Soldado ucraniano inspeciona veículo militar russo destruído em Kharkiv Foto: Andrew Marienko/AP

Autoridades do Pentágono dizem que uma taxa de 10% de baixas, incluindo mortos e feridos, para uma única unidade a torna incapaz de realizar tarefas relacionadas ao combate.

Com mais de 150 mil soldados russos agora envolvidos na guerra na Ucrânia, as baixas russas, incluindo os estimados 14 mil a 21 mil feridos, estão perto desse nível. E os militares russos também perderam pelo menos três generais na luta, segundo autoridades ucranianas, da Otan e russas.

Autoridades do Pentágono dizem que um número alto e crescente de mortos na guerra pode destruir a vontade de continuar lutando. O resultado, dizem eles, apareceu em relatórios de inteligência que altos funcionários do governo Biden leem todos os dias: um relatório recente se concentrou no baixo moral entre as tropas russas e descreveu soldados apenas estacionando seus veículos e caminhando para a floresta.

As autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos operacionais, alertam que seus números de mortes de tropas russas são inexatos, compilados por meio de análises da mídia, números ucranianos (que tendem a ser altos, com o último em 13,5 mil), números russos (que tendem a ser baixos, com o último em 498), imagens de satélite e leitura cuidadosa de imagens de vídeo de tanques e tropas russos que estão sob fogo.

Estratégia agora mira bombardeios aéreos

Oficiais militares e de inteligência americanos sabem, por exemplo, quantos soldados geralmente estão em um tanque e podem inferir a partir disso o número de baixas quando um veículo blindado é atingido por, digamos, um míssil antitanque Javelin.

A alta taxa de baixas explica muito por que a tão alardeada força da Rússia permaneceu em grande parte paralisada fora de Kiev, capital da Ucrânia.

“Perdas como essa afetam o moral e a coesão da unidade, especialmente porque esses soldados não entendem por que estão lutando”, disse Evelyn Farkas, a principal autoridade do Pentágono para a Rússia e a Ucrânia durante o governo Obama. “Sua consciência situacional geral diminui. Alguém tem de dirigir, alguém tem de atirar.”

Mas, acrescentou, “são apenas as forças terrestres”. Com as forças terrestres russas em desordem, Putin olha cada vez mais para os céus para atacar cidades ucranianas, prédios residenciais, hospitais e até escolas. Esse bombardeio aéreo, dizem as autoridades, ajudou a camuflar o fraco desempenho dos militares russos em solo. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, disse esta semana que cerca de 1,3 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra.

Os sinais dos desafios da Rússia são abundantes. No final da semana passada, fontes de notícias russas informaram que Putin havia colocado dois de seus principais funcionários de inteligência em prisão domiciliar. Os funcionários, que administram o Quinto Serviço do principal serviço de inteligência da Rússia, o FSB, foram interrogados por fornecerem informações ruins antes da invasão, de acordo com Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança russos.

“Eles estavam encarregados de fornecer inteligência política e cultivar redes de apoio na Ucrânia”, disse Soldatov em entrevista. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir” sobre como a invasão iria progredir.

Os próprios russos podem estar ouvindo apenas o que Putin quer que eles ouçam sobre sua “operação” na Ucrânia, que ele se recusa a chamar de guerra ou invasão. Desde o início, ele exerceu um controle de ferro sobre os meios de comunicação na Rússia; a mídia estatal não está divulgando a maioria das vítimas e minimizou a destruição.

Mas alguns russos têm acesso a redes privadas virtuais (VPNs) e podem receber notícias do Ocidente.

“Não acredito que ele possa isolar, indefinidamente, os russos da verdade”, disse William J. Burns, diretor da CIA, ao Senado na semana passada. “Especialmente quando as realidades começaram a perfurar essa bolha, as realidades de mortos e feridos voltando para casa, e o número crescente, as realidades das consequências econômicas para os russos comuns, as realidades das cenas horríveis de hospitais e escolas sendo bombardeados na Ucrânia, e de vítimas civis lá também.”

As notícias das mortes dos generais estão se espalhando, primeiro por ucranianos, depois confirmadas por funcionários da Otan, com uma morte reconhecida por Putin em um discurso. Eles foram identificados como major-general Andrei Kolesnikov, comandante do distrito militar oriental da Rússia; o major-general Vitaly Gerasimov, primeiro vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas; e o major-general Andrei Sukhovetsky, vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país deve aceitar que não se tornará membro da Otan

Autoridades ocidentais dizem que cerca de 20 generais russos estavam na Ucrânia como parte do esforço de guerra e que podem ter se aproximado do front para aumentar o moral. “Três generais já – esse é um número chocante”, disse Michael McFaul, ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, em entrevista.

Na quarta-feira, oficiais ucranianos informaram que um quarto general, o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados, foi morto em combate.

Dois oficiais militares americanos disseram que muitos generais russos estão falando em telefones e rádios não seguros. Em pelo menos um caso, disseram eles, os ucranianos interceptaram a ligação de um general, geolocalizaram e atacaram sua localização, matando ele e sua equipe.

Se as mortes de militares russos continuarem a aumentar, os tipos de organizações cívicas que chamaram a atenção para as mortes e ferimentos de tropas durante a invasão soviética do Afeganistão poderão mais uma vez ganhar destaque.

Mas o pedágio russo, dizem alguns especialistas militares e legisladores, não deve mudar a estratégia de Putin.

“É impressionante, e os russos nem chegaram ao pior, quando entrarem em combate urbano nas cidades”, disse o deputado democrata Jason Crow, membro das Comissões de Serviços Armados e Inteligência da Câmara, em uma entrevista.

“Não acho que isso tenha impacto no cálculo de Putin”, disse Crow. “Ele não está disposto a perder. Ele foi encurralado e continuará a lançar tropas no problema.”

THE NEW YORK TIMES - Em 36 dias de combates em Iwo Jima durante a 2ª Guerra, quase 7 mil fuzileiros navais foram mortos. Agora, 20 dias depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, seus militares já perderam mais soldados, segundo estimativas da inteligência americana.

O lado conservador da estimativa, em mais de 7 mil mortes de tropas russas, é maior do que o número de tropas americanas mortas ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos.

É um número impressionante acumulado em apenas três semanas de combate, dizem autoridades americanas, com implicações para a eficácia de combate das unidades russas, incluindo soldados em formações de tanques.

Soldado ucraniano inspeciona veículo militar russo destruído em Kharkiv Foto: Andrew Marienko/AP

Autoridades do Pentágono dizem que uma taxa de 10% de baixas, incluindo mortos e feridos, para uma única unidade a torna incapaz de realizar tarefas relacionadas ao combate.

Com mais de 150 mil soldados russos agora envolvidos na guerra na Ucrânia, as baixas russas, incluindo os estimados 14 mil a 21 mil feridos, estão perto desse nível. E os militares russos também perderam pelo menos três generais na luta, segundo autoridades ucranianas, da Otan e russas.

Autoridades do Pentágono dizem que um número alto e crescente de mortos na guerra pode destruir a vontade de continuar lutando. O resultado, dizem eles, apareceu em relatórios de inteligência que altos funcionários do governo Biden leem todos os dias: um relatório recente se concentrou no baixo moral entre as tropas russas e descreveu soldados apenas estacionando seus veículos e caminhando para a floresta.

As autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos operacionais, alertam que seus números de mortes de tropas russas são inexatos, compilados por meio de análises da mídia, números ucranianos (que tendem a ser altos, com o último em 13,5 mil), números russos (que tendem a ser baixos, com o último em 498), imagens de satélite e leitura cuidadosa de imagens de vídeo de tanques e tropas russos que estão sob fogo.

Estratégia agora mira bombardeios aéreos

Oficiais militares e de inteligência americanos sabem, por exemplo, quantos soldados geralmente estão em um tanque e podem inferir a partir disso o número de baixas quando um veículo blindado é atingido por, digamos, um míssil antitanque Javelin.

A alta taxa de baixas explica muito por que a tão alardeada força da Rússia permaneceu em grande parte paralisada fora de Kiev, capital da Ucrânia.

“Perdas como essa afetam o moral e a coesão da unidade, especialmente porque esses soldados não entendem por que estão lutando”, disse Evelyn Farkas, a principal autoridade do Pentágono para a Rússia e a Ucrânia durante o governo Obama. “Sua consciência situacional geral diminui. Alguém tem de dirigir, alguém tem de atirar.”

Mas, acrescentou, “são apenas as forças terrestres”. Com as forças terrestres russas em desordem, Putin olha cada vez mais para os céus para atacar cidades ucranianas, prédios residenciais, hospitais e até escolas. Esse bombardeio aéreo, dizem as autoridades, ajudou a camuflar o fraco desempenho dos militares russos em solo. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, disse esta semana que cerca de 1,3 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra.

Os sinais dos desafios da Rússia são abundantes. No final da semana passada, fontes de notícias russas informaram que Putin havia colocado dois de seus principais funcionários de inteligência em prisão domiciliar. Os funcionários, que administram o Quinto Serviço do principal serviço de inteligência da Rússia, o FSB, foram interrogados por fornecerem informações ruins antes da invasão, de acordo com Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança russos.

“Eles estavam encarregados de fornecer inteligência política e cultivar redes de apoio na Ucrânia”, disse Soldatov em entrevista. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir” sobre como a invasão iria progredir.

Os próprios russos podem estar ouvindo apenas o que Putin quer que eles ouçam sobre sua “operação” na Ucrânia, que ele se recusa a chamar de guerra ou invasão. Desde o início, ele exerceu um controle de ferro sobre os meios de comunicação na Rússia; a mídia estatal não está divulgando a maioria das vítimas e minimizou a destruição.

Mas alguns russos têm acesso a redes privadas virtuais (VPNs) e podem receber notícias do Ocidente.

“Não acredito que ele possa isolar, indefinidamente, os russos da verdade”, disse William J. Burns, diretor da CIA, ao Senado na semana passada. “Especialmente quando as realidades começaram a perfurar essa bolha, as realidades de mortos e feridos voltando para casa, e o número crescente, as realidades das consequências econômicas para os russos comuns, as realidades das cenas horríveis de hospitais e escolas sendo bombardeados na Ucrânia, e de vítimas civis lá também.”

As notícias das mortes dos generais estão se espalhando, primeiro por ucranianos, depois confirmadas por funcionários da Otan, com uma morte reconhecida por Putin em um discurso. Eles foram identificados como major-general Andrei Kolesnikov, comandante do distrito militar oriental da Rússia; o major-general Vitaly Gerasimov, primeiro vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas; e o major-general Andrei Sukhovetsky, vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país deve aceitar que não se tornará membro da Otan

Autoridades ocidentais dizem que cerca de 20 generais russos estavam na Ucrânia como parte do esforço de guerra e que podem ter se aproximado do front para aumentar o moral. “Três generais já – esse é um número chocante”, disse Michael McFaul, ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, em entrevista.

Na quarta-feira, oficiais ucranianos informaram que um quarto general, o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados, foi morto em combate.

Dois oficiais militares americanos disseram que muitos generais russos estão falando em telefones e rádios não seguros. Em pelo menos um caso, disseram eles, os ucranianos interceptaram a ligação de um general, geolocalizaram e atacaram sua localização, matando ele e sua equipe.

Se as mortes de militares russos continuarem a aumentar, os tipos de organizações cívicas que chamaram a atenção para as mortes e ferimentos de tropas durante a invasão soviética do Afeganistão poderão mais uma vez ganhar destaque.

Mas o pedágio russo, dizem alguns especialistas militares e legisladores, não deve mudar a estratégia de Putin.

“É impressionante, e os russos nem chegaram ao pior, quando entrarem em combate urbano nas cidades”, disse o deputado democrata Jason Crow, membro das Comissões de Serviços Armados e Inteligência da Câmara, em uma entrevista.

“Não acho que isso tenha impacto no cálculo de Putin”, disse Crow. “Ele não está disposto a perder. Ele foi encurralado e continuará a lançar tropas no problema.”

THE NEW YORK TIMES - Em 36 dias de combates em Iwo Jima durante a 2ª Guerra, quase 7 mil fuzileiros navais foram mortos. Agora, 20 dias depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, seus militares já perderam mais soldados, segundo estimativas da inteligência americana.

O lado conservador da estimativa, em mais de 7 mil mortes de tropas russas, é maior do que o número de tropas americanas mortas ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos.

É um número impressionante acumulado em apenas três semanas de combate, dizem autoridades americanas, com implicações para a eficácia de combate das unidades russas, incluindo soldados em formações de tanques.

Soldado ucraniano inspeciona veículo militar russo destruído em Kharkiv Foto: Andrew Marienko/AP

Autoridades do Pentágono dizem que uma taxa de 10% de baixas, incluindo mortos e feridos, para uma única unidade a torna incapaz de realizar tarefas relacionadas ao combate.

Com mais de 150 mil soldados russos agora envolvidos na guerra na Ucrânia, as baixas russas, incluindo os estimados 14 mil a 21 mil feridos, estão perto desse nível. E os militares russos também perderam pelo menos três generais na luta, segundo autoridades ucranianas, da Otan e russas.

Autoridades do Pentágono dizem que um número alto e crescente de mortos na guerra pode destruir a vontade de continuar lutando. O resultado, dizem eles, apareceu em relatórios de inteligência que altos funcionários do governo Biden leem todos os dias: um relatório recente se concentrou no baixo moral entre as tropas russas e descreveu soldados apenas estacionando seus veículos e caminhando para a floresta.

As autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos operacionais, alertam que seus números de mortes de tropas russas são inexatos, compilados por meio de análises da mídia, números ucranianos (que tendem a ser altos, com o último em 13,5 mil), números russos (que tendem a ser baixos, com o último em 498), imagens de satélite e leitura cuidadosa de imagens de vídeo de tanques e tropas russos que estão sob fogo.

Estratégia agora mira bombardeios aéreos

Oficiais militares e de inteligência americanos sabem, por exemplo, quantos soldados geralmente estão em um tanque e podem inferir a partir disso o número de baixas quando um veículo blindado é atingido por, digamos, um míssil antitanque Javelin.

A alta taxa de baixas explica muito por que a tão alardeada força da Rússia permaneceu em grande parte paralisada fora de Kiev, capital da Ucrânia.

“Perdas como essa afetam o moral e a coesão da unidade, especialmente porque esses soldados não entendem por que estão lutando”, disse Evelyn Farkas, a principal autoridade do Pentágono para a Rússia e a Ucrânia durante o governo Obama. “Sua consciência situacional geral diminui. Alguém tem de dirigir, alguém tem de atirar.”

Mas, acrescentou, “são apenas as forças terrestres”. Com as forças terrestres russas em desordem, Putin olha cada vez mais para os céus para atacar cidades ucranianas, prédios residenciais, hospitais e até escolas. Esse bombardeio aéreo, dizem as autoridades, ajudou a camuflar o fraco desempenho dos militares russos em solo. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, disse esta semana que cerca de 1,3 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra.

Os sinais dos desafios da Rússia são abundantes. No final da semana passada, fontes de notícias russas informaram que Putin havia colocado dois de seus principais funcionários de inteligência em prisão domiciliar. Os funcionários, que administram o Quinto Serviço do principal serviço de inteligência da Rússia, o FSB, foram interrogados por fornecerem informações ruins antes da invasão, de acordo com Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança russos.

“Eles estavam encarregados de fornecer inteligência política e cultivar redes de apoio na Ucrânia”, disse Soldatov em entrevista. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir” sobre como a invasão iria progredir.

Os próprios russos podem estar ouvindo apenas o que Putin quer que eles ouçam sobre sua “operação” na Ucrânia, que ele se recusa a chamar de guerra ou invasão. Desde o início, ele exerceu um controle de ferro sobre os meios de comunicação na Rússia; a mídia estatal não está divulgando a maioria das vítimas e minimizou a destruição.

Mas alguns russos têm acesso a redes privadas virtuais (VPNs) e podem receber notícias do Ocidente.

“Não acredito que ele possa isolar, indefinidamente, os russos da verdade”, disse William J. Burns, diretor da CIA, ao Senado na semana passada. “Especialmente quando as realidades começaram a perfurar essa bolha, as realidades de mortos e feridos voltando para casa, e o número crescente, as realidades das consequências econômicas para os russos comuns, as realidades das cenas horríveis de hospitais e escolas sendo bombardeados na Ucrânia, e de vítimas civis lá também.”

As notícias das mortes dos generais estão se espalhando, primeiro por ucranianos, depois confirmadas por funcionários da Otan, com uma morte reconhecida por Putin em um discurso. Eles foram identificados como major-general Andrei Kolesnikov, comandante do distrito militar oriental da Rússia; o major-general Vitaly Gerasimov, primeiro vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas; e o major-general Andrei Sukhovetsky, vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país deve aceitar que não se tornará membro da Otan

Autoridades ocidentais dizem que cerca de 20 generais russos estavam na Ucrânia como parte do esforço de guerra e que podem ter se aproximado do front para aumentar o moral. “Três generais já – esse é um número chocante”, disse Michael McFaul, ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, em entrevista.

Na quarta-feira, oficiais ucranianos informaram que um quarto general, o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados, foi morto em combate.

Dois oficiais militares americanos disseram que muitos generais russos estão falando em telefones e rádios não seguros. Em pelo menos um caso, disseram eles, os ucranianos interceptaram a ligação de um general, geolocalizaram e atacaram sua localização, matando ele e sua equipe.

Se as mortes de militares russos continuarem a aumentar, os tipos de organizações cívicas que chamaram a atenção para as mortes e ferimentos de tropas durante a invasão soviética do Afeganistão poderão mais uma vez ganhar destaque.

Mas o pedágio russo, dizem alguns especialistas militares e legisladores, não deve mudar a estratégia de Putin.

“É impressionante, e os russos nem chegaram ao pior, quando entrarem em combate urbano nas cidades”, disse o deputado democrata Jason Crow, membro das Comissões de Serviços Armados e Inteligência da Câmara, em uma entrevista.

“Não acho que isso tenha impacto no cálculo de Putin”, disse Crow. “Ele não está disposto a perder. Ele foi encurralado e continuará a lançar tropas no problema.”

THE NEW YORK TIMES - Em 36 dias de combates em Iwo Jima durante a 2ª Guerra, quase 7 mil fuzileiros navais foram mortos. Agora, 20 dias depois que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, seus militares já perderam mais soldados, segundo estimativas da inteligência americana.

O lado conservador da estimativa, em mais de 7 mil mortes de tropas russas, é maior do que o número de tropas americanas mortas ao longo de 20 anos no Iraque e no Afeganistão juntos.

É um número impressionante acumulado em apenas três semanas de combate, dizem autoridades americanas, com implicações para a eficácia de combate das unidades russas, incluindo soldados em formações de tanques.

Soldado ucraniano inspeciona veículo militar russo destruído em Kharkiv Foto: Andrew Marienko/AP

Autoridades do Pentágono dizem que uma taxa de 10% de baixas, incluindo mortos e feridos, para uma única unidade a torna incapaz de realizar tarefas relacionadas ao combate.

Com mais de 150 mil soldados russos agora envolvidos na guerra na Ucrânia, as baixas russas, incluindo os estimados 14 mil a 21 mil feridos, estão perto desse nível. E os militares russos também perderam pelo menos três generais na luta, segundo autoridades ucranianas, da Otan e russas.

Autoridades do Pentágono dizem que um número alto e crescente de mortos na guerra pode destruir a vontade de continuar lutando. O resultado, dizem eles, apareceu em relatórios de inteligência que altos funcionários do governo Biden leem todos os dias: um relatório recente se concentrou no baixo moral entre as tropas russas e descreveu soldados apenas estacionando seus veículos e caminhando para a floresta.

As autoridades americanas, que falaram sob condição de anonimato para discutir assuntos operacionais, alertam que seus números de mortes de tropas russas são inexatos, compilados por meio de análises da mídia, números ucranianos (que tendem a ser altos, com o último em 13,5 mil), números russos (que tendem a ser baixos, com o último em 498), imagens de satélite e leitura cuidadosa de imagens de vídeo de tanques e tropas russos que estão sob fogo.

Estratégia agora mira bombardeios aéreos

Oficiais militares e de inteligência americanos sabem, por exemplo, quantos soldados geralmente estão em um tanque e podem inferir a partir disso o número de baixas quando um veículo blindado é atingido por, digamos, um míssil antitanque Javelin.

A alta taxa de baixas explica muito por que a tão alardeada força da Rússia permaneceu em grande parte paralisada fora de Kiev, capital da Ucrânia.

“Perdas como essa afetam o moral e a coesão da unidade, especialmente porque esses soldados não entendem por que estão lutando”, disse Evelyn Farkas, a principal autoridade do Pentágono para a Rússia e a Ucrânia durante o governo Obama. “Sua consciência situacional geral diminui. Alguém tem de dirigir, alguém tem de atirar.”

Mas, acrescentou, “são apenas as forças terrestres”. Com as forças terrestres russas em desordem, Putin olha cada vez mais para os céus para atacar cidades ucranianas, prédios residenciais, hospitais e até escolas. Esse bombardeio aéreo, dizem as autoridades, ajudou a camuflar o fraco desempenho dos militares russos em solo. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, disse esta semana que cerca de 1,3 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra.

Os sinais dos desafios da Rússia são abundantes. No final da semana passada, fontes de notícias russas informaram que Putin havia colocado dois de seus principais funcionários de inteligência em prisão domiciliar. Os funcionários, que administram o Quinto Serviço do principal serviço de inteligência da Rússia, o FSB, foram interrogados por fornecerem informações ruins antes da invasão, de acordo com Andrei Soldatov, especialista em serviços de segurança russos.

“Eles estavam encarregados de fornecer inteligência política e cultivar redes de apoio na Ucrânia”, disse Soldatov em entrevista. “Disseram a Putin o que ele queria ouvir” sobre como a invasão iria progredir.

Os próprios russos podem estar ouvindo apenas o que Putin quer que eles ouçam sobre sua “operação” na Ucrânia, que ele se recusa a chamar de guerra ou invasão. Desde o início, ele exerceu um controle de ferro sobre os meios de comunicação na Rússia; a mídia estatal não está divulgando a maioria das vítimas e minimizou a destruição.

Mas alguns russos têm acesso a redes privadas virtuais (VPNs) e podem receber notícias do Ocidente.

“Não acredito que ele possa isolar, indefinidamente, os russos da verdade”, disse William J. Burns, diretor da CIA, ao Senado na semana passada. “Especialmente quando as realidades começaram a perfurar essa bolha, as realidades de mortos e feridos voltando para casa, e o número crescente, as realidades das consequências econômicas para os russos comuns, as realidades das cenas horríveis de hospitais e escolas sendo bombardeados na Ucrânia, e de vítimas civis lá também.”

As notícias das mortes dos generais estão se espalhando, primeiro por ucranianos, depois confirmadas por funcionários da Otan, com uma morte reconhecida por Putin em um discurso. Eles foram identificados como major-general Andrei Kolesnikov, comandante do distrito militar oriental da Rússia; o major-general Vitaly Gerasimov, primeiro vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas; e o major-general Andrei Sukhovetsky, vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país deve aceitar que não se tornará membro da Otan

Autoridades ocidentais dizem que cerca de 20 generais russos estavam na Ucrânia como parte do esforço de guerra e que podem ter se aproximado do front para aumentar o moral. “Três generais já – esse é um número chocante”, disse Michael McFaul, ex-embaixador dos Estados Unidos na Rússia, em entrevista.

Na quarta-feira, oficiais ucranianos informaram que um quarto general, o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados, foi morto em combate.

Dois oficiais militares americanos disseram que muitos generais russos estão falando em telefones e rádios não seguros. Em pelo menos um caso, disseram eles, os ucranianos interceptaram a ligação de um general, geolocalizaram e atacaram sua localização, matando ele e sua equipe.

Se as mortes de militares russos continuarem a aumentar, os tipos de organizações cívicas que chamaram a atenção para as mortes e ferimentos de tropas durante a invasão soviética do Afeganistão poderão mais uma vez ganhar destaque.

Mas o pedágio russo, dizem alguns especialistas militares e legisladores, não deve mudar a estratégia de Putin.

“É impressionante, e os russos nem chegaram ao pior, quando entrarem em combate urbano nas cidades”, disse o deputado democrata Jason Crow, membro das Comissões de Serviços Armados e Inteligência da Câmara, em uma entrevista.

“Não acho que isso tenha impacto no cálculo de Putin”, disse Crow. “Ele não está disposto a perder. Ele foi encurralado e continuará a lançar tropas no problema.”

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