A lenta resposta à crise no Quênia


Por adrianacarranca

O número de mortos no conflito entre civis no Quênia já ultrapassa 800, segundo noticiaram as agências hoje. Outros 300 mil tiveram suas casas queimadas ou foram obrigados a deixar seus vilarejos. E me pergunto quantos mais terão de morrer ou ficar desabrigados para que a comunidade internacional decida agir. Em crises humanitárias passadas, era possível esconder a real dimensão dos acontecimentos - como o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, que já havia matado mais de 300 mil quando o mundo se deu conta da tragédia. Hoje, não. Agora temos à disposição tecnologia que nos permite ter exata noção dos acontecimentos, quase em tempo real.

Apesar disso - e das chocantes imagens de quenianos sendo assassinados nas ruas, a golpes de facão, que chegam a cada minuto - a resposta da comunidade internacional continua lenta. O ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, mediou um encontro entre Kibaki e Odinga em meio ao caos no país. Enquanto conversavam calmamente e tomavam chá, a violência se espalhava por várias províncias, intensificada pelo assassinato do parlamentar da oposição, Melitus Were. Mais de 8 mil tiverem de deixar suas casas em uma única província. A Reuters relatou cenas cruéis flagradas por testemunhas.

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Mais cedo, diferentes agências da ONU fizeram declarações de repúdio aos conflitos. A porta-voz do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Veronique Taveau, acusou o governo de Mwai Kibaki de não fazer nada para impedir os estupros contra mulheres e crianças nos campos de refugiados. Já a Human Rights Watch divulgou o resultado de uma investigação em que afirma que apoiadores de Raila Odinga, do partido de oposição, organizaram os ataques contra civis Kikuyus (grupo étnico do presidente Kibaki) na cidade de Eldoret, prova de que os conflitos estão sendo provocados.

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Mas o assunto ainda não chegou ao Conselho de Segurança da ONU. Críticas - e não são poucas - à parte, o órgão foi criado para garantir a manutenção da paz e segurança internacional e deve ser chamado à ação. O capítulo 7 da Carta das Nações Unidas é claro: "O Conselho de Segurança deve determinar a existência de qualquer ameaça à paz (...) e deve fazer recomendações, ou decidir que medidas devem ser tomadas (...) para reestabelecer a paz e segurança". Uma das medidas, prevista no artigo 42, prevê a utilização das forças de paz da ONU, após provada a ineficácia de outras medidas diplomáticas.

Não se trata de intervenção em questões internas ou ameaça à soberania das instituições locais, mas de garantir a paz na região - uma obrigação do CS - e evitar que mais mortes de civis inocentes ocorram em conflitos inflamados por partidários do governo e da oposição, até que decidido o impasse sobre as eleições.

O número de mortos no conflito entre civis no Quênia já ultrapassa 800, segundo noticiaram as agências hoje. Outros 300 mil tiveram suas casas queimadas ou foram obrigados a deixar seus vilarejos. E me pergunto quantos mais terão de morrer ou ficar desabrigados para que a comunidade internacional decida agir. Em crises humanitárias passadas, era possível esconder a real dimensão dos acontecimentos - como o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, que já havia matado mais de 300 mil quando o mundo se deu conta da tragédia. Hoje, não. Agora temos à disposição tecnologia que nos permite ter exata noção dos acontecimentos, quase em tempo real.

Apesar disso - e das chocantes imagens de quenianos sendo assassinados nas ruas, a golpes de facão, que chegam a cada minuto - a resposta da comunidade internacional continua lenta. O ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, mediou um encontro entre Kibaki e Odinga em meio ao caos no país. Enquanto conversavam calmamente e tomavam chá, a violência se espalhava por várias províncias, intensificada pelo assassinato do parlamentar da oposição, Melitus Were. Mais de 8 mil tiverem de deixar suas casas em uma única província. A Reuters relatou cenas cruéis flagradas por testemunhas.

Mais cedo, diferentes agências da ONU fizeram declarações de repúdio aos conflitos. A porta-voz do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Veronique Taveau, acusou o governo de Mwai Kibaki de não fazer nada para impedir os estupros contra mulheres e crianças nos campos de refugiados. Já a Human Rights Watch divulgou o resultado de uma investigação em que afirma que apoiadores de Raila Odinga, do partido de oposição, organizaram os ataques contra civis Kikuyus (grupo étnico do presidente Kibaki) na cidade de Eldoret, prova de que os conflitos estão sendo provocados.

Mas o assunto ainda não chegou ao Conselho de Segurança da ONU. Críticas - e não são poucas - à parte, o órgão foi criado para garantir a manutenção da paz e segurança internacional e deve ser chamado à ação. O capítulo 7 da Carta das Nações Unidas é claro: "O Conselho de Segurança deve determinar a existência de qualquer ameaça à paz (...) e deve fazer recomendações, ou decidir que medidas devem ser tomadas (...) para reestabelecer a paz e segurança". Uma das medidas, prevista no artigo 42, prevê a utilização das forças de paz da ONU, após provada a ineficácia de outras medidas diplomáticas.

Não se trata de intervenção em questões internas ou ameaça à soberania das instituições locais, mas de garantir a paz na região - uma obrigação do CS - e evitar que mais mortes de civis inocentes ocorram em conflitos inflamados por partidários do governo e da oposição, até que decidido o impasse sobre as eleições.

O número de mortos no conflito entre civis no Quênia já ultrapassa 800, segundo noticiaram as agências hoje. Outros 300 mil tiveram suas casas queimadas ou foram obrigados a deixar seus vilarejos. E me pergunto quantos mais terão de morrer ou ficar desabrigados para que a comunidade internacional decida agir. Em crises humanitárias passadas, era possível esconder a real dimensão dos acontecimentos - como o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, que já havia matado mais de 300 mil quando o mundo se deu conta da tragédia. Hoje, não. Agora temos à disposição tecnologia que nos permite ter exata noção dos acontecimentos, quase em tempo real.

Apesar disso - e das chocantes imagens de quenianos sendo assassinados nas ruas, a golpes de facão, que chegam a cada minuto - a resposta da comunidade internacional continua lenta. O ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, mediou um encontro entre Kibaki e Odinga em meio ao caos no país. Enquanto conversavam calmamente e tomavam chá, a violência se espalhava por várias províncias, intensificada pelo assassinato do parlamentar da oposição, Melitus Were. Mais de 8 mil tiverem de deixar suas casas em uma única província. A Reuters relatou cenas cruéis flagradas por testemunhas.

Mais cedo, diferentes agências da ONU fizeram declarações de repúdio aos conflitos. A porta-voz do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Veronique Taveau, acusou o governo de Mwai Kibaki de não fazer nada para impedir os estupros contra mulheres e crianças nos campos de refugiados. Já a Human Rights Watch divulgou o resultado de uma investigação em que afirma que apoiadores de Raila Odinga, do partido de oposição, organizaram os ataques contra civis Kikuyus (grupo étnico do presidente Kibaki) na cidade de Eldoret, prova de que os conflitos estão sendo provocados.

Mas o assunto ainda não chegou ao Conselho de Segurança da ONU. Críticas - e não são poucas - à parte, o órgão foi criado para garantir a manutenção da paz e segurança internacional e deve ser chamado à ação. O capítulo 7 da Carta das Nações Unidas é claro: "O Conselho de Segurança deve determinar a existência de qualquer ameaça à paz (...) e deve fazer recomendações, ou decidir que medidas devem ser tomadas (...) para reestabelecer a paz e segurança". Uma das medidas, prevista no artigo 42, prevê a utilização das forças de paz da ONU, após provada a ineficácia de outras medidas diplomáticas.

Não se trata de intervenção em questões internas ou ameaça à soberania das instituições locais, mas de garantir a paz na região - uma obrigação do CS - e evitar que mais mortes de civis inocentes ocorram em conflitos inflamados por partidários do governo e da oposição, até que decidido o impasse sobre as eleições.

O número de mortos no conflito entre civis no Quênia já ultrapassa 800, segundo noticiaram as agências hoje. Outros 300 mil tiveram suas casas queimadas ou foram obrigados a deixar seus vilarejos. E me pergunto quantos mais terão de morrer ou ficar desabrigados para que a comunidade internacional decida agir. Em crises humanitárias passadas, era possível esconder a real dimensão dos acontecimentos - como o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, que já havia matado mais de 300 mil quando o mundo se deu conta da tragédia. Hoje, não. Agora temos à disposição tecnologia que nos permite ter exata noção dos acontecimentos, quase em tempo real.

Apesar disso - e das chocantes imagens de quenianos sendo assassinados nas ruas, a golpes de facão, que chegam a cada minuto - a resposta da comunidade internacional continua lenta. O ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, mediou um encontro entre Kibaki e Odinga em meio ao caos no país. Enquanto conversavam calmamente e tomavam chá, a violência se espalhava por várias províncias, intensificada pelo assassinato do parlamentar da oposição, Melitus Were. Mais de 8 mil tiverem de deixar suas casas em uma única província. A Reuters relatou cenas cruéis flagradas por testemunhas.

Mais cedo, diferentes agências da ONU fizeram declarações de repúdio aos conflitos. A porta-voz do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Veronique Taveau, acusou o governo de Mwai Kibaki de não fazer nada para impedir os estupros contra mulheres e crianças nos campos de refugiados. Já a Human Rights Watch divulgou o resultado de uma investigação em que afirma que apoiadores de Raila Odinga, do partido de oposição, organizaram os ataques contra civis Kikuyus (grupo étnico do presidente Kibaki) na cidade de Eldoret, prova de que os conflitos estão sendo provocados.

Mas o assunto ainda não chegou ao Conselho de Segurança da ONU. Críticas - e não são poucas - à parte, o órgão foi criado para garantir a manutenção da paz e segurança internacional e deve ser chamado à ação. O capítulo 7 da Carta das Nações Unidas é claro: "O Conselho de Segurança deve determinar a existência de qualquer ameaça à paz (...) e deve fazer recomendações, ou decidir que medidas devem ser tomadas (...) para reestabelecer a paz e segurança". Uma das medidas, prevista no artigo 42, prevê a utilização das forças de paz da ONU, após provada a ineficácia de outras medidas diplomáticas.

Não se trata de intervenção em questões internas ou ameaça à soberania das instituições locais, mas de garantir a paz na região - uma obrigação do CS - e evitar que mais mortes de civis inocentes ocorram em conflitos inflamados por partidários do governo e da oposição, até que decidido o impasse sobre as eleições.

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