Acusações de escuta ilegal e caixa 2 em campanha mergulham Petro em crise política na Colômbia


Divulgação de áudios provocou a renúncia do ex-embaixador da Colômbia na Venezuela, Armando Benedetti, e da chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia

Por Redação

O governo do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, mergulhou numa crise política depois de áudios divulgados pela revista A Semana mencionarem supostas contribuições ilegais à campanha do líder esquerdista e uma suposta rede de escutas ilegais contra adversários. A divulgação das mensagens provocou a renúncia do ex-embaixador da Colômbia na Venezuela, Armando Benedetti, e da chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia. Petro negou as acusações e disse que não aceitaria chantagem.

No dia 2, a revista colombiana publicou gravações em que uma voz, supostamente de Benedetti, fala em tom irritado com a então chefe de gabinete, Laura Sarabia. A voz ameaça revelar contribuições ilegais à campanha de Petro de cerca de US$ 3,5 milhões (R$ 17,2 milhões) e que, se decidisse fazer isso, todos iriam para a cadeia.

“Todos nós afundamos. Estamos todos acabados. Vamos presos [...] Com tanta merda que eu sei, todos nós vamos nos f... Se vocês me foderem, eu vou f... vocês”, dizem os áudios repletos de palavrões atribuídos ao ex-embaixador e nos quais não é possível ouvir o interlocutor.

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Imagem cedida pela presidência da República mostra o presidente Gustavo Petro durante cerimônia com militares colombianos no dia 2 Foto: Presidência da Colômbia/EFE

Quem é Armando Benedetti

Armando Benedetti foi crucial na vitória de Gustavo Petro para a presidência da Colômbia no ano passado, que marcou o primeiro triunfo da esquerda no país. Ele foi um dos primeiros políticos de fora da esquerda a apoiar a candidatura de Petro, o que favoreceu o então candidato na costa atlântica colombiana, onde Benedetti tem influência.

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Segundo a imprensa, também foi ele quem apresentou Petro a Sarabia, ex-secretária particular do diplomata que se tornou braço direito do presidente.

No Twitter, o ex-embaixador garantiu que os áudios revelados pela revista Semana “foram manipulados” e pediu “desculpas ao presidente” e a Sarabia “pela agressão e pelo ataque mal-intencionado”.

Após a exoneração da embaixada na Venezuela, a Colômbia nomeou Milton Rengifo Hernández como embaixador no país. Hernández trabalhou com Petro entre 2012 e 2015 na prefeitura de Bogotá.

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Reformas em suspenso

O escândalo teve início no final de maio, depois da casa de Sarabia ser furtada e levarem uma pasta com milhares de dólares. Uma funcionária que trabalhava na casa foi interrogada com um polígrafo na sede da Presidência e também teve conversas telefônicas interceptadas. Segundo a imprensa colombiana, um boletim de ocorrência falso ligou a mulher a traficantes de drogas para justificar a investigação contra ela.

A funcionária também trabalhava na casa de Benedetti. Ele e Sarabia trocaram acusações de complô em um caso que há mais perguntas que respostas até o momento e é investigado pelo Ministério Público da Colômbia.

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Após a publicação dos áudios, a Câmara Baixa do Parlamento colombiano anunciou a suspensão dos debates sobre as profundas reformas que o governo de Petro tenta aprovar no Congresso em meio a muitos obstáculos. “Estamos congelando as discussões das reformas até que possamos reconstruir a coalizão de governo [...] Discussões tão importantes [...] não podem ser mediadas por fatores externos”, declarou o presidente da Câmara, David Racero, do partido governista.

As reformas incluem reduzir a participação privada na saúde, a reforma agrária com redistribuição de terras improdutivas, reforma do sistema de trabalho, previdência e justiça e desarme das organizações ilegais. /AFP, EFE

O governo do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, mergulhou numa crise política depois de áudios divulgados pela revista A Semana mencionarem supostas contribuições ilegais à campanha do líder esquerdista e uma suposta rede de escutas ilegais contra adversários. A divulgação das mensagens provocou a renúncia do ex-embaixador da Colômbia na Venezuela, Armando Benedetti, e da chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia. Petro negou as acusações e disse que não aceitaria chantagem.

No dia 2, a revista colombiana publicou gravações em que uma voz, supostamente de Benedetti, fala em tom irritado com a então chefe de gabinete, Laura Sarabia. A voz ameaça revelar contribuições ilegais à campanha de Petro de cerca de US$ 3,5 milhões (R$ 17,2 milhões) e que, se decidisse fazer isso, todos iriam para a cadeia.

“Todos nós afundamos. Estamos todos acabados. Vamos presos [...] Com tanta merda que eu sei, todos nós vamos nos f... Se vocês me foderem, eu vou f... vocês”, dizem os áudios repletos de palavrões atribuídos ao ex-embaixador e nos quais não é possível ouvir o interlocutor.

Imagem cedida pela presidência da República mostra o presidente Gustavo Petro durante cerimônia com militares colombianos no dia 2 Foto: Presidência da Colômbia/EFE

Quem é Armando Benedetti

Armando Benedetti foi crucial na vitória de Gustavo Petro para a presidência da Colômbia no ano passado, que marcou o primeiro triunfo da esquerda no país. Ele foi um dos primeiros políticos de fora da esquerda a apoiar a candidatura de Petro, o que favoreceu o então candidato na costa atlântica colombiana, onde Benedetti tem influência.

Segundo a imprensa, também foi ele quem apresentou Petro a Sarabia, ex-secretária particular do diplomata que se tornou braço direito do presidente.

No Twitter, o ex-embaixador garantiu que os áudios revelados pela revista Semana “foram manipulados” e pediu “desculpas ao presidente” e a Sarabia “pela agressão e pelo ataque mal-intencionado”.

Após a exoneração da embaixada na Venezuela, a Colômbia nomeou Milton Rengifo Hernández como embaixador no país. Hernández trabalhou com Petro entre 2012 e 2015 na prefeitura de Bogotá.

Reformas em suspenso

O escândalo teve início no final de maio, depois da casa de Sarabia ser furtada e levarem uma pasta com milhares de dólares. Uma funcionária que trabalhava na casa foi interrogada com um polígrafo na sede da Presidência e também teve conversas telefônicas interceptadas. Segundo a imprensa colombiana, um boletim de ocorrência falso ligou a mulher a traficantes de drogas para justificar a investigação contra ela.

A funcionária também trabalhava na casa de Benedetti. Ele e Sarabia trocaram acusações de complô em um caso que há mais perguntas que respostas até o momento e é investigado pelo Ministério Público da Colômbia.

Após a publicação dos áudios, a Câmara Baixa do Parlamento colombiano anunciou a suspensão dos debates sobre as profundas reformas que o governo de Petro tenta aprovar no Congresso em meio a muitos obstáculos. “Estamos congelando as discussões das reformas até que possamos reconstruir a coalizão de governo [...] Discussões tão importantes [...] não podem ser mediadas por fatores externos”, declarou o presidente da Câmara, David Racero, do partido governista.

As reformas incluem reduzir a participação privada na saúde, a reforma agrária com redistribuição de terras improdutivas, reforma do sistema de trabalho, previdência e justiça e desarme das organizações ilegais. /AFP, EFE

O governo do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, mergulhou numa crise política depois de áudios divulgados pela revista A Semana mencionarem supostas contribuições ilegais à campanha do líder esquerdista e uma suposta rede de escutas ilegais contra adversários. A divulgação das mensagens provocou a renúncia do ex-embaixador da Colômbia na Venezuela, Armando Benedetti, e da chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia. Petro negou as acusações e disse que não aceitaria chantagem.

No dia 2, a revista colombiana publicou gravações em que uma voz, supostamente de Benedetti, fala em tom irritado com a então chefe de gabinete, Laura Sarabia. A voz ameaça revelar contribuições ilegais à campanha de Petro de cerca de US$ 3,5 milhões (R$ 17,2 milhões) e que, se decidisse fazer isso, todos iriam para a cadeia.

“Todos nós afundamos. Estamos todos acabados. Vamos presos [...] Com tanta merda que eu sei, todos nós vamos nos f... Se vocês me foderem, eu vou f... vocês”, dizem os áudios repletos de palavrões atribuídos ao ex-embaixador e nos quais não é possível ouvir o interlocutor.

Imagem cedida pela presidência da República mostra o presidente Gustavo Petro durante cerimônia com militares colombianos no dia 2 Foto: Presidência da Colômbia/EFE

Quem é Armando Benedetti

Armando Benedetti foi crucial na vitória de Gustavo Petro para a presidência da Colômbia no ano passado, que marcou o primeiro triunfo da esquerda no país. Ele foi um dos primeiros políticos de fora da esquerda a apoiar a candidatura de Petro, o que favoreceu o então candidato na costa atlântica colombiana, onde Benedetti tem influência.

Segundo a imprensa, também foi ele quem apresentou Petro a Sarabia, ex-secretária particular do diplomata que se tornou braço direito do presidente.

No Twitter, o ex-embaixador garantiu que os áudios revelados pela revista Semana “foram manipulados” e pediu “desculpas ao presidente” e a Sarabia “pela agressão e pelo ataque mal-intencionado”.

Após a exoneração da embaixada na Venezuela, a Colômbia nomeou Milton Rengifo Hernández como embaixador no país. Hernández trabalhou com Petro entre 2012 e 2015 na prefeitura de Bogotá.

Reformas em suspenso

O escândalo teve início no final de maio, depois da casa de Sarabia ser furtada e levarem uma pasta com milhares de dólares. Uma funcionária que trabalhava na casa foi interrogada com um polígrafo na sede da Presidência e também teve conversas telefônicas interceptadas. Segundo a imprensa colombiana, um boletim de ocorrência falso ligou a mulher a traficantes de drogas para justificar a investigação contra ela.

A funcionária também trabalhava na casa de Benedetti. Ele e Sarabia trocaram acusações de complô em um caso que há mais perguntas que respostas até o momento e é investigado pelo Ministério Público da Colômbia.

Após a publicação dos áudios, a Câmara Baixa do Parlamento colombiano anunciou a suspensão dos debates sobre as profundas reformas que o governo de Petro tenta aprovar no Congresso em meio a muitos obstáculos. “Estamos congelando as discussões das reformas até que possamos reconstruir a coalizão de governo [...] Discussões tão importantes [...] não podem ser mediadas por fatores externos”, declarou o presidente da Câmara, David Racero, do partido governista.

As reformas incluem reduzir a participação privada na saúde, a reforma agrária com redistribuição de terras improdutivas, reforma do sistema de trabalho, previdência e justiça e desarme das organizações ilegais. /AFP, EFE

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