Acordo com FMI abre nova crise entre Alberto e Cristina na Argentina


Kirchneristas demonstram insatisfação com negociações; deputado quer colocar mudanças em debate

Por Redação

BUENOS AIRES - O acordo de refinanciamento de dívida assinado entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) na sexta-feira, 28, abriu uma nova crise entre os peronistas, colocando mais uma vez a ala kirchnerista, comandada pela vice-presidente Cristina Fernández, em rota de colisão com o bloco liderado pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

O pacto, referente a uma dívida de US$ 44,5 bilhões contraída pela Argentina em 2018, prevê um refinanciamento através de um "programa de facilidades estendidas" durante os próximos dois anos e meio. O acordo exige que a Argentina reduza seu déficit a zero até 2025 e faça grandes cortes nos subsídios do governo à energia.

Na segunda-feira, o parlamentar Máximo Kirchner Máximo, filho dos ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007) e da vice-presidente (que também presidiu o país entre os anos de 2007 e 2015), renunciou à liderança do bloco governista Frente de Todos na Câmara dos Deputados argentina. "Esta decisão decorre de não compartilhar a estratégia utilizada e muito menos os resultados obtidos na negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI)", afirmou o parlamentar em comunicado. 

continua após a publicidade
O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, e sua vice, Cristina Kirchner, participam de um comício para marcar o Dia dos Direitos Huamnos em Buenos Aires, Argentina Foto: Mariana Nedelcu/REUTERS

A decisão de Máximo Kirchner gera incerteza dentro da coalizão governista —formada para vencer as eleições de 2019— devido às diferenças entre o kirchnerismo —a ala mais esquerdista— e o restante do peronismo, liderado por Fernández, que já entraram em conflito há alguns meses, após a derrota do Governo nas primárias legislativas.

Máximo, que vai manter sua vaga de deputado, disse que a negociação foi feita "exclusivamente pelo gabinete econômico e pelo grupo negociador que responde e tem a absoluta confiança do Presidente da Nação", afirmando sempre ter mostrado sua visão à Fernández para que não se chegasse "a esse resultado."

continua após a publicidade

Pouco depois de saber da renúncia de Máximo, Fernández deu uma entrevista ao canal C5N. "Falei na quarta-feira passada com o Máximo, ele falou sobre suas divergências nesta questão. Hoje me ligou e disse que tinha tomado esta decisão. Eu disse que não era necessário", afirmou. "Ele me disse que Cristina não concordava com a demissão. Ela tem suas nuances em relação ao Fundo, mas há um ponto em que o presidente sou eu. Tenho certeza de que seguimos o melhor caminho", completou. 

O kirchnerismo é, desde o início do governo Fernández, a ala do Executivo peronista com o discurso mais duro contra o Fundo. Alguns membros do grupo se manifestaram rapidamente sobre a negociação. "Esse acordo não é um benefício. É para entregar o país. Primeiro a Pátria, você lembra? Reaja!" escreveu a ex-deputada kirchnerista Fernanda Vallejos em seu Twitter. "Vamos chamar a atenção para os perigos e riscos que o acordo tem", afirmou o deputado Leopoldo Moreau, que pretende colocar em discussão mudanças no texto do pacto. "Espero que esse alerta sirva para que, quando os memorandos de entendimento definitivos forem assinados, algumas questões sejam removidas", afirmou. 

O episódio remonta à crise interna que eclodiu no governo após a derrota do partido no poder nas eleições de meio de mandato em 2021. À epoca, a vice-presidente criticou a política econômica e o mau desempenho de alguns ministros em carta pública, o que causou uma mudança de gabinete.

continua após a publicidade

A vice-presidente Cristina Fernández ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão. /EFE e AP

BUENOS AIRES - O acordo de refinanciamento de dívida assinado entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) na sexta-feira, 28, abriu uma nova crise entre os peronistas, colocando mais uma vez a ala kirchnerista, comandada pela vice-presidente Cristina Fernández, em rota de colisão com o bloco liderado pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

O pacto, referente a uma dívida de US$ 44,5 bilhões contraída pela Argentina em 2018, prevê um refinanciamento através de um "programa de facilidades estendidas" durante os próximos dois anos e meio. O acordo exige que a Argentina reduza seu déficit a zero até 2025 e faça grandes cortes nos subsídios do governo à energia.

Na segunda-feira, o parlamentar Máximo Kirchner Máximo, filho dos ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007) e da vice-presidente (que também presidiu o país entre os anos de 2007 e 2015), renunciou à liderança do bloco governista Frente de Todos na Câmara dos Deputados argentina. "Esta decisão decorre de não compartilhar a estratégia utilizada e muito menos os resultados obtidos na negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI)", afirmou o parlamentar em comunicado. 

O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, e sua vice, Cristina Kirchner, participam de um comício para marcar o Dia dos Direitos Huamnos em Buenos Aires, Argentina Foto: Mariana Nedelcu/REUTERS

A decisão de Máximo Kirchner gera incerteza dentro da coalizão governista —formada para vencer as eleições de 2019— devido às diferenças entre o kirchnerismo —a ala mais esquerdista— e o restante do peronismo, liderado por Fernández, que já entraram em conflito há alguns meses, após a derrota do Governo nas primárias legislativas.

Máximo, que vai manter sua vaga de deputado, disse que a negociação foi feita "exclusivamente pelo gabinete econômico e pelo grupo negociador que responde e tem a absoluta confiança do Presidente da Nação", afirmando sempre ter mostrado sua visão à Fernández para que não se chegasse "a esse resultado."

Pouco depois de saber da renúncia de Máximo, Fernández deu uma entrevista ao canal C5N. "Falei na quarta-feira passada com o Máximo, ele falou sobre suas divergências nesta questão. Hoje me ligou e disse que tinha tomado esta decisão. Eu disse que não era necessário", afirmou. "Ele me disse que Cristina não concordava com a demissão. Ela tem suas nuances em relação ao Fundo, mas há um ponto em que o presidente sou eu. Tenho certeza de que seguimos o melhor caminho", completou. 

O kirchnerismo é, desde o início do governo Fernández, a ala do Executivo peronista com o discurso mais duro contra o Fundo. Alguns membros do grupo se manifestaram rapidamente sobre a negociação. "Esse acordo não é um benefício. É para entregar o país. Primeiro a Pátria, você lembra? Reaja!" escreveu a ex-deputada kirchnerista Fernanda Vallejos em seu Twitter. "Vamos chamar a atenção para os perigos e riscos que o acordo tem", afirmou o deputado Leopoldo Moreau, que pretende colocar em discussão mudanças no texto do pacto. "Espero que esse alerta sirva para que, quando os memorandos de entendimento definitivos forem assinados, algumas questões sejam removidas", afirmou. 

O episódio remonta à crise interna que eclodiu no governo após a derrota do partido no poder nas eleições de meio de mandato em 2021. À epoca, a vice-presidente criticou a política econômica e o mau desempenho de alguns ministros em carta pública, o que causou uma mudança de gabinete.

A vice-presidente Cristina Fernández ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão. /EFE e AP

BUENOS AIRES - O acordo de refinanciamento de dívida assinado entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) na sexta-feira, 28, abriu uma nova crise entre os peronistas, colocando mais uma vez a ala kirchnerista, comandada pela vice-presidente Cristina Fernández, em rota de colisão com o bloco liderado pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

O pacto, referente a uma dívida de US$ 44,5 bilhões contraída pela Argentina em 2018, prevê um refinanciamento através de um "programa de facilidades estendidas" durante os próximos dois anos e meio. O acordo exige que a Argentina reduza seu déficit a zero até 2025 e faça grandes cortes nos subsídios do governo à energia.

Na segunda-feira, o parlamentar Máximo Kirchner Máximo, filho dos ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007) e da vice-presidente (que também presidiu o país entre os anos de 2007 e 2015), renunciou à liderança do bloco governista Frente de Todos na Câmara dos Deputados argentina. "Esta decisão decorre de não compartilhar a estratégia utilizada e muito menos os resultados obtidos na negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI)", afirmou o parlamentar em comunicado. 

O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, e sua vice, Cristina Kirchner, participam de um comício para marcar o Dia dos Direitos Huamnos em Buenos Aires, Argentina Foto: Mariana Nedelcu/REUTERS

A decisão de Máximo Kirchner gera incerteza dentro da coalizão governista —formada para vencer as eleições de 2019— devido às diferenças entre o kirchnerismo —a ala mais esquerdista— e o restante do peronismo, liderado por Fernández, que já entraram em conflito há alguns meses, após a derrota do Governo nas primárias legislativas.

Máximo, que vai manter sua vaga de deputado, disse que a negociação foi feita "exclusivamente pelo gabinete econômico e pelo grupo negociador que responde e tem a absoluta confiança do Presidente da Nação", afirmando sempre ter mostrado sua visão à Fernández para que não se chegasse "a esse resultado."

Pouco depois de saber da renúncia de Máximo, Fernández deu uma entrevista ao canal C5N. "Falei na quarta-feira passada com o Máximo, ele falou sobre suas divergências nesta questão. Hoje me ligou e disse que tinha tomado esta decisão. Eu disse que não era necessário", afirmou. "Ele me disse que Cristina não concordava com a demissão. Ela tem suas nuances em relação ao Fundo, mas há um ponto em que o presidente sou eu. Tenho certeza de que seguimos o melhor caminho", completou. 

O kirchnerismo é, desde o início do governo Fernández, a ala do Executivo peronista com o discurso mais duro contra o Fundo. Alguns membros do grupo se manifestaram rapidamente sobre a negociação. "Esse acordo não é um benefício. É para entregar o país. Primeiro a Pátria, você lembra? Reaja!" escreveu a ex-deputada kirchnerista Fernanda Vallejos em seu Twitter. "Vamos chamar a atenção para os perigos e riscos que o acordo tem", afirmou o deputado Leopoldo Moreau, que pretende colocar em discussão mudanças no texto do pacto. "Espero que esse alerta sirva para que, quando os memorandos de entendimento definitivos forem assinados, algumas questões sejam removidas", afirmou. 

O episódio remonta à crise interna que eclodiu no governo após a derrota do partido no poder nas eleições de meio de mandato em 2021. À epoca, a vice-presidente criticou a política econômica e o mau desempenho de alguns ministros em carta pública, o que causou uma mudança de gabinete.

A vice-presidente Cristina Fernández ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão. /EFE e AP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.