O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e seu primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, concordaram em iniciar as negociações para a criação de um Governo de união, anunciou nesta quarta-feira o porta-voz do Executivo do Hamas, Ghazi Hamad. A decisão foi adotada numa reunião entre os dois líderes na terça-feira na cidade de Gaza, acrescentou a fonte. "Em princípio, existe um acordo sobre esta questão", afirmou Hamad. "Começarão as negociações entre o presidente e as facções palestinas", acrescentou, sem informar quando. O primeiro-ministro, segundo a imprensa local, afirmou após a reunião com Abbas que "em breve começarão as consultas para o estabelecimento de um Governo palestino de união nacional". Haniyeh destacou, no entanto, que existem numerosas divergências, mas que o caminho foi pavimentado para o início das consultas com base no denominado "Plano dos Prisioneiros". O premier se referia a uma plataforma política, elaborada por dirigentes de diferentes facções palestinas presos em Israel e que Abbas propôs submeter a referendo público. Tal documento inclui o reconhecimento implícito do direito de Israel a existir, algo a que o Hamas se opõe até o momento. Na reunião de terça-feira, que foi a portas fechadas, Haniyeh expressou a Abbas que a criação de um governo de coalizão só poderá materializar-se quando os ministros e deputados do Hamas presos por Israel há mais de um mês forem postos em liberdade. Haniyeh sugeriu que a criação do Governo de união poderá aliviar o bloqueio internacional a que o atual Executivo do Hamas é submetido. "Isto ajudará a levantar o embargo imposto aos palestinos e a aliviar seu sofrimento", afirmou. Para retomar a ajuda, os principais países doadores exigem que o Governo palestino reconheça o direito de Israel a existir, renuncie à violência e aceite os acordos firmados por Governos palestinos anteriores.