FAIXA DE GAZA - Com a captura da passagem de Rafah, Israel fechou as duas passagens de ajuda para Gaza (Kerem Shalom e Rafah), provocando alertas de agências internacionais sobre o risco de agravar a crise humanitária.
Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU, disse que Israel havia “bloqueado” as duas principais artérias de ajuda em Gaza. Se combustível não puder entrar, “seria uma forma de enterrar a operação humanitária.” A principal agência da ONU em Gaza disse que a “fome catastrófica vai piorar muito” se os envios de ajuda através da passagem de Rafah forem interrompidos.
A chancelaria do Egito condenou a operação em Rafah, dizendo que o controle israelense colocava em risco a entrega de ajuda e a capacidade da população de deixar Gaza para tratamento médico. “Esta escalada perigosa ameaça a vida de mais de um milhão de palestinos que dependem desta passagem”, disse o Egito, em comunicado.
Israel abriu a passagem em Kerem Shalom, em dezembro, após pressão dos EUA para acelerar o fluxo de ajuda. No entanto, manifestantes se reuniram regularmente para bloquear os comboios de ajuda, na esperança de aumentar a pressão sobre o Hamas para liberar os reféns.
Sob pressão de Joe Biden, depois que um ataque aéreo israelense matou sete voluntários de ajuda, Israel disse que reabriria a passagem de Erez e embarques para o enclave seriam permitidos no Porto de Ashdod. No dia 1.º de maio, quando a passagem de Erez foi aberta, Israel disse que 30 caminhões passaram.
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De acordo com a ONU, no domingo, 128 caminhões entraram em Gaza por Kerem Shalom e nenhum por Rafah. Segundo os israelenses, 60 caminhões passaram por Erez. Israel impõe verificações rigorosas para impedir qualquer coisa que beneficie o Hamas. Desde o início da guerra, a maior parte da ajuda passou pela passagem de Rafah.
Grupos de ajuda e diplomatas estrangeiros disseram que as inspeções criam gargalos e acusaram Israel de reter arbitrariamente a ajuda e limitar sistematicamente as entregas. Israel nega essas afirmações, atribuindo a escassez a falhas logísticas por parte dos grupos de ajuda, e recentemente aumentou a permissão de entrada de caminhões em Gaza.